“Quem é o protagonista da sua saúde?
Saúde
não é decidida com um simples jogar de moedas. Não é uma questão de sorte.
Percorremos, mesmo sem saber, um caminho que pode nos levar a lugares bons ou
ruins.
Enquanto
médica, sou responsável pela saúde das pessoas, não posso simplesmente
prescrever um anti-hipertensivo para pressão ou um analgésico para artrose.
Não
posso retirar a responsabilidade de meu paciente em relação ao próprio futuro
escolhendo dizer que seu problema degenerativo é genético e que não há nada que
ele possa fazer. A própria nomenclatura “paciente” já parece retirar o
indivíduo de uma situação de controle de sua saúde.
Uma
pessoa consciente de si mesma e disposta a se conscientizar é uma forte
ferramenta de cura.
Não
existe um antídoto universal para todos os problemas do mundo, mas já
conhecemos muito sobre o adoecimento e como evitá-lo. Portanto, envolver a
pessoa no processo de construção de saúde é generoso, dessa forma ele se
tornará protagonista de sua história e menos dependente de remédios e de
médicos.
A
obesidade representa um risco para doenças crônicas severas: como diabetes tipo
II, doenças cardiovasculares como hipertensão, acidentes vasculares cerebrais,
alguns tipo de câncer, além de apresentar um agravo importante para dores
causadas por artrose e problemas de coluna.
Quanto
maior o tempo que a pessoa passar com sobrepeso e quanto mais cedo adquirir
maiores são os seus riscos de desenvolver adoecimento. Este, infelizmente, é um
fator que reduz a expectativa de vida.
Prevenir
é sempre melhor do que remediar. Com o sobrepeso não é diferente.
Uma
relação honesta que implique amorosamente o indivíduo com a sua história é
muito importante para mudar esse jogo.
Frequentemente
eu repito a frase: evite remédios, tome atitudes.
É
claramente frustrante para o paciente perceber que ele tem responsabilidade no
processo do próprio adoecimento. Muitas vezes ele chega até a assumir uma
postura desafiadora em relação à medicina, mas, quanto paciente e médico se
deslocam da dinâmica “vítima-salvador”, o processo que se constrói é muito mais
verdadeiro e sustentável.
Fazer
uma consulta médica é prestar uma consultoria de saúde, é avaliar o caminho
realizado e apontar novas possibilidades. Apenas usar um medicamento que anule
os sintomas do corpo, quanto se trata de doenças crônicas degenerativas, é
prendê-lo em dependências progressivas até chegar em insuficiências.
Mais
nobre que tratar doenças é orientar o indivíduo para não as ter. ainda estamos
muito distantes desse modelo de relacionamento entre médico e paciente, mas
devemos buscá-lo tanto para evitarmos problemas degenerativos como para evitar
a obesidade, que é um fator que potencializa a maior parte delas.
A
simples conduta de incluir uma porção de vegetais e frutas na dieta já faz uma
enorme diferença.
O “paciente”
consciente tem muito mais poder sobre sua própria saúde do que ele imagina.”.
(Meira Souza. Médica e escritora, em artigo
publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 24 de julho de
2021, caderno OPINIÃO, página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 23 de julho de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Palavra credível
Agora
é ainda mais urgente dar ouvidos à palavra credível – e vale outro
pronunciá-la. Seja cultivada a capacidade para ouvir discursos com
credibilidade e invista-se também na habilidade para pronunciamentos que,
efetivamente, estejam alicerçados na verdade. A sociedade precisa ser
interpelada por palavras credíveis, necessárias aos processos de reconstrução e
recomposição de seu tecido sociopolítico.
Ora, não
basta simplesmente dizer o que se quer ou o que se pensa, nem opinar a partir
das estreitezas de uma determinada perspectiva. Revitalizar o protagonismo da
palavra credível é obrigação cristã, remédio às opiniões polarizadas e aos
posicionamentos que desagregam. A cidadania qualificada reconhece: a
credibilidade nos discursos representa uma necessidade para o diálogo social
que é capaz de edificar nova cultura.
