terça-feira, 23 de agosto de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DO APRENDIZADO INTEGRAL NA QUALIFICAÇÃO DO ENSINO BÁSICO PRESENCIAL PARA A TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DA ESPIRITUALIDADE CONCILIADORA, IGUALDADE E FRATERNIDADE NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“A importância do ensino básico presencial

       A importância da educação básica para o desenvolvimento socioeconômico de um país é matéria de amplo conhecimento da sociedade. O recém-publicado estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) deixa isso ainda mais claro ao concluir que, ao longo das próximas décadas, os brasileiros terão uma das maiores perdas de renda entre as grandes economias globais em razão do fechamento das escolas na pandemia. Se nada for feito para recuperar a falta de aprendizado completo, principalmente da população mais vulnerável, a renda média dessa população afetada pode sofrer uma redução de 9,1% ao longo da vida.

         O fechamento das escolas, com a transferência do ensino para o sistema remoto, foi uma medida que o país precisou enfrentar para não sofrer danos sanitários maiores em decorrência da pandemia. Porém, principalmente para o ensino fundamental das populações mais pobres, houve deficiência na oferta da modalidade remota, ocasionada por diversos fatores, agravada pelo longo tempo em que as crianças se viram privadas de frequentar suas escolas, com profundos reflexos na aprendizagem desse estrato da população.

         O espaço escolar é um ambiente privilegiado para o desenvolvimento dos estudantes, pois permite a interação aluno-professor, a convivência entre os colegas, a oportunidade de debate de ideias e tudo o que propicia a construção do sujeito, em sua perspectiva intelectual, e suas relações afetivas, sociais, emocionais e éticas. Parte dessa riqueza se perde no ambiente virtual, sem falar na grande parcela das famílias que não possui a necessária estrutura tecnológica – equipamentos e rede digital – para que seus filhos possam acompanhar as aulas e as atividades.

         Não é novidade que a inovação tecnologia deu um salto durante o período de aulas remotas, com instrumentos que auxiliam no processo educativo, mas as novas plataformas, apesar de continuarem relevantes em um cenário pós-pandêmico, devem ser consideradas complementares. Nada substitui a riqueza da convivência, principalmente no ensino fundamental, quando a escola é o elo da criança com a formação comunitária e suas relações interpessoais.

         Precisamos ter consciência de que a educação básica vai muito além da função técnica, de repasse de conteúdo. Ela é rica pelo processo de aprendizagem não apenas das disciplinas curriculares, mas pela construção da cidadania, pelo compartilhamento de valores. A escola é um ambiente vivo e pulsa com as interações que o ensino presencial proporciona.

         No caso das famílias mais vulneráveis, a escola tem mais um papel, que é o protetivo. Diante de uma realidade na qual persiste o abandono escolar, a violência doméstica e tantas outras situações de risco, a escola é um dos atores de uma rede de apoio que precisa existir e produzir relações de confiança que permitam o monitoramento desses casos. O contato e a atenção de cada um que vivencia o ambiente escolar podem quebrar correntes de violações aos direitos das crianças e adolescentes.

         Assim, a retomada do ensino presencial deve ser encarada com um desafio maior, fortalecendo a qualidade da educação infantil e fundamental, recuperando o gap de aprendizagem resultante de um processo educativo deficiente nesse período, principalmente para as comunidades mais empobrecidas pela situação de pandemia. O quadro mostrado pelo FMI é de longo prazo e, por isso, pode ser revertido. Está claro que a educação permite perspectiva de aumento de renda, de futuro para essas famílias que sofrem, não somente pelo risco à saúde, mas pela segurança alimentar e outras condições mínimas de proteção social. E, para essa base, não apenas o poder público como as instituições filantrópicas terão papel relevante, dando oportunidade para que essas crianças se desenvolvam com qualidade.”.

(Antonio Rios. Superintendente do Grupo Maristas, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de julho de 2022, caderno OPINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no site www.domtotal.com, edição de 19 de agosto de 2022, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Diálogos pelo bem maior

       Tecer redes de diálogos pelo bem maior é uma responsabilidade que precisa envolver cidadãos e cidadãs, considerando a urgente necessidade de superar problemas sociais. A sociedade é complexa e requer dinâmicas essenciais para o resgate de valores capazes de substituir cenários abomináveis – dentre eles a desigualdade social e violência crescente. Especificamente, é preciso superar a “babel” contemporânea. Essa “babel” é resultado de uma inabilidade generalizada para se lidar com o conjunto de subjetividades, de perspectivas de grupos e instituições, que constituem a sociedade. Na ausência de parâmetros inegociáveis, muitos deles detalhados na Doutrina Social da Igreja, não se avançará no estabelecimento de diálogos pelo bem maior. Ao invés disso, prevalecerá a mágoa que estimula reações de vingança ou desencadeia a indiferença. Serão naturalizadas atitudes egoístas que levam a perdas de tudo que já foi conquistado para o bem de todos. Na pluralidade de perspectivas, urgente é investir em referências capazes de alinhar entendimentos, em vista de diálogos pelo bem maior.

         A busca pela consolidação dessas referências é caminho longo, mas também um amplo horizonte, que precisa enfatizar a importância de cada pessoa cultivar em si um coração de paz. Viver em “pé de guerra”, conforme se diz popularmente, impede o diálogo essencial ao alcance do bem maior. Esse bem, construído a partir de corações da paz, remedia desencontros, ajusta entendimentos e produz uma compreensão capaz de reconhecer que a vida se arquiteta a partir de ciclos que se abrem e se fecham. Nesse sentido, aqueles que cultivam coração de paz capacitam-se para bem escutar o conselho de Jesus aos seus discípulos, ante as muitas labutas e conquistas da vida. Todos, orienta o mestre, devem se considerar servidores, e, como simples servos, dizer com alegria: “Fez-se o que se devia fazer”. Assim, um sentimento saudável fecunda o ciclo novo que se abre, inspira diálogos para o bem maior.

         A contribuição cidadã para que sejam constituídos diálogos essenciais ao bem maior exige profundo respeito a cada pessoa. Trata-se de condição inegociável para se promover a paz, levando à urgente edificação de alicerces para sustentar um autêntico humanismo integral. A construção de um futuro mais sereno depende essencialmente desta atitude de cada pessoa: cultivar um coração de paz. Essa atitude não constitui simplesmente uma ação política, também não se trata apenas de civilidade emoldurada pela nobreza de atos, posturas e ditos. A paz no coração humano é efeito da ação divina, um dom de Deus. Há uma lógica moral inscrita na interioridade  de cada pessoa que ilumina a existência, inspira a convivência entre os povos, determinantemente contribuindo para que sejam efetivados diálogos promotores do bem maior.

         Só dialoga para o bem quem considera “cláusula pétrea” o princípio da igualdade essencial entre os seres humanos – todos filhos e filhas de Deus. Essa dignidade comum é, pois, alicerçada em uma pedra transcendente que não permite atitudes e sentimentos discriminatórios, excludentes, em nenhuma circunstância. Assim, se percebe que não basta simplesmente buscar ganhos individuais, desconsiderando o próximo. No conjunto de ensinamentos da Igreja Católica inscreve-se a convicção de que, na raiz das inúmeras tensões que ameaçam a paz, estão justamente as incontáveis situações de injustiça. Os diálogos pelo bem maior, capazes de tecer a paz, precisam ultrapassar interesses de grupos, o atendimento de “caprichos” pessoais ou partidários, para verdadeiramente priorizar o que gera igualdade e fraternidade. Para isso, cada pessoa deve incomodar-se com as perversas desigualdades no acesso a bens essenciais – comida, água, casa, saúde, dentre outros. Superar essas desigualdades que ferem os direitos humanos é a prioridade quando se pensa em diálogos pelo bem maior, que são essenciais à “ecologia da paz”.

         A Doutrina Social da Igreja focaliza, ao lado do conceito de ecologia relacionado à natureza, a ecologia humana, vinculada ao contexto social, que para ser bem cuidado exige adequadas políticas públicas. E o coração da paz de cada pessoa é insubstituível para enfrentar, colaborativamente, os desafios deste tempo, na contramão de polarizações, do fechamento ao diálogo e da mesquinha defesa dos próprios interesses. Cada pessoa, esperançosamente, cultive um coração de paz, inspirando diálogos pelo bem maior.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 364,0% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,7%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,07%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

          

Nenhum comentário: