“Educação contínua em tempos de pandemia
A
pandemia do novo coronavírus virou o mundo de ponta-cabeça. A sua chegada em
meados de março de 2019 ao Brasil fez a economia retrair e o índice de
desemprego aumentar.
Um novo
cenário exigiu adaptabilidade e reinvenção daqueles que estão dentro e fora do
mercado de trabalho. A educação também passou por transformação.
O que
antes era presencial se tornou digital, fazendo com o setor se curvasse a uma
nova realidade pensada para o futuro. A escola tendo que migrar o seu ensino
para a plataforma digital em tempo hábil para que o conhecimento continuasse no
movimento fluido e contínuo.
Nas
faculdades, o sonho do aluno continua o mesmo: formar-se e obter ascensão
profissional e social por meio do estudo. Mas a pandemia acelerou as
transformações em todas as esferas, inclusive a do trabalho. O mercado
educacional mudou, o protagonista desta vez é o aluno, que precisa desempenhar
um papel importante na curadoria das suas escolhas, procurando desenvolver
profissionalmente e buscando a educação contínua como forma de manter-se
atualizado e presente no mercado.
Do mundo
Vuca (do inglês volatility, uncertainty, complexity e ambiguity – volátil,
incerto, complexo e ambíguo), agora falamos de mundo Bani (brittle, anxious,
nonlinear and incomprehensible – frágil, ansioso, não linear e
incompreensível). Dessa forma, somos exigidos a manter a roda da busca pelo
conhecimento girando. O conceito de egresso perde o sentido e deve ser evitado.
As instituições de ensino superior devem estar preparadas para retroalimentar a
sua base de “novos alunos” com aqueles que estão concluindo o ciclo atual.
Um
levantamento inédito realizado pela Person em nove países, incluindo o Brasil,
ouviu 21,5 mil pessoas com idades entre 14 e 70 anos em agosto de 2020.
O estudo
identificou que 84% dos brasileiros empregados maiores de 18 anos observam a
educação continuada, como apoio para terem maiores oportunidades de promoções e
aumentos em seu trabalho atual, e, ainda, 51% informaram que continuar
estudando é importante para prosperar, sendo a educação continuada importante
nesse processo.
É neste
contexto que (re)ingressar na faculdade ou curso de pós-graduação pode criar e
manter perspectivas de futuro e possibilidades, já que o conhecimento é
investimento.
Finalizo
aqui com uma frase: “Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam
orgulhosas. Muito conhecimento. Que se sintam humildes” (Leonardo da Vinci).”.
(Marco Túlio Correa Barcelos. Gerente de Campus
da Una Itabira, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte,
edição de 25 de agosto de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 23 de agosto de 2021, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“O atraso na educação
Precisando
como nunca de estadistas, o Brasil enfrenta a praga dos oportunistas,
encravados no vértice do cenário político nacional. O país ficou refém da
mediocridade e da hipocrisia que sequestram o potencial de progresso e
crescimento social, econômico e moral.
A
prioridade não é mais o bem do país, a superação do atraso e da pobreza, a
melhoria dos sistemas de saúde, de educação, mas o enriquecimento injusto, sem
trabalho, de alguns, em desfavor da maioria.
A
corrupção disseminada em várias formas e dissimulada na burocracia, na
capilaridade da máquina pública, na artificialidade jurídica, no abuso de
prerrogativas funcionais desfigurou a função do Estado. Este não está mais para
servir à população, mas para se locupletar, prevaricar, dificultar, sem
esconder o avanço da tendência ao empoderamento perverso, que se traduz “em
criar dificuldades para vender facilidades”.
Não há
como condenar alguém em especial pela derrota dos princípios constitucionais e
pela consequente frustração das esperanças das últimas gerações.
Trata-se
do resultado mais lógico de uma jovem democracia, de um conjunto humano sem
capacidade de entender, escolher o que é melhor para ele e para uma nação.
