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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA SABEDORIA E A QUALIFICAÇÃO DOS CAMINHOS DO SUCESSO NA SUSTENTABILIDADE

“O lugar pacífico que existe 
além da mente: a sabedoria
        Quando a criatura humana desperta para cooperar com a evolução, ela cruza o primeiro portal, a partir do qual, a alma e a personalidade devem trabalhar juntas. Assim deixa para trás as fases que vinha percorrendo em seu ritmo normal na vida comum, mais lento. Dispõe-se, então, a assumir a tarefa de domar sua mente e seu livre arbítrio; une todas as suas energias, pois, caso não o faça, certos aspectos de menta jamais poderão concentrar-se na meta evolutiva e continuarão, sempre que possível, devastando.
         Isso significa o início de um novo ciclo. Neste caminho, o ser poderá contar com o auxílio da sua parte mais consciente (ou seja, o Instrutor), que sempre estivera presente, porém, mantendo-se nos bastidores e, até certo ponto, imperceptível.
         Nessa nova fase, a reflexão sobre os acertos, os erros e as provas torna a alma perceptiva após longo período de cegueira e ignorância em que se viveram superficialmente fatos marcantes que poderiam ser mais bem elaborados. Vê-los simplesmente passar, sem qualquer consideração a respeito, implicaria, a esta altura, deixar de desenvolver uma série de potenciais.
         O egoísmo, a crítica, a crueldade e a tendência à tagarelice equivalem aos aspectos dessa mente que dão origem aos conceitos, às teorias e às ideias mais concretas e óbvias do homem, de modo especial às que se encaixam e se afinam com a mentalidade vigente na sociedade organizada. Essas tendências do pensamento, que existem em todos nós e correspondem a aspectos mentais que implicam separatividade, devastação e crítica, são passíveis de transmutação e de desenvolvimento quando inspiradas pelo “lugar de paz” – para onde devem ser levadas.
         Durante épocas seguidas, o pensamento esteve solto: a mente foi cruel e devastadora por não ter ainda contato com o lugar pacífico que existe além dela, o da sabedoria. Ela levou o homem a devastar primeiro o seu próprio corpo físico com hábitos inadequados e depois a sagrada Natureza terrestre. Levou-o a devastar seus relacionamentos por meio principalmente da tagarelice. Todavia, a mente superior, com sua visão conjunta, inclusiva e amorosa, é mais potente do que o poderio da separatividade e do julgamento.
         Deter essa mente que critica, que tem ideias e teorias próprias, que é eivada de preconceitos, e transportá-la para outro patamar, levando-a a captar o pensamento superior, a energia da alma, usando para tanto o poder da própria decisão – eis a tarefa hercúlea a ser empreendida por aquele que ingressa no caminho.
         O aspirante não deve, porém, iludir-se pensando de modo precipitado que, ao elevar a mente a outro patamar, o trabalho já esteja pronto. O processo de captura da mente é longo e repleto de turbulências. Para que o egoísmo seja domado por completo, são necessários muito tempo, trabalho e vigilância. Mais tempo ainda é requerido para que ele seja sublimado nos planos supraconscientes.
         Outras partes do ser, com novas possibilidades, precisam agora incluir-se no processo. Quando ingressa no caminho, o ser percebe por meio dos acontecimentos que ações sem a colaboração das energias da alma não são mais viáveis no seu estágio evolutivo. Assim, pouco a pouco, a mente desenvolve-se, aprendendo o que é necessário não mais pela razão, mas pela intuição que se revela no silêncio do encontro com o eu superior.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 19 de novembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 13 de novembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ÉRIKA NAHASS, professora de gestão de pessoas da FGV/Faculdade IBS, e que merece integral transcrição:

“Lentes mentais e sucesso
        Quantas vezes você se viu mergulhado em pensamentos conflitantes ou tão somente angustiado diante de escolhas necessárias? Quantas vezes você se movimentou para mudar seu cenário de vida para prosperar? Ou, ainda, quantas vezes você se viu inclinado a desistir de seus empreendimentos, mas buscou fôlego para continuar?
         Se você tem uma lente mental empreendedora, a resposta provável seria “muitas vezes”; caso contrário, talvez essas perguntas até percam o sentido.
         Lentes mentais são imagens, paradigmas e vivências. São registros sobre nós mesmos e sobre a realidade. São orientadas por um conjunto de crenças e valores armazenados em nossa mente, que influenciam na forma com a qual lemos o mundo e, assim, agimos. É através dos modelos mentais que filtramos, julgamos e construímos as relações, as escolhas, o “tom” e o “grau” das nossas realizações. A ousadia ou a timidez; a prudência ou o riso; a positividade ou o negativismo; a ação consequencialista ou imprudente; tudo está dosado, engatilhado e ambicionado na proporção da nossa capacidade de ler, reler e praticar o mundo lido.
         Dessa maneira, o sucesso requer uma lente audaz, onde disciplinas como pensamento sistêmico, domínio pessoal, visão compartilhada e disponibilidade para o aprendizado ajudarão a formar uma lente flexível, de crescimento, capaz de recorrigir rotas, refazendo cálculos, julgamentos e crenças para se ajustar e agir informado por uma pluralidade de paradigmas, e não por um paradigma. Nós somos, em grande proporção, filhos do nosso tempo histórico, e dessa maneira formados em invólucros culturais. A capacidade ou a disciplina em aprender a ver e ler o nosso modelo cultural, de maneira diversa ou complementar, nos confere plug-ins mentais ricos para a construção da nossa barca dourada do sucesso. Porque estamos em uma travessia do ponto “A” para o ponto “B”, onde “B” deverá ser melhor do que “A”. Assim, a barca é a mentalidade em construção capaz de nos guiar e levar a um novo e temporário cais de sucesso.
         O sucesso é almejado por nós por conter valor positivo de prosperidade. E valor atendido é sucesso computado. Mas toda e qualquer leitura sobre o sucesso atinge conclusões simples e sofisticadas de que, ao alcançar ou viver o sucesso, estaremos, portanto, satisfeitos, confortáveis emocional e materialmente, mas conscientes de sua transitoriedade. De que forma o meu modelo mental me potencializa para ler a realidade, de forma a prosperar, no meu conceito de sucesso, e na sua busca? Eis a questão.
         A lente com a qual você lê o mundo é rica em sua capacidade de mudança, aprimoramento e releituras? A nossa condição humana nos confere poderes de descobrir e redescobrir maneiras de interpretar as mesmas e novas vivências, de maneira aprisionadora ou libertária. Vivemos várias vidas em uma vida, e isso não é incoerente. São Muitos papéis desempenhados e em tempos de consciência diferentes. A busca por níveis de consciência é capaz de acalentar a alma, colocando-a no lugar de conforto. Mas não veja conforto como estagnação, mas sim como o encontro da conformidade buscada. Porque onde a alma se acha, ela se acalma e abre espaço para decantar novas possibilidades e nova fronteira do pensar.
         E o sucesso? Sem a tão esperada fórmula mágica, o que se possuía é a imensa capacidade de aprimorar nossas lentes para enxergar as possibilidades de aplicação das nossas competências e, então, realizar nossas coerentes expectativas. Dessa forma, conseguiremos satisfazer o sustentável e responsável conforto emocional e material – nunca como um episódio de vida definitivo, pois a vida flui por vários trajetos, mas sim como um vivência identitária capaz de nos elevar, no nível de consciência sobre a vida, o mundo das coisas e encontrar a satisfação. E assim, sempre valerá a pena nos perguntar o que mais podemos ler, na atual posição, que nos faça ver mais. Sucesso na jornada!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro/2017 a ainda estratosférica marca de 332,38% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,29%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em outubro, chegou a 2,70%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim!”.






         

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO INTEGRAL E AS BASES DA SUSTENTABILIDADE

“Diversificar o conhecimento
        O sistema educacional formal é estruturado por áreas que fixam um certo território de cada saber. Mas as cercas não funcionam para o conhecimento. Assim, a interdisciplinaridade, o intercâmbio, as formações multidisciplinares eclodiram formalmente, na segunda metade do século 20, como um refresco, oxigênio para todos os territórios clássicos do conhecimento. A medicina aprendendo com a religião, a sociologia com a biologia, a administração com a ciência política, a economia com a psicologia – para citar relações bilaterais de contribuições imediatas da troca de conhecimento. Hoje, é possível encontrarmos economistas com especialização em gestão de pessoas, médicos especializados em gestão de negócios, engenheiros especializados em marketing, entre tantos exemplos. Poderia passar páginas relatando o fruto dessa “pulada de cerca do conhecimento” e o quanto a sociedade se beneficia dela.
         Mas a sociedade do saber, fomentada nos primórdios pela Paideia grega (educação integral), às vezes se esquece do quanto a comunhão dos saberes potencializa a inovação e a oxigenação das ciências diversas. Assim, a sociedade rotulada e cristalizada em jargões e preconceitos de áreas não refresca em nada as posturas demandadas na atualidade. Ser administrador, economista, advogado, historiador, psicólogo confere credenciais importantes para o jogo de mercado. O advogado que se interessa e estuda também marcenaria e decoração potencializa as competências de reconhecer detalhes, harmonia, ajustes finos, entre várias outras. Ou no administrador que ama e estuda música se reconhecem se reconhecem as competências da afinação, da ordem e orquestração dos elementos de um conjunto executando uma melodia. Ou qualquer profissional que carregue consigo o valor das vivências da infância, das horas a fio escutando estórias e história de seus avós. Do livro que o amigo indicou, dos filmes assistidos, das conversas e dilemas dos amigos, enfim, de tudo que você, como um radar, se interessou em captar e transformar em conhecimento. E isto não se classifica ou territorializa em diplomas formais, mas incrementa e amplifica o alcance de sua ação na vida. Os diplomas são credenciais importantes. Conquiste-os, pois ali os saberes estão organizados para pavimentar a estrada. Mas compreenda que tudo na vida requer educação contínua, e isto clama visitas constantes a outros territórios para assim construir, personalissimamente, profissionais diferenciados e com competências amplificadas por suas buscas desterritorializadas pelo saber. Este é o profissional desejado pelo mercado: aquele que tem sabor no saber e garimpa, sem preconceitos, da música à mecânica de aviões, saberes que lhe conferirão a ampliação de seu portfólio de reflexão e atitudes, que certamente contribuirão para ser melhores administradores, médicos, advogados, engenheiros, ou o que você desejar ser, desde que se prepare para isto.
         O voo pelo conhecimento permite riqueza na diversidade, isso favorece o foco na ação, e para multiplicar as maneiras de ver o mesmo. Aprenda a aprender! E tenha sabor no saber. Reconheça a delícia de ser um arquiteto especializado em gestão ou um estatístico especializado em artes plásticas. Reconheça o poder de experimentar os múltiplos olhares que lhe aprimorarão. Autorize-se a aprender. A vida e o mercado necessitam e agradecem sua disposição em desenvolver essa competência.”.

(ÉRIKA NAHASS. Professora de gestão de pessoas da FGV/Faculdade IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de janeiro de 2008, mesmo caderno e página, de autoria de JOSÉ RENATO DE CASTRO CÉSAR, administrador rural, mestre em turismo, integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desenvolvimento endógeno
        O desenvolvimento endógeno (DE) exige ações sociais na economia de uma região, do seio da comunidade para fora. Busca gerar crescimento econômico e melhoria nas condições internas de um território. O DE deve envolver as lideranças locais e regionais, sem a imposição de programas oriundos do poder central dos governantes. A endogenia do desenvolvimento sustentável baseia-se na gestão das estruturas da filosofia social, no sentido saint-simoniano, ou seja, pressupõe concepção de conceitos e princípios políticos, econômicos e administrativos, sendo, portanto, de caráter psicossociológico, requerendo metodologias apropriadas para correta instalação de uma Agenda 21 local.
         Vale lembrar que a Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92, no Rio de Janeiro, em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21, um poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento. Em se tratando de Brasil, é imperioso resgatar as técnicas e as tarefas indígenas sob todos esses aspectos.
         Vários intelectuais de renome já aventaram questões referentes à importância do desenvolvimento endógeno. Os prefeitos e os políticos necessitam destes conhecimentos para assumirem a responsabilidade diante da aplicação dos recursos que a sociedade nacional gera em cada localidade. Afinal, o desenvolvimento e o crescimento econômico só podem ser realizados por intermédio das pessoas. É por meio da nação, e por ela, que existe o trabalho, a saúde, a educação, produção, comércio, a vida econômica e a história de um povo. É pelo homem que a natureza respira e que as coisas criadas e não criadas têm sua razão de ser e existir. É pelo homem que o envolvimento social realiza o crescimento econômico. Entretanto, palavras e idéias, nas mãos de certos artistas e políticos são facilmente lançadas. Assim, processos como Agenda 21, que poderiam resolver, definitivamente, as graves questões locais, tornam-se instrumentos de disputa de poder e fazem fracassar a política.
         Os índices econômicos regionais brasileiros não são satisfatórios, tampouco equânimes, porque não se aplicam as técnicas da Agenda 21 e do marketing urbano às municipalidades, nem se preconizam a transparência e a honestidade nas administrações públicas. É fundamental o comprometimento dos residentes, em torno de ações que auxiliem a sociedade a evoluir num eixo de soberania, fiscalizando as decisões dos gestores públicos. As maneiras com que os políticos “sabem utilizar” e “fazem funcionar” os mecanismos econômicos, utilizando os recursos locais e regionais determinam o desenvolvimento. Porém, é bom lembrar que é o projeto implícito de um lugar que comanda as ações públicas municipais, estaduais e federais. É do problema histórico e geográfico intrínseco local que deve partir a decisão quanto ao desenvolvimento.
         Sob este aspecto, as técnicas da Agenda 21 melhoram as interações intermunicipais microrregionais e a comunicação entre firmas, criando redes produtivas de serviços. O êxodo rural, o elitismo do lazer e do turismo e a agropecuária burra – desprovida de planejamento regional, programação territorial e de planos de sustentabilidade para as propriedades – são problemas que exigem a gestão conjunta das comunidades empenhadas em proteger as microbacias. É preciso evitar as competições burras entre propriedades e proprietários. A co-operação e o cooperativismo devem dar um passo em prol das redes informatizadas inteligentes e inclusivas, com projetos selecionados pelos residentes, para que a nação dê sustentabilidade a uma logística inteligente que inclua os mais pobres, por meio de compromissos políticos sérios.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em  junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br) (e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!