quinta-feira, 4 de março de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DO APRENDIZADO, SOLIDARIEDADE E ALTRUÍSMO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DA INTEGRIDADE E BOA GOVERNANÇA NA SUSTENTABILIDADE

“O que aprendemos com a pandemia

        Ainda no curso da pandemia, agora com um pouco mais de esperança em razão do desenvolvimento da vacina, não tivemos, certamente, a isenção necessária para avaliar todos os impactos que este momento causou, mas as tendências estão aí para isso: prever um pouco as mudanças que irão se firmar com o próximo jeito ordinário de fazer as coisas.

         No início deste ano, várias instituições e empresas, da Accenture ao Pinterest, lançaram seus relatórios de tendências e muitas delas passam pelos grandes temas disruptivos como trabalho remoto ou uma derivação deste que é o nomandismo digital, rituais de cuidados com a saúde, faça você mesmo, novas organizações a partir do senso de coletivo, empatia etc.

         Trabalho com gestão da sustentabilidade e projetos sociais há mais de 15 anos e, lendo todas essas tendências, tentei entender um pouco como elas poderiam refletir na agenda das políticas de investimento social privado, relacionamento com a comunidade ou corporate social responsability, como são tradicionalmente conhecidas as práticas de estruturação de projetos pela iniciativa privada para a promoção do desenvolvimento social.

         Essas políticas, em sua maioria, têm um recorte orientado pela atuação territorial das companhias, procurando minimizar o impacto das operações. Outro recorte bem comum é a atuação social orientada pelo core da empresa, acelerando o desenvolvimento a partir da troca de tecnologias e expertises entre a empresa e a sociedade.

         No entanto, esses programas em sua maioria têm outro ponto em comum: eles foram se constituindo de forma muito autoral. Por mais que muitas temáticas sejam comuns, como educação, conservação ambiental, acesso à tecnologia, é raro ver mais de uma empresa assinando o mesmo projeto, ou seja, convergindo esforços e recursos para o mesmo fim.

         Isso, por si só, não pode ser lido como um problema. O objetivo está sendo alcançado, a transformação é relevante, os resultados são comprovados, mas não podemos sair dessa pandemia sem nos perguntarmos, o que aprendemos e como podemos fazer melhor?

         Tivemos vários “bons exemplos” na pandemia, mas, para esse tema, nosso bom exemplo foi a mobilização enorme das empresas para o mesmo projeto. A causa nos foi imposta, e a resposta dada a ela é o grande aprendizado.

         O esforço para reparação dos ventiladores pulmonares é um destaque de uma ação coordenada. A expertise de técnicos e engenheiros de vários setores industriais, foi colocada à disposição das unidades de saúde para conserto dos equipamentos. Coordenada pelo Senai, a iniciativa mobilizou empresas, instituições e órgãos de governo, e 2.400 respiradores foram recuperados para integrar a força-tarefa no combate à Covid-19.

         Nos últimos anos, associações empresariais para a melhoria da qualidade na educação do país, proteção ambiental, dentre outras, emergiram, e precisamos somar a esta articulação a realização de projetos em coautoria.

         Se o grande indicador de resultado dos projetos sociais está na reputação das empresas, esta estará cada vez mais associada à nossa capacidade de atuação social conjunta.”.

(Luciana Costa. Coordenadora de sustentabilidade da Stellantis para a América do Sul e vice-diretora do Instituto Minas pela Paz, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 26 de fevereiro de 2021, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 1 de março de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Apenas um retoque

        No acordo da Vale, apesar de ter sido o maior de todos os tempos (por ter o valor equivalente ao de dez grandes fábricas de automóveis), nota-se, depois da abertura dos termos que o integram, uma metodologia que poderia ser mais produtiva. Esta corre o risco de seguir o destino das demais obrigações assumidas pela Vale e nunca cumpridas.

         Parabéns a todos que participaram. Talvez a lembrança de colocar nas discussões os prefeitos das cidades atingidas pudesse ter deixado mais redondo o acordo. Hoje, entretanto, o esquecimento é normal, num momento em que a representatividade por meio do voto popular, prevista no artigo 1º da Constituição, está fora da moda.

         Os pressupostos do acordo imaginam que a Vale seja uma organização séria e bem-intencionada quando se trata de pagar obrigações e executar contrapartidas e intervenções indenizatórias.

         Não é bem isso: o passado condena a mineradora, sem apelação.

         Por óbvias razões, seus diretores são medidos e compensados pelos lucros que geram, pelas economias que realizam e, finalmente, pela preservação da imagem da companhia.

         Nunca foi preso um diretor da Vale, apesar dos desastres incalculáveis, de centenas de mortes por omissão. Nem foram penalizados pelas condutas protelatórias e evasivas no cumprimento de obrigações de FAZER.

         O corpo jurídico poderoso colocou a Vale ao reparo de pagamento e de condenações.

