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sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO INTEGRAL E AS BASES DA SUSTENTABILIDADE

“Diversificar o conhecimento
        O sistema educacional formal é estruturado por áreas que fixam um certo território de cada saber. Mas as cercas não funcionam para o conhecimento. Assim, a interdisciplinaridade, o intercâmbio, as formações multidisciplinares eclodiram formalmente, na segunda metade do século 20, como um refresco, oxigênio para todos os territórios clássicos do conhecimento. A medicina aprendendo com a religião, a sociologia com a biologia, a administração com a ciência política, a economia com a psicologia – para citar relações bilaterais de contribuições imediatas da troca de conhecimento. Hoje, é possível encontrarmos economistas com especialização em gestão de pessoas, médicos especializados em gestão de negócios, engenheiros especializados em marketing, entre tantos exemplos. Poderia passar páginas relatando o fruto dessa “pulada de cerca do conhecimento” e o quanto a sociedade se beneficia dela.
         Mas a sociedade do saber, fomentada nos primórdios pela Paideia grega (educação integral), às vezes se esquece do quanto a comunhão dos saberes potencializa a inovação e a oxigenação das ciências diversas. Assim, a sociedade rotulada e cristalizada em jargões e preconceitos de áreas não refresca em nada as posturas demandadas na atualidade. Ser administrador, economista, advogado, historiador, psicólogo confere credenciais importantes para o jogo de mercado. O advogado que se interessa e estuda também marcenaria e decoração potencializa as competências de reconhecer detalhes, harmonia, ajustes finos, entre várias outras. Ou no administrador que ama e estuda música se reconhecem se reconhecem as competências da afinação, da ordem e orquestração dos elementos de um conjunto executando uma melodia. Ou qualquer profissional que carregue consigo o valor das vivências da infância, das horas a fio escutando estórias e história de seus avós. Do livro que o amigo indicou, dos filmes assistidos, das conversas e dilemas dos amigos, enfim, de tudo que você, como um radar, se interessou em captar e transformar em conhecimento. E isto não se classifica ou territorializa em diplomas formais, mas incrementa e amplifica o alcance de sua ação na vida. Os diplomas são credenciais importantes. Conquiste-os, pois ali os saberes estão organizados para pavimentar a estrada. Mas compreenda que tudo na vida requer educação contínua, e isto clama visitas constantes a outros territórios para assim construir, personalissimamente, profissionais diferenciados e com competências amplificadas por suas buscas desterritorializadas pelo saber. Este é o profissional desejado pelo mercado: aquele que tem sabor no saber e garimpa, sem preconceitos, da música à mecânica de aviões, saberes que lhe conferirão a ampliação de seu portfólio de reflexão e atitudes, que certamente contribuirão para ser melhores administradores, médicos, advogados, engenheiros, ou o que você desejar ser, desde que se prepare para isto.
         O voo pelo conhecimento permite riqueza na diversidade, isso favorece o foco na ação, e para multiplicar as maneiras de ver o mesmo. Aprenda a aprender! E tenha sabor no saber. Reconheça a delícia de ser um arquiteto especializado em gestão ou um estatístico especializado em artes plásticas. Reconheça o poder de experimentar os múltiplos olhares que lhe aprimorarão. Autorize-se a aprender. A vida e o mercado necessitam e agradecem sua disposição em desenvolver essa competência.”.

(ÉRIKA NAHASS. Professora de gestão de pessoas da FGV/Faculdade IBS, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de janeiro de 2008, mesmo caderno e página, de autoria de JOSÉ RENATO DE CASTRO CÉSAR, administrador rural, mestre em turismo, integrante do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, e que merece igualmente integral transcrição:

“Desenvolvimento endógeno
        O desenvolvimento endógeno (DE) exige ações sociais na economia de uma região, do seio da comunidade para fora. Busca gerar crescimento econômico e melhoria nas condições internas de um território. O DE deve envolver as lideranças locais e regionais, sem a imposição de programas oriundos do poder central dos governantes. A endogenia do desenvolvimento sustentável baseia-se na gestão das estruturas da filosofia social, no sentido saint-simoniano, ou seja, pressupõe concepção de conceitos e princípios políticos, econômicos e administrativos, sendo, portanto, de caráter psicossociológico, requerendo metodologias apropriadas para correta instalação de uma Agenda 21 local.
         Vale lembrar que a Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92, no Rio de Janeiro, em 1992. É um documento que estabeleceu a importância de cada país se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais. Cada país desenvolve a sua Agenda 21, um poderoso instrumento de reconversão da sociedade industrial rumo a um novo paradigma, que exige a reinterpretação do conceito de progresso, contemplando maior harmonia e equilíbrio holístico entre o todo e as partes, promovendo a qualidade, não apenas a quantidade do crescimento. Em se tratando de Brasil, é imperioso resgatar as técnicas e as tarefas indígenas sob todos esses aspectos.
         Vários intelectuais de renome já aventaram questões referentes à importância do desenvolvimento endógeno. Os prefeitos e os políticos necessitam destes conhecimentos para assumirem a responsabilidade diante da aplicação dos recursos que a sociedade nacional gera em cada localidade. Afinal, o desenvolvimento e o crescimento econômico só podem ser realizados por intermédio das pessoas. É por meio da nação, e por ela, que existe o trabalho, a saúde, a educação, produção, comércio, a vida econômica e a história de um povo. É pelo homem que a natureza respira e que as coisas criadas e não criadas têm sua razão de ser e existir. É pelo homem que o envolvimento social realiza o crescimento econômico. Entretanto, palavras e idéias, nas mãos de certos artistas e políticos são facilmente lançadas. Assim, processos como Agenda 21, que poderiam resolver, definitivamente, as graves questões locais, tornam-se instrumentos de disputa de poder e fazem fracassar a política.
         Os índices econômicos regionais brasileiros não são satisfatórios, tampouco equânimes, porque não se aplicam as técnicas da Agenda 21 e do marketing urbano às municipalidades, nem se preconizam a transparência e a honestidade nas administrações públicas. É fundamental o comprometimento dos residentes, em torno de ações que auxiliem a sociedade a evoluir num eixo de soberania, fiscalizando as decisões dos gestores públicos. As maneiras com que os políticos “sabem utilizar” e “fazem funcionar” os mecanismos econômicos, utilizando os recursos locais e regionais determinam o desenvolvimento. Porém, é bom lembrar que é o projeto implícito de um lugar que comanda as ações públicas municipais, estaduais e federais. É do problema histórico e geográfico intrínseco local que deve partir a decisão quanto ao desenvolvimento.
         Sob este aspecto, as técnicas da Agenda 21 melhoram as interações intermunicipais microrregionais e a comunicação entre firmas, criando redes produtivas de serviços. O êxodo rural, o elitismo do lazer e do turismo e a agropecuária burra – desprovida de planejamento regional, programação territorial e de planos de sustentabilidade para as propriedades – são problemas que exigem a gestão conjunta das comunidades empenhadas em proteger as microbacias. É preciso evitar as competições burras entre propriedades e proprietários. A co-operação e o cooperativismo devem dar um passo em prol das redes informatizadas inteligentes e inclusivas, com projetos selecionados pelos residentes, para que a nação dê sustentabilidade a uma logística inteligente que inclua os mais pobres, por meio de compromissos políticos sérios.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em  junho a marca de 372,0% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br) (e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!  
  
            

 
     


quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A CIDADANIA, O CORPO DE LUZ E A RECONSTRUÇÃO DO PLANETA

“No caminho espiritual vamos conhecer o nosso Corpo de Luz
         
         Trilhar o caminho espiritual é um mergulho cada vez mais profundo no mundo interior, o mundo das energias. No decorrer desse caminho, aprendemos como se criam e se desfazem as formas, tornamo-nos conscientes do que é transitório e do que é eterno. Vamos entrevendo a existência de um plano de Evolutivo, um plano Maior. O plano de Deus para a humanidade. Começamos a imbuir-nos do amor por ele e a ter gratidão pelo que realiza no planeta e nos seus habitantes. Crescem nossa compaixão e alegria ao percebermos a existência de grupos de almas reunidas para cumprir esse plano. Grupos que existem em outros níveis de consciência, além do nosso. Aproximando-nos desses grupos, descobrimos como chegar às fontes que os alimentam e irradiamos a todo o planeta a luz que deles emana.
         Quando estamos nesse caminho, e realmente trilhamos essa senda, avançamos com fé e despreocupados da nossa evolução. O alento nos chega do espírito e já não nos abalamos mais com fatos externos. Assim, prosseguimos firmes, sem mesmo perceber os fios de luz que vamos deixando pelo trajeto. Esses fios são as obras abnegadas. Internamente, irão compor nosso corpo de luz.
         O corpo de luz é o que acolhe a energia da alma quando ela amadurece na busca do espírito, nosso centro mais profundo de consciência. Pode seguir as leis do plano espiritual e sustentar-se nele com harmonia. Quando nos tornamos capazes de nos devotar plenamente ao cumprimento das leis espirituais, começamos a fortalecer nosso corpo de luz.
Acerca dos nossos corpos de luz, podemos dizer, que com o corpo físico agimos no mundo material, carregamos objetos, levamos, trazemos, montamos e desmontamos coisas, e assim por diante. O corpo emocional gera afeto, felicidade, ódio, infelicidade, bons e maus sentimentos. O corpo mental elabora, analisa, ordena, classifica e estrutura, entre outras atividades. O corpo da alma, chamado também de corpo causal, expressa sintonia com o Plano Evolutivo e orienta-se em sua direção.
A alma, a certa altura da sua trajetória, passa a infundir essa sintonia nos corpos mais densos, a conectar o mundo material com o mundo interior. O corpo da alma suporta as energias do nível intuitivo da consciência e incendeia-se ao toque do fogo do Espírito, que vive em nível mais profundo e elevado do ser. Portanto, para a alma ascender ao Espírito, fato que ocorre quando ela amadurece, necessita do corpo de luz. Esse corpo é que lhe permite tal expansão
Essa expansão significa, sobretudo, maior adesão de todo o ser às leis superiores. Mas há outros aspectos dela: os padrões do corpo de luz permitem-lhe transcender a esfera da vida planetária e compartilhar da vida cósmica. Para ingressar nessa vastidão, o ser tem de desfazer vínculos, elevar-se acima das coisas terrenas. Só quando está mais liberado consegue suportar o ritmo dos impulsos espirituais. Com o corpo de luz fortalecido, é capaz de reconhecer as metas maiores de uma evolução que está muito além da humana e terrena.
O corpo de luz, veículo sublime de amor e união, permite-lhe aproximar-se da emanação divina que lhe cabe irradiar. Enfim, a vibração emanada pelo corpo de luz nos possibilita colaborar efetivamente na reconstrução do planeta. Podemos aspirar a participar da Obra Divina na Terra?”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de outubro de 2013, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 5 de outubro de 2013, caderno O.PINIÃO, página 23, de autoria de HAROLDO VINAGRE BRASIL, que é engenheiro e professor, e que merece igualmente integral transcrição:

“O aquecimento global
        
         Através desta linha de vida que vai do século XVI até os dias de hoje, podemos ter uma ideia das ligações entre o desenvolvimento tecnológico e o crescimento populacional da humanidade, com a progressiva consciência do aquecimento global causado pelo homem.
         Vejamos os eventos mais importantes nessa linha de raciocínio: 1712 – o britânico Thomas Newcomen inventa o primeiro motor movido a vapor para ser usado em larga escala, abrindo caminho para a Revolução Industrial e possibilitando o nascimento do capitalismo moderno; 1800 – a população mundial atinge 1 bilhão de pessoas; 1824 – o físico francês Joseph Fourier descreve os mecanismos do efeito estufa natural do planeta Terra, responsável pelo equilíbrio térmico do planeta, condição para a manutenção da vida; 1886 – o alemão Karl Benz cria o Motorwagen, operacionalizando o primeiro automóvel; 1896 – o químico sueco Svante Arrehnius alerta para o fato de que a era industrial, movida a carvão, iria desequilibrar o efeito estufa natural; 1900 – outro sueco, Knut Angström, descobre que o CO2 pode produzir aquecimento através do efeito estufa; 1930 – a população mundial 2 bilhões de pessoas; 1957 – o oceanógrafo Roger Revelle e o químico Hans Suess comprovam que a água do mar não é capaz de absorver toda a quantidade adicional de CO2 lançada na atmosfera; 1960 – a população mundial atinge 3 bilhões de pessoas; a primeira conferência da ONU sobre meio ambiente é realizada em Estocolmo; 1975 – a população mundial atinge 4 bilhões de pessoas; 1987 – a população mundial atinge 5 bilhões de pessoas; 1988 – é criado o Painel de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da ONU para avaliar evidências em torno das alterações do clima; 1990 – o IPCC divulga seu primeiro relatório de avaliação e conclui que houve um aumento de temperatura global de 0,3/0,6ºC em cima do efeito estufa natural; 1992 – na ECO-92, no Rio de Janeiro, os países industrializados concordam em reverter as emissões aos níveis de 1990; 1997 – é acordado o Protocolo de Kyoto, em que os países ricos prometem reduzir emissões em 5% entre 2008 e 2012 sem a anuência dos Estados Unidos; 1999 – a população mundial atinge 6 bilhões de pessoas; 2012 – a população humana chega a 7 bilhões de pessoas; 2013 – novo relatório do IPCC afirma que há 95% de chances de que o aquecimento global seja resultado da influência humana.
         Nos três últimos séculos, a humanidade não foi capaz de criar uma nova ordem que corresponda às virtualidades técnicas que ela mesmo desenvolveu. Um mundo com menos desigualdade social; os países mais prudentes no uso da energia não renovável e poluente, complementando-a com novas fontes renováveis e não poluentes; e o homem menos agressivo com a natureza. Acordaremos no século XXI para reverter esses desequilíbrios, propiciando assim um mundo ainda habitável para as futuras gerações?”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e eficaz vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perda e danos, inexoravelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente e qualificada auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; esporte, cultura e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar as suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...


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sexta-feira, 25 de março de 2011

A CIDADANIA, A SUSTENTABILIDADE E A ÉTICA NOS NEGÓCIOS

“A norma ISO 26000

Finalmente, foi aprovada a Norma ISO 26000, norma internacional sobre responsabilidade social e a sustentabilidade das organizações. Jorge Cajazeiras, diretor da Suzano, foi o líder do grupo que coordenou a elaboração do documento final e o recrutamento dos 92 países que a subscreveram. Na última reunião da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), na Federação de Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), ele descreveu a saga que resultou na aprovação deste novo ordenamento, que, ao lado da Norma 14000, sobre a preservação do meio ambiente, em vigor há vários anos, a ISO 26000 encerra as diretrizes políticas, com letra maiúscula, para o funcionamento das instituições econômicas de um país. Ela possibilita uma regulação das relações éticas das empresas entre si e destas com seus parceiros ou staleholders, no jargão da administração, quais sejam, clientes, fornecedores, empregados, acionistas, governo e sociedade.

Pessoas e organizações que buscam se envolver no momento por uma sociedade mais justa comumente se deparam com um apanhado de termos e conceitos (responsabilidade social, responsabilidade social empresarial, responsabilidade socioambiental, responsabilidade corporativa, sustentabilidade, desenvolvimento sustentável etc.), o que pode gerar dificuldade e confusão. Umas das oportunidades que a norma ISO 26000 pode trazer é a uniformidade no entendimento de tais conceitos, para tanto, é necessário compreendermos o que está por trás das definições apresentadas na norma. O seu processo de implantação implica transparência nas operações das organizações, via prestação periódica de contas, práticas trabalhistas justas, respeito aos direitos humanos e práticas operacionais corretas, o que inclui uma postura anticorrupção. Pauta longa que pressupõe para sua efetivação um substancial processo de mudança cultural dentro das empresas.

Pinçando apenas um item ligado à postura ética anticorrupção, no que concerne às práticas operacionais corretas nas organizações, dá para ver o quanto isso será difícil no caso brasileiro. Principalmente porque, nas relações do mundo empresarial com todos os níveis de governo, predomina, com raras exceções, uma prática promíscua que tem levado a substanciais prejuízos para a sociedade. O discurso sobre esse tema, que bloqueia in limine quaisquer mudanças, se baseia na postura fatalista de que é intrínseco nas relações de negócio esse toma lá dá cá, uma mão lava a outra, sem o que o sistema não funciona.