Para uma
população educada, medianamente intelectualizada, profissionalizada,
experiente, é mais fácil escolher, entre candidatos, o melhor, ou “o menos
pior”. A qualidade insuficiente do ensino público para mais de 90% da
população, notadamente a mais carente, gerou um abismo em relação às classes
mais abastadas com acesso ao sistema educacional privado. A falta de ensino se
reflete na baixa capacidade de escolha do futuro eleitor, na possibilidade de
ser usado como massa de manobra eleitoral.
Veja-se
agora, no pós-pandemia, a impossibilidade de se encontrar consenso no retorno
às aulas das escolas públicas, paralisadas há quase dois anos, enquanto as
privadas estão funcionando há meses. Exatamente quem mais precisa é deixado
para trás no seu legítimo direito à educação.
Quem é
educado e instruído saberá aproveitar melhor seu voto, e isso influenciará o
bem-estar da nação.
Se um
conjunto de crianças, em sua ingenuidade, costuma avançar no bolo açucarado,
sem entender a inconveniência para sua saúde, da mesma forma age um eleitorado
sem noções mínimas de conhecimento. Nas eleições das últimas décadas, entre as
opções disponíveis, escolheram-se bolos enfeitados em desfavor de uma comida
saudável. Gatos por lebres, figuras de baixa escolaridade no lugar de figuras
consistentes, com passado de realizações, de bagagem de realizações, de
conhecimentos.
Se o
grande mestre Jesus Cristo se expressou por parábolas de profundo conteúdo
moral e filosófico, que abriam a compreensão do mais humilde quanto a
despertavam no mais intelectualizado, os candidatos que invadiram a cena
eleitoral brasileira abusaram de promessas, sem ter projetos, planos,
conhecimentos consistentes, experiência de sucesso. Apenas se mascaram suas
lacunas, inclusive éticas e morais.
Prometeram
absurdos, apelaram enganosamente aos sentimentos mais pungentes, prometeram “o
contrário” do que pensavam, consumando as piores traições, como corrupção e
abuso.
De
denunciantes de imoralidade e da corrupção dos outros, acabaram por superá-las
muitas vezes, destruindo as finanças públicas do país, desviando e subtraindo
do povo o que se destinava às necessidades básicas de saúde, de educação, de
infraestrutura, de oportunidades e, mais ainda, de exemplos de probidade,
austeridade e ética.
Como
passageiros que ocupam um vagão que não dá acesso à cabine de comando, os
eleitores acabaram por escolher condutores sem qualificação, que levaram à
desgraça.
O
sistema democrático tem dificuldade de reconhecer os melhores, até porque os
mais capacitados encontram formas seguras de se realizar em setores privados.
Também cresceram demasiadamente o repúdio e o medo do sistema político,
protagonista de escândalos colossais, após a retirada das cortinas sobre
mensalões e petrolão.
As
disputas eleitorais excluem a parcela bem-intencionada e preparada da
população. Aqueles que não desejam se confundir com a selva política dominante.
Agora,
mais do que nunca, a possibilidade de um indivíduo bom e preparado se dispor a
concorrer com êxito numa eleição ficou mais limitada, especialmente depois da
introdução do financiamento público de partidos e de campanhas. Deram-se
recursos exorbitantes aos detentores de cargos e regras excludentes para os
demais.
Os
mesmos que destruíram a credibilidade do Brasil, face à fragilidade intelectual
do eleitorado, se reapresentam para mais uma rodada de horrores?
A falta
de reconhecimento dos riscos que se escondem atrás de certos repetirá os erros
do passado?
O ano
eleitoral de 2022 vem aí, e poucos são os sinais de se poder avançar no
desenvolvimento, na eliminação do sofrimento da população, da pobreza material
e moral que atrasa tempos melhores. É lamentável, e a qualidade da educação
pública precisa ser lembrada como uma causa excludente de milhões de indivíduos
e de uma democracia mais fecunda e madura.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação,
da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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