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sábado, 3 de agosto de 2019

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DAS VIRTUDES NAS LIDERANÇAS E AS GRAVES, URGENTES E DESAFIADORAS EXIGÊNCIAS DA ECOLOGIA INTEGRAL NA SUSTENTABILIDADE (34/136)


(Agosto = mês 34; faltam 136 meses para a Primavera Brasileira)

“O comum nos grandes líderes
        Trabalhar e se relacionar com as pessoas é uma oportunidade de observar quais são os fatores capazes de levar alguém a se destacar em determinado setor. E com a experiência de quem já entrevistou centenas de líderes, entendi que pessoas consideradas como “pontos fora da curva” têm algumas características que são comuns entre si.
         É o exemplo de grandes nomes do esporte como Ayrton Senna, Oscar Schmidt e Messi; da música, como Caetano Veloso, Ivete Sangalo; ou da arte, como Fernanda Montenegro, Silvio Santos. Mas, também, podem ser pessoas anônimas que fazem a diferença.
         Os considerados pontos fora da curva são diferentes. Pensam diferente e agem diferente, independentemente da área em que atuem. Suas ferramentas de trabalho são muito parecidas.
         Talvez você esteja se questionando: o que diferencia essas pessoas das outras que fazem as mesmas atividades? Há um somatório de fatores que as leva a assumir posição de destaque. Entre eles, a predisposição para se dedicarem aos detalhes e para se entregar de corpo e alma ao que fazem.
         Além disso, têm conhecimento, autoconfiança, estratégia, relacionamento, liderança, capacidade de resolver problemas, sabem dizer não; são criativas; têm espiritualidade; sabem valorizar as pessoas e têm “fé no taco”.
         Isso significa que elas estão um passo além da autoconfiança e sabem que são capazes de decidir o jogo; são aquelas que assumem a responsabilidade de dar a palavra final e que determinará o caminho que todos os demais irão seguir.
         Os grandes líderes têm e comum a capacidade de ser decisivos. E isso não é para qualquer um.
         São essas virtudes que fazem de alguém um ponto fora da curva. Isso não significa que não tenham defeitos. Sim, eles têm. Podem ser teimosos, ter excesso de convicção e até intransigência. São conflituosos e utilizam os conflitos para alcançar resultados destacados; são éticos, mas não desperdiçam ou deixam de utilizar todas as armas para vencer a guerra.
         Além disso, sabem conviver com a solidão. São nesses momentos que traçam suas estratégias e fazem suas reflexões.
         Ser um ponto fora da curva é possível, mas apenas para aqueles que aceitam os bônus e os ônus de tal nível de destaque. O caminho é duro e vasto! Portanto, se você quer se destacar naquilo que faz, potencialize e crie novas virtudes, passe a acreditar naquilo que você desacredita ou que não dá tanta importância. Valorize, inclusive, seus defeitos!
         Afinal, se os grandes líderes tivessem apenas virtudes e não tivessem defeitos, provavelmente, não seriam respeitados e considerados como pontos fora da curva.”.

(ELIAS AWAD. Biógrafo e palestrante, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de agosto de 2019, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 2 de agosto de 2019, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e que merece igualmente integral transcrição:

