segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA DA QUALIFICAÇÃO GERENCIAL E A FORÇA DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA SUSTENTABILIDADE


“Despreparo gerencial
        No meio corporativo, as ideias novas que surgem, com a intenção de promover o desenvolvimento das corporações, nem sempre têm acolhida de forma natural e espontânea, como pode assim parecer. Dois complicadores se destacam: a arrogância das chefias e a vaidade da maioria das pessoas. Disputas internas, geralmente, acirram o ambiente e prejudicam os interesses das próprias organizações. Diz um pensamento árabe que “condoer-se de um amigo é fácil, difícil é alegrar-se com o seu sucesso”. Realmente, chorar em velório é mais fácil do que bater palmas para a ascensão de um colega de trabalho, de mesmo nível, compartilhar com os elogios que ele recebe e, sobretudo, com a premiação que ele, mesmo merecidamente, venha a receber. Desta forma, nenhuma organização escapa das fofocas, intrigas, boicote e outros sentimentos menores. Quanto maior a empresa, mais problemas para o administrador e. se ele fraquejar, os grupos informais crescem ou podem até mesmo tomar conta de determinadas ações.
         Em um ambiente naturalmente competitivo, como é o caso das empresas, se o gestor não tiver intuição ou competência para acompanhar os caminhos das pessoas-chave, especialmente, a forma como interagem, e com quem elas se comunicam, os resultados empresariais podem ficar comprometidos. Determinadas soluções apresentadas, sejam de desenvolvimento tecnológico ou de mudanças administrativas, causam impactos diferentes de uma organização para outra. Quando elas encontram uma liderança democrática, porém firme, há boa receptividade e as coisas tendem a caminhar para o bem de todos. As empresas que acolhem bem as ideias, geralmente, são as que detêm mais tecnologia e patentes. Entretanto, se o gerente é despreparado, arrogante e fecha os olhos e os ouvidos, o ambiente se enfraquece naturalmente e irá favorecer a rivalidade entre os pares em vez de uma união saudável. Os problemas podem extrapolar o âmbito interno, causando arranhões na imagem da organização, prejuízos na produtividade, além de gerar insatisfação dos profissionais mais importantes e responsáveis para o sucesso empresarial. Gerenciar é interagir plenamente com as pessoas.
         Não é incomum determinado chefe, temendo a competência do subordinado, passar a depreciá-lo, com medo de perder seu cargo. Também, nem sempre uma boa solução avança por inveja de quem deveria promovê-la ou pela defesa exagerada da posição que ele ocupa. Muitos executivos e empresários precisam rever conceitos gerenciais e abrir caminho para as novas ideias, sobretudo por elas custam muito menos do que as máquinas. Albert Einstein, considerado um gênio da física quântica e uma das personalidades científicas que mais influenciaram a humanidade no século 20, mantinha troca de ideias com todos os físicos renomados de sua época. Com a visão multiforme que ele tinha das coisas e seu comportamento livre de arrogância científica, quem ganhou foi a ciência. É dele a frase que muita gente precisa refletir sobre ela: “A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original”.”.

(GILSON E. FONSECA. Sócio diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda. (Soegeo), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Vida entre diálogos
        O diálogo, amplo e permanente, tem força para fazer a vida resplandecer com toda a sua potencialidade. A promoção da dignidade depende, determinantemente, da competência dialogal. Exercício que gera lucidez, o diálogo é fundamental na construção da cidadania. Infelizmente, na contramão de tantos avanços e conquistas da contemporaneidade, observa-se generalizada incompetência dialogal. Situação preocupante, por comprometer por comprometer as relações que definem a sociedade, limitando a incidência dos avanços obtidos no cotidiano das pessoas. Seja, pois, resgatada a capacidade humana de falar e ouvir, reconhecendo o outro como semelhante, caminho rumo à autêntica força construtiva, a partir do diálogo.
         Para dialogar, é preciso reconhecer um pressuposto básico: a igualdade entre as pessoas, a partir do respeito às singularidades. Esse princípio permite a difícil conjugação das diferenças e da liberdade de escolha, o que é direito de cada um, sem comprometer a busca por entendimentos. Um caminho a ser trilhado, para que a pluralidade de perspectivas e opiniões torne-se riquezas, com resultados benéficos para todos.
         É preciso identificar as causas que inviabilizam o diálogo em muitos contextos. E merecem especial atenção as redes sociais, que, no ambiente digital, trouxeram muitas possibilidades para a interação humana, mas também abrigam muitos fenômenos ameaçadores. Nesse ambiente, verifica-se com frequência a presença de pessoas que se apresentam como detentoras de opinião com “peso absoluto”. Surpreendentemente, conseguem convencer um amplo público a respeito de determinada perspectiva, não permitindo a abertura para possíveis contrapontos ou debates.
         As pessoas, inclusive, por considerar a própria opinião verdade incontestável, têm dificuldade para se avaliar, pois não concedem abertura ao “outro lado”. Evitam o necessário confronto de ideias, imprescindível para que duas ou mais pessoas, via diálogo, aproximem-se mais do conhecimento a respeito da realidade. A ilusão de se achar “dono da verdade”, emitindo juízos, é grande risco, pois atrofia a qualidade necessária para promover o entendimento. Cada vez mais, neste tempo marcado pela acelerada velocidade, não se ouve o outro lado. Consequentemente, perde-se a condição necessária para compreender o semelhante, em suas singularidades. Apega-se ao próprio modo de pensar, um completo enrijecimento que gera preocupante esclerose, obstáculo para avanços e conquistas.
         É terrível o estreitamento de mentalidades que ocorre neste momento, quando são exigidos novos passos para solucionar graves problemas. Em vez de novas propostas, tende-se a repetir, de modo estéril, velhas práticas, incapazes de conduzir a sociedade às soluções necessárias. Sem os parâmetros humanísticos, o diálogo é empobrecido pelas mediocridades, justificadas por perspectivas ideológicas que se consideram absolutas. Consequentemente, não é alcançado o desenvolvimento integral tão almejado por todos.
         A vida se constrói a partir de qualificados diálogos, estabelecidos por indivíduos que buscam, verdadeiramente, o entendimento. Pessoas hábeis na capacidade para escutar o outro, a partir de preciosa competência humanística. Cidadãos que buscam defender pontos de vista não simplesmente para fazer prevalecer interesses questionáveis, muitos relacionados simplesmente ao acúmulo do poder e do dinheiro. É preciso investir na competência dialogal que leva ao bem e à verdade, impulsionando os entendimentos e as intuições capazes de salvar contextos diversos da sociedade. Assim, todos crescem e conquistam o sentido nobre de viver em fraternidade solidária, pois de reconhece a importância inegociável de cada pessoa.
         A capacidade para dialogar é, ao mesmo tempo, dom e tarefa, promove a formação e a correção de perspectivas. Antídoto para ignorâncias e mediocridades, livrando a cidadania de graves prejuízos. A nova etapa civilizatória que a humanidade busca só pode ser alcançada quando se promove a vida no horizonte dos diálogos.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
                                                                                                                                      

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