“Antecipamos
problema e adiamos soluções
As novas projeções
relativas ao crescimento populacional, que acabam de ser divulgadas pelo IBGE,
mostram que o Brasil perdeu uma boa oportunidade de fomento econômico e
ascensão no patamar do desenvolvimento. Refiro-me ao fim do chamado bônus
demográfico, caracterizado pela existência de maior número de pessoas
economicamente ativas em relação aos idosos e crianças, fenômeno indutor do
crescimento do PIB e da renda per capita nas nações que souberam
potencializá-lo.
É
preocupante observar, nos presentes dados, que o fim do bônus demográfico
ocorre cinco antes do que previa a projeção anterior do IBGE, que remetia a
2023. Portanto, a partir de agora, ingressamos em uma trajetória inversa ao que
vinha ocorrendo, até chegar a 2060 com 58,2 milhões de idosos, o triplo do
contingente atual, e 136,5 milhões de brasileiros em idade profissionalmente
ativa, ante 144,7 milhões hoje.
Ou
seja, antecipamos um problema e adiamos as soluções. Em plena vigência de
equação demográfica altamente favorável à prosperidade, nossa economia cresceu
à média de 2,4% nos últimos 30 anos, ritmo de expansão pífio para nações
emergentes. Como se não bastasse, vivenciamos a mais grave crise de nossa
história, com dois anos de recessão e ínfima recuperação em 2017, conduzindo
13,5 milhões de habitantes e seus dependentes às agruras do desemprego.
Nesse
aspecto, vale uma observação: com tanta gente alijada do mercado de trabalho,
também atingimos em termos práticos, já este ano, número inferior ao previsto
para 2060 de pessoas economicamente ativas. A conta é a seguinte: 144,7 milhões
de trabalhadores em potencial atualmente, menos 13,5 milhões de desempregados –
131,2 milhões, ante 136,5 milhões previstos para 2060.
Ao
baixo crescimento econômico, resultante de políticas públicas muitas vezes
equivocadas, somamos outro fator de negligência ante o futuro: a manutenção de
um Estado caríssimo para a sociedade, gerador de crescente déficit
orçamentário, burocrático em excesso e inibidor da criação de um saudável
ambiente de negócios. E teimamos em não aperfeiçoá-lo, adiando sucessivamente
as reformas estruturais, em especial a tributária, a política e a
previdenciária. Essa última, em especial, é indispensável para garantir
sobrevivência ao número cada vez maior de idosos que o Brasil terá.
Considerando
a gravidade do problema evidenciado nas novas projeções, cabe lembrar estudo
apresentado em 2011 pelo Banco Mundial (Bird), intitulado “Envelhecendo em um
Brasil mais velho – Implicações do envelhecimento populacional para ao
crescimento econômico, a redução da pobreza, as finanças públicas e a prestação
de serviços”. O trabalho, corroborado agora pelo IBGE, enfatiza que “as nações
desenvolvidas ficaram ricas antes de envelhecer”. Infelizmente, nosso país está
envelhecendo antes de ficar rico.
Portanto,
urge adotar políticas públicas eficazes e éticas, capazes de nos levar a uma
constante e duradouro crescimento econômico, equilíbrio fiscal e atendimento às
mudanças que o envelhecimento da população suscitará nas áreas da saúde,
previdência e educação. Nas eleições de outubro, a desafiadora missão coloca-se
aos candidatos e convoca brasileiras e brasileiros ao exercício do voto
consciente em favor daqueles que se comprometem com o futuro que devemos ter de
progresso e igualdade de oportunidades!”.
(FERNANDO
VALENTE PIMENTEL. Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e
de Confecção (Abit), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 27 de setembro de 2018, caderno OPINIÃO, página 9).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
8 de outubro de 2018, mesmo caderno, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Eleição:
importância da imprensa
Escrevo este artigo
antes da abertura das urnas. A temperatura eleitoral, marcada por preocupante
radicalização e uma participação sem precedentes da cidadania, sobretudo na
internet, transmitiu um forte recado à Presidência da República, aos governos
estaduais e ao Congresso Nacional. A eleição despertou algo que estava
adormecido na alma dos brasileiros: o exercício da cidadania. O povo percebeu,
finalmente, que os governantes são representantes da sociedade, mas não são,
como pretendem alguns, donos do poder. Os brasileiros, mesmo os que foram
seduzidos pelas lantejoulas do marketing político, não estão dispostos a
renunciar aos valores que compõem a essência da nossa história: a paixão pela
liberdade e a prática da tolerância e da convivência civilizada.
