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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A TRANSCENDÊNCIA DA ALEGRIA E DA PAZ E A ECONOMIA CRIATIVA NA SUSTENTABILIDADE

“O medo: inimigo da alegria de 
viver na sociedade de acumulação
        Hoje o mundo, o Brasil e as pessoas são assoladas pelo medo de assaltos, às vezes com mortes, de balas perdidas e de atentados terroristas. Os ataques recentemente praticados em Barcelona e Londres provocaram um medo generalizado por mais que tenham havido demonstrações de solidariedade e manifestações pedindo paz.
         Há que se reconhecer que essa situação generalizada de medo é a consequência última de um tipo de sociedade que colocou a acumulação de bens materiais acima das pessoas e estabeleceu a competição, e não a cooperação, como valor principal. Ademais, escolheu a violência como forma de resolver os problemas pessoais e sociais.
         A competição deve ser distinguida da emulação. Emulação é muito boa, pois traz à tona o que temos de melhor dentro de nós com simplicidade. A competição é problemática, pois significa a vitória do mais forte dentre os contendores, derrotando todos os demais, gerando tensões, conflitos e guerras.
         Numa sociedade em que essa lógica faz-se hegemônica não há paz, apenas um armistício. Vigora sempre o medo de perder mercados, vantagens competitivas, lucros, trabalho e própria vida.
         A vontade de acumulação introduz também ansiedade e medo. A lógica dominante é esta: quem não tem quer ter; quem tem quer ter mais; e quem tem mais diz que nunca é suficiente. Ela alimenta a estrutura do desejo que, como sabemos, é insaciável. Por isso, precisa garantir o nível de acumulação e de consumo, daí resulta a ansiedade e o medo de não ter, de perder capacidade de consumir, de descer em status social e, por fim, empobrecer.
         O uso da violência como forma de solucionar os problemas entre países, como mostrou a guerra dos EUA contra o Iraque, baseia-se na ilusão de que derrotando o outro ou humilhando-o conseguiremos fundar uma convivência pacífica. Um mal de raiz, como a violência, não pode ser fonte de um bem duradouro. Um fim pacífico demanda igualmente meios pacíficos. O ser humano pode perder, mas jamais tolera ser ferido em sua dignidade: abrem-se as feridas que dificilmente fecham-se, e sobra rancor e espírito de vingança, húmus alimentador do terrorismo que vitima tantas vidas inocentes.
         A nossa sociedade de cunho ocidental, branca, machista e autoritária escolheu o caminho da violência repressiva e agressiva. Por isso ela está sempre às voltas com guerras, guerrilhas e atentados. Por trás de tais fatos existe um oceano de ódio, amargura e vontade de vindita. O medo paira como manto de trevas sobre as coletividades e sobre as pessoas.
         O que invalida o medo e suas sequelas é o cuidado de uns com os outros. O cuidado constitui um valor fundamental para entendermos a vida e as relações entre todos os seres. Sem cuidado a vida não nasce nem se reproduz. O cuidado é o orientador prévio dos comportamentos para que seus efeitos sejam bons e fortaleçam a convivência.
         Cuidar de alguém é envolver-se com ele, interessar-se por seu bem-estar, é sentir-se corresponsável pelo destino dele. Uma sociedade que se rege pelo cuidado com a “Casa Comum” – a Terra –, com os ecossistemas que garantem as condições da biosfera e de nossa vida, com a segurança alimentar de cada pessoa, com as relações sociais no sentido de serem participativas, equitativas, justas e pacíficas e com o ambiente espiritual da cultura, que permite as pessoas viverem um sentido positivo da vida, acolher suas limitações, o envelhecimento e a própria morte como parte da vida mortal, gozará de paz e concórdia, necessárias para a convivência humana.”.

(LEONARDO BOFF. Teólogo e filósofo, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 8 de setembro de 2017, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de maio de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FABÍOLA CARVALHIDO, arquiteta e urbanista da CSul Desenvolvimento Urbano, e que merece igualmente integral transcrição:

“Economia criativa e as cidades
        A criatividade sempre foi elemento imprescindível para a inovação e impulsionou diversas descobertas, ao longo dos anos, que refletiram no desenvolvimento do mundo. Nas cidades, esse componente tem-se mostrado um aliado para o fomento da economia, apresentando novas formas de gerar riqueza com produtos e serviços que fogem dos modelos tradicionais existentes e permitem soluções inovadoras, considerando a verdadeira necessidade e desejo da população. Além disso, diante de uma conjuntura de crise que compromete a confiança do investidor, a economia criativa é uma solução eficaz para a proposição de novos negócios com a utilização de recursos escassos. Isso é possível graças ao talento inventivo nato do brasileiro para superar as situações adversas. Por isso, investimentos em empreendedorismo, estímulo à diversidade de pensamento e diversificação do ambiente de negócios têm gerado novos modelos de economia que passaram a ser vitais, com a criativa. A adoção da economia criativa como estratégia de fomento econômico reconhece a importância de se investir em ambientes que possibilitem novas experiências comerciais ancoradas na inteligência social, nas quais o foco está no potencial individual ou coletivo para produzir bens e serviços criativos.
         Uma das atividades que vêm se destacando no âmbito da economia criativa é a chamada economia verde, que envolve todo um ciclo de sustentabilidade, técnicas ecologicamente corretas e que geram produtos mais eficientes. Entre os serviços e produtos relacionados a esse tipo de atividade estão os mercados de produtos orgânicos, feira de móveis e objetivos de design, serviços de entrega com bicicletas, lava-jatos que não utilizam água, entre outros. Um exemplo de ação relacionada à economia verde no Brasil está na aplicação da logística reversa, área responsável pelo fluxo reverso dos produtos por meio da reciclagem. Uma empresa nacional levou esse conceito a sério e passou a vender produtos eletrônicos com um selo que garante que o produto seja descartado, futuramente. Para isso, a rede de varejo oferece ao cliente a opção de pagar uma taxa, para garantir que no fim da vida útil do aparelho a empresa o retire no domicílio e lhe dê a destinação final adequada.
         Nas cidades criativas, o foco também é atrair pessoas e empresas engajadas em atividades diferenciadas da econômica e ocupar os espaços urbanos, levando a comunidade para a rua para participar de eventos que unam projetos sustentáveis, design e cultura, fomentando a economia. A ideia é transformar as cidades não somente em locais onde as pessoas residem, mas também em polos de atividades criativas, com projetos que fomentam uma nova geração de criadores. Uma das iniciativas presentes no vetor sul da capital mineira é o projeto CSul de Desenvolvimento Urbano. O projeto pretende atrair para a proximidade da Lagoa dos Ingleses diversas empresas, incluindo também o segmento dos empreendedores que desejam praticar atividades relacionadas à economia criativa na região. Entre as iniciativas que já estão sendo implementadas pela empresa estão o CSul Cultural e o Prêmio CSul de Qualidade Urbana. O primeiro tem levado até a região apresentações artísticas gratuitas e promovido momentos de integração com apresentações e atividades culturais que atraem toda a família e, ainda, colocam as pessoas em contato com as belezas naturais do local. Já o Prêmio CSul reconhece ideias e práticas que incentivam um modo de vida mais sustentável nas cidades, com a adoção de conceitos de ocupação urbana e projetos que promovem o bem-estar coletivo e criam espaços para a socialização e para a vida ao ar livre com segurança.