“Migalhas da mesa
        Há uma lógica perversa que rege o mundo, com suas dinâmicas, produzindo para a maioria dos seres humanos uma realidade hostil, marcada pela exclusão social, por todo tipo de discriminação e pela corrupção – frutos da mesquinhez doentia em que a lógica hegemônica do dinheiro tudo preside. Essa insana supremacia adoece indivíduos e, por consequência, a sociedade. A todos mantém reféns de procedimentos e silogismos revestidos da falsa roupagem de um suposto bem e do desenvolvimento, revelando a voracidade de tudo o que representa o mal. A inadiável mudança de rumos é desafio exigente, mas possível de ser superado: na lógica do amor encontra-se a força necessária para redirecionar o mundo. Incontestáveis são os sinais de que as configurações da lógica do amor operam o bem, fortalecem a justiça e conquistam a paz. Lição a ser aprendida e vivida.
         Interpelante é a passagem do evangelho de Lucas: “Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do rico, mas, vem vez disso, os cães vinham lamber suas feridas”. As “migalhas que caem da mesa” são a comprovação do predomínio da lógica perversa, emoldurada pela arquitetura de promessas enganosas, fundamentadas até mesmo em decisões de instâncias com credibilidade para convencer que é bom, justo e necessário “viver de migalhas”.
         A força perversa de se “viver de migalhas” configura o abominável status de considerar normal a discrepante distribuição de bens entre grupos da sociedade, o que só contribui para agravar o inadmissível e crescente abismo entre os que têm demais e os que vivem na miséria. Assim o tecido da sociedade brasileira é contaminado por uma poluição moral e desumanizante que deve ser contestada: as riquezas culturais, tradições, história e religiosidade, particularmente a realidade socioambiental dadivosa desta nação, bens da criação de um povo, jamais devem servir para atender aos interesses de famílias e de grupos, perpetuando a lógica perversa de se sobreviver com as “migalhas da mesa”.
         Vive-se um verdadeiro desastre humanitário e ecológico que indica a perversidade também no tratamento do meio ambiente. É vergonhoso saber de propagandas e apresentação de metodologias de exploração do meio ambiente, com contrapartidas que tentam justificar o injustificável, e força para convencer quem vive das “migalhas da mesa”. Mas, sabe-se que no reverso das ofertas de vantagens sociais está oculto o lucro exorbitante, enquanto são alardeadas as poucas vantagens para o “bem de todos”. A fragilidade desse discurso sobressai ante a situação das contas públicas e da falta de condições desse estado diamante para cuidar adequadamente de sua gente. Ao contrário da realidade atual, em que o meio ambiente é explorado vorazmente, esse estado diamante, com sua história tricentenária, seria um jardim.
         Entristece a constatação de que expedientes arcaicos e manipuladores, cinzentos, obscurecem mentes e acovardam os que estão, por dever de ofício, em linhas de frente. E até mesmo aqueles que deveriam ser estandartes de lucidez na correção de rumos estejam envolvidos por práticas de cooptação. O tratamento do meio ambiente, que reúne todos os bens da criação, não pode ter como ponto de partida a lógica do dinheiro. Sublinhadas as riquezas muitas que o constituem, não se justifica o conjunto maior da sociedade vivendo das “migalhas que caem da mesa”. Mas a sedutora força do dinheiro é avassaladora. Impede enxergar que a extração das riquezas naturais gera lucro e também prejuízos: compromete lençóis freáticos num tempo em que se anuncia a escassez de água, um veredito assombroso; provoca intoxicações, adoecendo e matando de modo similar a guerras, sem contar as criminosas tragédias que ceifam vidas. Prejuízos irreversíveis que não se pagam com pífios milhões tirados de avolumados bilhões, para resfriar o infernal aquecimento de consciências.
         Em lugar de propagandas que convencem por sua articulada e ardilosa arquitetura, dos acordos que merecem revisões e ajustamentos de condutas, por não serem dogmas, mas estreitamentos de interpretações e juízos, é preciso uma aprendizagem civilizada do que é ecologia integral. Contudo, superar essa lógica perversa de se viver e agradar com “migalhas que caem da mesa” exige humildade. Não a própria daquele que o pai da mentira e do orgulho, mas a verdadeira humildade que convida todos a se assentarem na sala comum para refletir e partilhar ideias sobre as condições de vida e da sobrevivência de uma sociedade, com a honestidade de se avaliarem modelos de desenvolvimento, produção e consumo. Não sendo assim, com a sedução do ilusório desenvolvimento, o lado perverso de enriqueces poucos e manter satisfeita a grande maioria “com migalhas” avoluma-se, impondo a autodestruição e o massacre da sociedade. O peso é sempre maior para os mais pobres, mas as consequências nefastas, cedo ou tarde, chegarão àqueles que amealharam riquezas, construindo muros mais altos por terem mais, em vez de aumentar as suas mesas para a partilha.
         Não se pode permitir que o dinheiro tenha tanto poder de sedução a ponto de comprometer os ecossistemas e o uso sustentável dos bens da criação, depredando a capacidade regenerativa da natureza nos seus diversos setores e aspectos. Por isso mesmo, é necessária uma ecologia econômica, que leve a sério a proteção do meio ambiente como parte integrante do desenvolvimento. Não basta dizer que depredação em sítios, a exemplo da Serra da Piedade, é responsabilidade de outros. É imprescindível incluir nesse processo a qualidade de metodologias colocadas sobre a mesa para que, em lugar de “migalhas”, caiam verdades e entendimentos honestos. Somente assim pode-se comprovar a intenção de não agredir e ferir o território sagrado do Santuário da Padroeira de Minas, com claro desrespeito e prejuízo para o coração deste estado, por comprovada ganância.
         O direito de serventia, de um tempo em que o direito era outro, não isenta de se fazer o que é considerado justo e correto agora. Não se pode aceitar que interesses próprios se sobreponham a outros muito mais importantes, nesta história protagonizada pelos exploradores atuais. Respeitar o território sagrado e não depredar o meio ambiente, como está ocorrendo na Serra da Piedade, é o mínimo que se espera da lucidez judiciária e da postura ética cidadã. Para que seja verídico o argumento de que se está apenas recuperando um vergonhoso passivo ambiental, é preciso que se prove isso, judicial e empresarialmente, e em sinal de respeito sair imediatamente do território sagrado. O estado diamante não merece celebrar o ano jubilar de 60 anos da proclamação de Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas, em 31 de julho de 2020, num santuário de 252 anos de peregrinações na fé, com 220 carretas transitando diariamente em mais de 400 viagens, o que degrada o território pertencente ao povo. É o primeiro sinal das muitas e necessárias atitudes que poderão alicerçar uma ecologia integral, sob pena de se viver, todos, sem exceção, das “migalhas que caem da mesa”.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, justas, educadas, qualificadas, civilizadas, soberanas, democráticas, republicanas, solidárias e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 129 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em junho a ainda estratosférica marca de 300,09% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial chegou em históricos 322,23%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 3,37%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2019, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,422 trilhão (43,6%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 758,672 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega, do direito e da justiça:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
58 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2019)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...
- A alegria da vocação ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...        

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador, Legislador e Libertador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios, ilegais, injustos e
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.


 


quarta-feira, 20 de abril de 2011

A CIDADANIA, O REALENGO, AS CRISES E UMA SOCIEDADE ENFERMA

“Isolamento humano

O computador, vedete tecnológica, já se inova com menos de um ano. Nosso espírito, que nos torna humanos, para modificar-se leva anos, décadas e muitos nem chegam a crescer espiritualmente.O distanciamento entre as pessoas chega a assustar-nos. Perdemos o senso de solidariedade e a tecnologia é uma das vilãs, pois, queira ou não, está a serviço do capital. O capitalismo, na essência, visa ao ganho, ao lucro e aí somos induzidos, demasiadamente, às recompensas financeiras e em valorizar todas as vantagens tecnológicas. A cooperação, o entendimento e a fraternidade ficam para segundo plano. Mesmo os países que se aproximam de um socialismo mais verdadeiro, como Suécia, Dinamarca, Noruega e outros, não se livram do ranço capitalista com ações empresariais e governamentais, em que o dinheiro é arrogante e até cruel.

O antropólogo e humanista Desmond Norris, em A fauna humana, explica muito a origem desse distanciamento, entre os humanos, que hoje vivenciamos. Diz ele que, no início histórico, os povos viviam em pequenas comunidades, sem tecnologia, é claro, interdependentes e fortemente ligados por afeto. À medida que as comunidades foram crescendo e, quando um passou a não conhecer o outro, esses laços afetivos foram se desfazendo, ao ponto de hoje não conhecermos nossos vizinhos, mesmo morando no mesmo lugar por muitos anos. A cada dia aumenta a atração pela tecnologia e dinheiro, com reais perdas de valores. A indústria bélica, que não está a serviço do bem-estar coletivo, tem crescimento e sofisticação galopantes. Nossa relação com a natureza é alarmante: já consumimos, indiscriminadamente, 30% de bens não renováveis do planeta, enquanto os índios norte-americanos, sem influência dos brancos, cultivavam o uso dos recursos naturais, avaliando o impacto nas sete gerações futuras.

Penso que as religiões e escolas podem ajudar muito na mudança de pensamento. Para tanto, é preciso, mais do que nunca, outra direção. O chamado bullying, ataque moral e físico nas escolas, que ocorre Brasil afora, é o maior sintoma de perda de valores entre crianças e adolescentes. As normalistas de outrora, verdadeiras mestras, diferentes das professoras de hoje, além de instruir não se descuidavam em formar cidadãos. O Brasil se viu em estado de choque com o massacre de escolares em Realengo, mas fecha os olhos para determinadas sociopatias. Hoje, os cursos, sobretudo, de graduação, sem filosofia nos currículos, pecam na formação humana, ficando longe de suprir valores transcendentes aos futuros profissionais. A maioria dos executivos industriais é composta por engenheiros e grande parte tem boa qualificação técnica, mas pouco conhecimento humanístico. Comandar máquinas é muito diferente de pessoas. Quem comanda precisa entender de gente. Josh MacDowell, em Evidência que merece um veredito, diz: “O coração não pode ter prazer naquilo que a mente rejeita”. O homem contemporâneo pensa muito, mas com pouco sentimento. O robô também “pensa”, mas isto só não basta, precisamos nos reciclar para encurtar a distância do coração para a cabeça.”
(GILSON FONSECA, Consultor de empresas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de16 de abril de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).


Mais uma IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, Caderno PENSAR, página 6, de autoria de INEZ LEMOS, que é psicanalista, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

TRAGÉDIA DE REALENGO ESPELHA O QUE DE PIOR A SOCIEDADE OFERECE AOS JOVENS: BULLYING, COMPETITIVIDADE, VIOLÊNCIA E IMAGINÁRIO SOCIAL MARCADO SOBRETUDO PELO PRECONCEITO


“CRÔNICA DO
DESESPERO ANUNCIADO

Bullying, fanatismo, misoginia, psicose. Como debater a tragédia de Realengo em meio aos significantes usados para explicar o que motivou Wellington Menezes de Oliveira a invadir a escola, matar 12 crianças e se suicidar? Um psicótico desarmado não representa tanto perigo. O perigo se dá quando um indivíduo revoltado e angustiado sai pela rua armando tentando sanar a dor – ferida narcísica que sangra e faz sofrer. Ao tecer nosso fel moralista e de horror diante de barbáries, devemos questionar se essa não é outra tragédia anunciada. A sociedade brasileira votou em plebiscito contra o desarmamento. A maioria escolheu o direito de comprar armas para se defender. Infelizmente, Wellington usou a mesma estratégia para vingar dos que representavam, em seu delírio, o mau – escola, colegas. O psicótico delira com o imaginário social em que está inserido, não fabrica devaneios do nada.

Episódios assim expõem os valores em que os jovens são educados. Onde estão se espelhando? Quem são seus mestres? A maioria segue, madrugada adentro, os gurus cibernéticos. A internet vetoriza, instrui e comanda obsessões e delírios. O psicótico opera em busca de algo que supre a referência paterna – religão, seitas, mestres. Wellington, ao demonstrar preferência pelos animais, reprova o ser humano. O que o levou a se identificar com os bichos? Ao sofrer bullying, sentiu-se um vira-lata? Ex-alunos da escola, colegas de Wellington, lembraram que a turma, principalmente as meninas, “zoavam” dele por ser feio e esquisito. E reforçaram: ninguém gostava do rapaz.

Bullying significa ameaçar, oprimir, arreliar. A prática de agredir o outro, desrespeitando-o e fazendo chacota de seus pontos fracos, revela arrogância e violência. Traços da sociedade desigual que não suporta a convivência com o diferente. O indivíduo feio, velho, negro, pobre e homossexual será sempre merecedor de desdém do branco, loiro, rico e bonito. Contudo, não caberia perguntar como nós, adultos, estamos agindo diante das crianças? Como surge a ideia de “zoar” o outro? Sem perceber, acabamos alimentando tais comportamentos. A tragédia de Realengo também deve ser vista como exemplo da violência escolar, uma vez que o ódio foi gestado dentro da escola, quando colegas o flechavam no coração, com descaso e preconceito. “Dizíamos: ‘Sai daí, seu feio’, quando alguém sentar no lugar que ele estivesse ocupando”, lembra um ex-colega. Wellington escolheu o alvo, buscou em cada rosto bonito a vingança adiada. Em cada tiro depositou a esperança da redenção, alívio do ressentimento guardado há anos. O psicótico armado representa perigo, assim como um coração magoado, ferido em sua mínima dignidade, pode se transformar em arsenal de revolta.

NARCISO Sabe-se que uma das garotas que mais molestavam Wellington se sentia excluída entre as bonitas por ser gordinha. Agredir o colega era uma forma de adesão ao grupo dos bem-nascidos. Como canta Caetano: “Narciso acha feio o que lhe é espelho”. A escola e a família espelham a sociedade e dividem o mesmo tecido social. Portanto, são agenciadoras de violência. Bullying é instrumento de desforra, demonstração de poder utilizado, muitas vezes, para destilar o fel acumulado em ambientes competititivos, sórdidos e desrespeitosos. A instituição escolar, com suas mazelas humanas, provocou em Wellington o desejo de acabar com seu inferno – fogo que dilacera almas desamparadas e solitárias. Wellington delirou o momento de notoriedade – por bem ou por mal, vão me reconhecer e admitir minha existência. Há muito os jovens estão anestesiando a solidão na internet, instrumento de sobrevivência das sociedades de massa.

A imprensa se mobiliza em busca de saídas – todos anseiam por receitas na tentativa de se evitar outras tragédias. Vítimas de abandono e bullying, alunos feridos em sua dignidade e molestados na alma merecem escuta cuidadosa. Como dar ouvidos às diferentes formas de clamor por carinho e atenção? Como evitar que o colega escancare ainda mais a dor do diferente? Não é hora de a instituição escolar abrir espaço em sua agenda e debater com a comunidade escolar em que sociedade gostariam viver? Ao incluir em seus conteúdos os sintomas que rondam a vida de seus alunos, a escola dá provas de educa para a vida, de que seu compromisso é com a ética do bem viver. E não apenas com os resultados apregoados pelo mercado – garantia de futuro financeiro promissor.

Podemos confundir prioridades ao dar relevância a ações que fogem ao , papel de uma escola. Sabemos que, hoje, estudar é festa. A garotada, geralmente, vai munida de gadgets para exibir aos colegas, enquanto pais desfilam carrões na porta e disputam, de forma arrogante, a fila dupla. Melhor não seria a escola debater o consumo e suas vicissitudes, investigando as implicações para o adolescente de valorizar tanto os objetos? Estaríamos gostando mais de coisas que de gente?

