quinta-feira, 19 de agosto de 2021

 A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E EXIGÊNCIAS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO AMOR INCONDICIONAL, EMPATIA, COERÊNCIA, ALTRUÍSMO E CONCRETICIDADE DAS NOVAS LIDERANÇAS NA SUSTENTABILIDADE

“Nudez da desigualdade e do atraso

        A Covid-19 não provocou a tragédia da educação brasileira, apenas desnudou a realidade do atraso e da desigualdade. Desde sempre, as avaliações nos colocam entre os países com uma das piores e com a mais desigual educação de base, conforme a renda da criança.

         Apesar disso, a população brasileira não parecia perceber a dimensão da tragédia nem estava atenda às terríveis consequências para o futuro das crianças e do país. A baixa qualidade impede o aumento da produtividade para gerar renda nacional, e a desigualdade na educação é a principal causa da pobreza social e concentração de renda e suas consequências.

         A pandemia permitiu descobrirmos a realidade: o Brasil tem escolas e “fake escolas”. As primeiras foram capazes de se ajustar e mantiveram um mínimo de qualidade; as outras praticamente abandonaram as crianças por falta dos equipamentos necessários, de professores preparados e motivados e de governantes que dessem importância à educação.

         Além disso, a imensa maioria das famílias brasileiras não dispunha em casa dos equipamentos básicos para receber aulas transmitidas, no caso da escola que estivesse em condições de transmiti-las remotamente. A Covid-19 desnudou nosso despreparo para o uso das modernas técnicas de teleinformática aplicadas à educação.

         Há pelo menos duas décadas, o avanço técnico já tinha criado as condições para a execução das aulas remotas. O ensino a distância é uma realidade que o ensino superior vem praticando, mas que a educação de base nem ao menos considerava. Além de desnudar a desigualdade, a pandemia desnudou o atraso no equipamento de nossas escolas.

         Ao desnudar o atraso e a desigualdade, ela nos trouxe dois desafios: como equipar as escolas para aproveitar todas as vantagens da modernidade da teleinformática, dos bancos de dados e imagens, e como oferecer essas vantagens a todos, independentemente da renda e do endereço de cada criança.

         A pandemia mostrou que a pedagogia está atravessando, cem anos depois, o desafio que arte dramática enfrentou na passagem do teatro para o cinema, devendo adaptar as aulas teatrais para as aulas cinematográficas.

         Será uma estupidez racional não aproveitar as novas técnicas, será uma indecência se essa nova pedagogia continuar como privilégio de poucos. O desafio trazido pela Covid-19 vai exigir que o Brasil crie um Sistema Único Nacional de Educação de Base, capaz de oferecer em condições iguais o potencial das novas técnicas, aliadas às concepções humanistas da pedagogia.

         As novas técnicas digitais e de teleinformática vão permitir atividade pedagógica de qualidade: mais agradável ao aluno, mais eficiente para o aprendizado e mais democrática ao se espalhar para todos.”.

(Cristovam Buarque. Professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 13 de agosto de 2021, caderno OPINIÃO, página 21).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 16 de agosto de 2021, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“A trave e o cisco

        Alguém já viu uma pessoa que faz das queixas, lamentações e críticas sua principal tarefa? Se conheceu dez ou cem pessoas dessa categoria, deve ter-se apercebido de que raramente é pessoa realizada, vitoriosa, bem-sucedida, sincera, generosa, piedosa, respeitadora da verdade. Perder tempo em crucificar outros desperdiça oportunidades de “fazer”, “realizar”, dar resultados, plantar e colher. Pior, fabrica dificuldades ao ambiente, à sociedade, aos outros, para se locupletar. Ser do contra em qualquer oportunidade para empoderar-se pela obstrução, pela prevaricação, pelas ameaças.

         As atitudes de quem cobra direitos e se esquece dos seus deveres são, nos nossos dias, insuportáveis, quando se enxerga claramente que uma sociedade feliz se baseia na solidariedade, na ajuda recíproca, no respeito aos frágeis, aos jovens, aos idosos, às minorias. Como disse o Mestre Maior: “Não julgueis, para que não sejais julgados; porque com o juízo com que julgais sereis julgados; e a medida que usais, dessa usarão convosco. Por que vês o cisco no olho do teu irmão, porém não reparas na trave que tens no teu? Ou como poderás dizer ao teu irmão: Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o cisco do olho do teu irmão” (Mateus 7:1-5).

         O crítico de profissão, o palpiteiro incontido, o arruaceiro, não serão necessariamente derrotados no primeiro embate, mas pagarão, breve ou tardiamente, com acréscimos e juros.

         Não se pode criticar nem o derrotado, pois as derrotas são necessárias para aprender, não devem ser recebidas como ofensa. São lições de vida a serem guardadas, são experiências e conhecimentos que engrandecem, no silêncio das reflexões, e não na arruaça das acusações gratuitas e das mentiras fabricadas. Existe no universo uma infalível lei cósmica (carma) que devolve ao remetente o que dele sair, bem com bem, mal com mal, julgamento hipócrita com condenação feroz. Quem tira das crianças o pão merece perder o dele.

         Quando era pouco mais que adolescente, e já me interessava pelo mundo dos adultos, buscava e aceitava algumas tarefas dos meus pais ou superiores. Procurava sempre não decepcionar, superar meus limites, dedicar-me ao desafio e costumava voltar com resultados além dos esperados, ou de forma honrosa. Não era a recompensa imediata que me importava, era ter “crescido” que pagava minha alma.

         Sempre tentei dar o melhor que podia – uma tendência que herdei em algum ponto do universo onde havia treinado anteriormente.

         Voltar de mãos vazias ou sem poder dizer “cumpri” não estava nas minhas características. Justificar a falta de resultado nunca serviu a mim nem a ninguém.

         Não precisava mostrar-me o melhor de todos, mas dar o melhor de mim era irrenunciável.

         A dedicação e talvez um pouco de boa inteligência herdada de meus pais e dos exemplos deles me permitiram alcançar metas, até por mim, inesperadas. Minha mãe, falecida aos 95 anos, me deixou uma singela carta com caligrafia vergada e precisa que abri depois do enterro dela: “Obrigado por me ter dado tanta felicidade com aquilo que você fez e deixou de exemplo”. Depois disso qualquer crítica, qualquer ataque, calúnia perderam o sentido. A satisfação de minha mãe passou uma borracha e me deu mais responsabilidade ainda em honrar a alegria dela de poder dizer “sou a mãe dele...”. Venham os insultos como pétalas de flores.

         “Onde quer que você esteja e quaisquer que sejam as circunstâncias, procure apresentar um desempenho impecável”. Adotei essa regra “estoica” como primeiro mandamento. Em todas as atividades empreendidas, apesar de díspares, desafiadoras, inicialmente desconhecidas e longe da semeadura anterior, acabei por assumir o ônus.

         Quando outros voltavam lamuriando as dificuldades, a conjuntura, as portas que encontravam fechadas, mais que motivava tentar abri-las.

         Fui educado para entender tudo de trigo e de farinha de pão, bolos e macarrão, mas o destino me jogou em inúmeras atividades de logística, indústrias, bioenergia, editoria, esporte, construção. E uma das razões principais para isso acredito que seja não ter pedido tempo a invejar os outros, não ter pedido tempo a criticar, não ter inventado desculpas, dedicando todo o meu esforço aos resultados, e ter economizado tempo em comemorações.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 131 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a estratosférica marca de 327,48% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 125,57%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 8,99%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2021, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,236 trilhões (53,83%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,603 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)

 

(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

 

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