A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA PSICOLOGIA E VISÃO OLÍMPICA NO PLENO DESENVOLVIMENTO HUMANO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA CIDADANIA, HUMANIDADE, ESPIRITUALIDADE E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA SUSTENTABILIDADE
“A força da psicologia do esporte
Passada
mais uma edição olímpica, ainda com a sensação de um vendaval sobre o mar do
Japão, lei avaliações de todos os tipos.
Vou me
deter àquilo que me considero capacitada a discutir: esses foram os Jogos da
saúde mental. Não que antes esse quesito não fizesse parte da boa preparação de
atletas, mas porque era inegável a falta de entendimento sobre esse tópico.
E não
pensem que o desconhecimento e o preconceito eram coisas aqui da terra
brasilis. Psicólogos de todo o mundo costumam bradar a plenos pulmões as
dificuldades em superar o preconceito em relação a um tema de fundamental
importância, porém altamente controverso.
Isso
talvez se deva à complexidade da própria psicologia. Ciência que tem em seu
escopo uma variedade teórica que vai do inconsciente à análise do
comportamento, passando pelo estudo de grupos sociais ou de pessoas em
diferentes estágios do desenvolvimento, viu-se próxima do esporte há quase um
século. Isso quando o esporte nem era o fenômeno social que é hoje.
Fato é
que durante muito tempo a psicologia do esporte preocupou-se em fazer atletas
parecerem superpoderosos, ajudando a azeitar a máquina que tinha finalidades
outras além da competição esportiva.
Controlar,
render, produzir, dominar eram verbos recorrentes na preparação de atletas para
chegar ao lugar mais alto do pódio. As teorias da psicologia do esporte que
vinham das grandes potências ofereciam manuais e handbooks com vasto material
aplicado nos rincões que normalmente dominavam os quadros de medalhas.
Enquanto
isso, aqui no Brasil, construímos uma psicologia do esporte que buscava fazer a
diferença. Nossa lema era uma psicologia adequada ao esporte que se faz no
país, sem a importação de modelos que podem muito eficientes a leste ou oeste,
mas não, necessariamente, adequados à nossa realidade.
Entendíamos
desde o princípio a importância de se compreender a identidade dos atletas, as
questões culturais implicadas no ir e vir em busca de oportunidades e que
atletas são, acima de tudo, pessoas, e não máquinas de produzir resultados.
Para
quem não sabe, há apenas 20 anos a psicologia do esporte se tornou uma
especialidade da psicologia no Brasil. Nessas duas décadas oferecemos formação
e construímos referencial teórico para chegar a uma psicologia do esporte que
orgulhosamente chamamos de brasileira.
É um
orgulho imenso ver as gerações formadas em nossos cursos oferecer aos atletas o
suporte necessário para serem grandes pessoas. Alguns subiram ao pódio,
independentemente do degrau, e agradeceram direta ou indiretamente aos
profissionais que cuidaram de sua saúde mental.
Assisti
com prazer a presença de várias alunas no dever de ofício ali nas arenas. Uma
delas vibrava tanto na disputa da medalha do boxe que dava a impressão que
cairia lá de cima. Porque é isso, mesmo com todo o controle sobre o processo,
há que celebrar as conquistas. Assim como lamentar a eliminação precoce.
Espero
que haja cada vez mais profissionais qualificados para oferecer o suporte
necessário a tantas pessoas que se dedicam a uma carreira com exigências acima
da média. Que o exemplo de Naomi Osaka e Simone Biles tenha de fato despertado
para a necessidade de cuidados com a saúde mental.
Espero
não mais ter que acordar pela manhã, um dia após a cerimônia de encerramento, e
ler uma manchete sobre a morte trágica de uma ciclista como a neozelandesa
Olivia Podmore. É sabido que a sensação de culpa e frustração pela derrota pode
levar a atitudes extremas. Espero que haja cada vez mais psicólogos nas equipes
para impedir que isso aconteça.”.
(Katia Rubio. Professora da USP, jornalista e
psicóloga, é autora de “Atletas Olímpicos Brasileiros”, em artigo publicado no
jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 14 de agosto de 2021, caderno esporte,
página B7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 20 de agosto de 2021, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“‘Abrir-se ao mundo’
Esta
é uma interpelante expressão evocada na Carta Encíclica Fratelli Tutti – sobre
a fraternidade e a amizade social, do papa Francisco, em referência à busca por
dinâmicas que superem os sombrios sinais de um “mundo fechado”. Não é exagero e
nem pessimismo: os fechamentos da civilização contemporânea mostram que a
humanidade está na contramão de progressos alcançados no campo
tecnológico-científico.
