segunda-feira, 19 de julho de 2021

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DAS NOVAS ESTRUTURAS DA SAÚDE NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA NA QUALIFICAÇÃO DAS LIDERANÇAS POLÍTICAS NA SUSTENTABILIDADE

“Coronavírus dificulta diagnóstico

  precoce de outras doenças

        Vivemos um dos piores momentos da saúde no Brasil. Além da pandemia de Covid-19, com seus inúmeros desdobramentos sociais, econômicos e políticos, a diminuição na identificação de novos casos de pacientes diagnosticados com tumores de próstata, rim e bexiga preocupada a comunidade médica urológica.

         Levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia de São Paulo, em parceria com instituições de saúde paulistas responsáveis pelo atendimento de pacientes do SUS, mostra que a pandemia gerou uma redução média, e grave, de 26% no número de novos casos de tumores de rim, próstata e bexiga. Os dados compararam a identificação de registros de câncer gênito-urinário nos anos de 2019 e 2020.

         As informações são do Hospital Amaral de Carvalho, de Jaú, do Instituto do Câncer da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, do Hospital AC Camargo Câncer Center, de São Paulo, do Hospital das Clínicas da Unicamp, de Campinas, e do Hospital São Paulo, da Escola Paulista de Medicina/Unifesp, de São Paulo.

         O Hospital das Clínicas da Unicamp, por exemplo, observou uma queda de 52% no diagnóstico de novos casos de câncer de bexiga e 63% nos de rim. Já no Hospital AC Camargo Câncer Center, a redução foi de 24% para os tumores da bexiga e 29% nos de rim. Os dados para o câncer de rim do Hospital São Paulo mostraram redução de novos casos de 35% - 40 casos em 2019, contra 26 em 2020.

         Na análise dos diagnósticos de novos registros de câncer de próstata – tumor urológico de maior prevalência no homem –, a redução média entre todas as instituições foi de 33%. O Hospital AC Camargo apresentou queda de 48%, e o Hospital das Clínicas da Unicamp de 61%. Em números absolutos, o Hospital São Paulo diagnosticou 57 novos casos de câncer de próstata em 2020, ante 76 em 2019. Já o Hospital das Clínicas da Unicamp atendeu 67 novos casos em 2020, contra 172 diagnosticados em 2019.

         O Instituto Nacional do Câncer (INC) estimou em cerca de 13.650 novos casos de câncer de próstata em 2020 para o estado de São Paulo. Com a redução medida observada nas instituições (33,41%), podemos inferir que, no primeiro ano da pandemia, deixaram de ser realizados em nosso estado aproximadamente 4.560 diagnósticos de novos casos dessa neoplastia maligna.

         A diminuição da oferta de atendimento nas unidades de saúde, associada ao medo das pessoas de se exporem em locais contaminados, promoveu uma drástica redução na identificação de pacientes com doenças oncológicas. No entanto, o rastreamento sistemático e o diagnóstico precoce dos cânceres urológicos são fundamentais. O quanto antes o tumor for identificado e tratado, melhor será o resultado e a possibilidade de cura.  Se não houvesse a pandemia em 2020, teríamos que ter o mesmo número de diagnósticos, ou mais, do que tivemos em 2019 – e o que justamente aconteceu foi uma redução.”.

(Geraldo Faria. Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (São Paulo) e membro da Associação de Urologia e da Associação Europeia de Urologia, em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 25 de junho de 2021, caderno opinião, página A3).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 16 de julho de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Pela política melhor

        A sociedade brasileira costuma enjaular o diálogo em torno de nomes ao tratar de política. As reflexões a respeito de candidaturas constituem capítulo indispensável, especialmente no contexto da política partidária, pois possibilitam realçar nomes com condições adequadas para representar o povo. Mas é importante que essas reflexões sobre candidaturas sejam precedidas e, permanentemente, emolduradas pelo diálogo que promove a política melhor – referência ao título do capítulo quinto da Carta Encíclica Fratelli Tutti do papa Francisco.

         Ora, o povo, no cumprimento de sua tarefa cidadã, em conformidade com a Constituição Federal, é o grande protagonista do processo eleitoral, garantia de uma democracia amadurecida. Neste momento em que o país antecipa discussões sobre o processo eleitoral de 2022, priorizando debates sobre nomes que podem ser submetidos ao voto, há de se evitar sério risco: não se investir na recomposição de adequados entendimentos sociais – imprescindíveis para que a sociedade brasileira construa uma política melhor.

