quinta-feira, 11 de março de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DO REGIME DE COLABORAÇÃO NA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO BÁSICO E AS LUZES DA CIÊNCIA, CIVILIDADE E FRATERNIDADE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS NA SUSTENTABILIDADE

“Colaboração para colher mais educação

        Os desafios que a educação básica vem enfrentando não são poucos: descontinuidade das políticas públicas, fragmentação de programas, desigualdades regionais e locais acentuadas. Infelizmente, o descompasso das diretrizes entre os diferentes níveis de governo é visível em qualquer lugar deste país. A falta de articulação entre o governo federal, Estados e municípios prejudica especialmente a aprendizagem dos nossos jovens e crianças.

         Enfrentando diretamente esse cenário, boas práticas de colaboração entre Estados e municípios ainda avançam, despontando como centro de referência em aprendizagem. Pelo menos dez Estados, inspirados no sucesso do Ceará, implementaram políticas estaduais convergentes que apoiam os municípios na formulação e condução de suas políticas educacionais – e esses locais vêm consistentemente melhorando a qualidade da oferta da educação básica.

         Em termos práticos, o que esses Estados fizeram está previsto em nossa Constituição Federal, o chamado “regime de colaboração”. O que essa estratégia permite é que os entes federados se articulem a fim de solucionar problemas comuns ou estimular e apoiar a implementação de políticas públicas.

         Um excelente exemplo pode ser visto no Maranhão, que regulamentou, em 2019, os termos de cooperação com os municípios do Estado, permitindo que fossem estabelecidas responsabilidades e compromissos em nível estadual dos entes federados. Em outras palavras: ninguém anda sozinho se quiser melhorar a educação no Brasil.

         Nesse sentido, Minas Gerais, com a sua magnitude de 853 municípios, vem assumindo essa dianteira ao formular um sólido programa de cooperação na educação entre o governo estadual e as prefeituras.

         No dia 3 de março, tive o privilégio de participar de um evento de lançamento do Programa Mãos Dadas, encontro que reuniu o governador Romeu Zema, a secretária de Estado de Educação, Julia Sant’Anna, e os prefeitos eleitos e reeleitos de Minas Gerais, com o objetivo de debater sobre as políticas educacionais no Estado.

         Com enfoque no fortalecimento da cooperação entre o governo estadual e as prefeituras, tal iniciativa é extremamente relevante para as novas gestões eleitas, que terão uma complexa missão no enfrentamento dos impactos trazidos pela pandemia às comunidades escolares, além de fortalecer as suas redes de ensino a fim de garantir maior qualidade para as crianças e jovens.

         Em linha com a proposta do recém-criado programa, o Educação Já Municípios, iniciativa do Todos pela Educação, é um documento que traz uma série de recomendações para a gestão educacional dos municípios e defende, consequentemente, o fortalecimento desse modelo de cooperação. Concebido por um grupo plural de especialistas e com base nos mais recentes dados e evidências disponíveis pelas políticas educacionais que têm obtido êxito no Brasil e no mundo, o documento explora diversas recomendações para que os municípios garantam o atendimento com qualidade na educação infantil, a alfabetização de todas as crianças e a evolução da aprendizagem em conjunto com a redução das desigualdades.

         Os objetivos e propostas estão, portanto, alinhados.

         A partir da iniciativa liderada pela rede estadual, Minas Gerais emerge como mais um grande centro no fortalecimento da educação a partir da colaboração entre os diferentes níveis de governo. Evidências demonstram que essa atuação colaborativa é a melhor forma de implementar políticas públicas educacionais bem-sucedidas. Bons ventos de uma ótima oportunidade para Minas construir uma transformação única na sua educação básica e na sociedade.”.

(Priscila Cruz. Presidente executiva do Todos pela Educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de março de 2021, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 8 de março de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Que mundo é este?

Nós estamos nos deparando com a ditadura da ciência. De certa forma, é o que nos cabe adotar, porque a ciência é mensurável, tridimensional, terrena, num mundo em que o charlatanismo, a irresponsabilidade são meios de enganação e ganância.

A ciência legítima, contudo, não nos iludamos, não evita a enganação, quanto menos a ganância, e em nome dela, como muitas vezes nas religiões, cometem-se os maiores horrores.

Ciência não é moralidade, representa apenas resultado prático. Com ciência pode-se preparar um artefato nuclear que explode com milhões de pessoas, como pode-se gerar uma vacina que previne milhões de óbitos.

Em nome e com o carimbo da ciência já foram arrombados cofres públicos, pauperizados povos inteiros, levados ao genocídio, à fome desnecessária e ao atraso.

Pode dizer o incrédulo: “Mas como?”. Basta ver aqui, debaixo de nossos olhares, como um laboratório que inventa um medicamento e o vende por 50 vezes de quanto chega a custar o seu genérico. Enquanto o genérico não é liberado, milhões de pessoas ficam penalizadas pela sua falta, por não ter condições de adquiri-lo. Isso é, com raras exceções, o resultado da moral imperante no planeta, perdendo-se vidas, o que poderia ser evitado. Nos últimos 50 anos, uma atitude corajosa, que remunere justamente o inventor, até com centenas de milhões de dólares, já que desperdiçam bilhões em armamentos, poderia libertar do sofrimento e da perda imoral de existências.

Num estado de guerra se admite tudo: matar, destruir, devastar cidades com mulheres e crianças inocentes. Já numa pandemia que paralisa o mundo, empobrece multidões, destrói milhões de vidas, não se consegue tomar uma atitude em relação a parentes que a “ciência” inventou. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, subscrita pelos participantes da ONU, determina em seu primeiro artigo: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”.

Nestes dias a fraternidade andou esquecida. Dezenas de vacinas estão aparecendo no mercado, mas de nenhuma fórmula o esforço da ONU está conseguindo uma liberação incondicional. Pelo contrário, assiste-se, enquanto o atraso se prolonga, aos abutres, aproveitando-se do pânico, para vender vacinas por valores extorsivos.

Refugio-me na sapiência de certos “humanos” que nos antecederam e continuam sendo exceções, para, neste mar de inúteis disputas pela supremacia política, partidária e individual, pela ganancia e avidez, chamar a atenção ao atraso moral e civilizatório em que vivemos. Será vista a nossa, ainda, como uma época de primitivos e imorais.

A procura do enriquecimento, neste momento, não pode ser motivo de um extermínio evitável. O conceito contemporâneo de riqueza, sem disposição para minorar os problemas da humanidade, não é reprovado, embora moralmente injustificável, frente às consequências de uma pandemia avassaladora.

Nas escolas não se ensina que minorar o sofrimento é a fonte mais direta da felicidade, tanto de quem com ela acaba quanto de quem é livrado.

Roubo ao sábio filósofo algumas palavras: “Para entender que nascemos com a suprema condição de escolher ser o que almejamos, é necessário refletir com zelo; que essa honraria não seja empregada com o desperdício de nos transformarmos em ímpios, insensatos e estúpidos”. Como predisse o profeta Asaph: “Sois deuses e filhos do Altíssimo; que não se abuse (portanto) da inteligentíssima liberalidade do Criador, transformando o benefício dado (ao ser humano) em uma mazela. Não satisfaçamos a mediocridade. Nos anelemos à Sumidade, tal que a alma seja morada do sagrado”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: 

I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a estratosférica marca de 329,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,59%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,20%); 

II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); 

III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

        

       

 

            

        

        

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