Torna-se
difícil encontrar razões para a atual configuração política, social, econômica
e cultural do planeta, com a história dando sinais de regressão. Conflitos
anacrônicos, com o surgimento de nacionalismos fechados, ressentidos e
agressivos, ressurgem em diferentes lugares. Medidas que buscam superar
determinadas ideologias fazem surgir outras igualmente perigosas.
Diante
desses e de tantos outros problemas, os cidadãos estão desafiados: é necessária
lucidez mínima para ir além de interesses político-partidários enraizados em
determinadas ideologias. Vencer, assim, os limites de fechamentos
obscurantistas e os interesses mercadológicos egoístas – levam poucos ao
enriquecimento enquanto alimentam a exclusão social de muitos, com cenários de
desolação agravados pela pandemia da Covid-19. Torna-se inadiável um esforço de
todos para que a sociedade adote o paradigma da fraternidade social, por um
permanente e fecundo investimento na amizade social.
O papa
Francisco lembra que o bem deve ser conquistado a cada dia. Não é possível,
pois, contentar-se com o que já se obteve no passado – “muitos dos nossos
irmãos ainda sofrem situações de injustiça que nos interpelam a todos”. Acatar
a interpelação que vem dos cenários de injustiças, violências e desigualdades
sociais é contribuir na indispensável e urgente dinâmica de “abrir-se ao
mundo”, mas de modo bem diferente da atual concepção de um modelo econômico
questionável.
No
âmbito da economia e das finanças, há uma equivocada compreensão a respeito do
que significa “abrir-se ao mundo”. Essa expressão, no contexto dos interesses
econômicos, muitas vezes se restringe à busca por novos mercados globalizados,
visando acúmulo de poder. Esse exclusivo compromisso com o lucro forma um tipo
de cultura que acentua divisões entre nações e pessoas. Prejudica avanços
indispensáveis na promoção da amizade social, sem a qual não se alcançará a paz
no mundo.
Cada
pessoa deve buscar superar a lógica do mercado que reduz o ser humano à
condição de consumidor ou espectador. A humanidade precisa reagir a esse
“globalismo” que tenta estabelecer uma cultura dominante, com a valorização da
identidade dos mais fortes e a dissolução da identidade dos mais frágeis – um
genocídio cultural.
Lamentável
é a incapacidade da política para promover essa reação, pois, cada vez mais, se
submete aos poderes econômicos transnacionais. Sob o controle desses poderes, a
política torna-se instrumento de interesses que propiciam a negociação de tudo,
sem escrúpulos. Essa falta de escrúpulos não raramente tem sido camuflada pela
defesa de alguns valores, sacrificando tantos outros que não inegociáveis –
determinantes para reequilibrar a civilização contemporânea.
“Abrir-se
ao mundo” na busca pela consolidação da amizade social é tarefa que exige
amadurecimento nos campos antropológico-cultural e da espiritualidade. O
momento atual – consideradas as escaladas de retrocessos – precisa de líderes e
do envolvimento cidadão para que se torne possível encontrar novas respostas e
configurar novos cenários.
Nesse
processo, uma situação merece urgente tratamento: os direitos humanos não são
suficientemente universais, não são iguais para todos, e o respeito a esses
direitos é condição básica para o progresso socioeconômico da humanidade. O
papa Francisco sublinha que o respeito à dignidade e aos direitos humanos
fortalece a criatividade e a audácia, possibilitando que mais pessoas se
tornem, efetivamente, protagonistas na promoção do bem comum.
Assim, a
cidadania está desafiada a se fortalecer construindo um mundo que seja para
todos. Deve ir além de paixões, alimentadas por diferentes ideologias, para
efetivar uma agenda de diálogo, reflexões e entendimentos. Ao invés de
antecipar discussões partidárias ou idolatrar determinados nomes, o caminho
deveria ser o investimento nas práticas culturais e sociopolíticas capazes de
superar o atual “mundo fechado”, isto é, injusto e desigual.
É hora
de inaugurar, indicar e trilhar percursos de esperança: a esperança que está
enraizada profundamente no coração humano. Seja alimentada a sede por um tempo
novo, alicerçado na grandeza imbatível da amizade social, fecundada pela
vitalidade única da fé. Um caminho para deixar o coração repleto de alegria
fraterna e emoldurar os sonhos da humanidade a partir do compromisso com o bem
comum: cada pessoa vivendo a trabalhando não somente para si, mas para o bem de
todos os irmãos e irmãs.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído
com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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