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quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES DA RAZÃO E EMOÇÃO NA QUALIFICAÇÃO DO VOTO E A URGÊNCIA E EXIGÊNCIAS DOS VALORES E PRINCÍPIOS DAS NOVAS ORGANIZAÇÕES NA SUSTENTABILIDADE


“A luta entre razão e emoção
        O mote da década de 50 acompanhou por anos a vida dos consumidores: “Vale quanto pesa”. O símbolo da balança na embalagem garantia a legitimidade do sabonete e reforçava o conceito da “verdade verdadeira”. De lá para cá, a verdade passou a perder substantivos e a ganhar superlativos, dando vazão ao bordão destes tempos virtuais: “Vale muito mais do que pesa”. Embala propagandas, expressões sobre pessoas, políticos, jogadores de futebol etc.
         E cai bem no momento em que a política começa a rejeitar velhos paradigmas. Neste ano eleitoral, enquanto o superlativo dominará a política, a verdade se cobrirá de fake news dividindo os mundos real e virtual, a serem guiados por três ferramentas cognitivas: a razão, a emoção e a polarização.
         O cenário da razão abriga eleitores conscientes, autônomos, que já não agem ao estilo “maria vai com as outras”. Esse campo disputará o processo decisório com o da emoção. Basta medir a temperatura ou ver o desfile de adjetivos nas redes sociais entre bolsonaristas e oposicionistas.
         Indignação, revolta, ódio se amalgamam nas bandas que dividem a sociedade: os adeptos do presidente Jair; os oposicionistas que não leem pela cartilha da direita-radical-conservadora; e os centristas, que olham em volta à procura de novos protagonistas.
         Bolsonaro e Lula lideram o cabo de guerra, com linguagem embalada em celofane emotivo. Esforçam-se para antecipar a campanha usando metralhadoras expressivas para agregar parceiros e encantar turbas com uma semântica desarrumada e destemperada. Quando falta razão, valem-se da emoção em mensagem subliminar, querendo dizer “somos gente como vocês”. Metáforas se produzem aos montes para garantir suporte de simpatia.
         Mas a movimentação social mostra que a razão, no processo de tomada de decisões, amplia adeptos até nos setores populares, tradicionalmente emotivos. Os comportamentos racionais hoje em dia indicam reordenamento de valores, princípios e visões dos grupamentos sociais sobre sua cidadania.
         É o caso de perguntar: que vetor influenciará mais a campanha deste ano? Atente-se para o “ethos” nacional, que agrega valores como cordialidade, improvisação, exagero, paixão, solidariedade. A “alma caliente” dos trópicos se contrapõe à frieza anglo-saxã. Ou seja, a emoção ganha da razão.
         Mas o processo racional se expande ao correr do avanço civilizatório. As mudanças começam no campo individual. A pessoa, escondida no anonimato, descobre que pode ser cidadã. A cidadania deixa de ser bandeira de instituições e se torna desejo. Isto é, amplia-se a consciência do “Eu” em contraponto ao conceito do “Nós”, esteira da propaganda política. Maior autonomia desenvolve autogestão técnica, pela qual os indivíduos traçam rumos e selecionam meios de atingir seu intento. As pessoas já não aceitam as regras do poder normativo e fogem dos “currais” psicológicos que enclausuram pensamentos.
         O campo social alarga os discursos, propicia a rebeldia das formas e provoca a rejeição a tudo que se assemelhe a totalizações. Classes sociais e categorias profissionais desfraldam suas bandeiras. Se muitos ainda votam com a emoção, outros fazem uso da razão: o voto sai do coração para subir à cabeça.”.