         Quando são consideradas as polarizações sociais e as dificuldades de se elaborar percepções para rumos novos, comprova-se a importância de se promover, massivamente, situações que favoreçam a construção de entendimentos, a partir do diálogo que leva à política melhor. Assim, atende-se a uma necessidade educativa e civilizatória no caminho da recuperação da sociedade, que sofre injunções pesadas – dentre as mais graves, as consequências da pandemia da Covid-19, além dos muitos retrocessos que golpeiam a jovem democracia brasileira. Por isso é necessário investir no diálogo que promove a política melhor, uma oportunidade de exercitar a capacidade de ouvir, para adquirir o conhecimento que afasta o contexto político de irracionalidades e manipulações. Esse diálogo qualificado, consequentemente, pode levar a escolhas mais acertadas de nomes submetidos a sufrágios eleitorais. É caminho, pois, para vencer esquemas de corrupção que promovem – e se alimentam – das vergonhosas desigualdades sociais, dos atentados contra o meio ambiente, do desrespeito a direitos, vitimando povos indígenas, dentre outras minorias.

         A sociedade brasileira, com suas instituições e segmentos, precisa se dedicar à recomposição de sua realidade sociopolítica, o que exige muito investimento. É preciso cuidado para que o país não se envolva, simplesmente, na discussão de nomes, desobrigando-se da tarefa de construir um entendimento civilizatório mais lúcido e abrangente, a ser alcançado com a contribuição da ciência, de estudos e debates. Sem a construção desse entendimento civilizatório, corre-se o risco de empobrecer o processo eleitoral, conferindo-lhe características das disputas entre torcidas no âmbito do esporte. Escolhas políticas jamais podem se estreitar nos parâmetros das simpatias e escolhas esportivas, pois são determinantes na configuração dos rumos de uma sociedade. Se essas escolhas forem equivocadas, consolidam-se práticas irresponsáveis e sem o lastro humanístico necessário para o exercício da liderança que está a serviço do povo, do seu destino e da sua identidade.

         A história mostra que escolhas equivocadas levam sociedades ao fracasso. Por isso mesmo, é preciso lutar e contribuir para o adequado funcionamento das instituições democráticas e pelo exercício da cidadania – todos reconhecendo seus direitos e deveres. O processo eleitoral deve constituir uma importante oportunidade para o debate social – com o objetivo de consolidar a política melhor. A sociedade depende muito de qualificada politização dos seus cidadãos, que não podem deixar-se aprisionar por polarizações, negacionismos e escolhas parciais. Debates sobre temas e valores constituem desafio para sociedades pluralistas com sérias lacunas humanísticas e carência de princípios morais.

         O papa Francisco sublinha a importância da política, partilhando entendimento muito precioso: a rejeição da corrupção, do mau uso do poder ou da falta de respeito às leis não deve justificar uma economia sem política. A política é imprescindível para lidar com os vários aspectos da crise atual. As lógicas econômicas que escandalosamente favorecem grupos poderosos sacrificando o bem comum, o respeito aos pobres e a preservação da casa comum somente poderão ser superadas a partir de qualificadas lideranças políticas – cidadãos com visão humanística e capacidade para intuir os caminhos do equilíbrio, da garantia da justiça e do bem.

         Investir agora no diálogo que promove a política melhor permite desenvolver critérios adequados que possibilitem eleger representantes do povo com a competência para ajudar na recomposição da sociedade, promovendo reformas em interlocução com diferentes segmentos. Aos que pretendem se candidatar a cargos nos poderes, é importante lembrar: não é adequado apresentar-se como defensor de alguns princípios, atendendo expectativas de grupos específicos, mesmo com prejuízos a uma política salutar, capaz de reformar instituições, coordená-las e dotá-las de bons procedimentos para a superação de pressões e inércias viciosas. O papa Francisco, lucidamente, sublinha que o papel da política melhor não pode ser substituído pela economia. Importa muito, agora, mesmo na exiguidade do tempo e considerado o tamanho da demanda, intensamente dialogar sobre a política melhor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a estratosférica marca de 329,62% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 122,12%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,35%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

        

 

 

 

Nenhum comentário: