“A importância do ensino básico presencial
A
importância da educação básica para o desenvolvimento socioeconômico de um país
é matéria de amplo conhecimento da sociedade. O recém-publicado estudo do Fundo
Monetário Internacional (FMI) deixa isso ainda mais claro ao concluir que, ao
longo das próximas décadas, os brasileiros terão uma das maiores perdas de
renda entre as grandes economias globais em razão do fechamento das escolas na
pandemia. Se nada for feito para recuperar a falta de aprendizado completo,
principalmente da população mais vulnerável, a renda média dessa população
afetada pode sofrer uma redução de 9,1% ao longo da vida.
O
fechamento das escolas, com a transferência do ensino para o sistema remoto,
foi uma medida que o país precisou enfrentar para não sofrer danos sanitários
maiores em decorrência da pandemia. Porém, principalmente para o ensino
fundamental das populações mais pobres, houve deficiência na oferta da
modalidade remota, ocasionada por diversos fatores, agravada pelo longo tempo
em que as crianças se viram privadas de frequentar suas escolas, com profundos
reflexos na aprendizagem desse estrato da população.
O espaço
escolar é um ambiente privilegiado para o desenvolvimento dos estudantes, pois
permite a interação aluno-professor, a convivência entre os colegas, a
oportunidade de debate de ideias e tudo o que propicia a construção do sujeito,
em sua perspectiva intelectual, e suas relações afetivas, sociais, emocionais e
éticas. Parte dessa riqueza se perde no ambiente virtual, sem falar na grande
parcela das famílias que não possui a necessária estrutura tecnológica –
equipamentos e rede digital – para que seus filhos possam acompanhar as aulas e
as atividades.
Não é
novidade que a inovação tecnologia deu um salto durante o período de aulas
remotas, com instrumentos que auxiliam no processo educativo, mas as novas
plataformas, apesar de continuarem relevantes em um cenário pós-pandêmico,
devem ser consideradas complementares. Nada substitui a riqueza da convivência,
principalmente no ensino fundamental, quando a escola é o elo da criança com a
formação comunitária e suas relações interpessoais.
Precisamos
ter consciência de que a educação básica vai muito além da função técnica, de
repasse de conteúdo. Ela é rica pelo processo de aprendizagem não apenas das
disciplinas curriculares, mas pela construção da cidadania, pelo
compartilhamento de valores. A escola é um ambiente vivo e pulsa com as
interações que o ensino presencial proporciona.
No caso
das famílias mais vulneráveis, a escola tem mais um papel, que é o protetivo.
Diante de uma realidade na qual persiste o abandono escolar, a violência
doméstica e tantas outras situações de risco, a escola é um dos atores de uma
rede de apoio que precisa existir e produzir relações de confiança que permitam
o monitoramento desses casos. O contato e a atenção de cada um que vivencia o
ambiente escolar podem quebrar correntes de violações aos direitos das crianças
e adolescentes.
Assim, a
retomada do ensino presencial deve ser encarada com um desafio maior,
fortalecendo a qualidade da educação infantil e fundamental, recuperando o gap
de aprendizagem resultante de um processo educativo deficiente nesse período,
principalmente para as comunidades mais empobrecidas pela situação de pandemia.
O quadro mostrado pelo FMI é de longo prazo e, por isso, pode ser revertido.
Está claro que a educação permite perspectiva de aumento de renda, de futuro
para essas famílias que sofrem, não somente pelo risco à saúde, mas pela
segurança alimentar e outras condições mínimas de proteção social. E, para essa
base, não apenas o poder público como as instituições filantrópicas terão papel
relevante, dando oportunidade para que essas crianças se desenvolvam com
qualidade.”.
(Antonio Rios. Superintendente do Grupo
Maristas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição
de 23 de julho de 2022, caderno OPINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de
artigo publicado no site www.domtotal.com,
edição de 19 de agosto de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:
“Diálogos pelo bem maior
Tecer
redes de diálogos pelo bem maior é uma responsabilidade que precisa envolver
cidadãos e cidadãs, considerando a urgente necessidade de superar problemas
sociais. A sociedade é complexa e requer dinâmicas essenciais para o resgate de
valores capazes de substituir cenários abomináveis – dentre eles a desigualdade
social e violência crescente. Especificamente, é preciso superar a “babel”
contemporânea. Essa “babel” é resultado de uma inabilidade generalizada para se
lidar com o conjunto de subjetividades, de perspectivas de grupos e
instituições, que constituem a sociedade. Na ausência de parâmetros
inegociáveis, muitos deles detalhados na Doutrina Social da Igreja, não se
avançará no estabelecimento de diálogos pelo bem maior. Ao invés disso,
prevalecerá a mágoa que estimula reações de vingança ou desencadeia a
indiferença. Serão naturalizadas atitudes egoístas que levam a perdas de tudo
que já foi conquistado para o bem de todos. Na pluralidade de perspectivas,
urgente é investir em referências capazes de alinhar entendimentos, em vista de
diálogos pelo bem maior.
A busca
pela consolidação dessas referências é caminho longo, mas também um amplo
horizonte, que precisa enfatizar a importância de cada pessoa cultivar em si um
coração de paz. Viver em “pé de guerra”, conforme se diz popularmente, impede o
diálogo essencial ao alcance do bem maior. Esse bem, construído a partir de
corações da paz, remedia desencontros, ajusta entendimentos e produz uma
compreensão capaz de reconhecer que a vida se arquiteta a partir de ciclos que
se abrem e se fecham. Nesse sentido, aqueles que cultivam coração de paz
capacitam-se para bem escutar o conselho de Jesus aos seus discípulos, ante as
muitas labutas e conquistas da vida. Todos, orienta o mestre, devem se
considerar servidores, e, como simples servos, dizer com alegria: “Fez-se o que
se devia fazer”. Assim, um sentimento saudável fecunda o ciclo novo que se
abre, inspira diálogos para o bem maior.
A
contribuição cidadã para que sejam constituídos diálogos essenciais ao bem
maior exige profundo respeito a cada pessoa. Trata-se de condição inegociável
para se promover a paz, levando à urgente edificação de alicerces para
sustentar um autêntico humanismo integral. A construção de um futuro mais
sereno depende essencialmente desta atitude de cada pessoa: cultivar um coração
de paz. Essa atitude não constitui simplesmente uma ação política, também não
se trata apenas de civilidade emoldurada pela nobreza de atos, posturas e
ditos. A paz no coração humano é efeito da ação divina, um dom de Deus. Há uma
lógica moral inscrita na interioridade
de cada pessoa que ilumina a existência, inspira a convivência entre os
povos, determinantemente contribuindo para que sejam efetivados diálogos
promotores do bem maior.
Só
dialoga para o bem quem considera “cláusula pétrea” o princípio da igualdade
essencial entre os seres humanos – todos filhos e filhas de Deus. Essa
dignidade comum é, pois, alicerçada em uma pedra transcendente que não permite
atitudes e sentimentos discriminatórios, excludentes, em nenhuma circunstância.
Assim, se percebe que não basta simplesmente buscar ganhos individuais,
desconsiderando o próximo. No conjunto de ensinamentos da Igreja Católica inscreve-se
a convicção de que, na raiz das inúmeras tensões que ameaçam a paz, estão
justamente as incontáveis situações de injustiça. Os diálogos pelo bem maior,
capazes de tecer a paz, precisam ultrapassar interesses de grupos, o
atendimento de “caprichos” pessoais ou partidários, para verdadeiramente
priorizar o que gera igualdade e fraternidade. Para isso, cada pessoa deve
incomodar-se com as perversas desigualdades no acesso a bens essenciais –
comida, água, casa, saúde, dentre outros. Superar essas desigualdades que ferem
os direitos humanos é a prioridade quando se pensa em diálogos pelo bem maior,
que são essenciais à “ecologia da paz”.
A
Doutrina Social da Igreja focaliza, ao lado do conceito de ecologia relacionado
à natureza, a ecologia humana, vinculada ao contexto social, que para ser bem
cuidado exige adequadas políticas públicas. E o coração da paz de cada pessoa é
insubstituível para enfrentar, colaborativamente, os desafios deste tempo, na
contramão de polarizações, do fechamento ao diálogo e da mesquinha defesa dos
próprios interesses. Cada pessoa, esperançosamente, cultive um coração de paz,
inspirando diálogos pelo bem maior.”.
Eis,
portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e
reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história –
que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas,
civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e
sustentavelmente desenvolvidas...
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da
democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da
fraternidade universal);
b) o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são:
c) a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e
eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).
E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz:
“... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos,
mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite
da dívida pública...”.
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
Este
é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e
perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
60 anos
de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)
- Estamos nos descobrindo através da Excelência
Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando
nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o
poder é para amar, servir e edificar!
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da
sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral:
econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação
dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação: juntando diamantes...
porque os diamantes são eternos!
- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por
todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”
Afinal, o Brasil é uma
águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão
olímpica e de coragem!
E P Í L O G O
CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO
“Oh! Deus, Criador,
Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e
não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados
com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do
saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse
construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e
dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.
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