Nessa
perspectiva e considerando as disputas eleitorais no horizonte da sociedade
brasileira, os diálogos sobre política não devem se restringir aos nomes de
candidatos. Ao invés disso, o processo eleitoral precisa ser oportunidade para
amplo diálogo, a partir da compreensão de que a participação cidadã não termina
com a conclusão da etapa eleitoral.
Infelizmente,
há um entendimento equivocado sobre o campo político que impõe limites e
cegueiras a muitas pessoas, permitindo hegemonias e domínios que atrasam
transformações civilizatórias inadiáveis. Esses limites e cegueiras são
fortalecidos por equívocos do contexto partidário, grande responsável na
difusão de inadequado entendimento sobre a política. Dessa forma, muitos
desconsideram o papel da política na configuração de uma cidadania capaz de dar
rumos novos à sociedade, desde o âmbito da representatividade parlamentar e
governamental àquele que permite aos cidadãos e cidadãs uma interação inteligente,
colaborativa, necessária à promoção da igualdade social.
A
política, em seu sentido amplo, relacionado ao permanente exercício da
cidadania, é protagonista na construção de uma nova cultura, tecida a partir do
compromisso social de se promover a palavra credível. O papa Francisco tem
insistido: é urgente e inegociável investir na cultura do encontro para superar
aquelas dialéticas que resultam, simplesmente, em desavenças – “uns contra os
outros”.
Note-se
que a política partidária no Brasil tem se tornado uma promotora de
polarizações, anulando possíveis avanços que dependem da capacidade para o
diálogo. Por isso mesmo, é necessário priorizar a palavra credível. Um caminho
que se efetiva aprendendo o que canta Vinícius de Morais, no Samba da benção,
citado pelo papa Francisco, na sua Carta Encíclica Fratelli Tutti: “A vida é a
arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida”. Interpelante é a
imagem ali evocada, ao falar de um estilo de vida onde as diferenças podem
conviver, integrando-se enriquecendo-se e iluminando-se reciprocamente.
Sempre
se pode aprender algo com o outro – ninguém pode ser desconsiderado. A
reverência a esse princípio cidadão aponta a importância singular de cada
encontro, ancorado na fidelidade à palavra credível – que significa respeito ao
outro e ao cumprimento fraterno da tarefa de se exercitar a capacidade da
escuta.
Eis um
caminho para constituir nova cultura, fruto de dinâmicas relacionais marcadas
por falas e escutas que busquem alcançar respostas novas, qualificar escolhas,
distanciando-se da ânsia de impor opiniões pessoais, não raramente resultado de
cristalizações subjetivas, interesses balizados pela mesquinhez e pela
ganância.
Sejam
cada vez mais cultivados o entusiasmo e a aspiração pelo contato que configura
a colaboração entre as pessoas, objetivando a construção de uma sociedade mais
justa e solidária, capaz de vencer a exclusão social. Nesse necessário processo
de colaboração, a palavra credível é um discurso capaz de construir novas narrativas
que promovam a paz – superando aquelas delineadas nas disputas partidárias
interesseiras.
A
palavra credível, sincera, transparente e indissociável da capacidade para
escutar pode levar à cultura do encontro. Essa palavra jamais irá comprometer a
sinceridade e a verdade. É urgente reconhecer: a palavra credível, bem
diferente dos discursos populistas, manipuladores, regidos por interesses
cartoriais, consegue promover o encontro. Desencadeia dinâmicas que contribuem
para a civilização tornar-se “capaz de recolher as diferenças”, conforme diz o
papa Francisco, que acrescenta: “Armemos os nossos filhos com as armas do
diálogo. Ensinemos-lhes a boa batalha do encontro” – somente exequível por meio
do compromisso sério com a palavra credível.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como:
a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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