         Os exemplos deixados pela Vale mostram que, de regra, se evadiu dos termos de acordos celebrados com entes públicos para reparações e contrapartidas. Sem FAZER, sem PAGAR, sem ser PUNIDA.

         A VLi, logística controlada pela Vale, assumiu o Termo 4.131/2013 com a ANTT, que a obrigava a FAZER obras em contrapartida que beneficiariam  mais de 50 municípios, ao longo dos trechos de ferrovia administrados: “O valor devido pela Concessionária em função da degradação apresentada pela via férrea será convertido em investimentos, a serem efetuados pela FCA (VLi) na Malha Centro-Leste, conforme relação de projetos indicados pelo Ministério dos Transportes (ANEXO I), no montante de R$ 761.757.731, 91, data-base de março de 2012, corrigidos anualmente pela IPCA, acrescidos de 15% a título de vantajosidade para o setor público (dispositivo retificado no ‘DOU’ de 2.9.2013)”.

         O valor atualizado representa alguns bilhões, mas a VLi conseguiu nada fazer. Contorceu-se de todas as formas, até o término do prazo contratual de oito anos, para evadir-se de FAZER uma só obra. No caso de Betim, único dos municípios que levou a VLi até a ANTT e conseguiu se habilitar, a habilidade do jurídico da empresa conseguiu que nada fosse realizado, absolutamente nada. Tem demanda judicializada por Betim sem movimentação até hoje.

         Pior ainda é o comportamento da Renova, fundação criada pela Vale em acordo com o Poder Judiciário para reparar os prejuízos da queda da barragem de Mariana. Os danos, avaliados em R$ 155 bilhões, se transformaram de “carruagem em abóbora” de R$ 5 bilhões iniciais, e deles as obras inexpressivas garantem a manutenção da devastação do rio Doce em seus 640 km de extensão.

         Alguém pensa que a obrigação da Vale de FAZER é para FAZER? O passado deu sua resposta.

         Mostra que, para uma empresa que gasta US$ 7 para extrair uma tonelada de minério, que venda por US$ 175, a consideração com obras é insignificante, nas prioridades e em seus lucros.

         A Vale não presta atenção a quanto gasta em obras que poderia realizar por muito menos de quanto um setor privado competitivo e probo consegue.

          Os parâmetros de gastos da VLi, controlada da Vale, na execução de transposições de linha férrea, chegam a ser muitas vezes maiores de quanto resultam numa concorrência pública, disputada por várias construtoras. Em Betim, onde a VLi orça R$ 35-40 milhões, com R$ 8-9 milhões, por meio de licitação pública, se resolve. Uma transposição que não podia aguardar, realizada pela prefeitura, resultou nessas proporções de economia de gastos.

         Tirados os parâmetros pelas práticas da Vale na construção de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de alto padrão, um município probo e competente, atendendo a Lei 8.666, por meio de licitação, pode realizar até cinco unidades com o mesmo valor. E, se isso não for adotado, quem perde é a população, que receberá um, e não cinco.

         Ainda na alocação dos recursos, sempre surge um questionamento: “Melhor investir na distribuição de peixes para matar a fome imediata ou investir em varas e aulas de pesca que garantam ad aeternum a emancipação econômica da pessoa e seus descendentes?”. Digo que, quanto mais varas, ou infraestrutura permanente e investimento sustentável quanto multiplicadoras, mais benefícios serão alcançados. Observa-se que, no acordo, os valores garantidos à bacia do Paraopeba para a saúde pública, maior demanda da população, brigam por insuficiência com a realidade.

         Os valores de R$ 37,68 bilhões, quanto mais rapidamente forem aplicados, e quanto mais corretamente em “varas”, maiores serão os efeitos no tempo e no espaço, mudando o perfil da sociedade enriquecida de oportunidades.

         A Vale é reconhecida pela sua desconsideração histórica com a população dos municípios, dos Estados e até do país que lhe deu origem. Nascida em Itabira, a Vale tem a cidade como cartão-postal de abandono. Com obras malfeitas e uma cidade vampirizada.

         Pois é, o acordo dá à Vale a obrigação de FAZER, e ela sempre mostrou uma tecnologia requintada para NÃO FAZER (Renova e VLi).

         Sem alterar o acordo, mas apenas considerando o FAZER da Vale, como FAZER o PAGAMENTO de obras e intervenções delegadas a entes públicos, sempre que sejam possíveis, e submetidos à Lei 8.666 e ao controle legal de TCE, TCU, MPF e MP e auditoria independente, presume-se que essas compensações, data venia, poderiam render muito mais e deixar uma região e um Estado mudado, preparado para um futuro bem melhor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro a estratosférica marca de 329,30% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 119,59%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,56%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 520 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a

proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

59 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2020)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação ...  

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

        

                  

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