quinta-feira, 22 de julho de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS POTENCIALIDADES DAS GOVERNANÇAS GLOBAIS NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO ZELO COM A CASA COMUM NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Pandemia ajudou ou atrapalhou preservação ambiental?

        No início da pandemia do coronavírus, o Brasil e o restante do mundo começaram a avaliar como o novo contexto de vida influenciaria as questões ambientais e na forma como homem e natureza passariam a conviver.

         Vimos as cidades se tornando mais vazias, graças ao isolamento social, menor circulação de carros, paralisações de linhas de produção e uma série de outras alterações que nos fizeram questionar se seria possível viver em maior harmonia com o meio ambiente, dali em diante.

         No entanto, a passagem pela pandemia se deu de formas distintas nas mais variadas sociedades ao redor do mundo e, por conta das características socioeconômicas de cada uma, era impossível esperar resultados parecidos em todos os casos.

         Apesar de se criar maior conscientização global a respeito da importância do cuidado com a natureza (até mesmo para se evitarem novas crises sanitárias), países como o Brasil, mais afetados pelos danos da pandemia, ainda não realizaram a devida preservação ambiental, enquanto lidavam com os danos do momento atual.

         Mesmo assim, não se pode deixar de lembrar que não existe boa qualidade de vida e saúde da população sem preservação do habitat comum às espécies. Abdicar do cuidado com a natureza significa permanecer vulnerável ao desenvolvimento e propagação de novas doenças, decorrentes do desequilíbrio ambiental.

         Embora o Tribunal Penal Internacional e demais órgãos mundiais estejam de olho na relação entre esses dois fatores – vide a apresentação do ecocídio como crime contra o planeta, que caminha para a penalização –, o Brasil ainda caminha em passos lentos e continua buscando entender como penalizar de forma assertiva o desmatamento ou até mesmo como manter um Ministro do Meio Ambiente que realmente aja em harmonia com o escopo que o trabalho exige.

         Hoje, depois de mais de um ano de enfrentamento a pandemia de coronavírus, é possível dizer que, mais uma vez, o Brasil se viu na contramão do que determinam as governanças globais. Deixando os cuidados a nossas florestas, mares e rios de lado e afrouxando políticas de fiscalização, mesmo que de forma velada.

         Por aqui, a pandemia serviu como tapume para questões graves que continuaram a assolar o país durante todo o período de enfrentamento do vírus, ganhando um papel oposto ao que se viu nas demais nações.

         É impossível dizer que, no final das contas, ela nos ajudou em algo, mas também não é possível dizer que a culpa nisso tudo seja somente do vírus.”.

(Cristiana Nepomuceno. Presidente da Comissão de Direito de Energia da OAB/MG e especialista em direito ambiental pela Universidade de Alicante (Espanha) e mestre em direito ambiental pela Escola Superior Dom Helder Câmara, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de julho de 2021, caderno OPINIÃO, página 19).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 9 de junho de 2021, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Ignacia Holmes e Dafna Bitrán, e que merece igualmente integral transcrição:

Oficial de Agricultura Sustentável e Resiliente da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) para a América Latina e o Caribe

Especialista em biodiversidade da FAO para a América Latina e o Caribe

“Projetos ambientais podem

  gerar empregos e crescimento

        Estamos em um momento crucial. A pandemia  de Covid-19, com seus enormes impactos econômicos, humanos e sociais, uniu-se ao grande desafio de nosso tempo: a mudança climática. A atenção do mundo hoje está voltada para conter a crise sanitária: é mais urgente do que nunca reconstruir economias, restaurar empregos e rendas. Mas a pergunta que devemos fazer é: que tipo de recuperação nós queremos?

         Aceitaremos o mesmo modelo que implantávamos antes da pandemia ou aproveitaremos essa oportunidade para impulsionar uma recuperação com transformação climática, na qual avançamos em conjunto, com esforços contra as mudanças do clima e com a redução da pegada ambiental na agricultura?

         As evidências estão cada vez mais claras: proteger o meio ambiente, enfrentar a mudança climática e avançar rumo a uma agricultura sustentável são algumas das melhores maneiras de melhorar a qualidade de vida das pessoas de nossa região.

         Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as mudanças estruturais necessárias para atingir um cenário de produção neutra em carbono até 2030 na América Latina e no Caribe poderiam gerar 15 milhões de empregos.

         Um estudo de Nicholas Stern e Joseph Stiglitz mostra que, após a crise de 2008, medidas de estímulo com foco ambiental geraram mais empregos e melhor crescimento do que as alternativas tradicionais.

         Não podemos mais pensar que conservar, sustentar e reduzir as emissões são restrições que afetam o desenvolvimento produtivo. A tarefa complexa e necessária é identificar estratégias e soluções concretas que nos permitam resolver a equação do desenvolvimento sustentável em suas três dimensões econômica, social e ambiental.

         A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) afirma que a transformação sustentável do setor agroalimentar, através de inovações tecnológicas e institucionais, será uma fonte de retomada do crescimento econômico.

         Na América Latina e no Caribe há muitos exemplos disso: no Equador, um projeto de pecuária inteligente permitiu que mil pequenos agricultores aumentassem sua renda em 40%, melhorassem a qualidade do solo em 40 mil hectares e reduzissem suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 20%, evitando a emissão de 24.000 toneladas de carbono equivalente.

         No México, um projeto para promover tecnologias eficientes e de baixa emissão na agricultura e na agroindústria permitiu que 1.842 agronegócios reduzissem suas emissões líquidas de GEE em 6 milhões de toneladas de CO2, além de produzir energia a partir de biomassa.

         No Uruguai, um projeto sobre as melhores práticas e alternativas ao uso de pesticidas, que trabalhou com mais de 2.000 técnicos e produtores, demonstrou que, ao fazer ajustes na gestão, seria possível reduzir o uso de herbicidas em até 70% em um ciclo de produção de soja, sem afetar os custos, o que significou uma economia média de US$ 40 por hectare para os casos avaliados.

         Um projeto de manejo sustentável da pesca de arrasto, principalmente de camarão, reduziu a pesca não intencional de espécies em até 36%, reduzindo seu impacto ambiental no Brasil, no Suriname e em Trinidad e Tobago graças às novas redes e à tecnologia.

         Estes e outros exemplos fazem parte de uma publicação da FAO, “Rumo a uma agricultura sustentável e resiliente na América Latina e no Caribe”, que será lançada na quinta-feira (10) e que mostra que a recuperação sustentável da pandemia e a transformação dos sistemas agroalimentares são possíveis.

         Se pudermos replicar tais iniciativas em grande escala, sem dúvida geraremos melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e uma vida melhor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a estratosférica marca de 329,62% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 122,12%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,35%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

        

 

 

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