“Despreparo
gerencial
No meio corporativo, as
ideias novas que surgem, com a intenção de promover o desenvolvimento das
corporações, nem sempre têm acolhida de forma natural e espontânea, como pode
assim parecer. Dois complicadores se destacam: a arrogância das chefias e a vaidade
da maioria das pessoas. Disputas internas, geralmente, acirram o ambiente e
prejudicam os interesses das próprias organizações. Diz um pensamento árabe que
“condoer-se de um amigo é fácil, difícil é alegrar-se com o seu sucesso”.
Realmente, chorar em velório é mais fácil do que bater palmas para a ascensão
de um colega de trabalho, de mesmo nível, compartilhar com os elogios que ele
recebe e, sobretudo, com a premiação que ele, mesmo merecidamente, venha a
receber. Desta forma, nenhuma organização escapa das fofocas, intrigas, boicote
e outros sentimentos menores. Quanto maior a empresa, mais problemas para o
administrador e. se ele fraquejar, os grupos informais crescem ou podem até
mesmo tomar conta de determinadas ações.
Em um
ambiente naturalmente competitivo, como é o caso das empresas, se o gestor não
tiver intuição ou competência para acompanhar os caminhos das pessoas-chave,
especialmente, a forma como interagem, e com quem elas se comunicam, os
resultados empresariais podem ficar comprometidos. Determinadas soluções
apresentadas, sejam de desenvolvimento tecnológico ou de mudanças
administrativas, causam impactos diferentes de uma organização para outra.
Quando elas encontram uma liderança democrática, porém firme, há boa
receptividade e as coisas tendem a caminhar para o bem de todos. As empresas
que acolhem bem as ideias, geralmente, são as que detêm mais tecnologia e
patentes. Entretanto, se o gerente é despreparado, arrogante e fecha os olhos e
os ouvidos, o ambiente se enfraquece naturalmente e irá favorecer a rivalidade
entre os pares em vez de uma união saudável. Os problemas podem extrapolar o
âmbito interno, causando arranhões na imagem da organização, prejuízos na
produtividade, além de gerar insatisfação dos profissionais mais importantes e
responsáveis para o sucesso empresarial. Gerenciar é interagir plenamente com
as pessoas.
Não é
incomum determinado chefe, temendo a competência do subordinado, passar a
depreciá-lo, com medo de perder seu cargo. Também, nem sempre uma boa solução
avança por inveja de quem deveria promovê-la ou pela defesa exagerada da
posição que ele ocupa. Muitos executivos e empresários precisam rever conceitos
gerenciais e abrir caminho para as novas ideias, sobretudo por elas custam
muito menos do que as máquinas. Albert Einstein, considerado um gênio da física
quântica e uma das personalidades científicas que mais influenciaram a
humanidade no século 20, mantinha troca de ideias com todos os físicos
renomados de sua época. Com a visão multiforme que ele tinha das coisas e seu
comportamento livre de arrogância científica, quem ganhou foi a ciência. É dele
a frase que muita gente precisa refletir sobre ela: “A mente que se abre a uma
nova ideia jamais volta ao seu tamanho original”.”.
(GILSON E.
FONSECA. Sócio diretor da Soluções em Engenharia Geotécnica Ltda. (Soegeo),
em artigo publicado no jornal ESTADO DE
MINAS, edição de 25 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de DOM
WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e
que merece igualmente integral transcrição:
“Vida
entre diálogos
O diálogo, amplo e
permanente, tem força para fazer a vida resplandecer com toda a sua
potencialidade. A promoção da dignidade depende, determinantemente, da
competência dialogal. Exercício que gera lucidez, o diálogo é fundamental na
construção da cidadania. Infelizmente, na contramão de tantos avanços e
conquistas da contemporaneidade, observa-se generalizada incompetência
dialogal. Situação preocupante, por comprometer por comprometer as relações que
definem a sociedade, limitando a incidência dos avanços obtidos no cotidiano
das pessoas. Seja, pois, resgatada a capacidade humana de falar e ouvir,
reconhecendo o outro como semelhante, caminho rumo à autêntica força
construtiva, a partir do diálogo.
Para
dialogar, é preciso reconhecer um pressuposto básico: a igualdade entre as
pessoas, a partir do respeito às singularidades. Esse princípio permite a
difícil conjugação das diferenças e da liberdade de escolha, o que é direito de
cada um, sem comprometer a busca por entendimentos. Um caminho a ser trilhado,
para que a pluralidade de perspectivas e opiniões torne-se riquezas, com
resultados benéficos para todos.
É
preciso identificar as causas que inviabilizam o diálogo em muitos contextos. E
merecem especial atenção as redes sociais, que, no ambiente digital, trouxeram
muitas possibilidades para a interação humana, mas também abrigam muitos
fenômenos ameaçadores. Nesse ambiente, verifica-se com frequência a presença de
pessoas que se apresentam como detentoras de opinião com “peso absoluto”.
Surpreendentemente, conseguem convencer um amplo público a respeito de
determinada perspectiva, não permitindo a abertura para possíveis contrapontos
ou debates.
As
pessoas, inclusive, por considerar a própria opinião verdade incontestável, têm
dificuldade para se avaliar, pois não concedem abertura ao “outro lado”. Evitam
o necessário confronto de ideias, imprescindível para que duas ou mais pessoas,
via diálogo, aproximem-se mais do conhecimento a respeito da realidade. A
ilusão de se achar “dono da verdade”, emitindo juízos, é grande risco, pois
atrofia a qualidade necessária para promover o entendimento. Cada vez mais,
neste tempo marcado pela acelerada velocidade, não se ouve o outro lado.
Consequentemente, perde-se a condição necessária para compreender o semelhante,
em suas singularidades. Apega-se ao próprio modo de pensar, um completo
enrijecimento que gera preocupante esclerose, obstáculo para avanços e
conquistas.
É
terrível o estreitamento de mentalidades que ocorre neste momento, quando são
exigidos novos passos para solucionar graves problemas. Em vez de novas
propostas, tende-se a repetir, de modo estéril, velhas práticas, incapazes de
conduzir a sociedade às soluções necessárias. Sem os parâmetros humanísticos, o
diálogo é empobrecido pelas mediocridades, justificadas por perspectivas
ideológicas que se consideram absolutas. Consequentemente, não é alcançado o
desenvolvimento integral tão almejado por todos.
A vida
se constrói a partir de qualificados diálogos, estabelecidos por indivíduos que
buscam, verdadeiramente, o entendimento. Pessoas hábeis na capacidade para
escutar o outro, a partir de preciosa competência humanística. Cidadãos que buscam
defender pontos de vista não simplesmente para fazer prevalecer interesses
questionáveis, muitos relacionados simplesmente ao acúmulo do poder e do
dinheiro. É preciso investir na competência dialogal que leva ao bem e à
verdade, impulsionando os entendimentos e as intuições capazes de salvar
contextos diversos da sociedade. Assim, todos crescem e conquistam o sentido
nobre de viver em fraternidade solidária, pois de reconhece a importância
inegociável de cada pessoa.
A
capacidade para dialogar é, ao mesmo tempo, dom e tarefa, promove a formação e
a correção de perspectivas. Antídoto para ignorâncias e mediocridades, livrando
a cidadania de graves prejuízos. A nova etapa civilizatória que a humanidade
busca só pode ser alcançada quando se promove a vida no horizonte dos
diálogos.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca
de 285,4% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA,
também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,75%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria
da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita
misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra
sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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