segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DAS NOVAS TECNOLOGIAS E SAÚDE DIGITAL NA PROMOÇÃO DA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DOS CLAMORES ECOANDO DAS MONTANHAS MINEIRAS, DA BOA GOVERNANÇA E SOLIDARIEDADE PARA O HUMANISMO INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE

“Saúde digital: nasce uma nova era

        A pandemia de Covid-19 acelerou o conceito de telemedicina. Para atender a uma demanda impulsionada pelo isolamento social e garantir assistência aos pacientes, soluções práticas e criativas foram implantadas nos consultórios médicos.

         No complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), as inovações foram aplicadas aos leitos e ao atendimento a distância. Como hospital-escola, o HCFMUSP manteve a organização integrada e envolveu todos os seus oito institutos.

         Ao longo de 2020 foram mapeados mais de 70 iniciativas e 20 projetos, selecionados para compor uma nova realidade: o Programa de Saúde Digital. O projeto é uma colaboração do governo britânico com organizações de saúde no Brasil para fornecer insumos técnicos e operacionais. Assim como o Ministério da Saúde, o HC é um beneficiário encarregado pelo desenvolvimento e implementação de soluções para o sistema de saúde. O governo do Reino Unido colabora com apoio financeiro, operacional e documental.

         Entre os benefícios estão a criação de fontes de eficiência para o HC replicar ganhos no sistema público de saúde e a identificação de oportunidades de aplicação de saúde digital na atenção primária.

         O HCFMUSP definiu a visão ambiciosa de se tornar protagonista em inovação em saúde digital em todos os níveis de atenção, com excelência em assistência, ensino e pesquisa.

         Três pilares ressaltam a relevância estratégica do projeto: melhorar a experiência do paciente, aumentar a capacidade da rede de saúde por meio do conhecimento do HCFMUSP e do uso de ferramentas digitais e criar soluções inovadoras que preparem a força de trabalho de saúde digital. Num futuro próximo, o Programa de Saúde Digital do HCFMUSP representará uma economia gigantesca de recursos. Apesar do alto investimento inicial, trata-se de uma oportunidade para o Hospital das Clínicas ampliar a sua oferta de serviços digitais.

         O investimento para os próximos três anos será de R$ 100 milhões, e as principais metas foram estabelecidas – entre elas, realizar 40% dos atendimentos ao paciente do HCFMUSP de forma remota até o fim de 2022; capacitar 100 mil atendimentos de telinterconsulta e segunda opinião médica por ano até o fim de 2023; implantar 10 linhas de cuidados digitais dentro do complexo; auxiliar 10 mil médicos do HC e da rede nas tomadas de decisões médicas e interpretação de exames de imagem através de sistemas de inteligência artificial; e ter 30 mil pacientes em acompanhamento por monitoramento remoto até o fim de 2023.

         Além disso, será implantado, até o final do próximo ano, um projeto-piloto de atenção primária remota em dez municípios.

         O futuro da saúde digital é agora, e o HCFMUSP reafirma seu papel de vanguarda na adoção de modelos assistenciais que possam ser replicados para todo sistema de saúde.”.

(Giovanni Guido Cerri. Médico, é presidente dos Conselhos de Inovação e do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP

em artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 31 de maio de 2021, caderno opinião, página A3).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br, edição de 14 de janeiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Minas ferida

        Lágrimas são sangue que escorre das feridas da alma, canta a poesia. Mais uma vez, Minas está ferida, lágrimas no rosto dos pobres, que perderam o pouco que possuíam, o essencial para viver, amparados para não passarem fome, no cenário de um Brasil faminto. Vidas estão perdidas, há luto cobrindo de sombra famílias e corações. Uma dor lancinante no coração do outro que precisa ser assumida como própria dor, gesto solidário de cidadania, alavanca de reconstrução. O clamor surdo que ecoa aos céus denuncia: Minas ferida escancara, nas riquezas de sua cultura, na especialidade de sua gente, generosa e solidária, nas riquezas de sua natureza pródiga, no seu patrimônio religioso e familiar, os descompassos que exigem mudanças radicais e urgentes no modo de se governar, na maneira extrativista e depredadora no tratamento do meio ambiente.

         A contabilização de tragédias precisa mexer com os brios de governantes, dos representantes e servidores do povo nas casas legislativas, em cada município, no Estado e na esfera federal. Os construtores e empreendedores da sociedade mineira estão desfiados a crescer na consciência: lógicas gananciosas precisam, urgentemente, serem superadas, para fazer valer a lógica humanística da cidadania. Não se pode continuar a negociar este patrimônio histórico, religioso, cultural e ambiental, Minas Gerais, por tão pouco, sacrificando o bem dos mineiros. As feridas das tragédias que se sucedem, conhecidas por todos – Mariana, Brumadinho, Capitólio, as enchentes deste janeiro, para relembrar algumas, sem deixar de elencar as rodovias da morte, a exclusão social, a infraestrutura comprometida, a carência de moradia digna – gritam aos céus. Indicam a urgência de mudanças nos modos de governar, legislar e agir para se alcançar o necessário desenvolvimento integral.

         Mineiramente falando, não basta apenas colocar o “o trem nos trilhos”. Conta o que ele carrega, o seu percurso, as estações por onde passa, a quem leva e a quem serve. Não cabe simplesmente constatar que se faz mais que outros, no horizonte da obrigação de se ser honesto. Minas deve abrir um novo ciclo de cidadania. As feridas no Estado e no seu povo apontam: é preciso fazer mais, aprendendo com os solidários, aqueles que cuidam dos famintos, limpam a lama das enchentes, reconstroem moradias, reparte, com afeição, a força espiritual. Um novo ciclo precisa se abrir sob pena de novas tragédias. Urgente, portanto, é construir mentalidade diferente, que inspire atitudes de governos, legisladores, servidores judiciários, empreendedores e construtores da sociedade pluralista, com a participação efetiva de todos os cidadãos. O ponto de partida inegociável é o horizonte das interpelantes riquezas da ecologia integral, por um adequado tratamento do meio ambiente, a casa comum.

         As chuvas, bênçãos de Deus, indispensáveis, não podem ser culpabilizadas, simploriamente. A responsabilidade maior e primeira vem do modelo ganancioso e desregrado de exploração das riquezas do solo de Minas Gerais, perpetuando, por séculos, a lógica predatória que compromete aquíferos, produz barragens de altíssimo risco, desrespeitando pareceres de especialistas e legislações. Uma realidade em que poucos se enriquecem, enquanto muitos sofrem com tristezas e desolações. A solidariedade é o único sol para clarear mentes e aquecer corações, no exemplo da gente simples e amiga, de padres, religiosos e religiosas, que carregam as dores de suas comunidades e famílias. O sol da solidariedade ilumine a compreensão de que a casa comum não pode continuar a ser tratada irresponsavelmente, pois as consequências são as tragédias e as pandemias que pesam nos ombros de todos.

         Urgente e sinal de responsabilidade é intensificar fiscalizações, definir leis mais rigorosas – que não permitam manipulações e subjetivismos interpretativos para flexibilizar a degradação do meio ambiente. Necessidade imediata, fruto da política melhor, é priorizar a inclusão social daqueles que vivem nas áreas de risco, para que sejam contemplados pelo direito fundamental à moradia digna. Essas mudanças dependem de um audacioso plano estratégico delineado pelas autoridades políticas, nas instâncias dos poderes Executivo e Legislativo, com a participação de todos os segmentos da sociedade. Assim, pode-se, efetivamente, conquistar uma sociedade mineira onde vale a liberdade, ainda que tardia, contracenando com a igualdade e a fraternidade. Ante as tragédias, sem medo, sejam identificados os responsáveis, superados modelos de administração que se reduzem a um conjunto de técnicas operacionais, para que prevaleça um humanismo integral – trata-se do caminho para reverter dolorosa realidade – Minas Gerais.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 346,12% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 129,64%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,341 trilhões (49,64%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 "VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

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