“A ‘geração perennial’ e o homem pós-moderno
Os
sábios da Grécia nos ocultaram mensagens sob enigmas mitológicos. O parceiro de
Tânato (morte) era Geras, representado por um ser pequeno e enrugado pela
velhice. Hoje, pense em uma pessoa que você conheça com 60 anos. Aposto que ela
não se sente correspondida em Geras ou tampouco naquela tradicional imagem do
velhinho de bengala. Logo, a pergunta a ser formulada é: quando as empresas vão
começar a olhar com mais sabedoria a “geração perennial”, formada por aqueles
que aproveitam a vida, o presente, sem tomarem a idade como fator limitador?
Em um
planeta onde a diversidade é cada vez mais assimilada, basta de ismos!
Etarismo, machismo ou racismo. Felizes aqueles que enxergam o próximo a partir
da sua essência. Chega dos preconceitos infelizes enraizados na nossa cultura.
A escritora Cris Guerra define muito bem: “Eu vejo que amadurecer tem o seu
lado bom. Hoje, eu sei escolher melhor as batalhas que valem a pena, eu aprendi
com o tempo a optar pelo simples”.
As
pessoas que personificam a perenidade não limitam as suas vivências a aspectos
geracionais e têm vontade de aprender novas coisas, se reinventando a cada dia.
Possuem o desejo e a habilidade de se relacionarem com as diferentes idades e
buscam sempre o seu autodesenvolvimento, em antítese a alguns contemporâneos,
que vivem a chamada “síndrome de espectador”, passando a vida à espera de que
alguém ou algo.
Em dias
de imersão reflexiva sobre a autopreservação, a Covid-19 nos leva à necessidade
crucial de transformação do homem, mutação que não tem nada a ver com
tecnologia. O foco central são as pessoas. Se os nativos digitais são os
nascidos depois de 1980, todos acompanhamos o desenvolvimento do analógico para
o digital, e muitos se adaptaram. Esses são os que têm a mente aberta, possuem
flexibilidade cognitiva e são indivíduos com dose de inteligência emocional,
prontos para enfrentarem o “Zeitgeist” (espírito da época), no mundo do que
agora chamamos de “Bani” – brittle (frágil), anxious (ansioso), nonlinear (não
linear) e incomprehensible (incompreensível).
Classificar
as habilidades de qualquer pessoa por causa da sua idade é uma abominável
atitude etarista. Esse preconceito pode fazer com que empresas deixem de
contratar grandes talentos.
Profissionais
com aptidão comportamental para compor a equipe, trazendo bagagem de
conhecimento, experiências, sabedoria, maturidade. Sem falar no networking.
Somos comprovadamente resilientes e perenes.
Neste
mês de março, que celebramos o Dia Internacional da Mulher, relembramos: não
tenha medo das críticas das outras mulheres e nunca critique. Seja feliz, do
seu jeito, não nos cabe julgar.
Napoleon
Hill nos alerta: “A vitória é sempre possível para a pessoa que se recusa a
parar de lutar”. Invista nos seus projetos de vida, com alto grau de adaptabilidade
para as mudanças, que são nossa única certeza.”.
(Eliane Ramos de Vasconcelos Paes. Presidente
da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-MG) e do Conselho de RH da
ACMinas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo horizonte, edição de
10 de março de 2021, caderno OPINIÃO, página 21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 12 de março de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Primado da sociedade
A
sociedade civil e a comunidade política são interdependentes, mutuamente se
influenciam. Mas é preciso reconhecer: a sociedade civil tem, hierarquicamente,
primazia sobre a comunidade política. A Doutrina Social da Igreja Católica
ensina que o contexto político deve estar a serviço da sociedade civil,
dedicando ao seu bem e ao seu equilíbrio. Contudo, os cenários de devastação,
com mortes, violências, fome, desemprego e descompasso social, demonstram
sobejamente que há descaso em relação à primazia das ineficiências da
comunidade política, que não cumpre adequadamente as suas tarefas. O conjunto
de desajustes no enfrentamento da pandemia é sinal desta realidade, com
impactos ainda mais graves na vida dos pobres e vulneráveis.
