segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E O CUIDADO COM OS TESOUROS DAS MONTANHAS MINEIRAS NA SUSTENTABILIDADE


“Conhecimento científico: chave da sustentabilidade
        No momento em que a ciência sofre ataques, é hora de lembrar as contribuições que ela já deu e revelar o que estaria em risco na sua ausência. Quando representantes de governos negam a ciência, toda a nação perde. O negacionismo científico, especialmente se institucionalizado, enfraquece um país. A consequência mais nefasta desse comportamento é fazer com que uma parcela da população imagine que dogmas, especulações e informações sem evidências estão no mesmo patamar da ciência e, portanto, podem ser usados para contestá-la. A ciência é sustentada nos melhores procedimentos disponíveis, os quais permitem a validação de hipóteses e a reprodução de dados. Dessa maneira, para questioná-la de maneira válida, é preciso usar os mesmos métodos.
         O conhecimento científico é uma ferramenta fundamental para todas as áreas. Na saúde, por exemplo, é responsável pelo desenvolvimento de medicamentos, vacinas, diagnósticos e tratamentos. No abastecimento energético, transforma, por meio da física e da química, matéria-prima em energia. Na agricultura, leva à compreensão da relação entre solo, planta, clima e demais variáveis que impactam a produção de alimentos. A lista é longa.
         Analisemos, sob esse ponto de vista, a agricultura. Nesse setor, a relevância da ciência é inquestionável. Sementes com alta tecnologia agregada, máquinas que facilitam o manejo, fertilização que corrige o solo, técnicas de irrigação que permitem o plantio, insumos que protegem as plantas, e melhoramentos genéticos que garantem novas variedades são apenas algumas das inovações eu já revolucionaram a área. Se olharmos de maneira aprofundada para a ciência na biotecnologia agrícola, veremos que elas são tão ligadas que até se confundem.
         O milho e a soja transgênicos estão entre nós há mais de uma e duas décadas, respectivamente. Não por acaso, ao longo desses anos, esses alimentos se tornaram os principais produtos de exportação brasileiros, rendendo16,7 milhões de toneladas a mais de grãos na balança comercial e R$ 45 bilhões adicionais em riquezas para o país. Algodão e cana também contam com variedades geneticamente modificadas que trazem benefícios. Ou seja, os membros da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela avaliação da biossegurança dos transgênicos no Brasil, especialistas em biologia molecular e áreas afins, ao se ater rigorosamente aos critérios científicos, prestaram um inestimável serviço ao Brasil.
         O esforço dos pesquisadores brasileiros em desenvolver tecnologias para a agricultura transformou o país. Em cerca de quatro décadas, saímos da posição de importadores de grãos para ser um dos maiores exportadores globais. O acúmulo de saberes que possibilitou esse desempenho continua ocorrendo. Hoje, ferramentas de agricultura digital se somam ao íntimo conhecimento que adquirimos sobre a relação entre o vegetal, a terra, o clima e as ameaças à produção, auxiliando pequenos e grandes agricultores a aumentar o rendimento, preservando o meio ambiente.
         É precisamente isso que nos moverá no sentido do desenvolvimento sustentável. Se quisermos chegar nesse futuro desejável, não poderemos abrir mão de nenhuma contribuição da ciência, nem na agricultura, nem em nenhuma outra área. Ela deve ser reconhecida como essencial e não ser colocada na categoria de acessório ou se submeter a lógicas de conveniência. Mesmo tendo entregado tantos benefícios e confirmado sua confiabilidade tantas vezes, seu mérito ainda é erroneamente questionado.”.

(ADRIANA BRONDANI. Doutora em ciências biológicas pela UFRGS e diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de fevereiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Olhai as minas de Minas
        Minas Gerais não pode ser mais a mesma. Encontrar novo caminho, fiel às tradições e às riquezas do território mineiro, para que se viva um novo tempo, é a missão que desafia o estado e o seu povo. Minas não pode mais ser a mesmo porque a tragédia de Brumadinho traz novamente dolorosa lição, a ser definitivamente aprendida por todos: não se pode reduzir os parâmetros do desenvolvimento às bitolas de idolatrias, como a do dinheiro, descompromissadas com os valores humanitários. Idolatrias que produzem irreparáveis prejuízos, dores que jamais serão esquecidas.
         Por isso mesmo, no coração da sociedade mineira deve vir, primeiro, o comprometimento com o cuidado e a atenção para as minas de Minas. Assim, impulsionados pelas dores e esperanças do povo, gravemente ferido pela tragédia de Brumadinho, todos se unirão para fazer surgir nova etapa na organização social, política e cultural do estado. O momento exige cooperação sincera e transparente dos diferentes segmentos sociais, desafiados a contribuir para a construção de um tempo novo. É preciso vencer, corajosamente, uma perigosa “barragem de rejeitos”, que acumula a ganância sem limites, a burocracia perversa – obstáculo para avanços necessários aos processos que merecem adequadas avaliações e juízos, fundamentados no bem comum.
         É imprescindível que todos os cidadãos façam um exame de consciência para não se dedicar apenas ao que leva a ganhos pessoais e egoístas. É fundamental cultivar a sensibilidade diante da dor dos pobres, do luto de familiares. Minas Gerais pode e merece ser diferente. A sua natureza há de ser preservada – um belo jardim. É preciso que as posturas tenham o propósito do desenvolvimento integral. Os agentes da destruição, que tratam com descaso a casa comum, não se enganem: cedo ou tarde, tragédias similares às que ocorreram em Brumadinho, no Vale do Paraopeba, e em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, podem dizimar outros lugares, outras vidas.
         É preciso intervir com urgência na realidade para evitar outras manifestações trágicas, com mudanças profundas em diferentes campos, da legislação ao convívio social, valorizando mais a seriedade e a competência, o jeito mineiro de ser, que conta muito neste momento. Ninguém pode se sentir distante da missão de cuidar da casa comum nem se deixar manipular por interesses pouco nobres. Seja um ponto de partida olhar as minas de Minas – reconhecendo que suas riquezas podem ser fonte de desenvolvimento integral, progresso e geração de emprego, fundamentados em parâmetros leais e técnico-científicos. Livre de empreendimentos que simplesmente esburacam as montanhas e produzem barragens de rejeitos – bombas-relógio que ao explodir destroem vidas humanas e o meio ambiente.
         Olhai as minas de Minas nas suas belezas e riquezas, para que o estado se consolide entre os maiores destinos turísticos do mundo. Particularmente, as regiões de Minas Gerais sejam ainda mais reconhecidas como referência para o turismo histórico e religioso. O tratamento dado ao território mineiro precisa mudar e, para isso, muitas intervenções devem ser feitas. Importante destacar o papel essencial da política nesse processo, recordando-se do que diz o papa Francisco, em mensagem para o Dia Mundial da Paz: a política é um meio fundamental para construir a cidadania e as obras do homem. Nunca pode ser instrumento de opressão, marginalização e destruição. A qualificação da política depende, sobretudo, do respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, uma forma eminente de caridade.
         Os olhos e os corações precisam ser fecundados para que surjam novos modos de ver e de sentir, com percepções mais qualificadas da realidade. Um caminho que levará Minas Gerais a ser devidamente reconhecido e ainda mais respeitada. Todos enxergarão o verdadeiro jardim de infinitas belezas que é o território mineiro, um tesouro com riquezas naturais e tradições – religiosas e culturais. Minas tem um povo com a força para impulsionar a sociedade brasileira rumo a novos tempos. Seja, cada mineiro, consciente de seu pertencimento ao estado de Minas Gerais, para exercer, com gosto, fecunda cidadania. Assim se constrói novo marco civilizatório, começando pelo que é simples, mas altamente eficaz: olhar as minas de Minas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.



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