“A importância do intraempreendedorismo
Foi-se o tempo em que o potencial
empreendedor deveria obrigatoriamente deixar a organização em que trabalha para
pôr em prática seus projetos inovadores. Atualmente, as empresas passaram a
operar sob uma lógica mais moderna. Nesse contexto, os colaboradores passaram a
ser estimulados a propor ideias que, muitas vezes, mudam os rumos do negócio.
Esse fenômeno é conhecido como intraempreendedorismo.
Criado na década de
80 pelo empreendedor e escritor Gifford Pinchot, o conceito se refere ao
empreendedorismo que acontece dentro dos limites das empresas. Trata-se de
projetos inovadores que podem ir de pequenas melhorias operacionais a grandes
transformações no modelo de negócios. Tudo depende da disposição em assumir
risco, oferecendo mais liberdade a seus funcionários.
O Gmail é um dos
mais famosos casos de intraempreendedorismo. O e-mail mais utilizado hoje em
dia foi idealizado por um engenheiro do Google que, inicialmente, tinha o
objetivo de melhorar a comunicação interna na empresa. Devido à elevada
capacidade de armazenamento e velocidade, a ferramenta chegou ao mercado
externo e ganhou o mundo, tornando-se um dos principais produtos do Google.
Essa transformação só foi possível a uma postura de incentivo à inovação
adotada pela empresa.
O Google é
considerado referência quando o assunto é fomentar o intraempreendedorismo.
Além de dar liberdade aos colaboradores para buscar soluções criativas, ele
promove capacitações internas para garantir que a equipe atinja seu potencial
máximo. A estratégia é baseada em utilizar os funcionários, que conhecem bem o
fluxo de trabalho e os desafios cotidianos da empresa, para solucionar
problemas e propor caminhos alternativos para o aumento da produtividade.
E não são somente as
empresas que se beneficiam do intraempreendedorismo. Para o colaborador, é uma
chance de se destacar e se desenvolver enquanto profissional, sem ter que abrir
mão de uma carreira estável. Além do potencial para reposicionar a firma no
mercado, como o que houve com o Google após o Gmail, a implantação dessa
cultura não deixa de ser uma estratégia para retenção de talentos.
Incentivar o
intraempreendedorismo pode ser um atalho para a inovação, uma busca cada vez
mais difundida entre as organizações modernas. Um atalho até mais rápido do que
a aquisição de companhias menores ou os programas de aceleração. Além disso,
essa atitude pode ser um modo de sobrevivência em longo prazo. Uma pesquisa
publicada em 2017, da Amway Global Entrepreneurship Report em parceria com a
Fundação Getúlio Vargas, apontou que 82% dos brasileiros desejam abrir seus
próprios negócios nos próximos cinco anos. Portanto, é preciso que os gestores
enxerguem tal prática como um investimento. Afinal, é muito mais vantajoso ter
um empreendedor interno do que mais um concorrente no mercado.”.
(Matheus Vieira Campos.
Coordenador regional da Câmara Americana de Comércio de Belo Horizonte (Ancham
BH), em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 14 de dezembro de 2019, caderno OPINIÃO, página 19).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho
de Mobilização para a Excelência
Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 13 de dezembro de 2019, de
autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Congratulações ao papa Francisco
A Festa de Santa Luzia, vivida dia 13
dezembro, em muitos lugares e de modo particular no Santuário Arquidiocesano
Santa Luzia, em Santa Luzia, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte,
é ainda mais especial neste ano, quando se celebra o jubileu de ouro sacerdotal
do papa Francisco. Meio século de ministério, em que se revela o verdadeiro
“ouro” de Francisco. Muito além de simples contagem do tempo, esses 50 anos
iluminam obscuridades humanas e institucionais, inspiram transformações nas
diferentes dinâmicas do mundo que afrontam os valores do Evangelho. De modo
singular, a trajetória de Francisco encoraja atitudes que vencem comodismos e
mediocridades que se perpetuam sob o argumento de que “sempre foi assim”. A
vida sacerdotal do papa mostra que o Evangelho, quando assumido no cotidiano,
possibilita as mudanças tão necessárias à atualidade, a exemplo da urgente
conversão ecológica.
Meio século de ministério sacerdotal –
ouro moldado na vida religiosa jesuíta, com muitos serviços prestados, amor
genuíno à Igreja e, de modo exemplar, aos mais pobres. Com o seu jeito de ser,
o papa Francisco amorosamente ensina que a força maior não está na aparência,
mas na interioridade de cada pessoa. Seu ministério é dom, oferta de sua vida,
a partir do encontro transformador com Jesus Cristo, insubstituível experiência
que precisa ser vivida por todos. No caminho indicado por Cristo, Francisco se
faz servidor da humanidade, a partir do sacerdócio, da missão de bispo, na
tradição dos apóstolos, especialmente na responsabilidade de conduzir a Igreja,
ser sucessor do apóstolo Pedro. No seu modo de agir, o papa contribui para que
todos compreendam: o mal da autorreferencialidade é curado a partir de
dinâmicas que levem à liberdade interior.
Essa liberdade fundamenta-se na
essencialidade mística da fé cristã católica, que interpela a humanidade a
enxergar que o essencial não está nas posses – de bens, condecorações,
carreira, poderes e prestígios. Vivida genuinamente, a fé é caminho para a
autêntica liberdade. Sua busca pode incomodar, pois exige profundidade,
autenticidade e o fiel testemunho dos valores cristãos. Vivenciada em sua
plenitude, a fé cristã é capaz de fazer surgir novo humanismo. Urgente é
reconhecer e assumir o valor do testemunho coerente com aquilo que se professa,
considerando que a dimensão conceitual, embora importante, é insuficiente para
alcançar as indicações de Jesus.
A liberdade, a partir de compreensão
lúcida, fundamentada nos princípios do Evangelho, destitui a idolatria das
exterioridades – camuflagem das estreitezas, do que interiormente é apequenado.
Passa-se a questionar as falsas seguranças, alicerçadas também na servidão ao
dinheiro, nas lógicas do poder, sem a lucidez de um caminho honesto. O caminho
dessa liberdade interior é ouro generoso da genuína vivência do cristianismo,
que requer o cultivo de proximidades, dos diálogos e a eleição dos pobres como
opção preferencial.
Celebrar meio século de vida sacerdotal do
papa Francisco, jubileu de ouro, é oportunidade para cada pessoa seguir seu
exemplo, assumir a simplicidade, o desapego, rejeitar hegemonias impostas pela
sedução do dinheiro, fonte de injustiça social. As orações e
congratulações ao papa Francisco, com gratidão por seu ministério, contribuem
para cultivar alegrias no coração e iluminar a mente, no sentido de tornar
cotidianos os genuínos gestos proféticos e corajosos, inspirados na autêntica
fé cristã católica. O mundo, com a riqueza do “ouro” de Francisco, pode, sim,
se transformar.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca
de 317,24% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 305,89%; e já o IPCA, em
novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,27%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos
Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria
grega, do direito e da justiça:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de
infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à
luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização
das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por
uma Nova Política Brasileira ...
- Pela
excelência na Gestão Pública ...
- Pelo
fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares
do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e,
ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A
alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou
asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...
E
P Í L O G O
CLAMOR
E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de
infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre
pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da
dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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