         Iniciativas como essas têm movimentado a economia brasileira e podem ser uma saída eficaz para a crise vivenciada no país. O crescimento do setor pode ser comprovado pelo aumento do PIB da indústria criativa brasileira, que chegou a R$ 126 bilhões no fim de 2013, ou o equivalente a 2,6% do total produzido no país naquele ano. Isso representa um avanço de 69,8% em 10 anos, acima dos 36,4% registrados pelo PIB nacional no mesmo período, de acordo com pesquisa da Firjan do fim de 2014. Diante de todas essas vantagens, a tendência é que as atividades relacionadas à economia criativa e verde cresçam cada vez mais, pois se antes era vista como uma oportunidade, a economia criativa agora é uma necessidade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em julho/2017 a ainda estratosférica marca de 399,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,30%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em agosto/2017, chegou a 2,46%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA VISÃO ESTRATÉGICA E A BUSCA DA PAZ NA SUSTENTABILIDADE

“A economia nas cidades mineradoras
        A economia da maioria das cidades mineradoras de Minas Gerais se mostra frágil e dependente da atividade de extração do minério e, em momentos de crise, com queda na arrecadação ou diante de problemas ambientais que impactam na interrupção da extração do recurso mineral, é que fica mais evidente como essa dependência é nociva, pois afeta drasticamente a manutenção dos serviços e a oferta de empregos dessas cidades. Diante disso, o ideal é que os administradores públicos fujam do lugar-comum e invistam no empreendedorismo e na inovação como forma de fomentar e, principalmente, diversificar as economias das cidades.
         Outro fator preocupante que reforça a necessidade da diversificação é que, devido à trajetória histórica de exploração e a continuidade intensa da atividade, muitas jazidas localizadas em Minas Gerais já estão próximas da sua escassez. Por isso, é necessário preparar as cidades mineradoras e criar alternativas econômicas e de desenvolvimento regional, inclusive com a criação de leis que fomentem a diversificação econômica nessas cidades, a fim de fortalecer a administração local por meio do apoio ao planejamento e do incentivo ao desenvolvimento urbanístico das cidades. Um importante passo nesse sentido foi dado em busca de soluções para este impasse em agosto do ano passado, com a aprovação do Projeto de Lei 616/15, que dispõe sobre a política estadual de diversificação produtiva dos municípios mineradores.
         Hoje, 474 municípios de Minas são considerados mineradores e alguns deles sobrevivem quase que somente com os recursos oriundos da mineração. A exploração de recursos não renováveis nesses territórios traz impacto direto nas comunidades produtoras, tanto nos momentos de abundância quanto nos períodos de crise. Contudo, não é admissível que o ciclo da economia de uma cidade fique dependente de um único segmento produtivo. Por isso, o estímulo ao planejamento de novas formas de produção é essencial para que, no futuro, esses municípios tenham outras fontes de geração de emprego e renda. Atualmente, Minas Gerais continua sendo uma das principais fontes de produção de minério do país, representando ainda mais de 50% da produção de todo o território nacional. Isso, no entanto, traz preocupações quanto à sustentabilidade ambiental e à diversificação das economias locais, tendo em vista que o minério é um recurso natural não renovável.
         Um exemplo de cidade mineradora que tem buscado a diversificação da economia é Nova Lima, localizada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os recursos do município são majoritariamente dependentes da atividade e o Tribunal de Contas do Estado solicitou recentemente, ao município, que ele apresente planos que reduzam os impactos ambientais gerados pela mineração e que diversifiquem as atividades econômicas na cidade. Uma experiência que tem mostrado resultados é a implantação de novos empreendimentos nas áreas de prestação de serviço, comércio e outras atividades industriais. Nesse sentido, a cidade receberá um grande projeto de desenvolvimento urbanístico que será implantado pela CSul Desenvolvimento Urbano. Ele deverá transformar-se numa fundamental alternativa para a solução da diversificação das atividades econômicas da cidade e da região (Itabirito, Moeda, Brumadinho e Belo Vale), cidades que ainda têm forte dependência da atividade de mineração. O projeto prevê um extenso leque de possibilidades de habitações e negócios para os próximos 50 anos.
         Com isso, a região reunirá núcleos com uso misto dos espaços públicos, fomentando o desenvolvimento econômico, ambiental, social, cultural e urbanístico, atraindo novos empreendimentos e gerando alternativas de moradia, trabalho e lazer de alta qualidade para todas as classes sociais. Esta é uma solução que deve ser vista como exemplo para as cidades mineradoras.”.

