“Base
curricular para educação igualitária
A Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) foi aprovada recentemente com um documento de referência para
os conhecimentos indispensáveis aos estudantes brasileiros. O processo foi
definido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9394/1996)
e deverá implantado em todas as escolas brasileiras a partir de 2019 com prazo
máximo no início de 2020. A BNCC desponta como uma ferramenta de superação de
dificuldades históricas ao diminuir as distâncias entre a educação nas regiões,
Norte e Sul, urbano ou rural. A implementação de um currículo nacional
obrigatório torna o ensino mais igualitário, respeitando as diferenças
regionais.
A
versão da BNCC para a educação infantil e o ensino fundamental foi homologada
pelo Ministério da Educação (MEC) em 20 de dezembro de 2017. Já a versão sobre
o ensino médio teve sua aprovação em 14 de dezembro deste ano. Juntos, os
documentos formam a BNCC da educação básica, desenvolvida com a colaboração de
especialistas, gestores, docentes e das comunidades.
A
proposta define competência como a mobilização de conhecimentos (saberes),
habilidades (capacidade para aplicar os saberes no cotidiano), atitudes (força
interna para utilizar os conhecimentos e habilidades) e valores (capacidade
para utilizar os conhecimentos e habilidades conforme valores universais, como
direitos humanos, ética e justiça social para resolver situações complexas do
cotidiano, em casa ou no trabalho, por exemplo.
A base
propõe competências priorizando habilidades socioemocionais, como
autoconsciência, autogerenciamento, consciência social, habilidades de
relacionamento e toma de decisão responsável. A inclusão dessas habilidades
reforça a ideia que a escola deve ir além de apenas se debruçar sobre
conteúdos, pois é necessário formar pessoas capacitadas para identificarem
emoções, trabalharem em grupo, respeitarem o outro, terem empatia,
autoconfiança e habilidades de relacionamento. As crianças e jovens poderão se
transformar em profissionais com capacidade cognitiva, mas, também, com maior
formação cidadã.
A base
ainda estabelece o trabalho em espiral, ou seja, o aluno vai rever os eixos ao
longo dos anos, aumentando o nível de complexidade a cada etapa para progredir
conceitualmente, conforme desenvolve habilidades e maturidade. A criança
aprenderá as noções básicas sobre certa matéria, desde os primeiros anos de
ensino e, quando chegar ao momento de aprofundar aquele assunto, já terá maior
familiaridade.
Entre
as 10 competências que os estudantes precisam desenvolver ao longo da
trajetória escolar, duas delas são referentes a tecnologia e inovação que devem
ser relacionadas com os processos, com a aprendizagem, considerando o avanço de
uma sociedade cada vez mais digital.
A
competência número 4 prevê a utilização de linguagens – verbal, corporal,
visual, sonora e digital para se expressar e partilhar informações e produzir sentidos
que levem ao entendimento mútuo. A competência evidencia a necessidade de uma
comunicação mais efetiva, abrangendo diferentes formas de expressão e
plataformas, até porque a leitura e a escrita são apenas algumas das maneiras
de se comunicar atualmente.
Já a
número 5 é mais específica para tecnologia ao considerar que o aluno deve
dominar o mundo digital com habilidades para utilizar, com qualidade e ética,
as diversas ferramentas existentes, dimensionando o impacto dela no cotidiano
das pessoas.
O fato
é que a adaptação à BNCC será um desafio para alunos e professores. As mudanças
estimularão estudantes a serem capazes de desenvolver melhor suas habilidades e
se tornarem protagonistas no âmbito escolar com voz e participação ativa na
aprendizagem, diminuindo as desigualdades.”.
(CHRISTINA
FABEL. Diretora do Colégio ICJ Sistema de Ensino Bernoulli, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 2 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
5 de janeiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de MIRTES CIPRIANO, MBA em gerenciamento
de projetos pela Fundação Getúlio Vargas e mestre em comunicação, administração
e educação pela Universidade São Marcos, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Coragem.
É o que temos para 2019
O que a vida quer da
gente é coragem, diria Guimarães Rosa. Mas aqui não é sobre autoajuda. 2019
começou a partir do nosso planejamento, iniciado no ano anterior, ou até antes.
Mas, com a virada do ano, chegou a hora da colheita. Ou do plantio
retardatário, se for o caso.
De
acordo com a lógica dos ciclos, quando a situação econômica do país a dar
sinais de agravamento, especialistas previam que este seria o ano da retomada
do crescimento. E nós vamos acreditar que todos os movimentos da política e da
economia nacional e internacional não afetaram essa projeção, porque tanto
antes o brasileiro arregaçar as mangas, mais cedo os resultados começam a
aparecer.
E em
tempo: precisamos deixar de buscar as soluções em fórmulas mágicas e acreditar,
cada vez mais, em nossa capacidade de entrega. Vejo esse como o melhor caminho,
por uma razão bem simples: como teremos a confiança das organizações se nós
mesmos duvidamos da nossa competência para gerar resultados?
O
ganho em competitividade é o desafio a ser vencido em 2019. É natural, dadas as
mudanças políticas em curso, que resultam em cautela do mercado – apesar do
atual estado de aparente euforia nas bolsas e no cenário de emprego. Minha
pergunta é: será que nós, os trabalhadores brasileiros, estamos preparados para
este novo momento? Que momento é esse?
Acredito
que estejamos vivendo a reta final da zona de conforto, dos regimes celetistas
regados a benefícios e à longevidade dos vínculos. Mesmo porque esses vínculos
estão sendo fragilizados pela falta de compromisso formal dos dois lados.
E é
bom que se registre: estudo realizado pela MSW Research para a Dale Trining
entre 2012 e 2018 com 439 analisados mostra a remuneração em posição não
prioritária no ranking de motivação e satisfação geral no emprego. Para um
universo amplo de profissionais engajados – 64% –, o salário não é o principal
motivador para sua permanência nas empresas.
Ou
seja, elas precisam ter algo mais a oferecer, embora as pessoas tenham na
atividade profissional a sua fonte de subsistência. Mas o sentimento de
valorização, as relações com a chefia imediata e a afinidade com os valores da
marca são determinantes.
Os
recursos disponíveis não poderiam ser melhores, com a alta do desemprego nos
últimos anos, que resultou em mão de obra altamente qualificada e sem emprego.
Mas até o raciocínio é perverso, inspirado em práticas duvidosas de empresários
e gestores que pretendem lucrar às custas do desespero alheio.
O ano
que se inicia pode ser marcado por um cenário novo, de empreendedorismo
cooperativo, que leva em conta a nova realidade das relações de trabalho. Mais
resultados, menos perfumaria em relatórios. A remuneração por resultados, o
adeus forçado ao contrato celetista e a otimização do tempo de produção podem
desenhar uma lógica de parceria.
Neste
novo contexto, colaboradores deixariam de reclamar da sobrecarga de trabalho,
da falta de incentivos e de oportunidades de crescimento. Empregadores, por sua
vez, deixariam de reclamar da crise – e uso equivocado desta justificativa para
achatar salários, cortar benefícios e, por fim, dizimar e juniorizar suas
equipes.
Sabe
aquela lógica de que negócio bom é para todos os lados? Então, é isso. Mas não
se trata aqui de defender ou criticar um modelo ou outro, apenas de opinar
sobre uma situação que parece irreversível.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas
abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa
história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia,
da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca
de 279,83% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA,
em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II –
a corrupção, há séculos, na mais
perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção
mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício,
em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e
danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no
artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança
das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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