“Saúde digital: nasce uma nova era
A
pandemia de Covid-19 acelerou o conceito de telemedicina. Para atender a uma
demanda impulsionada pelo isolamento social e garantir assistência aos
pacientes, soluções práticas e criativas foram implantadas nos consultórios
médicos.
No
complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), as
inovações foram aplicadas aos leitos e ao atendimento a distância. Como
hospital-escola, o HCFMUSP manteve a organização integrada e envolveu todos os
seus oito institutos.
Ao longo
de 2020 foram mapeados mais de 70 iniciativas e 20 projetos, selecionados para
compor uma nova realidade: o Programa de Saúde Digital. O projeto é uma
colaboração do governo britânico com organizações de saúde no Brasil para
fornecer insumos técnicos e operacionais. Assim como o Ministério da Saúde, o
HC é um beneficiário encarregado pelo desenvolvimento e implementação de
soluções para o sistema de saúde. O governo do Reino Unido colabora com apoio
financeiro, operacional e documental.
Entre os
benefícios estão a criação de fontes de eficiência para o HC replicar ganhos no
sistema público de saúde e a identificação de oportunidades de aplicação de
saúde digital na atenção primária.
O
HCFMUSP definiu a visão ambiciosa de se tornar protagonista em inovação em
saúde digital em todos os níveis de atenção, com excelência em assistência,
ensino e pesquisa.
Três
pilares ressaltam a relevância estratégica do projeto: melhorar a experiência
do paciente, aumentar a capacidade da rede de saúde por meio do conhecimento do
HCFMUSP e do uso de ferramentas digitais e criar soluções inovadoras que
preparem a força de trabalho de saúde digital. Num futuro próximo, o Programa
de Saúde Digital do HCFMUSP representará uma economia gigantesca de recursos.
Apesar do alto investimento inicial, trata-se de uma oportunidade para o
Hospital das Clínicas ampliar a sua oferta de serviços digitais.
O
investimento para os próximos três anos será de R$ 100 milhões, e as principais
metas foram estabelecidas – entre elas, realizar 40% dos atendimentos ao
paciente do HCFMUSP de forma remota até o fim de 2022; capacitar 100 mil
atendimentos de telinterconsulta e segunda opinião médica por ano até o fim de
2023; implantar 10 linhas de cuidados digitais dentro do complexo; auxiliar 10
mil médicos do HC e da rede nas tomadas de decisões médicas e interpretação de
exames de imagem através de sistemas de inteligência artificial; e ter 30 mil
pacientes em acompanhamento por monitoramento remoto até o fim de 2023.
Além
disso, será implantado, até o final do próximo ano, um projeto-piloto de
atenção primária remota em dez municípios.
O futuro
da saúde digital é agora, e o HCFMUSP reafirma seu papel de vanguarda na adoção
de modelos assistenciais que possam ser replicados para todo sistema de
saúde.”.
(Giovanni Guido Cerri. Médico,
é presidente dos Conselhos de Inovação e do Instituto de Radiologia do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO,
edição de 31 de maio de 2021, caderno opinião, página A3).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.cnbb.org.br,
edição de 14 de janeiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Minas ferida
Lágrimas
são sangue que escorre das feridas da alma, canta a poesia. Mais uma vez, Minas
está ferida, lágrimas no rosto dos pobres, que perderam o pouco que possuíam, o
essencial para viver, amparados para não passarem fome, no cenário de um Brasil
faminto. Vidas estão perdidas, há luto cobrindo de sombra famílias e corações.
Uma dor lancinante no coração do outro que precisa ser assumida como própria
dor, gesto solidário de cidadania, alavanca de reconstrução. O clamor surdo que
ecoa aos céus denuncia: Minas ferida escancara, nas riquezas de sua cultura, na
especialidade de sua gente, generosa e solidária, nas riquezas de sua natureza
pródiga, no seu patrimônio religioso e familiar, os descompassos que exigem
mudanças radicais e urgentes no modo de se governar, na maneira extrativista e
depredadora no tratamento do meio ambiente.
A
contabilização de tragédias precisa mexer com os brios de governantes, dos
representantes e servidores do povo nas casas legislativas, em cada município,
no Estado e na esfera federal. Os construtores e empreendedores da sociedade
mineira estão desfiados a crescer na consciência: lógicas gananciosas precisam,
urgentemente, serem superadas, para fazer valer a lógica humanística da
cidadania. Não se pode continuar a negociar este patrimônio histórico,
religioso, cultural e ambiental, Minas Gerais, por tão pouco, sacrificando o
bem dos mineiros. As feridas das tragédias que se sucedem, conhecidas por todos
– Mariana, Brumadinho, Capitólio, as enchentes deste janeiro, para relembrar
algumas, sem deixar de elencar as rodovias da morte, a exclusão social, a
infraestrutura comprometida, a carência de moradia digna – gritam aos céus.
Indicam a urgência de mudanças nos modos de governar, legislar e agir para se
alcançar o necessário desenvolvimento integral.
Mineiramente
falando, não basta apenas colocar o “o trem nos trilhos”. Conta o que ele
carrega, o seu percurso, as estações por onde passa, a quem leva e a quem
serve. Não cabe simplesmente constatar que se faz mais que outros, no horizonte
da obrigação de se ser honesto. Minas deve abrir um novo ciclo de cidadania. As
feridas no Estado e no seu povo apontam: é preciso fazer mais, aprendendo com
os solidários, aqueles que cuidam dos famintos, limpam a lama das enchentes, reconstroem
moradias, reparte, com afeição, a força espiritual. Um novo ciclo precisa se
abrir sob pena de novas tragédias. Urgente, portanto, é construir mentalidade
diferente, que inspire atitudes de governos, legisladores, servidores
judiciários, empreendedores e construtores da sociedade pluralista, com a
participação efetiva de todos os cidadãos. O ponto de partida inegociável é o
horizonte das interpelantes riquezas da ecologia integral, por um adequado
tratamento do meio ambiente, a casa comum.
As chuvas,
bênçãos de Deus, indispensáveis, não podem ser culpabilizadas, simploriamente.
A responsabilidade maior e primeira vem do modelo ganancioso e desregrado de
exploração das riquezas do solo de Minas Gerais, perpetuando, por séculos, a
lógica predatória que compromete aquíferos, produz barragens de altíssimo
risco, desrespeitando pareceres de especialistas e legislações. Uma realidade em
que poucos se enriquecem, enquanto muitos sofrem com tristezas e desolações. A
solidariedade é o único sol para clarear mentes e aquecer corações, no exemplo
da gente simples e amiga, de padres, religiosos e religiosas, que carregam as
dores de suas comunidades e famílias. O sol da solidariedade ilumine a
compreensão de que a casa comum não pode continuar a ser tratada irresponsavelmente,
pois as consequências são as tragédias e as pandemias que pesam nos ombros de
todos.
Urgente
e sinal de responsabilidade é intensificar fiscalizações, definir leis mais
rigorosas – que não permitam manipulações e subjetivismos interpretativos para
flexibilizar a degradação do meio ambiente. Necessidade imediata, fruto da
política melhor, é priorizar a inclusão social daqueles que vivem nas áreas de
risco, para que sejam contemplados pelo direito fundamental à moradia digna.
Essas mudanças dependem de um audacioso plano estratégico delineado pelas
autoridades políticas, nas instâncias dos poderes Executivo e Legislativo, com
a participação de todos os segmentos da sociedade. Assim, pode-se,
efetivamente, conquistar uma sociedade mineira onde vale a liberdade, ainda que
tardia, contracenando com a igualdade e a fraternidade. Ante as tragédias, sem
medo, sejam identificados os responsáveis, superados modelos de administração
que se reduzem a um conjunto de técnicas operacionais, para que prevaleça um
humanismo integral – trata-se do caminho para reverter dolorosa realidade –
Minas Gerais.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,341 trilhões (49,64%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo
do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da
dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
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