(WALDIR SALVADOR. Superintendente da CSul Desenvolvimento Urbano, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 6 de janeiro de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Uma política para a paz
        O papa Francisco, na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2017, convoca todos à adoção de uma política para a paz: a não violência. Esse estilo precisa ser adotado por todos os cidadãos, um compromisso especial a ser assumido principalmente pelos responsáveis por comunidades religiosas, segmentos diversos da sociedade civil, chefes de governos e parlamentares, que têm o dever de ser não violentos. Isso significa não manipular parlamentos e outras instâncias do poder para aprovar medidas que, aparentemente, são avanços, mas na verdade representam mais peso nos ombros dos pobres e indefesos. Assim, uma política para a paz é a contramão do que se verifica no âmbito das disputas partidárias, das oligarquias e na egoísta busca pela manutenção de privilégios, dos “foros especiais” que facilitam as contravenções.
         Não podem ser permitidas as “violências do colarinho branco” que buscam atender, por exemplo, às hegemonias pretendidas pelo capital financeiro. Isso inclui condenar e combater qualquer negociação tácita de soberanias, a perda de controle sobre riquezas que deveriam ser administradas para o bem do povo. Se essa direção não for seguida, prevalecem as estratégias pra acobertar privilégios, que se desdobram no crescimento da exclusão, na “vista grossa” para processos de corrupção que corroem o erário e os direitos sociais da população. Uma política para a paz, diz o papa Francisco, é um estilo de viver que se assenta no princípio ético moral da intocável sacralidade da pessoa humana, imagem e semelhança de Deus. Quando não se respeita a dignidade mais profunda de toda pessoa, desconsidera-se o princípio da não violência. E as consequências são sempre nefastas: o caos social e político que emoldura nações, gera a predisposição para confrontos, guerras, roubos, autoritarismos, déficit moral que compromete governos.
         Por isso, faz a diferença quando o povo se reveste do tecido de uma cidadania que se alicerça no estilo da política pela paz. Essa conduta deve se manifestar, particularmente, nos diferentes modos de reivindicar e, especialmente, na hora do voto – caminho democrático para se evitarem transtornos políticos que conduzem a sociedade às muitas formas de violência. Não se pode, portanto, comprometer a paz com imposições políticas, com a perda do sentido da ética, com soluções que ignoram uma série de aspectos intocáveis nos procedimentos e nas decisões. Principalmente, não se combate a violência quando governos ou a participação cidadã na política ignora a urgente necessidade de enfrentar os cenários de degradação humana que revelam uma situação de guerra no país. Afinal, as estatísticas de degradação e de mortes no Brasil superam os números de muitas guerras mundo afora.
         A paz é a única e verdadeira linha do progresso humano, diz o papa Francisco, e não as tensões de racionalismos ambiciosos, nem as conquistas violentas, nem as repressões geradoras de uma falsa ordem civil. A não violência exige valores humanísticos e religiosos do amor, da verdade, da justiça e da razão. Quando se percebe a carência desses valores, não identificadas as causas dos graves problemas sociais – desmandos, ganâncias, mesquinhez e a inteligência totalmente investida para se alcançar simplesmente vantagens pessoais.
