quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A ERA IMPERATIVA DA INDÚSTRIA 4.0 E AS VEIAS ABERTAS DAS MONTANHAS MINEIRAS NA SUSTENTABILIDADE


“Indústria 4.0: a tendência que já virou necessidade
        Inteligência artificial, internet das coisas, robótica, machine learning. Esses termos, que até pouco tempo pareciam ter saído direto de um filme de ficção científica, já são realidade em grandes organizações que estão se adaptando à indústria 4.0.
         O problema é que esse processo ainda parece muito distante para grande parte dos pequenos e médios players desse mercado no Brasil. O que alguns ainda desconsideram, no entanto, é que a transformação digital veio para ficar e, mesmo que seus aspectos mais avançados não possam ser aplicados imediatamente, já é possível investir nesse novo conceito e alcançar resultados reais.
         Nesse sentido, uma das principais frentes dessa transformação, inclusive ao alcance das indústrias menores, é a digitalização e automatização dos processos de venda e distribuição dos produtos. Cada vez mais nomes desse mercado têm percebido que é possível enxugar essa cadeia e atingir o consumidor final diretamente, seja em um modelo híbrido de vendas B2B e B2C ou seja por meio da venda direta para a ponta dessa relação.
         Talvez a crise econômica recente tenha sido um dos principais propulsores para essa crescente mudança. Diante da escassez do mercado, a indústria passou a buscar novos canais para vender os seus produtos e, no meio disso, descobriu que a venda direta para o consumidor final é tão ou mais vantajosa do que as intermediações que estava acostumada.
         Os e-commerces B2B e B2B+B2C permitem, hoje, uma série de possibilidades, que vão desde a completa integração de sistemas e o cálculo facilitado de impostos, um dos pontos de maior atenção para a indústria, até a melhor calibração da previsibilidade de vendas, possibilitando maior giro de estoque e uma produção enxuta que atue segundo a demanda real.
         Um dos pontos principais para alcançar isso é uma plataforma de e-commerce especializada nesse tipo de vendas, na qual seja possível implementar processos como a gestão de portfólio diferenciado por perfil de clientes, faixas de preço customizáveis e personalização a partir do histórico de compras.
         Mas é preciso atenção: adequar-se à indústria 4.0 e às novas exigências de um mercado cada vez mais digital não se resume à criação de apenas mais um canal de vendas. Trata-se de uma mudança de mentalidade e estratégia que permeia todos os aspectos da empresa e que deve estar em constante atualização.
         Um dos melhores exemplos nesse sentido é o que aconteceu com O Boticário. A partir de um desejo de uma experiência mais simples, integrada e digital, a empresa conseguiu um feito raro: produção, distribuição e comercialização (varejo, franquias e e-commerce) funcionam como um só organismo, transitando entre esses diferentes meios de maneira imperceptível para o consumidor. É, portanto, a expressão máxima do significado de omnichannel a partir da adequação de um novo cenário da indústria e comercialização.
         Hoje, o grupo reúne as principais marcas do segmento de perfumaria e cosméticos no país e tem total independência no controle de todos os pontos da produção e jornada de compra. O resultado disso é o top of mind no segmento e uma legião de clientes fiéis aos seus produtos.
         No entanto, a mensagem principal disso é que não é preciso ser um gigante como O Boticário para conseguir melhores resultados a partir da transformação digital. O primeiro passo começa a partir de um comprometimento real com a modernização dos processos e o entendimento de que a indústria 4.0 saiu dos livros teóricos e já virou realidade. Infelizmente, quem não se adaptar vai acabar ficando na história ao lado das máquinas a vapor e dos primeiros adventos das revoluções, que já ficaram há muito tempo para trás.”.

