segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A PROFISSIONALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SEM FRONTEIRAS E A URGÊNCIA DA NOVA POLÍTICA NA SUSTENTABILIDADE


“Educação: a grama tão verde do vizinho
        A Alemanha está nos noticiários pro aprovar jornada de trabalho de 28 horas semanais, porém, ao lançar o olhar para este país outro lado me chama a atenção: o investimento em pesquisa e desenvolvimento. Dados de 2016 mostram que o governo federal e os setores econômico e científico alemães investiram 2,94% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento, contra 2,03% dos outros países da União Europeia, e gerando um abismo quando comparado ao Brasil, que, em 2015, investiu 0,63%, o equivalente a R$ 37,1 bilhões, contra os 92,2 bilhões de euros da Alemanha.
         Porém, mesmo sofrendo de um problema que nos é familiar – a mobilidade social (um aluno pertencente às classes sociais mais baixas terá poucas oportunidades para ascender socialmente em relação aos seus pais) –, o “pulo do gato” dos alemães, atualmente, está na atenção dada a transição do aluno ao mercado de trabalho.
         Segundo pesquisa da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o nível de desemprego entre adultos que se formaram no ensino secundário em um curso técnico chega a apenas 4,2%. Já para os jovens entre 15 e 19 anos que não estão estudando ou trabalhando, chega a 8,6%, um dos menores níveis entre os países-membros da organização. Além disso, eles têm uma classe média forte, com 58% da população ganhando entre 2.400 e 5.000 euros, e mesmo profissionais que se formam no ensino secundário têm um poder de compra considerado socialmente satisfatório, o que mantém a economia aquecida.
         Investimento em pesquisa e desenvolvimento, aliado a programas de aprendizagem que auxiliem na inserção dos jovens no mercado de trabalho, nos distancia ainda mais da realidade alemã. Mas como podemos diminuir essa distância, já que a projeção de investimento nessa área não nos é promissora? Devemos e podemos promover parcerias internacionais e incentivar o investimento da iniciativa privada para o preparo de nossos jovens para a profissionalização.
         Como professor e gestor de uma instituição de ensino, sou inquieto e procuro sempre trazer inovações para a sala de aula. Hoje, mais do que nunca, é fundamental buscar continuamente a troca de conhecimento entre players internacionais e com as iniciativas globais, como a Organização das Nações Unidas (ONU). A sala de aula mudou. Nela, temos que incentivar os alunos a serem sedentos por conteúdos extraclasse, cases de sucesso e, principalmente, experiências reais.  Quem não se desprender da teoria, ficará estagnado em um mercado profissional cada vez mais dinâmico.
         A dimensão global do Dia Internacional da Educação, celebrado no último dia 24, serve para refletirmos sobre seu real significado. Se não podemos investir, devemos não só abrir as fronteiras para a pesquisa científica como incentivar convites para parcerias em prol da sustentabilidade das nações em todas as suas nuances. Quem sabe um dia, com muita criatividade e inspiração, chegaremos no padrão alemão.”.

(NORMAN DE PAULA ARRUDA FILHO. Presidente do Isae Escola de Negócios, conveniado à Fundação Getúlio Vargas, professor de mestrado em governança e sustentabilidade do Isae/FGV e coordenador do Comitê de Sustentabilidade Empresarial da Associação Comercial do Paraná (ACP), em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 28 de janeiro de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de março de 2018, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Reabilitação da política
        A reabilitação da política é condição primeira para a implementação de novos rumos na sociedade brasileira e, por isso, sua urgência se configura enorme necessidade. Inclui longo caminho de reconstituição e recomposição. Com ressalvas aos que merecem o reconhecimento na história política do Brasil por sua envergadura moral e patriótica, esse processo de reabilitação não dispensa ninguém de uma profunda mudança de hábitos. Rever práticas e procedimentos viciados de indivíduos e funcionamentos institucionais é conditio sine qua non para se alcançar a meta de reabilitar a política. E, aqui, reside um dos maiores obstáculos que se antepõem ao processamento dessa habilitação: os culpados pelos descompassos nunca reconhecem os próprios erros nem fazem mea-culpa.
         O que se vê é o uso oportunista das delações premiadas, no seu sentido e alcance jurídico próprios, provocado por interesses de caráter individual. Na maioria das vezes, tudo não passa de tentativas para amenizar penas, que logo caem no vazio. As revelações e acusações apresentadas são rebatidas por meio de discursos farisaicos, em que predomina o argumento da inexistência de culpa e de responsabilidades. Mesmo com indícios incontestes, a exemplo da derrocada na economia, nos serviços, nos funcionamentos, e dos enriquecimentos ilícitos, todos afirmam ser inocentes, ilibados e garantem só ter feito o bem.
         A reabilitação da política, desse modo, inclui urgente e profunda reabilitação moral da cidadania brasileira, particularmente naqueles que se oferecem para representar o povo e a ele servir, pois há um sério comprometimento da autoridade política – basta confrontar os resultados das pesquisas que apontam o descrédito em relação àqueles que exercem o poder.
         A sociedade brasileira padece das terríveis consequências da falta de coordenação e direção que deveriam partir dos representantes eleitos pelo povo, no sentido de orientar para uma ordem em que as relações, instituições e procedimentos estejam a serviço do crescimento humano e integral. Ao contrário, o que se vê é a prática do cartorialismo e a transformação das instâncias políticas em bancas de negócios. Aqui se revela a falta de arcabouço humanístico de quem se submete aos sufrágios eleitorais, seduzido pelos funcionamentos que enjaulam a dimensão partidária no corporativismo, com prejuízos para o conjunto da sociedade. Tudo pela força da ganância, materializada nas práticas de propinas, nas sacolas e malas de dinheiro, cujos donos reclamam e defendem a própria inocência. Triste realidade que comprova o alto grau de patologia que formata a cidadania brasileira.
         Desse modo, a reabilitação da política só será possível se tiver como ponto de partida e compromisso permanente a força moral própria da autoridade política, o que demanda uma radical mudança de comportamento por parte de cada cidadão – singularmente o representante político do povo –, no sentido de se deixar guiar pela lei moral, no âmbito privado e público.
         O gosto e o cultivo da autoridade moral terão, assim, por consequência, a abominação das práticas equivocadas dos representantes do povo – a exemplo do enriquecimento por meio de privilégios e benesses. Condutas viciadas que cegam e resultam na perda de rumos, na incapacitação de se encontrarem soluções e podem ser percebidas pelas péssimas condições dos setores da educação, da infraestrutura e da saúde.
         Por isso, o processo de reabilitação ético-moral-cidadã requer, com urgência, a realização da reforma política que, lamentavelmente, tem sido tratada com propostas de remodelação – paliativos que não alcançam o cerne dessa problemática, perpetuando procedimentos ineficazes para promover a mudança necessária.
         Os estreitamentos advindos da mentalidade alimentada por um partidarismo descomprometido com o sentido amplo de cidadania obscurecem a competência humanística, limitando os horizontes da espiritualidade. O resultado é este: gente sem qualidade para pensar, defender e promover o bem comum. Um grave comprometimento que se revela na dificuldade de pensar a realidade a partir dos pobres, na mediocridade de não saber valorizar e reconhecer a grandeza da própria história, da cultura e do patrimônio de que é depositário.
         Essa triste realidade se torna ainda mais preocupante quando se vislumbra o cenário neste ano eleitoral. Impressiona a falta de alternativas, tornando-se oportuna a decisão de não dar voto a quem não pode ser enquadrado nos critérios de verdadeira autoridade moral no mundo da política.
         Sabe-se que a reabilitação da política é uma tarefa muito difícil de ser cumprida com vistas às eleições deste ano, exigindo de todos ponderação, reflexão e adoção de critérios que signifiquem avanços. É preciso clareza e serenidade para evitar os extremismos que vêm de diferentes direções, mostrando o destempero de grupos movidos por radicalismos que desrespeitam a autoridade, os ambientes públicos e privados, alcançando facilmente o nível da patologia – complicador que merece análises e reflexões consistentes, pelo risco iminente de conduzir a sociedade ao caos social, político e cultural da mais alta gravidade.
         É hora, pois, de urgentes conversões e aposta no diálogo social como contribuição para a paz, a exemplo do que propõe o papa Francisco na exortação apostólica Alegria do evangelho. O pontífice destaca a necessidade de profunda humildade social de dirigentes no cuidado e promoção do bem comum, com o esforço de diálogo político e criação de consensos na busca do desenvolvimento integral de todos. Esse processo requer uma grande mudança de estratégias, de mentalidades e de critérios. Exige, sobretudo, sabedoria e devida velocidade, em razão do tempo perdido com os fracassos impostos pela corrupção e pelo jeito torto de se fazer político.
         A Igreja não tem as soluções para todas essas questões, mas, em cooperação e diálogo com as forças sociais, está aqui para apoiar as propostas que melhor correspondam à dignidade das pessoas e ao bem comum, na contramão das ideologias políticas e sociais que ferem os valores inegociáveis do evangelho de Jesus Cristo. Todos os segmentos da sociedade brasileira precisam agora, decisiva e explicitamente, contribuir para essa inadiável reabilitação da política. É hora de profunda conversão, por humildade social, para a reabilitação da política.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a ainda estratosférica marca de 285,4% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 312,6%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em janeiro, chegou a 3,78%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


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