segunda-feira, 15 de março de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA GERAÇÃO PERENNIAL E HABILIDADES EMOCIONAIS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA POLÍTICA E DEMOCRACIA NA QUALIFICAÇÃO DA HUMANIDADE NA SUSTENTABILIDADE

“A ‘geração perennial’ e o homem pós-moderno

        Os sábios da Grécia nos ocultaram mensagens sob enigmas mitológicos. O parceiro de Tânato (morte) era Geras, representado por um ser pequeno e enrugado pela velhice. Hoje, pense em uma pessoa que você conheça com 60 anos. Aposto que ela não se sente correspondida em Geras ou tampouco naquela tradicional imagem do velhinho de bengala. Logo, a pergunta a ser formulada é: quando as empresas vão começar a olhar com mais sabedoria a “geração perennial”, formada por aqueles que aproveitam a vida, o presente, sem tomarem a idade como fator limitador?

         Em um planeta onde a diversidade é cada vez mais assimilada, basta de ismos! Etarismo, machismo ou racismo. Felizes aqueles que enxergam o próximo a partir da sua essência. Chega dos preconceitos infelizes enraizados na nossa cultura. A escritora Cris Guerra define muito bem: “Eu vejo que amadurecer tem o seu lado bom. Hoje, eu sei escolher melhor as batalhas que valem a pena, eu aprendi com o tempo a optar pelo simples”.

         As pessoas que personificam a perenidade não limitam as suas vivências a aspectos geracionais e têm vontade de aprender novas coisas, se reinventando a cada dia. Possuem o desejo e a habilidade de se relacionarem com as diferentes idades e buscam sempre o seu autodesenvolvimento, em antítese a alguns contemporâneos, que vivem a chamada “síndrome de espectador”, passando a vida à espera de que alguém ou algo.

         Em dias de imersão reflexiva sobre a autopreservação, a Covid-19 nos leva à necessidade crucial de transformação do homem, mutação que não tem nada a ver com tecnologia. O foco central são as pessoas. Se os nativos digitais são os nascidos depois de 1980, todos acompanhamos o desenvolvimento do analógico para o digital, e muitos se adaptaram. Esses são os que têm a mente aberta, possuem flexibilidade cognitiva e são indivíduos com dose de inteligência emocional, prontos para enfrentarem o “Zeitgeist” (espírito da época), no mundo do que agora chamamos de “Bani” – brittle (frágil), anxious (ansioso), nonlinear (não linear) e incomprehensible (incompreensível).

         Classificar as habilidades de qualquer pessoa por causa da sua idade é uma abominável atitude etarista. Esse preconceito pode fazer com que empresas deixem de contratar grandes talentos.

         Profissionais com aptidão comportamental para compor a equipe, trazendo bagagem de conhecimento, experiências, sabedoria, maturidade. Sem falar no networking. Somos comprovadamente resilientes e perenes.

         Neste mês de março, que celebramos o Dia Internacional da Mulher, relembramos: não tenha medo das críticas das outras mulheres e nunca critique. Seja feliz, do seu jeito, não nos cabe julgar.

         Napoleon Hill nos alerta: “A vitória é sempre possível para a pessoa que se recusa a parar de lutar”. Invista nos seus projetos de vida, com alto grau de adaptabilidade para as mudanças, que são nossa única certeza.”.

(Eliane Ramos de Vasconcelos Paes. Presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-MG) e do Conselho de RH da ACMinas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo horizonte, edição de 10 de março de 2021, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 12 de março de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Primado da sociedade

        A sociedade civil e a comunidade política são interdependentes, mutuamente se influenciam. Mas é preciso reconhecer: a sociedade civil tem, hierarquicamente, primazia sobre a comunidade política. A Doutrina Social da Igreja Católica ensina que o contexto político deve estar a serviço da sociedade civil, dedicando ao seu bem e ao seu equilíbrio. Contudo, os cenários de devastação, com mortes, violências, fome, desemprego e descompasso social, demonstram sobejamente que há descaso em relação à primazia das ineficiências da comunidade política, que não cumpre adequadamente as suas tarefas. O conjunto de desajustes no enfrentamento da pandemia é sinal desta realidade, com impactos ainda mais graves na vida dos pobres e vulneráveis.

         Entre as vergonhosas feridas sociais, causa especial tristeza a fome de milhares de pessoas que habitam este território abençoado por Deus – com riquezas para ser um celeiro do mundo. Uma contradição que revela desafio da civil: recuperar a sua primazia, uma tarefa cidadão. A assustadora desconsideração desse primado leva a atrasos civilizatórios que demandarão muito tempo e esforços extraordinários, sobretudo lucidez e competência, para serem superados. A tarefa cidadã de recuperar a primazia da sociedade civil é desafiadora e exige dedicação a processos que promovam o bem comum. Isto significa, neste momento, salvar vidas do vírus mortal, da fome e do desemprego, contando com quem tem competência para corrigir descompassos gerados por carências humanísticas e opões cegas que vêm alavancando a atual crise.

         Urgente é uma reação ancorada nos princípios da legalidade, para que a administração pública, em qualquer nível – nacional, estadual, municipal – cumpra a sua finalidade de servir aos cidadãos. O Estado é o gestor dos bens do povo, devendo administrá-lo para garantir o bem comum. Quando administradores públicos negociam ou vilipendiam o bem comum comprovam a própria incompetência. Trata-se de crime inaceitável. Por isso, escolhas e a adoção de caminhos que sejam contraponto ao equilíbrio global da sociedade não devem ser aceitos. O papa Francisco, assertivamente, afirma, na sua carta encíclica Fratelli Tutti, que diante do compromisso de amar a todos, sem exceção, o amor a um opressor não significa consentir com as suas atitudes. Pelo contrário, amar corretamente o opressor, conforme ensina o papa Francisco, é procurar, de várias maneiras, fazê-lo deixar de oprimir, tirando-se o poder que é mal administrado e que o desfigura como ser humano.

         A comunidade política há de ser modificada a partir das indicações da população sobre a necessidade de se tomar novo rumo, por meio de recursos legais corretivos. Sem esse novo rumo, vidas continuarão a ser dizimadas e instituições, sustentáculos dos funcionamentos democráticos, perderão força – prevalecerá um verdadeiro caos. A sociedade civil, detentora da primazia, tem o dever de investir no equilíbrio, livrando-se das paixões que costumam cegar. Neste horizonte, é fundamental convencer, a partir do diálogo, aqueles que equivocadamente optam pelo caos, achando que se trata do melhor caminho – uma ilusão. Essas pessoas dedicam-se, ou submetem-se, às manipulações e às falácias que se camuflam na defesa de algumas poucas “bandeiras”. Ignoram, assim, tantas outras “bandeiras” que precisam ser defendidas e carregadas para gerar as mudanças sociais esperadas por todos.

         Os que optam pelo caos, dedicando-se às falácias e às manipulações, ajudam a conduzir a sociedade na direção de extremismos e radicalismos. Querem promover demolições de todo tipo, a partir de linguagem desestabilizadora, sem fidelidade à verdade, propagando mentiras para alcançar seus objetivos. Os saudosismos político-partidários também não contribuirão para que seja construído um tempo novo, com mais respeito pela vida, em todas as suas etapas. Para que urgentemente seja consertado o contexto social é preciso investir na dimensão moral que qualifica a cidadania e, consequentemente, as autoridades. Isto significa alicerçar-se na dimensão que está fora do arbítrio e da vontade dos que estão no poder, fortalecendo as instituições.

         A partir de suas identidades e missões, as instituições têm o papal de “ir a campo para nova semeadura”, limpando discursos, arejando mentes, para que sejam intuídas novas ações capazes de promover o primado da sociedade civil e da defesa do bem comum. Ações corajosas e transformadoras na contramão de negociatas. Com a tarefa de se avançar no combate à pandemia, todos assumam o compromisso de dialogar mais sobre os rumos políticos do país, exigindo que as instâncias do poder alicercem-se nos parâmetros da ciência e da boa governança. A fidelidade a esse compromisso é que possibilitará a construção de uma nova realidade social, política, econômica, cultural e religiosa capaz de recuperar a primazia da sociedade civil, fundamentada na democracia – construtora e guardiã do bem comum pela justiça e pela paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:


 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a estratosférica marca de 329,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,59%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,20%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

 

 

        

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