segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA BOA GOVERNANÇA E EXTREMO ZELO COM A CASA COMUM NA TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESCUTA AMOROSA, DIÁLOGO, JUSTIÇA E SOLIDARIEDADE NA CONSTRUÇÃO DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE

“ESG: a oportunidade para a pecuária em 2022

        Entre tantos fatores a serem considerados para o planejamento de 2022, o setor do leite do Brasil deve se preparar para conviver mais intensamente com a sigla ESG. Vinda do termo em inglês ‘Environmental, Social and Corporate Govenance’, significa “Governança Ambiental, Social e Corporativa”. É uma forma de definir se as operações de uma empresa, como de uma fazenda, são corretamente gerenciadas, socialmente, responsáveis e sustentáveis.

         O conceito ganhou força nos últimos anos, fruto do crescimento da consciência coletiva mundial de que precisamos cuidar do planeta, pensando nas pessoas, no meio ambiente e na economia. A pressão já começou. Consumidores mais exigentes não hesitam em boicotar marcas consideradas danosas ao meio ambiente, organizações financeiras já avaliam empresa pelos índices ESG para definir investimentos e mudanças que aconteciam por força da legislação hoje começam a ser também estimuladas por laticínios e empresas da cadeia produtiva do leite.

         Embora a sigla possa parecer uma preocupação uma preocupação para os produtores, o caminho é entender o conceito como oportunidade, notando-se que o setor leiteiro profissional brasileiro é bastante controlado, cada vez mais sustentável e com impactos sociais benéficos. Perceber que já praticamos muitos conceitos ESG em nosso dia a dia pode estimular a adoção de mais ações.

         Em termos de governança, que nada mais é do que a gestão organizada e ética, os sistemas de gestão ganham espaço crescente no mercado. Em 2021, o Ideagri cresceu em número de usuários e ganhou novas funcionalidades de gestão do negócio do leite e se tornou mais amigável e mais fácil de ser usado. Para a pecuária de corte, a Bovitech lançou o aplicativo Salga, que permite o controle apurado da suplementação a pasto, aumentando o ganho de peso dos animais com o mesmo uso de espaço e recursos.

         Na parte da sustentabilidade, o reuso da água e outros recursos naturais são práticas em muitas fazendas. A tecnologia dos biodigestores está cada vez mais acessível e é adotada em grande número de propriedades, e manejo de pastagens dentre outras ações relativas à nutrição animal contribuem para a redução da emissão de gases do efeito estufa.

         O cuidado veterinário e o uso de novas tecnologias, como as soluções da OnFarm, que permitem a identificação da causa da mastite em 24 horas, na própria fazenda, reduz o uso de antibióticos e traz segurança e qualidade para o produto final.

         Simultaneamente, o conceito “bem-estar animal”, nascido na Europa, se expandiu na pecuária do Brasil, com avanços nas práticas de manejo, melhorias no abate humanitário e no transporte de animais vivos, onde os ganhos em produtividade quando se aplica tal conceito, são evidentes entre os produtores.

         Em relação ao impacto social, não restam dúvidas sobre a importância da cadeia produtiva do leite no Brasil, sendo este um dos setores que mais gera empregos e renda no país. Os treinamentos vêm sendo ampliados a campo e a formação profissional está em expansão.

         O ESG não deve assustar os produtores. Há muito o que avançar, mas se entendermos como oportunidade essa nova demanda global por governança, sustentabilidade e melhoria social, avançaremos rapidamente e nossos negócios se tornarão ainda mais fortes, mais úteis e essenciais para a sociedade.”.

(Laerte Cassoli (*), Marcelo Ferreira (**) e Ana Paula Caríssimo (***)

*CEO da Rumina, **CEO da Ideagri e ***Assessora de comunicação da Ideagri, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 11 de janeiro de 2022, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.cnbb.org.br, edição de 21 de janeiro de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Artesãos da paz

        Momentos difíceis vividos pela humanidade, a exemplo deste tempo de pandemia, escancararam fragilidades e produzem novas feridas, mas carregam também lições a serem aprendidas e exercidas para se conquistar um novo estilo de vida. Sem novo estilo de vida não se alcança um novo ciclo da história. Nessa perspectiva, a importante mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz 2022, alentando esperanças indispensáveis no coração da humanidade, traz oportuna indicação: dialogar é uma exigência para se alcançar aprendizados, especialmente quando se considera a tarefa cidadã, de todos, de se constituírem artesãos da paz. A arquitetura da paz é um engenho complexo que demanda o trabalho de qualificados artesãos. Essa convicção precisa ser cada vez mais partilhada, para que se ganhe tempo e rapidamente sejam obtidas metas corretivas, propostas assertivas.

         Na contramão do caminho para o diálogo, pessoas e grupos insistem na adoção de práticas que se limitam a acusações. Dizem que agem dessa maneira para defender a ortodoxia, ou mesmo para construir algo novo. Resumidamente, pensam que podem cuidar do que é essencial, intocável e inegociável por meio da rigidez, pelo uso de discursos bélicos que buscam a desmoralização daqueles com quem estabelecem relação de discordância, muitas vezes desrespeitando os limites legais. É preciso ter clareza: o artesão da paz tergiversa, defende, discute, discorda, mantendo como propósito uma perspectiva edificante, no horizonte que orientou o apóstolo Paulo. O apóstolo, grande artesão da paz, explica o seu método de agir: tudo fazer para que todos sejam de Cristo.

         O tom beligerante das relações tem se tornado comum, evidenciando falta de competência dialogal e, consequentemente, incapacidade para ser artesão da paz. Esse tom é manifestação de desespero, levando à ridicularização daqueles que o adotam, por não conseguirem manter adequado nível de conversação. As inquietudes deste tempo, os incômodos e os descompassos precisam de diálogos qualificados, remédios para entendimentos equivocados. Há uma tendência recorrente de se evitar o diálogo capaz de promover as renovações demandadas pela humanidade. Isso porque muitos pensam que não precisam mudar, quando, na verdade, todos devem almejar se tornar pessoas melhores, corrigindo os próprios descompassos, em um processo que ajuda a encontrar as respostas para problemas sociais. Constata-se, assim, que no lado oposto do perigoso laxismo contracena ou ameaça: um rígido moralismo que inviabiliza qualquer tipo de nova e adequada postura por um bem maior.

         Muitos daqueles que pretendem defender contextos institucionais, resgatar a verdade e reconquistar horizontes inspiradores permitem-se promover a desmoralização, valendo-se de clichês que levam a esterilidade a seus próprios discursos. Embora se apresentem como defensores e guardiões da verdade, não conseguem expressar a beleza dessa verdade que dizem defender – não agem como artesãos da paz. Dentre os equívocos que cometem, está uma análise contaminada que considera tudo pior nos tempos atuais, evocando um passado paradisíaco que nunca existiu. Faltam, pois, argumentos capazes de gerar convencimento, ou indicações de mudanças necessárias. Ao invés disso, investe-se em “propaganda enganosa” ou promessas incapazes de serem cumpridas.

         A urgente mudança de rumo na sociedade, a autêntica fidelidade doutrinal e institucional, o adequado compromisso com a preservação da casa comum e da família, na sua identidade e missão, dependem da arte dos diálogos, pois o mundo precisa de artesãos da paz. Ser artesão da paz é dom, tarefa e missão. Dom porque corresponde à condição de todos – filhos e filhas de Deus – dignidade maior e inigualável, princípio determinante para reger as relações entre pessoas, assumindo o compromisso da fraternidade universal. Tarefa por incluir o dever de se considerar sempre aprendiz, com dose cotidiana de humildade, para não se deixar cair na soberba que inviabiliza a capacidade de saber ouvir, inclusive aqueles que prensam diferente, até mesmo adversários, tendo no horizonte a meta de edificar a paz, pela justiça e solidariedade.

         Por fim, ser artesão da paz é missão, pois, racional e espiritualmente, o sentido do viver humano é ir ao encontro do outro. Não é viver para si, com suas coisas, enjaulado simplesmente nas circunstâncias das próprias afinidades, alimentando o egoísmo e a mesquinhez. Todos têm a missão de nunca sossegar na laboriosa e cotidiana tarefa de restabelecer as relações entre as pessoas, grupos e instituições, com a convicção de que a paz é o caminho para a entrada definitiva no Reino de Deus. Um caminho que, para ser pavimentado, depende que prevaleçam na humanidade, aqueles que são artesãos da paz.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a estratosférica marca de 346,12% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 129,64%; e já o IPCA, em dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,06%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 521 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 “VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira ...

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos! 

 

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

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