A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO AMOR INCONDICIONAL, EMPATIA, COERÊNCIA, ALTRUÍSMO E CONCRETICIDADE DAS NOVAS LIDERANÇAS NA SUSTENTABILIDADE
“Nudez da desigualdade e do atraso
A
Covid-19 não provocou a tragédia da educação brasileira, apenas desnudou a
realidade do atraso e da desigualdade. Desde sempre, as avaliações nos colocam
entre os países com uma das piores e com a mais desigual educação de base,
conforme a renda da criança.
Apesar
disso, a população brasileira não parecia perceber a dimensão da tragédia nem
estava atenda às terríveis consequências para o futuro das crianças e do país.
A baixa qualidade impede o aumento da produtividade para gerar renda nacional,
e a desigualdade na educação é a principal causa da pobreza social e
concentração de renda e suas consequências.
A
pandemia permitiu descobrirmos a realidade: o Brasil tem escolas e “fake
escolas”. As primeiras foram capazes de se ajustar e mantiveram um mínimo de
qualidade; as outras praticamente abandonaram as crianças por falta dos
equipamentos necessários, de professores preparados e motivados e de
governantes que dessem importância à educação.
Além
disso, a imensa maioria das famílias brasileiras não dispunha em casa dos
equipamentos básicos para receber aulas transmitidas, no caso da escola que
estivesse em condições de transmiti-las remotamente. A Covid-19 desnudou nosso
despreparo para o uso das modernas técnicas de teleinformática aplicadas à
educação.
Há pelo
menos duas décadas, o avanço técnico já tinha criado as condições para a
execução das aulas remotas. O ensino a distância é uma realidade que o ensino
superior vem praticando, mas que a educação de base nem ao menos considerava.
Além de desnudar a desigualdade, a pandemia desnudou o atraso no equipamento de
nossas escolas.
Ao
desnudar o atraso e a desigualdade, ela nos trouxe dois desafios: como equipar
as escolas para aproveitar todas as vantagens da modernidade da
teleinformática, dos bancos de dados e imagens, e como oferecer essas vantagens
a todos, independentemente da renda e do endereço de cada criança.
A
pandemia mostrou que a pedagogia está atravessando, cem anos depois, o desafio
que arte dramática enfrentou na passagem do teatro para o cinema, devendo
adaptar as aulas teatrais para as aulas cinematográficas.
Será uma
estupidez racional não aproveitar as novas técnicas, será uma indecência se
essa nova pedagogia continuar como privilégio de poucos. O desafio trazido pela
Covid-19 vai exigir que o Brasil crie um Sistema Único Nacional de Educação de
Base, capaz de oferecer em condições iguais o potencial das novas técnicas,
aliadas às concepções humanistas da pedagogia.
As novas
técnicas digitais e de teleinformática vão permitir atividade pedagógica de
qualidade: mais agradável ao aluno, mais eficiente para o aprendizado e mais
democrática ao se espalhar para todos.”.
(Cristovam Buarque. Professor emérito da
Universidade de Brasília (UnB), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 13 de agosto de 2021, caderno OPINIÃO, página 21).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no mesmo veículo, edição de 16 de agosto de 2021, caderno A.PARTE,
página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente
integral transcrição:
“A trave e o cisco
Alguém
já viu uma pessoa que faz das queixas, lamentações e críticas sua principal
tarefa? Se conheceu dez ou cem pessoas dessa categoria, deve ter-se apercebido
de que raramente é pessoa realizada, vitoriosa, bem-sucedida, sincera,
generosa, piedosa, respeitadora da verdade. Perder tempo em crucificar outros
desperdiça oportunidades de “fazer”, “realizar”, dar resultados, plantar e
colher. Pior, fabrica dificuldades ao ambiente, à sociedade, aos outros, para
se locupletar. Ser do contra em qualquer oportunidade para empoderar-se pela obstrução,
pela prevaricação, pelas ameaças.
