sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS NOVAS TECNOLOGIAS NA BOA GOVERNANÇA E OS BROTOS DA NOVA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE


“GovTech é a solução
        O Brasil que já poderia ter sido e que não aparece na retórica dos candidatos, e talvez jamais apareça, despontou num evento realizado em São Paulo para expor o conceito de GovTech, o governo movido a tecnologia. Em síntese, um país em que as facilidades da tecnologia digital impulsionam a economia e estão a serviço das pessoas – da marcação de consulta no SUS à eliminação de custos e de burocracia.
         Nada mais se faz no mundo moderno sem a retaguarda da tecnologia da informação (TI), gerada graças à internet, sobretudo a partir de sua progressão para as redes de transmissão rápida – a banda larga.
         A fusão da tecnologia digital (que permite converter tudo o que se vê e se escuta em dados binários) com as redes físicas e sem fio de acesso a acervos remotos de informações viabilizou um sem-mundo de aplicações – da postagem de textos, fotos e filmes em redes sociais ao home banking, e-commerce, reserva de hotéis e passagens etc.
         Nas atividades produtivas, a disponibilidade de recursos digitais é determinante à sobrevivência dos negócios, qualquer negócio, seja a montagem de carros (onde cresce o emprego de robôs) ou a venda de quaisquer bens (adquiridos em e-commerce ou em loja física, com os pagamentos efetuados pelo comprador em terminais eletrônicos).
         Até o cartão de plástico tende a ser superado por aplicativos de pagamento no celular (com ou sem os logos das administradoras).
         Este mundo novo engatinha nas atividades privadas no Brasil. E, no setor público, nem isso. Não por faltar gente preparada nos setores de ponta da gestão estatal. Faltam governantes e assessores com a compreensão sobre o sentido das transformações, além de disposição para aplicá-las com convicção. Esse é o nosso maior déficit.
         Não há entre os ditos líderes políticos e os aspirantes em sê-los o senso do que apareceu estampado na camiseta do fundador do Waze, Uri Levine, um dos palestrantes do evento sobre GovTech “Apaixone-se pelo problema, não pela solução”. Ou de outra maneira, se mova pelos desafios, com coragem e objetivo, que as mudanças acontecem.

Vanguarda movida a paixão
        Aqui, há muito e muito tempo falta paixão, especialmente pelo bem público, exceto entre uns poucos visionários como a Fundação Brava, promotora do oportuno seminário sobre a transformação digital do setor público – alicerce dos países na vanguarda do avanço social e econômico, como China, Índia, Cingapura, Israel, Estônia, Coreia do Sul. Neles, tecnologia é meio estratégico de mudanças, não o fim.
         Nestes tempos de governos com o caixa à míngua, pacto federativo em crise, conflitos entre o Judiciário, o Parlamento e o Executivo, infraestrutura em ruína, desemprego, candidatos que não empolgam ou ultrajam a ordem pública, o país precisa de objetivos e ambições renovados. Crescimento econômico robusto é o mais necessário.
         Mas como? Por onde começar? É simplista formular reformas de cunho fiscal, supondo que o investimento, condição para o crescimento em base sustentada (e não o consumo), ecloda por geração espontânea.

Amazon como inspiração
        Foi-se o tempo em que bastavam ações tópicas para tudo se ajeitar. O somatório de ideias políticas superadas com atitudes retrógradas nas áreas do comportamento e da cultura desvia atenções sobre o que se deve fazer, enquanto as oportunidades são desperdiçadas e o país vai ficando para trás na corrida do progresso que move o mundo.
         Como expuseram os economistas Marcos Lisboa e Vinícius Carrasco no GovTech, não há futuro sem inteligência inovadora no setor público. Quer dizer, administração assentada no modelo de plataforma digital tanto na arrecadação fiscal quanto no gasto orçamentário tal e qual a complexidade das operações dos gigantes Amazon e Alibaba.
         Eles gerenciam redes de fornecedores, monitoram demanda e crédito, antecipam tendências, cuidam de logística, desfrutam de altas taxas de satisfação da clientela, tudo com estrutura integrada de gestão baseada em inteligência artificial. Temos a estrutura (ao menos nas ilhas de excelência do Estado). Falta a inteligência da governança.

