quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E OUSADIA DA QUALIFICAÇÃO DO APRENDIZADO E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Educação: a única saída
        A inovação é hoje uma das principais ferramentas de crescimento, tanto de empresas quanto de nações. Inovar se tornou a chave para expandir o mindset de empresários de maneira a enxergar novas saída para antigos problemas e, sobretudo, driblar as crises locais e mundiais.
          A economia nunca dependeu tanto de um modo de pensar inovador. Entretanto, inovar depende muito mais das pessoas do que de tecnologias, como dita nosso preconceito natural. É por isso que, mesmo investindo em processos e tecnologias, ainda é preciso dar um passo importante rumo ao investimento em capital humano.
         Em um país onde a educação é um problema constante, o Brasil está ficando para trás em inovação justamente porque falta ao brasileiro um espírito de eterno estudante, antes do espírito do arrojado empreendedor. Inovar demanda se atualizar, estar em constante movimento de aprendizado, deixando a mente fértil para receber ideias novas.
         Trabalhador o brasileiro sempre foi. Porém, a nutrição de conhecimentos e pensamentos inovadores ainda é fraca, porque temos péssimos incentivos ao aprendizado. Isso se reflete até mesmo nos cursos disponíveis em universidades. Até existem formações, mas elas são poucas, nem sempre bem certificadas, e quase sempre falta um guia direcional para o estudante se desenvolver em inovação.
         Não existe mudança de paradigma sem capacitação de gente. Mudar milhares de processos não vai adiantar nada se a mente de quem movimenta a empresa não mudar. Inclusive, atualizar-se nem sempre é fazer uma nova faculdade. Cursos livres, ler livros, buscar especializações, programas de inovação são até mais importantes que as velhas formas de estudar.
         Nós ainda acreditamos que, ao completar uma faculdade, está tudo resolvido e que agora só é preciso trabalhar até se aposentar. É preciso mudar esse jeito de ver o estudo: como uma etapa chata a ser vencida e esquecida.
         Assim, investir em capital humano é a saída para as empresas. Porém, antes disso, é preciso investir na mudança de paradigma de aprendizado e educação do brasileiro. Fazer isto demanda tempo e esforço, e com certeza precisa de diversas partes: empresas, governo e, acima disso, de cada profissional.
         Quando uma empresa busca inovar, ela precisa fazer isso primeiro com seus colaboradores, em seguida em seus processos, e aí sim está pronta para lidar com novas tecnologias e ideias. É um processo que, se não partir da educação, será apenas uma iniciativa sem seguimento, rasa. Essa é a única maneira efetiva de inovar.”.

(ALEXANDRE PIERRO. Engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da Palas, consultoria em gestão da qualidade e inovação, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 4 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Ser cristão no 3º milênio
        Impacta sempre, e muito, a fugacidade do tempo. Nada tem força para deter a voracidade do tempo, que passa inexoravelmente. Só o horizonte da eternidade, para aqueles que têm fé no Filho de Deus – Salvador e Redentor da humanidade – consola e é certeza da vitória definitiva sobre a fugacidade do tempo. As abordagens filosóficas e antropológicas sobre o tempo carregam riquezas preciosas, lições que, aprendidas, qualificam o existencial humano e dá ao tempo que passa sentido consistente. Desenham o horizonte de uma vida marcada para o desabrochamento que a eterniza.
         Buscar uma qualificada razão para viver é dinâmica intrínseca da condição humana, com a incidência não apenas no cotidiano de indivíduos, mas em toda a sociedade. Neste momento em que se completam duas décadas deste terceiro milênio, exercício indispensável é uma avaliação pessoal capaz de identificar quais mudanças são necessárias à própria vida. Com os instantes que transcorrem, marcados por incontáveis e impactantes avanços tecnológicos, torna-se urgente conceber equivalentes progressos humanísticos e espirituais, tão necessários a este tempo.
         A realidade se sobrepõe a qualquer argumento ao demonstrar que os importantes avanços tecnológicos e cibernéticos são insuficientes para garantir qualidade de vida a todos. A base para a evolução da humanidade alicerça-se em pilares humanísticos e espirituais, que devem fazer frente a diferentes ideologias – linhas de pensamento que deterioram valores éticos e morais, resultando em graves prejuízos para todos. A perda desses valores gera intolerância, permissividade, desrespeito e desfiguração de identidades – de indivíduos e instituições – produzindo diferentes formas de violência.
         É preciso buscar o que está faltando para reverter as dinâmicas que deterioram a vida humana, pois as duas primeiras décadas deste terceiro milênio ainda não ofereceram sinais de melhorias dos males que marcaram o século 20. Os processos educativos formais, até mesmo nos grandes centros acadêmicos e científicos, não estão dando conta de promover ampla qualificação humanística, com incidências transformadoras na realidade. Há, pois, nesse campo, insubstituível meta, que deve ser assumida por todos: promover e reconhecer a preciosidade da vida humana, razão pela qual o Verbo de Deus se fez carne e veio morar entre nós, para salvar a humanidade.
         Todos têm responsabilidade nessa missão de promover os princípios éticos e morais. De modo especial, é tarefa dos cristãos superar disputas entre si, com ou sem razões confessionais, no sentido de oferecer ao mundo uma fonte inesgotável de valores humanísticos: a Palavra de Deus, que tem força para combater o relativismo defendido por ideologias, com a troca de certos princípios por uma liberdade ilusória. Ouvir e acolher o evangelho produz frutos e qualifica a interioridade humana. Buscá-lo é atitude essencial para fazer da terceira década deste milênio mais do que simplesmente um tempo promissor.
         Na escuta do evangelho, vale dedicar-se de modo especial ao Sermão da Montanha, com a sua força transformadora. Quem busca essa Palavra coloca-se diante de Deus, em atitude de escuta, que faz reverberar o sentido de fraternidade solidária, a partir da consciência de que todos são filhos de Deus. Ouvir a Palavra causa impacto, é uma experiência que permite aprender misticamente a imprescindível lição que vem do coração de Deus. “Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o tem inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.” O cristão tem, pois, uma grande contribuição a oferecer nesta corrida contra o tempo: partilhar os valores do evangelho neste terceiro milênio.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,83% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,05%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


          

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