         O papa Francisco deseja que sejam a caridade e a não violência a nortear o tratamento recíproco – nas relações pessoais, sociais e internacionais. É hora de debelar todo tipo de vingança para frear a escalada de descalabros, que incluem guerras devastadoras, os muito conflitos que vão se prolongando neste terceiro milênio. O papa Francisco chama a atenção a respeito da violência que se revela de modo diverso, em diferentes contextos – nos presídios, terrorismos, criminalidade, ataques armados, abusos sobre migrantes, devastação ambiental e tráfico humano. É urgente uma compreensão lúcida sobre o conjunto desses cenários. E as mudanças necessárias não serão alcançadas com revides e vinganças, mas a partir dos entendimentos e do altruísmo. Os líderes mundiais, governamentais, religiosos e políticos estão desafiados a mensurar, sabiamente, suas propostas, o sentido de suas posturas e atitudes, emoldurados pelo mais qualificado sentido humanístico e dialogal. Assim, evita-se a crueldade no sistema prisional, o recrudescimento do ódio, das revoltas e das vinganças. Devem ser prioridades: a seriedade no cumprimento das responsabilidades, a transparência no desempenho de funções e a obediência ao princípio fraterno-solidário de considerar a importância do “outro”. Mais poderosa que a violência é a não violência, estilo efetivo e revolucionário de uma política para a paz.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em novembro a ainda estratosférica marca de 482,05% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 330,65%; e também em novembro o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 6,99%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

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- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 






terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A CIDADANIA, A FELICIDADE E A ACUPUNTURA URBANA

“O que é o Eu? É a felicidade
        Um dos métodos de meditação oriental consiste em atentar para os pensamentos, mas sem viajar neles. Sem interferir, só observando e focando o intervalo entre eles. Cada um de nós pode ter uma média de 40 a 50 pensamentos por minuto. E seu houver muita dedicação, após um tempo, pode ser atingido de quatro a cinco pensamentos por minuto. O estado “vazio” mental aumenta. Para manter essa média é necessário continuar meditando. Esse resultado permite uma maior percepção de si mesmo. Ir além é quase impossível, exige muito talento.
         No Oriente e no zen-budismo, atingir o estágio sem pensamentos automáticos e repetitivos, estar no “vazio”, consiste em um estado de atenção plena, em inglês “mindfullness”. O Eu no Oriente é o “vazio” – conceito ainda sem tradução. É o conhecimento original com o qual nascemos e perdemos com a inserção na sociedade. Os monges, os samurais, os militares, os executivos japoneses aprendem esse método para agir com o máximo de foco sem se distrair com pensamentos. Mas esse Eu oriental é uma redução do Eu real e natural. É obtido pela denegação (nega que nega), pela repressão profunda e consciente das emoções. O resultado é um estado de impassividade.
         Aqui, no Ocidente, criamos um Eu idealizado com o qual nos identificamos. É uma projeção social, não é a natureza humana. O Eu é maior, de grande potencialidade, conforme pesquisas recentes das neurociências, das imagens cerebrais, da biologia comportamental, da psicologia experimental. Essa é a visão externa. Para a visão interna, uma proposta é apreender o Eu oriental e expandir os conhecimentos. Pode ser visualizado como o estar “vazio” e aprender que não sou meus pensamentos. São criações do Eu, mas não é o Eu. Também não sou: sensações, sentimentos, emoções e ações.
         As ações podem se estruturar em comportamentos, criando condutas, nos identificando. Mas não são o Eu, são criações do Eu. Por exemplo, nós temos medo de sentir medo. Esse estado ansioso vem do Eu, é parte dele, e pode ser percebido como uma possibilidade de crescimento. Se consigo avançar e identificar o medo como um fracasso, tenho condições pela minha natureza de poder enfrentar, fugir, ficar paralisado ou buscar ajuda. Aprender a lidar com a ansiedade de modo proativo é um método para visualizar o Eu. Estar diante do medo e permitir sentir angústia, desespero, pode fortalecer uma abertura para o Eu real e natural.
         O zen-budismo propõe não nomear conceitos. Aprender o que é, sem palavras, direto na essência. O estado “vazio” é o lugar onde não há nada, como escreveu o samurai Musashi, não faz parte do conhecimento cultural. Só pode ser alcançado pelo desenvolvimento da atenção sobre si mesmo, o que exige coragem, até que a atenção plena começa a parecer um sentimento de muita liberdade. O “vazio” é um estado de paz no Oriente. Aqui, no Ocidente, queremos felicidade: paz com alegria – o que é muito difícil.”

