“Por
que devo ser um educador maker?
A cultura maker tem
como princípio a crença de que qualquer pessoa pode consertar, modificar, criar
e produzir com as próprias mãos. O fazedor, tradução literal de maker, é uma
tendência que impulsiona a inovação em empresas, escolas e projetos sociais. A
cultua maker é uma extensão mais tecnológica da cultura do faça mesmo, o do it
yourself.
Somos
seres naturalmente criadores, exploradores e pensadores. Nós não apenas
consumimos, nós também podemos criar. É da nossa natureza como indivíduos
reunir os materiais à nossa volta e transformá-los em coisas completamente
novas. Isso é ser maker. Isso é o que a cultura maker traz em sua raiz. Mas,
por que devo aplicar essa cultura na educação? Quais os benefícios para o
desenvolvimento do aluno?
Acredito
que é dever primordial do educador contribuir para a formação de cidadãos
críticos, capazes de analisar, sintetizar, comparar, compreender e, a partir de
conclusões interferir em situações diversas. É garantir manifestação da
essência humana. E a cultura maker contribui de maneira muito significativa
para o desenvolvimento dessas habilidades. As crianças sempre criaram coisas.
Educação maker não é, de fato, novidade.
O
primeiro passo para entender a cultura maker é compreender que há uma revolução
tecnológica em curso. E, junto com essa evolução, temos que fazer uma revolução
de aprendizagem. E o assunto deve ser debatido e inserido no contexto escolar
porque precisamos preparar as nossas crianças para esse futuro. Pesquisas
apontam que 65% das crianças que hoje estão na educação infantil seguirão
carreiras que ainda não existem, e robôs substituirão 800 milhões de postos de
trabalho até 2030. Como lidar com esse novo cenário? Temos que despertar nos
alunos a vocação para pegar coisas complexas e caras e fazê-las acessíveis para
o grande público. É promover a colaboração e a autonomia dos alunos.
Com a
educação maker é possível construir um fazer pedagógico para que os alunos
decifrem os códigos e aprendam de maneira genuína e autêntica. Temos que dar
aos estudantes as ferramentas para que eles possam resolver problemas de forma
criativa para lidar com o complexo mundo em que vivemos e as novidades
tecnológicas que ainda não conhecemos, mas que surgirão nas próximas décadas.
A
criatividade também deve ser trabalhada nos alunos. Devemos entendê-la como uma
habilidade que pode ser desenvolvida, e não como um dom. Os problemas complexos
precisam de soluções criativas. E as cultura maker privilegia o protagonismo do
aluno. Despertando nele a colaboração, o pensamento criativo e crítico, além de
dar a ele a possibilidade do desenvolvimento de autonomia. Com isso, temos
presença. O professor trabalha para que o aluno esteja presente no espaço.
Quando o aluno não está presente, nada acontece. A presença é engajamento no
processo de aprendizagem.
O
educador deve conscientizar-se de que o aluno é um criador e contribuir para
estimular e despertar nele essas habilidades. Os benefícios são inúmeros.
Trabalhar o conceito da cultura maker na educação é colaborar para a construção
de um mundo novo com inúmeras possibilidades. É preparar o estudante para o
futuro. A cultura maker não é a solução para todos os problemas da educação,
mas é uma importante ferramenta de transformação.
Torne-se
um educador maker! A tentativa e o erro são premissas dessa cultura. Prepare-se
e arrisque-se para a construção de um novo mundo. O erro deve ser encarado como
uma possibilidade de transformação. Nós, professores, somos plataformas para
elevação do aluno. E precisamos aprender fazendo.”.
(MARIA
CAROLINA. Diretora de inovação da escola Casa Fundamental, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 26 de outubro de 2018, caderno OPINIÃO,
página 9).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Eleições,
um passo
As eleições marcam o
início de um novo ciclo, resultado da vontade dos cidadãos. É, nesse sentido,
um passo novo, mas não um “passe de mágica”. A sociedade é desafiada a
compreender: há um longo caminho a ser construído, exigindo o empenho e a
contribuição de cada cidadão. Por isso, não se pode acreditar na solução
imediata dos problemas, simplesmente porque determinado candidato venceu o
pleito. O dia seguinte às eleições não é um “conto de fadas”. Para vencer seus
muitos desafios, o povo brasileiro necessita buscar respostas alicerçadas em um
profundo humanismo, em princípios e valores fundamentais, conforme exige o
sistema democrático.
É
ilusória a possibilidade de se conquistar o bem comum fora dos trilhos da
democracia, por meio de escolhas unilaterais ou imposições. A participação cidadã,
além de possibilitar a escolha dos representantes do povo nas eleições,
assegura aos governados a prerrogativa de acompanhar e direcionar a atuação dos
próprios governantes. Assim, o sistema democrático oferece mecanismos para que
o poder do Estado não seja apropriado por interesses particulares ou objetivos
ideológicos.
A
partir da eleições, é necessário renovar a compreensão de que uma autêntica
democracia requer um Estado regido pelo direito, sobre a base de uma rica
concepção do ser humano, conforme ensina a doutrina social da Igreja Católica.
Os eleitos, acima de tudo, têm o compromisso de defender a democracia. Essa
defesa vai além do mero respeito formal a determinadas regras. É preciso
aceitar, com convicção, os valores que inspiram os procedimentos democráticos:
o zelo pelos direitos e pela dignidade humana, a busca do bem comum.
Sem o
consenso sobre a importância desses valores, a democracia perde a sua
estabilidade. Por isso, é perigoso quando os representantes do povo, nos três
poderes, navegam no leito do relativismo ético. Esse relativismo leva à
manipulação de valores, que passam a ser negociados, em vez de serem
compreendidos como critérios objetivos a serem respeitados. Consequentemente, o
exercício da representatividade deixa de ser eficaz, pois os poderes tornam-se
caminho para alcançar os objetivos pouco nobres. Uma democracia sem princípios
converte-se, facilmente, em totalitarismo, aberto ou dissimulado.
Para
se preservar o regime democrático é preciso agir em conformidade com a lei
moral, que é soberana e sustenta o indispensável equilíbrio entre os poderes.
Nesse horizonte, espera-se competência humanística daqueles que exercem o
poder. Assim se legitima a autoridade perante o povo e se conquista credibilidade.
Deve ser compromisso primordial dos eleitos promover a boa convivência civil,
sendo sempre sensíveis às dores do povo. Para exercer essa tarefa, não podem
subestimar a dimensão moral no exercício do mandato político.
Lamentavelmente,
são muitas as deformações do sistema democrático – a corrupção política, a
traição de princípios morais e a inaceitável negociação da justiça social. Para
corrigir esses descompassos, os partidos políticos devem ser capazes de
favorecer a participação cidadã, consolidando o entendimento da
responsabilidade de todos pelos rumos da sociedade em um sistema democrático. É
exigido qualificado desempenho dos que ocupam cargos nos três poderes, mas
também é indispensável a colaboração cidadã de cada pessoa na definição dos
rumos do país. A cidadania brasileira está desafiada a conquistar novos modos
de agir. A primeira etapa desse desafio é o voto consciente, com lucidez. Esse
voto qualificado contempla, também, o entendimento de que as eleições não têm
força mágica, com o poder imediato de tudo mudar, mas constituem um importante
passo na tarefa de se percorrer um longo caminho.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
274,0% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA, em
setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega,
do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz
das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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