Lobbies deformam o voto
        Onde estamos na corrida tecnológica? No desenvolvimento autônomo, muito mal, pois dependente de educação rigorosa, focada, sobretudo, em matemática, além de ausência de barreiras à gênese de empresas inovadoras. Quanto a serviços públicos de qualidade, a carência é de governança, cadeia de comando, direção, metas e transparência.
         Até 2020, deverá estar feito o recadastramento biométrico de toda a população acima de 16 anos, abrindo caminho para a identidade única digital e maior controle sobre movimentações de dinheiro. A emissão de moeda eletrônica é outra inovação em estágio avançado. Registro de imóveis com um único número nacional só depende de legislação.
         E também do fim dos cartórios, anacrônicos tanto quanto escrituras em papel e assinatura presencial. Mais não se faz devido à força de lobbies, que corrompem a política e deformam a intenção do voto.”.

(ANTÔNIO MACHADO, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de agosto de 2018, caderno ECONOMIA, coluna BRASIL S/A, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 10 de agosto de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Brotos da nova política
        ‘A esperança é a última que morre’, diz a sabedoria popular. Na verdade, a esperança não pode morrer, pois é chama que ilumina horizontes sombrios e permite enxergar rumos novos. Esse entendimento deve inspirar a sociedade brasileira neste ano eleitoral, quando todos são convocados a investir em “brotos” de uma nova política. Afinal, não é possível pensar em avanços, consertos e novas respostas sem a reconfiguração do universo político. E trata-se de uma obviedade dizer que graves problemas – corrupção, depredação e apropriação indevida do bem comum, entre tantos outros males – são alimentados pela velha política brasileira, que enterra a sociedade em um verdadeiro lamaçal. Então, como poderão surgir os brotos de uma nova política? Essa é uma pergunta que não pode ser respondida com facilidade, mas que deve orientar a participação cidadã de todos.
         Pode-se pensar em nomes que ainda não disputaram eleições, acreditar que tantos outros, já veteranos, corrigirão suas posturas. De todas as formas, constata-se que a lista das boas opções não é grande, pois a vaidade toma conta dos corações dos candidatos e não deixa espaço para valores humanísticos, prevalecendo interesses partidários pouco nobres. O contexto brasileiro requer verdadeira conversão política. Isso exige que os candidatos não se limitem a apresentar-se apenas como “inocentes” e “honestos”. Também são dispensáveis os discursos vazios, que objetivam passar falsa imagem ao eleitor. O desafio é reconhecer o autêntico sentido da política: lutar e contribuir para promover o bem comum.
         Ora, a finalidade da atividade política é o bem do Estado, nunca a sua depredação. A apropriação do erário por pequenos grupos e oligarquias, para o atendimento de interesses que são distantes dos anseios da coletividade, é inaceitável. A política deve se fundamentar na ordem moral e ter por objetivo a promoção do bem comum. Cada cidadão precisa trabalhar para que o universo político alinhe-se a essa perspectiva. Na Bíblia, o profeta Isaías evoca a imagem de um pano sujo para se referir ao que é podre e corrupto. Pode-se dizer que fizeram da política um “pano sujo”.  E a tarefa de todos é recuperar o sentido genuíno do exercício do poder. Para isso, antes de observar interesses partidários ou princípios ideológicos, a consciência cidadã precisa enxergar e buscar o que promove o bem comum.
         Consciente do sentido genuíno da política, o eleitor será capaz de questionar aqueles que exercem o poder e os que desejam ser representantes do povo. Sem esse questionamento, não se pode esperar que ocorram as necessárias mudanças no país. A eleição de pessoas capazes de conduzir a sociedade rumo a novas direções depende, sobretudo, do compromisso cidadão de transformar o contexto político. Somente com o qualificado exercício da cidadania será possível gerar os brotos de uma nova política. Nesse sentido, sejam combatidos discursos demagógicos, debates sem propostas, que se limitam ao ataque de concorrentes, procurando esconder as próprias limitações.
         Gerar e cultivar o broto de uma nova política é contribuir para ultrapassar a velha dinâmica que prioriza a busca egoísta pela satisfação de interesses pessoais ou de pequenos grupos, a partir do sacrifício de muitos. É vencer processos com burocratizações estéreis que levam a perdas significativas e revelam a incapacidade para urgentes discernimentos. Mais importante: o passo primeiro para qualificar as instâncias do poder é reconhecer o real objetivo da política – estar a serviço da vida.
         Para ser autêntica, a política não pode ser identificada como conjunto de trapaças e outras atitudes que revelam mesquinhez. O bem comum precisa ser a meta de todos – eleitores e candidatos. O ano eleitoral convoca todos para redobrar a atenção e buscar, esperançosamente, os brotos da nova política. Não é tarefa fácil, mas “a esperança é a última que morre”. A esperança não pode morrer.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 279,83% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial se manteve em históricos 305,71%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
 

          

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