A
radicalização ideológica, de direita ou de esquerda, não tem a cara do
brasileiro. Tentam dividir o Brasil ao meio. Jogar pobres contra ricos, negros
contra brancos, homos contra héteros. Querem substituir o Brasil da alegria
pelo país do ódio e da divisão. Tentam arrancar com o fórceps da luta de
classes o espírito mágico dos brasileiros. Procuram extirpar o DNA, a alma de
um povo bom, aberto e multicolorido. Não querem o Brasil café-com-leite. A
miscigenação, riqueza maior da nossa cultura, evapora nos rarefeitos
laboratórios do fanatismo ideológico.
O
primeiro dever do jornalismo de qualidade é a independência. Não podemos
sucumbir às pressões dos lobies direitistas, esquerdistas, homossexuais ou
raciais. O Brasil eliminou a censura. E só há um desvio pior que o controle
governamental da informação: a autocensura. Para o jornalismo não há vetos,
tabus proibições. Informar é um dever ético. E ninguém, ninguém mesmo, impedirá
o cumprimento do primeiro mandamento da nossa profissão: transmitir a verdade
dos fatos.
A
preservação da democracia, sempre acossada por projetos autoritários de
perpetuação no poder, depende, e muito, da qualidade técnica e ética da
imprensa. Um exercício de autocrítica do nosso trabalho é necessário e
conveniente.
As
virtudes e as fraquezas dos jornais não são recatadas. Registram-nas fielmente
os sensíveis radares dos consumidores de informação. Precisamos, por isso,
derrubar inúmeros desvios que conspiram contra a credibilidade dos jornais.
Um
deles, talvez o mais resistente, é o dogma da objetividade absoluta. Transmite,
num pomposo tom de verdade, a falsa certeza da neutralidade jornalística. Só
que essa separação radical entre fatos e interpretações simplesmente não
existe. É uma bobagem. A neutralidade é uma mentira, mas a isenção é uma meta a
ser perseguida. Todos os dias. A imprensa honesta e desengajada tem um
compromisso com a verdade. E é isso que conta.
Mas a
busca da isenção enfrenta a sabotagem manipulação deliberada, a falta de rigor
e o excesso de declarações entre aspas. O jornalismo engajado é sempre um mau
repórter. Militância e jornalismo não combinam. Trata-se de uma mescla que traz
a marca do atraso e o vestígio do sectarismo. O militante não sabe que o
importante é saber escutar. Esquece, ofuscado pela arrogância ideológica ou
pela névoa do partidarismo, que as respostas são sempre mais importantes que as
perguntas.
A
grande surpresa no jornalismo é descobrir que quase nunca uma história
corresponde àquilo que imaginávamos. O bom repórter é um curioso essencial, um
profissional que é pago para se surpreender. Pode haver algo mais fascinante? O
jornalista ético esquadrinha a realidade, o profissional preconceituoso
constrói a história.
É
necessário cobrir os fatos com uma perspectiva mais profunda. Convém fugir das
armadilhas do politicamente correto e do contrabando opinativo semeado pelos
profetas das ideologias.
Jornais
de credibilidade oxigenam a democracia. As tentativas de controle da mídia,
abertas ou disfarçadas, são sempre uma tentativa de asfixiar a liberdade. O
jornalismo tropeça em armadilhas. Nossa profissão enfrenta desafios,
dificuldades e riscos sem fim. E é aí que mora o desafio.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade,
em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da
modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
274,0% nos últimos doze meses, e a taxa
de juros do cheque especial se manteve em históricos 303,19%; e já o IPCA, em setembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,53%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa;
federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas
segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e
da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão
(52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao
menos com esta rubrica, previsão de R$
1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito
e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura,
além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências
do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações,
da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental,
com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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