(Gaudêncio Torquato. Jornalista, professor (USP) e consultor político, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 12 de janeiro de 2020, caderno A.PARTE, página 2).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“Passar a limpo o futebol
        O esporte, uma atividade física recreativa e de preparação para as guerras, era praticado pelos homens já em épocas remotas. Os gregos geraram inúmeras práticas para desenvolver aptidões de jovens e guerreiros. Quanto mais preparados, mais sucesso teriam na defesa de seus Estados e cidades. Era uma questão de defesa nacional.
         Desde o ano 776 antes de Cristo se realizavam jogos com a participação de todas as cidades da Grécia na cidade de Olympia, sob a proteção dos deuses.
         Os vencedores de cada modalidade, como arremessos de peso, de discos e de lanças, lutas corporais, corridas de cavalos ou de homens, recebiam uma coroa de louros, homenagens e glória no retorno à pátria.
         Em alguns fragmentos de textos e desenhos se vislumbrava também a prática de jogos com algo que se assemelhava a uma bola. Diminuindo as guerras e se firmando uma relação mais pacífica entre os povos do mundo, difundiram-se jogos sem viés militar. As práticas esportivas foram influenciadas também pelas artes e pela beleza.
         Disso centenas de modalidades entraram no cotidiano e se incorporaram às Olimpíadas modernas. Sem dúvida, a que mais chama a atenção, entre todas, é o futebol, que da Inglaterra do século XIX se espalhou pela Europa e migrou no século XX para todos os continentes.
         Cresceu fantasticamente, atraiu enorme interesse e capitais, migrando do status de esporte de diletantes para o profissionalismo regiamente remunerado com atletas que ganham centenas de milhões de dólares por ano e clubes que isoladamente movimentam bilhões de dólares.
         Até a década de 60 as equipes que disputavam os principais torneios eram formadas por atletas que dividiam uma profissão principal com a atlética. Os jogos se davam apenas aos domingos.
         Na Europa o futebol é um setor de negócios, que faz girar mais de €1 trilhão, em direitos televisivos, ingressos, roupas, passe de atletas, propaganda, apostas. Mas de cem canais de rede a cabo transmitem sem parar notícias para um público de torcedores ávido por informações.
         Trata-se assim de uma das principais atividades econômicas do mundo, com tendência ainda a se expandir.
         Como disse o sociólogo Domenico de Masi em seus tratados sobre o “ócio criativo”, as máquinas substituem o esforço físico e repetitivo, a informática se encarrega de resolver problemas com mais eficiência e rapidez que multidões de seres humanos, e a humanidade, que trabalhava mais de 60 horas semanais na década de 50, em breve terá a jornada reduzida pela metade. Agricultura e indústria, que há 60 anos ocupavam 85% da massa trabalhadora, passaram a ter apenas 20%. Os serviços e o setor de diversões artístico-culturais, e os esportes, passaram a se expandir geometricamente.
         Os setores de diversões e de esportes empregarão exércitos de pessoas, seja por uma questão de saúde pública, como para atender uma demanda de entretenimento, até para idades mais avançadas nas modalidades que não requerem esforços excessivos.
         O Brasil, como de regra, está em grave atraso nos preparos para essa era de profundas transformações. A principal modalidade, o futebol, não se adequou, fica à mercê da improvisação e da exploração, das mazelas, da corrupção e de organizações criminosas que tomaram de assalto não só o Cruzeiro, mas quase todos os clubes.
         Protegidos pela “paixão” de imensas torcidas, mais que pela razão delas, os principais clubes do Brasil acumulam dívidas tributárias impagáveis, que transformaram em milionários seus dirigentes e asseclas.
         Gravíssima é a situação, já que não há uma via jurídica e legal para os clubes se desfazerem da delinquência que os engoliu.
         Neste momento, a intervenção judicial, acompanhada pelo MP, poderia dar o caminho dos recursos desviados, doa a quem doer. Dirigentes, agentes, intermediários, fornecedores, empresas de fachadas,  uma sofisticada rede internacional que fabrica dívidas monumentais, agiotas disfarçados de banqueiros precisam ser identificados. Ficou tão fácil se enriquecer que o setor atraiu organizações criminosas, traficantes e sanguessugas.
         O cofre do Cruzeiro é uma caixa sem fundo. Comprar camisas é como colocar recursos num vaso sanitário com a válvula em disparada. Levará tudo para as baratas.
         O Brasil destaca-se por estar na vanguarda mundial em número de atletas praticantes, de taças e, tristemente, no atraso estrutural.
         Precisaria dar um curto prazo para os clubes separarem suas atividades competitivas e transformá-las em empresas por ações com acesso de compra aos torcedores. Dessa forma, a venda de imóveis, a recuperação dos desvios e um parcelamento das diferenças em longo prazo, com sequestro de parte da renda futura, garantiriam rapidamente o estabelecimento de um sistema sustentável.
         Existe, contudo, uma enorme resistência interna nos clubes, para mudar para empresas, pois os grupos dominantes (lobos em pele de carneiro), quase sempre os mais organizados na exploração da fragilidade institucional, não concordam. Quem sofre assim é o torcedor, e o Brasil inteiro, que deixa de contar com uma atividade econômica dispensadora de oportunidade com enorme reflexo econômico e social.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 130 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 318,3% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 306,6%; e já o IPCA, tem dezembro, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,31%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2020, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,651 trilhão (44,79%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,004 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.

  


quarta-feira, 10 de abril de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, O PODER DA GESTÃO ELETRÔNICA NO COMBATE À CORRUPÇÃO E AS LUZES DA ESPIRITUALIDADE NA SUSTENTABILIDADE


“Gestão eletrônica para subir no ranking contra a corrupção
        O combate à corrupção ganhou forma e corpo no Brasil ao longos dos últimos anos graças, principalmente, às investigações realizadas por operações como a Lava-Jato. Contudo, esse discurso ainda não passou à prática. Apesar de toda a indignação da população, o país segue em queda livre nos principais estudos e rankings de transparência e boa governança. Isso reforça a tese de que, por mais importante que seja o processo judicial, a mudança só é possível quando a gestão pública se tornar digital e acessível a todos.
         O último relatório do Índice de Percepção da Corrupção, realizado pela organização Transparência Internacional, mostra que o Brasil recuou nova posições e ocupa o 105º lugar no ranking anticorrupção – quanto melhor a posição, menos o país é considerado corrupto. É o pior desempenho desde 2012 e representa a quinta queda consecutiva. Em 2016, por exemplo, ocupava a 79ª colocação. Estamos atrás de nações bem menos desenvolvidas, como Cuba e Gana, e estamos empatados com Costa do Marfim, Egito, Timor-Leste e Zâmbia, entre outros.
         Atualmente, a maioria dos processos na esfera pública é realizada manualmente demanda uma quantidade imensa de documentos e papéis. Dessa forma, o trâmite desses arquivos torna-se totalmente burocrático, fazendo com que seu andamento seja muito mais lento do que deveria e, pior, sem a necessária transparência em todos os procedimentos. Por mais que a Lei de Acesso à Informação esteja em vigor, não sabemos em qual departamento está determinada solicitação ou por quais motivos ela está parada. Essa situação favorece a corrupção.
         É essencial que o poder público informatize seus processos com a gerência eletrônica de documentos. Dessa forma, toda a tramitação está disponível no ambiente virtual, de ponta a ponta, e disponível à população e aos próprios servidores. Isso permite, por exemplo, que os órgãos de todas as esferas tenham de forma rápida e fácil o andamento de cada demanda, com registro de quem e quando a documento foi lida, o responsável, por quanto tempo está em andamento e até mesmo os problemas resolvidos por cada profissional.
         Com todo o trâmite documentado, informatizado e disponível ao cidadão, gabinetes e secretarias podem ser avaliados de acordo com sua eficiência, engajamento e qualidade, rendendo benefícios fundamentais quando se trata de recursos públicos. Convenhamos, é bem mais difícil cometer atos ilícitos quando todos o procedimento é registrado no internet. A própria investigação ganha novos métodos para averiguar denúncias de corrupção e pessoas com más intenções pensarão bem antes de fazer qualquer irregularidade.
         As demandas por desburocratização e transparência tendem a crescer ainda mais com o avanço da tecnologia. É inadmissível perceber que ainda hoje as repartições públicas evitem a adoção de recursos que aceleram processos e, consequentemente, seguem camuflando péssimas práticas de corrupção. Tribunais de Justiça, hospitais, escolas, bancos e até leilões já ocorrem no ambiente on-line. Passou da hora de o poder público fazer o mesmo.”.

(JÉFERSON DE CASTILHOS. Fundador da 1Doc, plataforma web de comunicação, atendimento e gestão documental para órgãos públicos, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 31 de março de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 7 de abril de 2019, caderno A.PARTE, página 2, de autoria de VITTORIO MEDIOLI, e que merece igualmente integral transcrição:

“O santo foi pecador
        O ódio é uma forma detestável. Contudo, é uma forma no “reino de Deus”, que pode estar protegendo a pessoa de uma influência sob a qual ela ainda poderia sucumbir.
         Diferente da insignificância, o desprezo pelo mentiroso, pelo hipócrita, por aquele que se mostra cruel para com o fraco, é uma emoção útil para quem a sente e também para aquele contra o qual se dirige, pois tende a preservar a pessoa de cair em pecados semelhantes.
         O desprezo desencadeia ainda o sentimento de vergonha, e isso pode elevar o indivíduo acima do atoleiro em que está mergulhado. O “ódio construtivo” protege quem o nutre de cair em tentação, embora não seja a forma mais elevada da personalidade em construção do indivíduo.
         Para a pessoa que apresenta tendência a determinado tipo de pecado, o ódio contra aqueles que o praticam protege-a de incorrer na mesma prática.
         Chegará com o tempo a distinguir o pecado do pecador, e diminuirá a repulsa por este último, limitando seu ódio para o pecado.
         Quando mais tarde alcançar a segurança provocada pela virtude, já não nutrirá mais ódio para o malfeitor nem para o mal, vendo neles apenas um estágio inferior do crescimento humano. Dessa forma se empenhará, liberto das atrações dos vícios, para ajudar, com meios adequados, os seus “irmãos” a superar o estágio de provações.
         Não podemos negar que expressões como “indignação justa”, “nobre desprezo”, “ira controlada” são formas de reconhecer a utilidade dessas emoções de “ódio dissimulado” na medida em que deixam para trás situações piores. São lentos e contínuos passos de distanciamento do ponto de partida para alcançar a purificação das influências bestiais.
         Em determinado estágio a intolerância para com o mal é muito melhor que a indiferença a ele e uma salvaguarda importante para a pessoa que a nutre. Embora nessa fase deseje evitar os pecados grosseiros, ainda não se libertou completamente deles. Dessa forma, a escolha de evitá-los se manifestará em ódio contra quem os pratica. Sem esse ódio ficaria mais vulnerável.
         À medida que o ser humano vai evoluindo, se distancia das tentações e passa a manter destacada repulsa pelo pecado, mas aumenta a sua compaixão pelo pecador, e só quando se um “santo, se dará a não odiar o próprio pecado, reconhecendo nele uma situação que o indivíduo precisa ultrapassar.
         Assim, quando sentimos repulsa por alguém, podemos estar certos de que temos nós alguns traços que no odiado nos desagradam. Como os anticorpos fora do controle consciente enfrentam as bactérias invasoras, a personalidade se põe de guarda com reações que tendem a facilitar o enfrentamento Quando um homem perfeitamente sóbrio sente repulsa acentuada pelo bêbado, é sinal de que ainda não ultrapassou a atração por uma bebida.
         Afirma Annie Besant que “uma mulher superiormente pura não prova a menor repulsa por uma irmã decaída, cujo contato repugnaria as mulheres menos puras. Quando chegarmos à perfeição, haveremos de amar tanto o pecador como o santo, e talvez mais o pecado, porque o santo pode lutar sozinho, ao passo que o pecador sucumbirá se não receber alguma ajuda”.
         Para a grande teosofista no livro “Um estudo sobre a Consciência”, “sentimo-nos diferentes dos outros constitui uma grande heresia, visto que a separatividade é uma força destrutiva e o todo divino evolui para a unidade. O sentimento de separação em definitivo é errado... o santo perfeito identifica-se tanto com os criminosos quanto com outros santos, pois os dois são igualmente filhos de Deus em diferentes estágios de evolução”.
         Ela aconselha aqueles que conseguem sentir um pouco dessa verdade a praticá-la no dia a dia, ainda que imperfeitamente. Ao tratarem com os menos evoluídos, devem fazer o possível para nivelar o muro divisor e fecundar a compreensão dos irmãos.
         Ao homem, há desejos de expandir suas relações de amor por considerar o bem-estar de sua comunidade da mesma forma que da sua própria família. Surge disso a grande virtude do espírito público verdadeiro, precursor infalível da prosperidade da comunidade e nacional.
         O servidor da humanidade – algo que o político tem a obrigação de ser – não pode negligenciar os seres humanos que estão junto à sua porta e que lhe são dados como seus primeiros irmãos. Mas tem que evitar privilegiar uns com o sofrimento de outros.
         Nunca poderemos esquecer que o mal é a ausência do bem, do amor, nem esquecer que o santo já foi pecador.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 295,53% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 317,93%; e já o IPCA, em março, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,58%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
57 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2018)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.