As
atitudes de quem cobra direitos e se esquece dos seus deveres são, nos nossos
dias, insuportáveis, quando se enxerga claramente que uma sociedade feliz se
baseia na solidariedade, na ajuda recíproca, no respeito aos frágeis, aos
jovens, aos idosos, às minorias. Como disse o Mestre Maior: “Não julgueis, para
que não sejais julgados; porque com o juízo com que julgais sereis julgados; e
a medida que usais, dessa usarão convosco. Por que vês o cisco no olho do teu irmão,
porém não reparas na trave que tens no teu? Ou como poderás dizer ao teu irmão:
Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita, tira
primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o cisco do
olho do teu irmão” (Mateus 7:1-5).
O
crítico de profissão, o palpiteiro incontido, o arruaceiro, não serão
necessariamente derrotados no primeiro embate, mas pagarão, breve ou
tardiamente, com acréscimos e juros.
Não se
pode criticar nem o derrotado, pois as derrotas são necessárias para aprender,
não devem ser recebidas como ofensa. São lições de vida a serem guardadas, são
experiências e conhecimentos que engrandecem, no silêncio das reflexões, e não
na arruaça das acusações gratuitas e das mentiras fabricadas. Existe no
universo uma infalível lei cósmica (carma) que devolve ao remetente o que dele
sair, bem com bem, mal com mal, julgamento hipócrita com condenação feroz. Quem
tira das crianças o pão merece perder o dele.
Quando
era pouco mais que adolescente, e já me interessava pelo mundo dos adultos,
buscava e aceitava algumas tarefas dos meus pais ou superiores. Procurava
sempre não decepcionar, superar meus limites, dedicar-me ao desafio e costumava
voltar com resultados além dos esperados, ou de forma honrosa. Não era a
recompensa imediata que me importava, era ter “crescido” que pagava minha alma.
Sempre
tentei dar o melhor que podia – uma tendência que herdei em algum ponto do
universo onde havia treinado anteriormente.
Voltar
de mãos vazias ou sem poder dizer “cumpri” não estava nas minhas
características. Justificar a falta de resultado nunca serviu a mim nem a
ninguém.
Não
precisava mostrar-me o melhor de todos, mas dar o melhor de mim era
irrenunciável.
A
dedicação e talvez um pouco de boa inteligência herdada de meus pais e dos
exemplos deles me permitiram alcançar metas, até por mim, inesperadas. Minha
mãe, falecida aos 95 anos, me deixou uma singela carta com caligrafia vergada e
precisa que abri depois do enterro dela: “Obrigado por me ter dado tanta
felicidade com aquilo que você fez e deixou de exemplo”. Depois disso qualquer
crítica, qualquer ataque, calúnia perderam o sentido. A satisfação de minha mãe
passou uma borracha e me deu mais responsabilidade ainda em honrar a alegria
dela de poder dizer “sou a mãe dele...”. Venham os insultos como pétalas de
flores.
“Onde
quer que você esteja e quaisquer que sejam as circunstâncias, procure
apresentar um desempenho impecável”. Adotei essa regra “estoica” como primeiro
mandamento. Em todas as atividades empreendidas, apesar de díspares,
desafiadoras, inicialmente desconhecidas e longe da semeadura anterior, acabei
por assumir o ônus.
Quando
outros voltavam lamuriando as dificuldades, a conjuntura, as portas que
encontravam fechadas, mais que motivava tentar abri-las.
Fui
educado para entender tudo de trigo e de farinha de pão, bolos e macarrão, mas
o destino me jogou em inúmeras atividades de logística, indústrias, bioenergia,
editoria, esporte, construção. E uma das razões principais para isso acredito
que seja não ter pedido tempo a invejar os outros, não ter pedido tempo a
criticar, não ter inventado desculpas, dedicando todo o meu esforço aos
resultados, e ter economizado tempo em comemorações.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”).
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica
e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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