Entre as
vergonhosas feridas sociais, causa especial tristeza a fome de milhares de
pessoas que habitam este território abençoado por Deus – com riquezas para ser
um celeiro do mundo. Uma contradição que revela desafio da civil: recuperar a
sua primazia, uma tarefa cidadão. A assustadora desconsideração desse primado
leva a atrasos civilizatórios que demandarão muito tempo e esforços
extraordinários, sobretudo lucidez e competência, para serem superados. A
tarefa cidadã de recuperar a primazia da sociedade civil é desafiadora e exige
dedicação a processos que promovam o bem comum. Isto significa, neste momento,
salvar vidas do vírus mortal, da fome e do desemprego, contando com quem tem
competência para corrigir descompassos gerados por carências humanísticas e
opões cegas que vêm alavancando a atual crise.
Urgente
é uma reação ancorada nos princípios da legalidade, para que a administração
pública, em qualquer nível – nacional, estadual, municipal – cumpra a sua
finalidade de servir aos cidadãos. O Estado é o gestor dos bens do povo,
devendo administrá-lo para garantir o bem comum. Quando administradores
públicos negociam ou vilipendiam o bem comum comprovam a própria incompetência.
Trata-se de crime inaceitável. Por isso, escolhas e a adoção de caminhos que
sejam contraponto ao equilíbrio global da sociedade não devem ser aceitos. O
papa Francisco, assertivamente, afirma, na sua carta encíclica Fratelli
Tutti, que diante do compromisso de amar a todos, sem exceção, o amor a um
opressor não significa consentir com as suas atitudes. Pelo contrário, amar
corretamente o opressor, conforme ensina o papa Francisco, é procurar, de
várias maneiras, fazê-lo deixar de oprimir, tirando-se o poder que é mal
administrado e que o desfigura como ser humano.
A
comunidade política há de ser modificada a partir das indicações da população
sobre a necessidade de se tomar novo rumo, por meio de recursos legais
corretivos. Sem esse novo rumo, vidas continuarão a ser dizimadas e
instituições, sustentáculos dos funcionamentos democráticos, perderão força –
prevalecerá um verdadeiro caos. A sociedade civil, detentora da primazia, tem o
dever de investir no equilíbrio, livrando-se das paixões que costumam cegar.
Neste horizonte, é fundamental convencer, a partir do diálogo, aqueles que
equivocadamente optam pelo caos, achando que se trata do melhor caminho – uma
ilusão. Essas pessoas dedicam-se, ou submetem-se, às manipulações e às falácias
que se camuflam na defesa de algumas poucas “bandeiras”. Ignoram, assim, tantas
outras “bandeiras” que precisam ser defendidas e carregadas para gerar as
mudanças sociais esperadas por todos.
Os que
optam pelo caos, dedicando-se às falácias e às manipulações, ajudam a conduzir
a sociedade na direção de extremismos e radicalismos. Querem promover
demolições de todo tipo, a partir de linguagem desestabilizadora, sem
fidelidade à verdade, propagando mentiras para alcançar seus objetivos. Os
saudosismos político-partidários também não contribuirão para que seja
construído um tempo novo, com mais respeito pela vida, em todas as suas etapas.
Para que urgentemente seja consertado o contexto social é preciso investir na
dimensão moral que qualifica a cidadania e, consequentemente, as autoridades.
Isto significa alicerçar-se na dimensão que está fora do arbítrio e da vontade
dos que estão no poder, fortalecendo as instituições.
A partir
de suas identidades e missões, as instituições têm o papal de “ir a campo para
nova semeadura”, limpando discursos, arejando mentes, para que sejam intuídas
novas ações capazes de promover o primado da sociedade civil e da defesa do bem
comum. Ações corajosas e transformadoras na contramão de negociatas. Com a
tarefa de se avançar no combate à pandemia, todos assumam o compromisso de
dialogar mais sobre os rumos políticos do país, exigindo que as instâncias do
poder alicercem-se nos parâmetros da ciência e da boa governança. A fidelidade
a esse compromisso é que possibilitará a construção de uma nova realidade
social, política, econômica, cultural e religiosa capaz de recuperar a primazia
da sociedade civil, fundamentada na democracia – construtora e guardiã do bem
comum pela justiça e pela paz.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
59
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem! ...
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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