sexta-feira, 26 de agosto de 2022

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS URGÊNCIAS E DESAFIOS DAS TECNOLOGIAS, ECONOMIA ALEATÓRIA E PLANEJAMENTO NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL PARA A TRAVESSIA DAS PANDEMIAS E A TRANSCENDÊNCIA DAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS, VISÃO OLÍMPICA E RESILIÊNCIA NA NOVA ORDEM CIVILIZATÓRIA NA SUSTENTABILIDADE

“Economia aleatória

       A partir da década de 2000, a China surpreendeu o Ocidente com seu crescente poderio econômico. Curioso, entretanto, foi que os chineses não trouxeram qualquer tecnologia, novidade ou fórmula especial de se fazer as coisas – pelo contrário, tudo o que se relaciona com o sucesso chinês é simples e tradicional.

         Lar da maior população do mundo, com 1,4 bilhão de habitantes, a China tem na sua gigantesca escala o maior fator favorável. Em uma lógica simples, considera-se que a população chinesa tem demandas básicas também enormes, sendo que os itens necessários para abastecer esse público precisam ser adquiridos – mediante o pagamento de somas enormes – junto aos mercados capazes de produzir em escala tão grande. O tamanho da população, portanto, sempre foi um problema para a China.

         Porém, com o planejamento adequado, a enorme escala populacional chinesa se tornou um fator favorável. Ao invés de buscar produzir autonomamente para atender às próprias demandas, a China abriu as portas para os empresários estrangeiros que quisessem colaborar com tal esforço de abastecimento – evidentemente, um convite condicionado pelo cumprimento das regras e do planejamento chinês. Medida simples, que poupou recursos e esforço ao Estado, atraindo interessados de todo o mundo – afinal, um mercado de mais de 1 bilhão de habitantes promete lucros quase infinitos.

         Com a instalação de milhares de indústrias em seu território, aumenta a taxa de ocupação e o nível salarial dos trabalhadores chineses, assim como a demanda por conforto e o padrão de consumo desses. O surgimento de uma colossal classe média chinesa foi decorrência desse processo, servindo também para intensificá-lo ainda mais.

         A arrecadação de impostos pelo Estado, evidentemente, atingiu cifras astronômicas, permitindo investimentos públicos em setores pelos quais o capitalismo ocidental não havia demonstrado tanto interesse.

         O Brasil também conta com grande mercado interno, historicamente subatendido e subdesenvolvido. À exceção de alguns espasmos de lucidez, especialmente no período de Juscelino Kubitschek, o grande potencial de desenvolvimento do Brasil vem sendo desperdiçado, pois não se articula o acesso ao mercado interno com objetivos econômicos maiores.

         Sem qualquer planejamento para o desenvolvimento econômico desde 1990, o Brasil deixa que as forças de mercado vaguem sem sentido país afora. Nosso mercado interno é encarado como problema – bocas a serem alimentadas – e não como fator que impulsiona soluções – um estímulo para que atores de mercado desempenhem papéis específicos que beneficiem o país. Curiosamente, ao mesmo tempo que rejeitamos qualquer tipo de ação organizada para recuperar nossa economia, ficamos admirados com o sucesso chinês – como se fosse consequência da magia aleatória dos mercados.

         Candidatos que se afirmam liberais no Brasil do século XXI, recitando ideias desconexas recortadas de manuais de economia do século XVIII, deveriam causar escândalo ao eleitor.”.

(Paulo Diniz Filho, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de agosto de 2022, caderno A.PARTE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 25 de agosto de 2022, caderno OPINIÃO, página 24, de autoria de Mourad Tamoud, chief supply chain officer global da SchneiderEletric, e que merece igualmente integral transcrição:

“O fim da globalização?

       A pandemia, as mudanças climáticas aceleradas e as tensões geopolíticas levaram muitas pessoas a questionar o futuro da globalização e, também, fizeram que empresas de todo o mundo repensassem suas estratégias da cadeia de suprimentos.

         O segmento, aliás, passa por desafios com frequência. Tempestades, greves e sanções interrompem os fluxos comerciais há séculos. No entanto, desta vez é diferente: a globalização e a tecnologia tornaram o mundo mais interconectado do que nunca. Eventos em uma parte do mundo podem se espalhar e repercutir em semanas, dias ou até horas. Dessa forma, quando as crises ocorrem, os gerentes da cadeia de suprimentos ficam lutando contra vários obstáculos em várias frentes.

         Deixando de lado o “malabarismo” imediato com a crise, os gerentes da cadeia de suprimentos também precisam considerar a resposta de longo prazo a esse cenário imprevisível.

         Remodelagem das cadeias de suprimentos

         Acompanhando esse movimento, uma pesquisa da McKinsey com executivos seniores da cadeia de suprimentos mostrou que melhorar a flexibilidade, agilidade e resiliência do setor estava no topo da lista de prioridades. A maneira que encontraram de fazer isso foi a regionalização.

         Há lógica nesse pensamento. “Nearshoring” ou “reshoring” – ou seja, fabricação, montagem e distribuição mais perto de onde os produtos serão vendidos. Isso aproxima as operações de seus clientes e, assim, ajuda as empresas a melhorar a forma como fazem o atendimento.

         Talvez ainda mais importante, nearshoring também significa que as companhias precisam desenvolver novos ecossistemas, trabalhar em sincronia com fornecedores e parceiros – de matérias-primas a peças, transporte e montagem final. Esse processo facilita a troca de conhecimento, experiência e colaboração, o que, por sua vez, permite que as empresas inovem e se adaptem mais rapidamente às necessidades dos clientes e às tendências do setor.

         Equilíbrio entre o global e o local

         No entanto, as cadeias de suprimentos locais têm vulnerabilidades significativas. Como elas estão mais expostas a interrupções que podem surgir localmente, os gerentes precisam ter planos de backup, que permitem que a fabricação seja selecionada ou mantida em outro lugar se necessário.

         A padronização global de processos e produção, em contrapartida, fornece a espinha dorsal necessária, melhorando a resiliência geral do segmento. E sempre haverá uma porcentagem de oferta global – certas matérias-primas, como plásticos e componentes eletrônicos, incluindo semicondutores, por exemplo.

         Em outras palavras, a resiliência da cadeia de suprimentos não é algo global ou local, mas busca um equilíbrio que colha os benefícios e reduza os riscos de ambos. Além disso, com esse princípio, a tecnologia está ajudando que os desafios – mesmo que corriqueiros – se tornem cada vez mais amenos e gerem menos impactos nas operações como um todo.

         Sustentabilidade

         Há também um imperativo de sustentabilidade: as cadeias de suprimentos mais curtas têm menos impacto no meio ambiente do planeta.

         As cadeias de suprimentos das empresas de consumo normalmente respondem por mais de 80% de suas emissões totais de gases de efeito estufa e mais de 90% de seu impacto na terra, água, biodiversidade e nos recursos geológicos, de acordo com a McKinsey.

         Por isso os líderes de negócios e da cadeia de suprimentos têm a responsabilidade de reduzir esse impacto. Nearshoring e cadeias de suprimentos mais curtas são uma maneira de fazer isso, assim como as tecnologias digitais para gestão e eficiência de energia e recursos.

         Seja fornecendo energia verde, reduzindo embalagens ou dando aos produtos uma segunda vida, há muitas maneiras concretas pelas quais as empresas podem e devem agir.

         Há muita retórica sobre o fim da globalização. A realidade, no entanto, é muito mais sutil. Maior agilidade e resiliência nas cadeias produtivas não é um caso de preto e branco ou algo como local versus global. Em vez disso, trata-se de encontrar um equilíbrio entre os dois – agora e no futuro.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

 Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

a) a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 132 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade... e da fraternidade universal);

 

b)  o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:

 I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a estratosférica marca de 364,0% nos últimos doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou ainda em históricos 132,7%; e já o IPCA, em julho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 10,07%);

 II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 522 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...);

 III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

 

c)  a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2022, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 2,468 trilhões (52,18%), a título de juros, encargos, amortização e financiamentos (ao menos com esta última rubrica, previsão de R$ 1,884 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:

 

- pagar, sim, até o último centavo;

- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;

- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br).

 

E, ainda, a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”.

 

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

 São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da visão olímpica, do direito, da justiça, da verdade, da espiritualidade conciliadora, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal!

 

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

 

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

60 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2021)

 

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...

- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...

- Por uma Nova Política Brasileira... pois, o poder é para amar, servir e edificar!

- Pela excelência na Gestão Pública ...

- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...

- A alegria da vocação: juntando diamantes... porque os diamantes são eternos!

- O Epitáfio: “Não chorem por mim, chorem por todos aqueles que, ainda, não descobriram Cristo em cada Eucaristia!”

 

 Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem!  

 

E P Í L O G O

 

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

 

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!

Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra

Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e

Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do

Nosso patrimônio público.

Patrimônio esse construído com o

Sangue, suor e lágrima,

Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!

Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

 

 

 

 

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