quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DAS LIDERANÇAS QUALIFICADAS E HUMANAS E AS LUZES DA BOA GOVERNANÇA E CIVILIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“O fator educação
        Nada define melhor o atual momento do que: VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo). E como já disse o executivo Daniel Levy: “Antes tínhamos uma trajetória linear, fatos acontecendo com uma previsibilidade alta e gerenciável. Hoje, devido à tecnologia e a nossa evolução como indivíduo, há uma velocidade maior no ritmo de todas as coisas. E é isso que o VUCA traduz”. Essa é a peculiaridade do século 21, na qual todos devemos nos adequar.
         Assim, as empresas correm para enquadrar os seus negócios nessa nova realidade. Não é para menos. Afinal, as indústrias que mais crescem são a de tecnologia e a de treinamento. Quem não se lembra da chegada do computador? Na época, ele eliminou postos de trabalho que exerciam função básicas, como digitação. O que muitos não se deram conta até hoje é que um fator importante nesse processo é deixado de lado: a educação.
         É preciso atenção, pois, se os empregos que não exigem formação são eliminados, é melhor nos prepararmos para a previsão do antropólogo Darcy Ribeiro: “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”. Trata-se de um círculo vicioso e para rompê-lo é preciso que o governo e as empresas invistam na educação dos seus profissionais, tratando-os como adultos. Caso contrário, terão que “descartá-los”. Já que a realidade pede novas habilidades. Logo, quanto mais forem descartados, mais presídios terão que ser construídos.
         Os líderes precisam entender que, quanto mais investirem na educação de talentos mais lucrativas serão suas empresas, já que terão ao seu lado funcionários que conhecem a cultura organizacional. Algumas companhias perceberam isso e criaram programas de treinamentos para os seus executivos. Empresas como Carrefour e GE têm desenvolvido em suas universidades corporativas programas de formação para Gestor-Coach, por exemplo. Mas essa é uma solução cara para muitas organizações.
         Então, o que fazer? Como solução, empresas menores estão criando redes de aprendizagem. Um exemplo é a Stone, empresa de meios de pagamentos, que tem cerca de 3 mil funcionários e desenvolveu um modelo de treinamento diferenciado, o TTT – Train The Trainers. O objetivo é colocar seus funcionários para ensinar uns aos outros, de forma estruturada. A estimativa é que o processo de aprendizagem seja potencializado em até 90%. Uma forma clara, simples e fluida de educar.
         Óbvio que sempre será possível contratar novos profissionais que possuam formação e habilidades exigidas pelo mercado, mas a que custo? Enfim, se as empresas não investirem em educação, vamos pagar os impostos para o estado construir mais presídios. Parece simples, mas é preciso vontade e ação para incentivar os profissionais a desenvolverem habilidades técnicas e uma visão sistêmica das relações humanas.”.

(ELIANA DUTRA. CEO da ProFitCoach, Master CoachCertified pela ICF e sócia-fundadora do Grupo Nikaia, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 15 de outubro de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de dezembro de 2019, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Apac – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados
        Ainda não fechou o exercício, mas já se comemora o melhor desempenho dos últimos oito anos no enfrentamento da criminalidade em Betim. Comparando os períodos dos 11 primeiros meses, de janeiro a novembro, dos últimos oito anos, se registra uma redução de homicídios de 167 em 2012 para 84 em 2019, e, se considerarmos em relação a 2016, a queda é de 195 para 84.
         Considerando-se a população de 388 mil em 2012, a de 427 mil em 2016, com os atuais 439 mil habitantes de 2019, chega-se a uma redução de 58,1% desde 2016.
         Dessa forma a cidade deixou o segundo lugar na classificação dos piores municípios de Minas Gerais, ocupado em 2016, e saiu do grupo dos dez piores no Estado.
         Vários fatores colaboraram. Em especial o comprometimento das forças de segurança: PM, Guarda Municipal e Polícia Civil, que se uniram na responsabilidade de alcançar metas traçadas com a ajuda do Ministério Público e do Judiciário. E com o firme engajamento da prefeitura.
         Sentiu-se também uma atmosfera diferenciada no primeiro ano de novos governos, federal e estadual, que sinaliza um combate eficiente ao crime organizado e a valorização das forças de segurança.
         A coisa mudou.
         A segurança ostensiva em Betim tomou conta dos bairros. Os principais locais de recorrência do crime vivem sob cerco cerrado, com bases móveis, meios especiais e de patrulhas. Uma firma atuação da Guarda Municipal, equipada e armada como nunca. Que não precisou dar um só tiro, mas conseguiu dar o recado de que não seria mera peça de prateleira em defesa da população.
         O clamor popular que cresceu nas últimas décadas, movido pela insegurança generalizada sentida pelo cidadão, fez chegar um batalhão de novos parlamentares provenientes das forças de segurança pública e do Exército às cadeiras do Congresso Nacional. Até um presidente da República.
         O tema de proteção da população civil entrou firmemente em pauta. 
         Os motivos da redução da criminalidade, entretanto, se limitaram às ações de repressão e cerceamento, mas pouco se trabalho em relação às causas sociais que alimentam a criminalidade.
         Em ordem de importância: a carência de educação; a falta de emprego e desenvolvimento sustentável que possa minimizar a miserabilidade de 25% da população brasileira.
         Passando pelo crivo, na população carcerária do Ceresp de Betim encontram-se 89% de indivíduos sem instrução mínima, analfabetos funcionais. Apenas um indivíduo entre dez pode ser considerado suficientemente alfabetizado e detentor de profissão.
         Cerca de 87% dessa população analfabeto, ao sair da prisão, já se sabe que retornará em alguns meses, e somente 13% encontrará uma inserção social longe do crime.
         Os detentos se dividem em idades entre 18 e 29 anos, 55%, entre 30 e 34 anos, 19%, e com mais de 35 são 26%.
         O período de reclusão, potencialmente útil para a regeneração do indivíduo, não é minimamente aproveitado. Os presídios são controlados pelas organizações criminosas e servem para arregimentar aqueles que por desventura aí são detidos.
         A forma “cientificamente” mais eficiente para recuperação dos condenados é o tratamento das causas que os levaram ao delito. Alfabetizar, profissionalizar, estimular a intelectualização, empregar o tempo de privação da liberdade em tarefas que sejam úteis aos apenados como pessoas físicas e à sociedade. Esta paga um alto preço por ser a vítima da violência e, ainda, por contribuir com os gastos de R$ 2.000,00 por mês por indivíduo encarcerado.
         Mais escolas, mais atenção à educação na primeira idade, que marca desde o começo da vida o indivíduo com falta de alimentação correta, de higiene, de estímulos à socialização, de exemplos cívicos e morais.
         Esses investimentos não são vistos com muito interesse por quem tem mandato eletivo de quatro anos. A preocupação com as próximas eleições apaga aquela com as próximas gerações.
         Uma medida que desponta como fundamental para atacar as causas é entregar o sistema prisional às Associações de Proteção e Assistência aos Condenados, conhecidas como Apac. Estas, ao contrário dos cárceres públicos, adotam instalações e métodos focados na recuperação dos indivíduos.
         Em Minas existem algumas Apacs que apresentam resultados importantes. Quem passa por elas retorna à sociedade alfabetizado, profissionalizado e durante a detenção trabalha em benefício da sociedade e para isso recebe remuneração, que se destina aos familiares. O custo é a metade daquele do cárcere convencional.
         Em Betim desenvolve-se um projeto pioneiro, diferenciado das Apacs existentes e aprovado pela FBAC. As obras iniciaram-se e deverão ser entregues em agosto de 2020, com 220 vagas entre regimes aberto, semiaberto e fechado. Com salas para cursos, oficinas de trabalho, a sede está inserida num distrito industrial entre 60 empresas que ocuparão os condenados.
         O custo mensal por indivíduo será a metade dos R$ 1.800,00 do sistema tradicional, e ainda boa parte dos alimentos consumidos será produzida em hortas e pomares da própria Apac.
         Pensando nos horizontes mais distantes, iniciamos uma nova rede de modernos centros infantis (15 com até 600 alunos, cada um em construção), escolas revistas e repaginadas (reformamos 110 unidades), cursos de profissionalização, ocupação nos serviços públicos de detentos (150 indivíduos), reforço de bibliotecas, de tempo integral para 2020. Poderemos dar partida a um município mais civilizado e bom para se viver.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca de 317,24% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 305,89%; e já o IPCA, em novembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,27%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

  

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