No entanto, ficaram patentes nas discussões para a elaboração da Norma 26000 as vantagens, junto aos consumidores, de se conseguir implantar uma ética nos negócios que venha a sanar essas não conformidades citadas anteriormente. Mesmo porque as pressões da sociedade civil para que isso ocorra crescerão gradativamente em direção à discriminação das organizações desviantes. Numa linguagem mais receptiva para os empresários, operações corretas levam a importantes vantagens competitivas, pela melhoria da imagem e da reputação de suas empresas, além de propiciar uma maior longevidade no mercado.”
(HAROLDO VINAGRE BRASIL, Engenheiro e prof. Universitário, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, Caderno OPINIÃO, edição de 18 de março de 2011, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e também OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de março de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de MARIA ELISA CASTELLANOS SOLÁ, Arqueóloga e doutora em ecologia pela UFMG, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Ecossistemas e o social

Chegamos ao que somos hoje porque ao longo dos tempos encontramos os meios necessários para continuar na marcha da evolução humana. E somente persistiremos nessa trajetória se as gerações futuras também disporem dos recursos necessários para viver. Espera-se do desenvolvimento sustentável que as futuras gerações possam dispor das mesmas oportunidades que nós tivemos de utilizar os recursos do meio ambiente. John Raws – da Universidade de Harvard – menciona, no livro Teoria da Justiça, que cada geração deveria preservar os ganhos da cultura e da civilização. Cada geração teria que legar à geração seguinte um ecossistema global viável e em bom funcionamento. Para Edith B. Weiss, autora da Teoria da equidade intergeracional, cada geração é ao mesmo tempo guardiã da terra e beneficária de seus frutos. A memória das gerações passadas deve ser respeitada, preservando o patrimônio natural e cultural que nos transmitiram e que deveremos transmitir às próximas gerações. Para que haja equidade intergeracional – com igualdade de oportunidades de utilização equitativa dos recursos naturais e culturais –, é imprescindível que os bens herdados estejam em boa conservação quando forem transmitidos por meio das gerações.

Os ecossistemas prestam serviços relacionados à segurança (proteção de enchentes), agricultura (formação e fertilidade do solo, polinização, controle biológico de pragas, controle da erosão), alimentação (água potável, produtos vegetais e animais), saúde (produtos bioquímicos e farmacêuticos, controle da poluição da água dos rios), combustíveis, recreação e turismo. Assim, quando falamos nos aspectos ecológicos do meio ambiente estamos falando de aspectos necessários à sobrevivência e que são integrantes de nossas atividades culturais, sociais e econômicas. Nessa perspectiva, parece pouco adequado o entendimento no qual a conservação do meio ambiente é divorciada das necessidades sociais e econômicas, chegando-se, muitas vezes, a considerar que os interesses ambientais se opõem aos econômicos. O desenvolvimento sustentável busca a conservação desses serviços para o benefício de todos, de modo que a utilização de serviços ambientais de uns não impeça o direito de outros se utilizarem deles agora e no futuro. Esses conceitos estão expressos no art. 225 da Constituição, na qual todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e todos têm o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

O licenciamento ambiental é um dos principais instrumentos para o desenvolvimento sustentável. A Resolução Conama 001/1986, que estabelece diretrizes para a avaliação de impacto ambiental, considera a questão como qualquer alteração do meio ambiente pelas atividades humanas que afetam a saúde, a segurança, o bem-estar, as atividades sociais e econômicas, as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente, a qualidade dos recursos ambientais e a biota. Os objetivos do licenciamento ambiental estão orientados principalmente para proteger a saúde e as atividades culturais, sociais e econômicas. Porém, a providência é tida como se fosse apenas um instrumento de proteção da fauna e da flora. Não raro se fala em o licenciamento ambiental “atrapalha” o crescimento econômico. Contudo, durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, em janeiro, o secretário das Nações Unidas, Ban Ki-moon, alertou que o modelo econômico mundial é um “suicídio ambiental” que resultará em um desastre se não for reformado. Segundo o secretário, o atual modelo econômico deve ser repensado, sendo necessário fazer uma revolução econômica. Em 2012, o Brasil vai acolher a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), dando sequência à histórica reunião da Eco-92. Sendo este ano crítico para a preparação da reunião, nos cabe promover uma ampla mobilização para apresentar propostas em busca de uma nova ordem econômica para o desenvolvimento mundial das gerações de hoje e de amanhã.”

Eis, portanto, mais RICAS e SEVERAS ponderações e REFLEXÕES que acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS que nos estão colocados, e por tudo isso ainda mais nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL para a CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS (RIO+20), a COPA DAS CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...