(Jorge Raggi. Empresário, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de dezembro de 2014, caderno O.PINIÃO, página 15).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 7 de janeiro de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de FABÍOLA CARVALHIDO, arquiteta e urbanista da CSul Desenvolvimento Urbano, e que merece igualmente integral transcrição:

“Acupuntura urbana
        Assim como o corpo humano, uma cidade também apresenta uma importante característica que a torna mutável e adaptável às necessidades das pessoas ao longo do tempo: a organicidade. Podemos comparar a dinâmica de um centro urbano às funções exercidas pelos diferentes sistemas que compõem um indivíduo. E, se formos mais a fundo nessa analogia, nos é permitido afirmar que, assim como as pessoas, as cidades também apresentam “fraquezas” e estão suscetíveis a “doenças” que, se não tratadas, podem comprometer o funcionamento do todo. É por isso que, há alguns anos, diversos arquitetos, urbanistas e estudiosos da área do mundo inteiro trabalham com um conceito que propõe modificar a relação entre o ser humano e o espaço que ele ocupa, refletindo em melhorias para toda a cidade: a acupuntura urbana.
         Criado pelo arquiteto e teórico social francês Marco Casagrande, o termo faz parte de uma teoria que combina o desenho urbano e a milenar terapia chinesa. O grande pensamento por trás da ideia é: da mesma forma como a acupuntura estimula pontos específicos do corpo que se irradiam para o resto do organismo, nas cidades também é possível realizar pequenas intervenções que são sentidas em toda a tessitura urbana. Essas ações pontuais, embora pequenas, podem promover impactos significativos na cidade e contribuem para resolver questões que vão muito além da mobilidade urbana ou acessibilidade – fatores importantes para o bom funcionamento da cidade – mas contemplam, também, pilares como sustentabilidade e socioafetividade.
         Existem alguns exemplos no Brasil que servem para ilustrar a aplicabilidade do conceito de acupuntura urbana, como a reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo, que refletiu em toda a área do Parque da Luz, dando vitalidade ao local; e a revitalização do Pelourinho, em Salvador, que incluiu a instalação de bares, lojas, pequenos comércios, escolas e a recuperação de fachadas e prédios, atraindo um maior movimento de pessoas e gerando mais visibilidade ao Centro Histórico. Em Belo Horizonte, podemos considerar como principal modelo de acupuntura urbana o Complexo da Pampulha, que foi projetado, inicialmente, para ser apenas um ponto de retenção de água, mas, devido ao seu conjunto arquitetônico, acabou se convertendo em um símbolo da capital mineira, famoso em todo o mundo.
         O conjunto de ações pontuais e de revitalização, que podem mudar progressivamente a dinâmica de áreas urbanas degradadas e/ou abandonadas, também é uma estratégia para regiões que ainda serão desenvolvidas. Nesse caso, a intervenção ou acupuntura urbana funciona como um catalisador da ocupação e apropriação do espaço. O resultado a médio e longo prazo é a consolidação da ocupação e a apropriação dessas regiões por parte da população, que passa a conferir diferentes usos a esses locais, entendendo-os como parte importante do conjunto da cidade.
         Há uma tendência geral em analisar os problemas dos centros urbanos com certo pessimismo, pois ainda persiste a ideia de que a única maneira de resolvê-los é realizando obras grandiosas e projetos megalomaníacos. No entando, a acupuntura urbana mostra que, com pequenas “agulhadas” nos lugares certos, é possível irradiar uma nova vitalidade para todo o conjunto e promover melhorias gradativas nesse corpo humano que é a cidade.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País  no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero; II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, noticia a mídia que “o jornalista Paulo Francis, por exemplo, já havia afirmado em 1997 no programa Manhattan Conection que existia esquema de roubalheira na Petrobras. Ao contrário de ver o início de uma investigação séria sobre a acusação, foi o próprio condenado em um processo de US$ 100 milhões...”); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo o projeto de Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais contundente ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!