(TIAGO GIRELLI. Diretor da divisão corporativa da Tray, unidade de e-commerce da Locaweb, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 1º de fevereiro de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Piedade de Minas
        Piedade de Minas, grito que brota do coração de cada pessoa, uma vez mais, convocando toda a sociedade mineira a buscar novos rumos. Caminhos que sejam condizentes com a história tricentenária do estado, suas tradições religiosas e culturais, com o coração bom de seu povo, adornado por valores e princípios. Todos se unam por uma nova etapa civilizatória que respeite as singulares belezas naturais de Minas – dos campos aos sertões, da mata atlântica ao alto das montanhas. Piedade de Minas, uma prece por compaixão que deve inspirar gestos cidadãos alicerçados na solidariedade com os que sofrem as consequências de tragédias criminosas, a exemplo das que ocorreram em Brumadinho, em Bento Rodrigues e em tantos outros lugares.
         Piedade de Minas! Seja esse grito um clamor por compaixão, pela indignação sagrada que gera a coragem necessária à concretização de um sonho: fazer surgir um estado diferente, livre de crimes praticados contra seus próprios filhos e o meio ambiente. É a partir desse clamor que cada pessoa poderá enxergar melhor o que acontece em tantos lugares, especialmente no coração de Minas, a Serra da Piedade, com quase 1.700 metros de altitude, reunindo incontestável beleza arquitetônica, cultural, religiosa, paisagística e ambiental, e inadmitir qualquer pretensão gananciosa de mineradoras, com a devida oposição técnico-científica e legal.
         No entorno desse lugar sagrado está ocorrendo o que não poderia acontecer, com perdas e prejuízos incalculáveis para todo o povo mineiro. Essa situação precisa ser mudada, o que requer corajosa lucidez das competências judiciárias, ação destemida de instâncias governamentais e legislativas. A audaciosa determinação para corrigir descompassos, iluminada pelo clamor “piedade de Minas”, pode conduzir o estado a novos horizontes. O passo primeiro rumo à mudança é identificar, responsabilizar e punir quem provoca tragédias humanas e ambientais, fazendo valer a lei. Urgente também é uma configuração sócio-política e econômica voltada para promoção do bem de toda a sociedade, com atenção especial aos que já sofreram graves perdas provocadas pela agressiva exploração da natureza.
         Para isso, todos os segmentos da sociedade devem se unir e formar única voz, exigindo mudanças nos procedimentos da atividade minerária. No Brasil e, particularmente, em Minas Gerais, é preciso parar tudo o que está comprovadamente errado e promover recomeços, a partir de um horizonte humanitário. Esse parâmetro garante a salvaguarda do meio ambiente, o indispensável equilíbrio que assegura bem-estar social e proteção do planeta – a casa comum. A referência central deve ser, em todos os campos – ciência, técnica, economia – o respeito irrestrito ao ser humano e às demais criaturas.
         A complexa crise na relação entre ser humano e meio ambiente deve ser superada. Minas Gerais clama pelo fim da exploração cega de seus recursos, na voz de todos. Essa mudança é a única possibilidade capaz de reverter o acelerado processo que está fazendo o “estado diamante” tornar-se um mar de lamas que destrói vidas, mata belezas, enlutando o povo.
         Combater a idolatria do dinheiro, que cega pessoas diante das reais necessidades humanas e naturais, seduzindo mentes e corações, é um desafio a ser assumido por todos. Essa idolatria sustenta atitudes patológicas que transformam contextos sociais em verdadeiras sucursais do inferno. O papa Francisco, constantemente, alerta sobre a configuração de uma economia “sem rosto”, descompromissada com objetivos verdadeiramente humanos. A religiosidade mineira, na força da fé cristã, não cederá espaço a esses novos ídolos que têm desconsiderado o valor da vida.
         O sentimento a ser cultivado é o de piedade, para superar a indiferença causada pela ganância sem limites. O luto do povo mineiro cobre todos, indicando que é hora de ousar e efetivar mudanças para que não ocorram novas tragédias. Minas não pode ser a mesma. Sobre os alicerces de sua rica história, a partir do exercício da cidadania, de modo condizente com os nobres valores de seu povo, o estado deve iniciar um novo ciclo para a sua história. Tenham todos piedade de Minas!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


Nenhum comentário: