quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS E DESIGUALDADE DIGITAL NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E AS LUZES DO DESENVOLVIMENTO HUMANO INTEGRAL E FRATERNIDADE UNIVERSAL NA SUSTENTABILIDADE

“Desigualdade digital

        A pandemia do coronavírus tornou o acesso digital imprescindível para facilitar e viabilizar a vida das pessoas e das empresas.

         Muitas empresas implantaram o trabalho de seus funcionários em casa (home office), outras aderiram a aplicativos de entrega a domicílio, as escolas adotaram as aulas digitais.

         No geral, a pandemia consolidou a tendência de digitalização das soluções de serviço, entretenimento, informações, comércio etc.

         Esse modelo exige infraestrutura para o funcionamento da tecnologia, seja uma conexão de internet com qualidade, computadores, celulares, energia elétrica etc., e também conhecimento mínimo de informática para usar os recursos.

         A falta de condições aguçou as diferenças sociais e gerou um novo tipo de desigualdade no Brasil, a digital, onde as classes mais humildes estão mais despreparadas, seja por falta de condições financeiras para adquirir uma conexão de internet de qualidade ou mesmo ter um computador, seja por falta de conhecimento mínimo de informática.

         Pela desigualdade digital as empresas pequenas e as pessoas mais vulneráveis perdem participação no mercado de trabalho, na renda e no acesso a serviços, enquanto grandes empresas e as pessoas com maior poder aquisitivo mantêm o acesso pleno ao mercado de trabalho (via home office), não têm queda de renda e podem acessar todos os serviços.

         A pesquisa TIC Domicílios de 2020, utilizando informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (disponível no endereço eletrônico cetic.br) mensurou o acesso a computadores de mesa, notebook e tablet. A classe A tem pleno acesso. A classe B tem 46%, 75% e 28%. A classe C tem 18%, 31% e 13%. As classes D/E não têm acesso a esses recursos e acessam a internet pelo celular.

         A pesquisa também avalia o acesso à internet pelos domicílios, sendo que a classe A tem 100%, classe B tem 99%, classe C tem 91%, e as classes D/E somente 64% têm acesso.

         Percebe-se, pela pesquisa, a falta de acesso à conexão de internet e a recursos de informática pelas classes mais vulneráveis.

         Essas dificuldades acirram e reafirmam as desigualdades sociais, em que as classes mais ricas têm acesso pleno à internet e a recursos de informática.

         A universalização da comunicação exige a adoção de políticas públicas para a entrega de conexão de internet de qualidade e de dispositivos de informática para as classes mais vulneráveis.

         Dessa forma, o governo deve adotar políticas públicas para melhorar o acesso das classes mais vulneráveis a recursos de informática (computadores e tablets).

         De outro lado, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) precisa cumprir sua obrigação legal e fazer cumprir as metas de universalização (artigo 79, da Lei 9.472, de 1997), com a aplicação das sanções previstas pelo descumprimento (artigo 82), para efetivar o acesso “de qualquer pessoa ou instituição de interesse público a serviço de telecomunicações, independentemente de sua localização e condição socioeconômica”.”.

(Euler Vespúcio. Advogado e economista, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 22 de dezembro de 2021, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal FOLHA DE S.PAULO, edição de 12 de julho de 2020, caderno opinião, coluna TENDÊNCIAS / DEBATES, página A3, de autoria de Silvio Dulinsky, membro do comitê executivo do Fórum Econômico Mundial, e que merece igualmente integral transcrição:

“Não se trata de começar do

   zero, mas começar melhor

Esta crise é muito diferente das anteriores, e não apenas pela sua origem, seus efeitos e sua gravidade, mas também pela resposta dos governos e por seu impacto socia. Há várias crises combinadas: de saúde, economia, fiscal, setorial e, em muitos casos, política.

         Talvez o maior desafio que temos seja uma profunda recessão de confiança. Não apenas nas instituições, que já vinham sofrendo há bastante tempo, mas agora também entre as pessoas, no comércio do bairro, no restaurante preferido e na economia local. Esse é um grande desafio para a retomada da economia, que gerará cicatrizes difíceis de eliminar.

         O mundo já presenciava focos de tensão antes da pandemia, e a atual crise está acentuando aquelas tendências. A crise financeira da década passada deixou muitos decepcionados com o sistema capitalista-liberal – que concluíram que a globalização funcionava somente para alguns, deixando a maioria para trás. Isso culminou no Brexit e na eleição de líderes populistas em vários países.

         A eleição de um presidente dos Estados Unidos com uma nova visão de mundo mudou o país em favor do protecionismo e enfraqueceu o sistema multilateral. Ao mesmo tempo, a China está se tornando um poder mais consciente de sua influência global, está mais assertiva e mais determinada a exercer esse poder.

         Mas a Covid-19 mudou as cartas de todos os jogadores. É um jogo completamente novo.

         Estamos no meio da recessão mais profunda da história de nossos países em tempos de paz. Os estudos do FMI, do Banco Mundial e da OCDE mostram um impacto devastador em todo o mundo. No entanto, o efeito não foi o mesmo para todos os países ou setores da economia.

         Como será o mundo depois da pandemia? Em geral, há pouca visibilidade e muita especulação. Mas algumas coisas sabemos com certeza, e outras parecem razoavelmente possíveis: aceleração da digitalização, aumento da dívida pública e privada, mudanças nas cadeias de valor e nos padrões de consumo e maior polarização política.

         Diante de déficits muito maiores para evitar uma espiral negativa da econômica, a sociedade terá dificuldade em aceitar políticas de austeridade. É possível que haja aumentos de impostos, principalmente para maiores rendas e para empresas.

         Os governos estão procurando maneiras de aumentar a resiliência da sociedade e da economia contra crises futuras. Muitos defendem incentivos para a produção e o consumo local, o que pode levar a medidas protecionistas.

         A política também será mais polarizada. O conflito, que vem de antes, entre uma direita mais nacionalista e uma esquerda mais progressista, parece ter se exacerbado em muitos países. Esses grupos vão lutar para definir que papel deve ter um Estado mais assertivo.

         No plano geopolítico, acentua-se a rivalidade em campos onde tradicionalmente havia colaboração. Mesmo no tempo da Guerra Fria os blocos encontraram pontos de convergência nas áreas de saúde, tecnologia e meio ambiente. Atualmente essas três áreas enfrentam desafios devido a uma maior disputa entre países.

         Em outras áreas somos muito mais ignorantes. Será possível controlar completamente a doença? Não sabemos se uma vacina colocará a pandemia sob controle total. Não sabemos como será o caminho para a recuperação econômica. Os Estados Unidos e a China continuarão a aumentar suas hostilidades? Na reunião de Davos no início deste ano, um palestrante asiático disse que, no passado, raramente uma potência política e econômica aceitou perder a sua liderança sem passar por um conflito militar.

         Recentemente, o Fórum Econômico Mundial lançou uma série de diálogos com líderes globais sobre o tema da nossa próxima reunião em Davos, “The Great Reset”.

         É essencial ter o sentido de urgência para reconstruir um modelo econômico mais inclusivo e sustentável. Se não enfrentarmos esses desafios acentuados pela pandemia, a crise social se intensificará, levando a uma maior polarização e a novos confrontos ainda mais intensos. Cabe a todos nós que a tragédia humana e econômica não seja o único legado desta crise. Não se trata de começar do zero, mas de começar melhor.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 346,12% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 129,64%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,341 trilhões (49,64%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 


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