segunda-feira, 29 de março de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E DESAFIOS DO PRIMADO DA QUALIFICAÇÃO DOS PROFESSORES NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA COMUNICAÇÃO NOS NOVOS E LUMINOSOS HORIZONTES DA HUMANIDADE NA SUSTENABILIDADE

“Há bala de prata para as questões educacionais?

        Há 20 anos, minha preocupação cotidiana está em contribuir com a construção de caminhos que favoreçam o desenvolvimento integral das novas gerações de brasileiros. A pandemia, que escancarou e aprofundou ainda mais os problemas educacionais brasileiros, me fez e faz refletir ainda mais sobre esse campo que é fundamental para nosso país.

         Em conjunto com muitos colegas educadores, invisto em aprofundar a compreensão sobre quem são as crianças e jovens que estão em nossas escolas, identificar as condições necessárias para que todos eles possam aprender. Queremos contribuir com a construção de metodologias que incentivem a aprendizagem significativa que fortaleçam as comunidades escolares. Desafios, portanto, complexos diante do atual panorama do cenário que veio se construindo ao longo dos anos.

         Nessa longa trajetória, aprendi que, se queremos construir uma educação pública de qualidade, é essencial ter um olhar sistêmico, amplo, profundo. Não existe bala de prata, um único foco a ser cuidado e transformado, há um conjunto de aspectos que precisam ser trabalhados adequadamente pelos vários “atores” envolvidos na educação, ou melhor, por toda sociedade. Aqui, destaco a importância do investimento para promover o desenvolvimento profissional dos educadores.

         Sim, o professor que está na sala de aula, o coordenador pedagógico e o diretor (e os demais educadores que atuam na comunidade escolar) realizam um trabalho de alta complexidade, para o qual precisam mobilizar um repertorio amplo de conhecimentos, experiências e métodos. Somos mais de 2 milhões de professores, sendo que mais de 75% atuam na educação pública. Em tempos de pandemia, em que os processos de ensinar e de aprender tornaram-se ainda mais desafiadores, investir tempo e esforço em formação continuada mostra-se essencial. E os educadores brasileiros estão fortemente comprometidos nesse sentido. “Formação continuada” é um termo já recorrente entre nós, profissionais da educação. Temos sede aprofundar conhecimentos, partilhar e vivenciar experiências, construir metodologias, aprender com os colegas.

         Para a formação de educadores, vi várias organizações e empresas se unirem em um ano difícil para todos. O Instituto iungo é um desses casos. Em seu primeiro ano de atividade, firmou parcerias com as secretarias de Educação de Minas Gerais e de Santa Catarina, além de universidades de ponta e outros institutos. Esse trabalho envolveu 4.070 educadores em seus programas de formação e disponibilizou gratuitamente inúmeros materiais pedagógicos formativos para apoio ao trabalho docente, beneficiando indiretamente milhares de estudantes. Além disso, as lives e webconferências formativas promovidas pelo iungo alcançaram a marca de 170 mil visualizações. Outro que também buscou apoiar os educadores e vale conhecer melhor é o Instituto MRV. Por meio do seu programa Educar para Transformar – Chamada Pública de Projetos, a organização sem fins lucrativos mantida pela MRV apoia dez projetos de Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que realizam ações e atividades junto aos professores de escolas de ensino fundamental II e ensino médio em Recife (PE), São Paulo (SP), Maringá (PR), Salvador (BA), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e São José (SC).

         Educação é um direito de todos e, em tempos de pandemia, evidenciou-se ainda a relevância da escola para que as novas gerações de brasileiros se desenvolvam integralmente. Não há educação de qualidade sem professor qualificado.”.

(Paulo Emílio de Castro Andrade. Diretor em educação do Instituto iungo e doutorando em educação (USP), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 17 de março de 2021, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 26 de março de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Saber dizer com sabor

        A sabedoria cristã inspira modos de se expressar caracterizados pelo sabor do Evangelho de Jesus, que tem como núcleo central o amor. É um saber dizer com o sabor do Evangelho. O amor, núcleo central da Palavra de Deus, é a grande praça onde podem se encontrar pessoas de diferentes confissões religiosas, múltiplas culturas. É sabor insubstituível, com força para fazer das diferenças uma grande riqueza, inspirando as transformações necessárias para este tempo. E o sabor do Evangelho tem uma “carta magna” consagrada, o Sermão da Montanha, narrado com magistralidade literária pelo evangelista Mateus. A força da palavra articula a ortodoxia do testemunho, comprovação de fidelidade autêntica, validando a exatidão de toda formulação e compreensão conceitual. A leitura do Sermão da Montanha, em atitude de prece, é um exercício sapiencial que convida a cultivar sabor no saber dizer.

         Estudos linguísticos e a vida cotidiana mostram que a palavra é instrumento indispensável e determinante na constituição de processos culturais e humanísticos. Todo fenômeno humano depende da palavra, que tem força própria, em conexão com mundividências e com ordenamentos da mente. Inadequadamente empregada, a palavra pode ficar desprovida de sua força constitutiva e edificante. Pode ainda alimentar dissonância, sem propriedades para possibilitar o reconhecimento de novos horizontes na vida social, política e também religiosa. Expressar-se é atitude que exige responsabilidade – dizer com sabor do Evangelho – para bem desempenhar as próprias responsabilidades.

         Não é difícil constatar que muitos se expressam de modo medíocre, sem conseguir gerar o que é necessário para promover o bem. Ao contrário, semeiam o caos, alimentado por quem não sabe falar com o sabor do Evangelho. Um descompasso comum nos muitos espaços de convivência e nas diferentes formas de relacionamento humano. Um pai de família que não sabe instruir seu filho, a partir de palavras alicerçadas no Evangelho, compromete a qualidade do processo educativo no contexto familiar. Dizer com o sabor do Evangelho precisa ser compromisso de todos, especialmente dos cristãos. Aos que professam a fé cristã, esse modo de dizer exige força de profecia – ser porta-voz da verdade que aponta a urgência de se tomar rumos novos para construir um mundo melhor. Exige também palavras de consolação, capazes de contribuir para que as pessoas encontrem sentido e esperança na vida – modos de expressar que são bálsamo para o coração. A palavra dos cristãos, com sabor do Evangelho, deve ser, ao mesmo tempo, profética e consoladora, reconforto e lúcida força educativa, para ajudar a humanidade na conquista de novas compreensões.

         Há de crescer a consciência de quanto é insubstituível e necessária a capacidade de se comunicar com o sabor do Evangelho, para levar harmonia e qualificação a muitos processos institucionais, inclusive nos âmbitos políticos, culturais e religiosos. Nesses diferentes campos, estabelece-se uma confusão de entendimentos, com a multiplicação de subjetivismos, nas estreitezas de interesses particulares e limitada perspectiva humanística. A liberdade de se expressar, neste tempo de muitas facilidades para fazer circular as próprias palavras, exige, neste mundo que permanece fechado à fraternidade social, um remédio: palavras com o sabor do Evangelho. É, a cada instante, um risco emitir juízos e opinar sem saber dizer com esse necessário sabor. Não basta somente usufruir-se do direito de dizer, ou valer-se dos meios tecnológicos para se expressar. Todos têm o dever de oferecer contribuição, sem faltar com a verdade, promovendo as urgentes correções de rumos, plantando esperanças, a serviço de um desenvolvimento integral e inclusivo.

         Sejam mais ouvidos aqueles que sabem dizer com o sabor do Evangelho, para que o mundo se liberte de obscurantismos e fechamentos. O Papa Francisco, na sua Carta Encíclica Fratelli Tutti, sobre a amizade social, focaliza o mundo fechado deste tempo, com indícios de regressão, em contradição diametral a muitos avanços e conquistas obtidos pela humanidade, para dizer que o amor, a justiça e a solidariedade não são alcançados de uma vez e para sempre. “Há de ser conquistados cotidianamente”. Nesta conquista conta a palavra dos que sabem dizer com o sabor do Evangelho, inspirando novas compreensões nos campos da ciência e da tecnologia, da política e da espiritualidade.

         Para amalgamar tudo o que se aprende e se sabe, os recursos existenciais e profissionais aprendidos, para ser livre de um modo néscio de falar e, sobretudo, da incompetência na execução das próprias responsabilidades, é preciso, com humildade, inspirar-se na literatura sapiencial de Israel, na prece de Salomão, e suplicar: “Ó Deus, Senhor de misericórdia, que tudo fizeste com tua Palavra... para governar o mundo com santidade e justiça e exercer o julgamento com retidão de coração... dá-me a sabedoria... manda-a para que me acompanhe e trabalhe comigo...”. Assim, todos possam saber dizer com o sabor do Evangelho.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

 a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a estratosférica marca de 329,30% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,59%; e já o IPCA, em fevereiro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 5,20%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

        

 

  

 

        

        

 

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