“ESG: a oportunidade para a pecuária em 2022
Entre
tantos fatores a serem considerados para o planejamento de 2022, o setor do
leite do Brasil deve se preparar para conviver mais intensamente com a sigla
ESG. Vinda do termo em inglês ‘Environmental, Social and Corporate Govenance’,
significa “Governança Ambiental, Social e Corporativa”. É uma forma de definir
se as operações de uma empresa, como de uma fazenda, são corretamente
gerenciadas, socialmente, responsáveis e sustentáveis.
O
conceito ganhou força nos últimos anos, fruto do crescimento da consciência
coletiva mundial de que precisamos cuidar do planeta, pensando nas pessoas, no
meio ambiente e na economia. A pressão já começou. Consumidores mais exigentes
não hesitam em boicotar marcas consideradas danosas ao meio ambiente,
organizações financeiras já avaliam empresa pelos índices ESG para definir
investimentos e mudanças que aconteciam por força da legislação hoje começam a
ser também estimuladas por laticínios e empresas da cadeia produtiva do leite.
Embora a
sigla possa parecer uma preocupação uma preocupação para os produtores, o
caminho é entender o conceito como oportunidade, notando-se que o setor
leiteiro profissional brasileiro é bastante controlado, cada vez mais
sustentável e com impactos sociais benéficos. Perceber que já praticamos muitos
conceitos ESG em nosso dia a dia pode estimular a adoção de mais ações.
Em
termos de governança, que nada mais é do que a gestão organizada e ética, os
sistemas de gestão ganham espaço crescente no mercado. Em 2021, o Ideagri
cresceu em número de usuários e ganhou novas funcionalidades de gestão do
negócio do leite e se tornou mais amigável e mais fácil de ser usado. Para a
pecuária de corte, a Bovitech lançou o aplicativo Salga, que permite o controle
apurado da suplementação a pasto, aumentando o ganho de peso dos animais com o
mesmo uso de espaço e recursos.
Na parte
da sustentabilidade, o reuso da água e outros recursos naturais são práticas em
muitas fazendas. A tecnologia dos biodigestores está cada vez mais acessível e
é adotada em grande número de propriedades, e manejo de pastagens dentre outras
ações relativas à nutrição animal contribuem para a redução da emissão de gases
do efeito estufa.
O
cuidado veterinário e o uso de novas tecnologias, como as soluções da OnFarm,
que permitem a identificação da causa da mastite em 24 horas, na própria
fazenda, reduz o uso de antibióticos e traz segurança e qualidade para o
produto final.
Simultaneamente,
o conceito “bem-estar animal”, nascido na Europa, se expandiu na pecuária do
Brasil, com avanços nas práticas de manejo, melhorias no abate humanitário e no
transporte de animais vivos, onde os ganhos em produtividade quando se aplica
tal conceito, são evidentes entre os produtores.
Em
relação ao impacto social, não restam dúvidas sobre a importância da cadeia
produtiva do leite no Brasil, sendo este um dos setores que mais gera empregos
e renda no país. Os treinamentos vêm sendo ampliados a campo e a formação
profissional está em expansão.
O ESG
não deve assustar os produtores. Há muito o que avançar, mas se entendermos
como oportunidade essa nova demanda global por governança, sustentabilidade e
melhoria social, avançaremos rapidamente e nossos negócios se tornarão ainda
mais fortes, mais úteis e essenciais para a sociedade.”.
(Laerte Cassoli (*), Marcelo Ferreira (**) e Ana
Paula Caríssimo (***)
*CEO da Rumina, **CEO da Ideagri e ***Assessora de
comunicação da Ideagri, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo
Horizonte, edição de 11 de janeiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.cnbb.org.br,
edição de 21 de janeiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE
AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente
integral transcrição:
“Artesãos da paz
Momentos
difíceis vividos pela humanidade, a exemplo deste tempo de pandemia,
escancararam fragilidades e produzem novas feridas, mas carregam também lições
a serem aprendidas e exercidas para se conquistar um novo estilo de vida. Sem
novo estilo de vida não se alcança um novo ciclo da história. Nessa
perspectiva, a importante mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz
2022, alentando esperanças indispensáveis no coração da humanidade, traz
oportuna indicação: dialogar é uma exigência para se alcançar aprendizados,
especialmente quando se considera a tarefa cidadã, de todos, de se constituírem
artesãos da paz. A arquitetura da paz é um engenho complexo que demanda o
trabalho de qualificados artesãos. Essa convicção precisa ser cada vez mais
partilhada, para que se ganhe tempo e rapidamente sejam obtidas metas
corretivas, propostas assertivas.
Na
contramão do caminho para o diálogo, pessoas e grupos insistem na adoção de
práticas que se limitam a acusações. Dizem que agem dessa maneira para defender
a ortodoxia, ou mesmo para construir algo novo. Resumidamente, pensam que podem
cuidar do que é essencial, intocável e inegociável por meio da rigidez, pelo
uso de discursos bélicos que buscam a desmoralização daqueles com quem
estabelecem relação de discordância, muitas vezes desrespeitando os limites
legais. É preciso ter clareza: o artesão da paz tergiversa, defende, discute,
discorda, mantendo como propósito uma perspectiva edificante, no horizonte que
orientou o apóstolo Paulo. O apóstolo, grande artesão da paz, explica o seu
método de agir: tudo fazer para que todos sejam de Cristo.
O tom
beligerante das relações tem se tornado comum, evidenciando falta de
competência dialogal e, consequentemente, incapacidade para ser artesão da paz.
Esse tom é manifestação de desespero, levando à ridicularização daqueles que o
adotam, por não conseguirem manter adequado nível de conversação. As
inquietudes deste tempo, os incômodos e os descompassos precisam de diálogos
qualificados, remédios para entendimentos equivocados. Há uma tendência
recorrente de se evitar o diálogo capaz de promover as renovações demandadas
pela humanidade. Isso porque muitos pensam que não precisam mudar, quando, na
verdade, todos devem almejar se tornar pessoas melhores, corrigindo os próprios
descompassos, em um processo que ajuda a encontrar as respostas para problemas
sociais. Constata-se, assim, que no lado oposto do perigoso laxismo contracena
ou ameaça: um rígido moralismo que inviabiliza qualquer tipo de nova e adequada
postura por um bem maior.
Muitos
daqueles que pretendem defender contextos institucionais, resgatar a verdade e
reconquistar horizontes inspiradores permitem-se promover a desmoralização,
valendo-se de clichês que levam a esterilidade a seus próprios discursos.
Embora se apresentem como defensores e guardiões da verdade, não conseguem
expressar a beleza dessa verdade que dizem defender – não agem como artesãos da
paz. Dentre os equívocos que cometem, está uma análise contaminada que
considera tudo pior nos tempos atuais, evocando um passado paradisíaco que
nunca existiu. Faltam, pois, argumentos capazes de gerar convencimento, ou
indicações de mudanças necessárias. Ao invés disso, investe-se em “propaganda
enganosa” ou promessas incapazes de serem cumpridas.
A
urgente mudança de rumo na sociedade, a autêntica fidelidade doutrinal e
institucional, o adequado compromisso com a preservação da casa comum e da
família, na sua identidade e missão, dependem da arte dos diálogos, pois o
mundo precisa de artesãos da paz. Ser artesão da paz é dom, tarefa e missão.
Dom porque corresponde à condição de todos – filhos e filhas de Deus – dignidade
maior e inigualável, princípio determinante para reger as relações entre
pessoas, assumindo o compromisso da fraternidade universal. Tarefa por incluir
o dever de se considerar sempre aprendiz, com dose cotidiana de humildade, para
não se deixar cair na soberba que inviabiliza a capacidade de saber ouvir,
inclusive aqueles que prensam diferente, até mesmo adversários, tendo no
horizonte a meta de edificar a paz, pela justiça e solidariedade.
Por fim,
ser artesão da paz é missão, pois, racional e espiritualmente, o sentido do
viver humano é ir ao encontro do outro. Não é viver para si, com suas coisas,
enjaulado simplesmente nas circunstâncias das próprias afinidades, alimentando
o egoísmo e a mesquinhez. Todos têm a missão de nunca sossegar na laboriosa e
cotidiana tarefa de restabelecer as relações entre as pessoas, grupos e
instituições, com a convicção de que a paz é o caminho para a entrada
definitiva no Reino de Deus. Um caminho que, para ser pavimentado, depende que
prevaleçam na humanidade, aqueles que são artesãos da paz.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
60
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e
preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!
Eternamente!”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário