segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA BOA GOVERNANÇA, NOVAS TECNOLOGIAS E CIÊNCIA NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA NOVA ECONOMIA, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL E ALEGRIA DA VOCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE

“2022 reacende a esperança?

        Em tempos de pandemia, de crise política e de cortes drásticos no orçamento público da ciência, empresas públicas e privadas apostaram no conhecimento científico e tecnológico e investiram R$ 7,5 bilhões em projetos de universidades públicas e ICTs – por intermédio das fundações de apoio à pesquisa. Os volumes captados pelas fundações em 2020 superaram em R$ 2,5 bilhões a média história de R$ 5 bilhões anuais alavancados por essas instituições, conforme levantamento do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies).

         Se houvesse estímulos tributários e financeiros, esses aportes poderiam até dobrar e beneficiar mais a ciência brasileira, que ficou na UTI nos dois anos de pandemia.

         Contudo, a vinda de um novo ano, reacende as esperanças de podermos avançar na agenda de medidas políticas para o fomento da ciência e, ao mesmo tempo, podermos enterrar as nossas frustrações.

         Na agenda de frustrações constam: 1) Lei dos Fundos Patrimoniais, que continua deformada, sem o indispensável incentivo fiscal para doações de recursos privados para pesquisa, vetado pelo presidente Jair Bolsonaro no início de seu governo. Lamentamos que a proposta do Confies, encaminhada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações há um ano, sobre um criativo mecanismo de incentivo à doação, esteja dormindo nas gavetas da burocracia ministerial: 2) a proposta simplificadora de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo. Ou seja, pedimos a regulamentação para implementação de artigo do Decreto 9.283 que trata das prestações de contas dos projetos e que virou letra morta para o regozijo da burocracia que continua a consumir mais de 35% do tempo do pesquisador; e 3) a falta de expedição do Decreto 2.731 que regula o funcionamento das fundações de apoio das instituições de pesquisa.

         Não haveria custo para o governo em nenhum dessas ações. Ao contrário, a produtividade seria maior. Requer apenas trabalho e foco no papel dos ministérios, que é o de coordenar e apoiar os órgãos executores das políticas que o país precisa.

         Nada substituiu as medidas concretas. Todo marketing tem de ter conteúdo. As parcerias que existem para ajudar o governo.

         De qualquer maneira, o ano de 2022 reacende a nossa esperança de que essa agenda ainda seja implementada.

         Afinal, a principal arma para enfrentar a pandemia foi o conhecimento da ciência. Se isso foi possível com nossa ajuda, por que não será com essa agenda?”.

(Fernando Peregrino. Presidente do Confies – Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica –, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de janeiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 28 de janeiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“O trabalho constrói a paz

        O trabalho é fator indispensável para construir e preservar a paz, afirma o Papa Francisco, no rico horizonte da Doutrina Social da Igreja Católica, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz. Diante dos olhos está, pois, um desafio para governos: exercer a sua tarefa de gerar condições para a criação de postos de trabalho, buscando garantir o necessário equilíbrio social e, consequentemente, a paz. Lógicas e intuições são preciosas na promoção de mudanças que favoreçam condições justas e humanas de trabalho, evitando situações de convulsão social, em razão do sofrimento de muitos desempregados. O ponto de partido é compreender que o trabalho é uma forma de expressão do ser humano e de suas habilidades, reconhecendo a sua essencialidade na organização social, para inspirar escolhas políticas que determinem os rumos da economia.

         Abominável é a lógica econômica que, hierarquicamente, vê o lucro acima de tudo, desconsiderando a função social do trabalho. Uma perspectiva que produz escravizações, escassez de oportunidades e, consequentemente, impede que muitos se sintam realizados. A mensagem social da Igreja é um contraponto, pois considera que para além de sua dimensão técnica, produtiva e do seu caráter profissional, o trabalho é essencial à condição humana. O exercício profissional garante o próprio sustento e de familiares, reveste-se do sentido de colaboração com os outros, pois sempre se trabalha com alguém ou para alguém. Deve-se, pois, reconhecer a essencialidade da dimensão social do trabalho – veículo e alavanca na construção da paz.

         A organização política e econômica da sociedade, para que haja paz, não pode abrir mão de uma qualifica compreensão a respeito do trabalho, força humana para edificar um contexto social nos parâmetros do dom da paz. Pelo trabalho, qualificado e valorizado, contemplando diferentes aptidões e carismas, invenções e criatividades, cada pessoa exerce a sua tarefa vocacional de contribuir para a constituição de um mundo cada vez mais belo. A criação de oportunidades de trabalho é, nesse sentido, sinal de competência política, na avaliação de governos e de seus desempenhos. A carência de oportunidades para profissionais projeta fracassos variados, traduzidos nas muitas formas de desigualdade social que alimentam discriminações, preconceitos, descompassando a cultura da paz.

         Descompassos na cultura da paz são vetores de muitos outros fracassos, ferindo de morte a beleza e a dignidade da vida – dom precioso e inviolável. Por isso, o Papa Francisco adverte sobre a gravidade da situação do mundo do trabalho, acentuada pela pandemia da COVID-19, urgindo providências e respostas inteligentes. Uma tarefa governamental que não pode ser simplesmente delegada a agentes econômicos com concepção estreita sobre o trabalho, nos parâmetros do dinheiro e do lucro. A falência de milhões de atividades econômicas e produtivas deve ser adequadamente tratada, pois é uma das razões do crescimento da vulnerabilidade social. A situações é dramática e requere velocidade e assertividade nas respostas, especialmente daqueles que são líderes políticos. Os que são responsáveis por balizar e pautar a vida social não podem delegar ao mercado ou a outras instâncias da sociedade a busca por solução.

         O Papa Francisco chama a atenção em relação à devastação impactante com a crise da economia, gerando exclusões terríveis e graves consequências, dentre elas está o horror da fome. Sem uma reviravolta no mundo do trabalho não se conseguirá promover mudanças nas precárias condições vividas por muitas famílias, expostas a várias formas de escravidão. Ora, onde há escravidão a paz está comprometida, sua destruição é progressiva, pois se desrespeita a dignidade humana. Assusta saber que atualmente apenas um terço da população do planeta em idade laboral insere-se em um sistema de proteção social, e muitas vezes recebendo amparo de modo limitado.

         Neste cenário, o bem comum está fatidicamente comprometido, provocando o crescimento da violência e da criminalidade organizada, sufocando a liberdade, permitindo a contaminação ainda mais grave de uma economia já muito adoecida. Urgente, pois, é ampliar oportunidades de trabalho, por meio da atuação de governos competentes, com sensibilidade social, capazes de reconhecer que o trabalho é uma base para a construção da justiça e da solidariedade. O momento exige competência política na determinação de novos rumos, urgentemente, partindo do princípio incontestável de que o trabalho constrói a paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em dezembro a estratosférica marca de 349,62% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 127,57%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

        

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