HIPOCRISIA Podemos ajudar a minimizar a violência entre os jovens, basta sermos mais atenciosos e delicados com o diferente, o outro, que, sutilmente, excluímos de nosso convívio. Poucos perdem tempo com rebotalhos, os olhos da maioria se voltam para os jovens, bonitos e saudáveis. Chega de hipocrisia. A violência diminuirá quando gentileza, respeito e tolerância ocuparem o lugar da arrogância e da maledicência. Quando tivermos olhos dignos para os gordos, velhos, feios e pobres. Basta priorizarmo mais as pessoas, promovendo-as a gente.

A beleza da vida está na forma espontânea e natural com que crianças são educadas. Bartolomeu Campos Queirós, em Por parte de pai lembra-nos da infância e da vida escolar no interior de Minas. Uma ode aos bons sentimentos, reverenciando a emoção que brotava da terra bruta, nos quintais e fogões à lenha. Do convívio com os avós, das relações de amizades e confiança. Bem diferente do convívio com disputas, competições e estratégias de poder. “Filhos de muitos ofícios – pedreiros, lavadeiras, professores, médicos, motoristas, órfãos – e sem inquietações pelas diferenças, nós nos gostávamos em silêncio, vencendo o destino sonhado, um a um. E o recreio era o lugar das trocas: bolo por araticum, maçã por manga, goibada por chocolate, banana por doce cristalizado. E assim experimentávamos o gosto da vida do outro, sem reservas. A nossa diferença era a nossa alegria.”

Acredito que Bartolomeu, em seu belo livro, toca na ferida que, provavelmente, motivou o ex-aluno a voltar ao local do crime, uma vez que ele saiu da escola com a alma machucada, violentada, destroçada. Vivemos numa sociedade que ensina às crianças, desde cedo, não trocar, não perder. Nosso filho deve ser o melhor da classe, o mais bem vestido e preparado para ganhar o futuro. A infância, no espirito da colaboração (e não da competição) estimula o bem e o belo, como foi a de Bartolomeu. Desde menino, era provocado pelo avô, que cultuava as palavras. E as conservava nas paredes de casa, tal como conservamos joias. “Todo acontecimento da cidade, da casa, da casa do vizinho, meu avô escrevia nas paredes... As paredes eram o caderno do meu avô. Cada quarto, cada sala, cada cômodo, uma página.” Do reino das palavras nasce o escritor – alguém que rompe a solidão com pensamentos, transforma a vida simples em personagem de várias histórias. Somos movidos por aquilo que nos toca fundo. Bartolomeu foi cutucado pelo amor do avô, e com ele fez ouro.

FAROESTE Na cultura do “bateu-levou” todos querem ganhar a parada, niguém aceita perder. Se um indivíduo esbarra no carro ou olha para a namorada do outro, corre o risco de levar bala na testa. O clima de faroeste já se instalou. Não é de hoje que julgamos normal a violência – homofobia, eugenia, misoginia. Enquanto procurarmos fora de nós os responsáveis pelas tragédias que nos envolvem, dificilmente iniciaremos o processo de mudança.

Wellington é fruto da cultura da beleza. Narcísica e consumista, celebra a boa aparência e desmoraliza a fealdade e a velhice. Enquanto ensinarmos os filhos a passar a perna no outro, furar a fila, não assumir compromissos, a não respeitar serviçais e esquisitos, corremos o risco de cinicamente e estarrecidos em poltronas, assistir a massacres e chacinas. A banalidade da vida é consequência do desprezo pela alteridade. Não seria melhor repensar escolhas, revendo opções, conceitos e posturas?

Confinamos os jovens diante das máquinas, oferecendo-lhes uma vida fria, empobrecida de gente, de trocas e amizades. A pior solidão é não ter densidade interior para se envolver – ser incapaz de povoar a vida com a própria mente. A carta do assassino, o monstro solitário, revela o desespero de quem vive isolado e sonha
em ser lembrado, reconhecido.”

Eis, pois, mas RICAS e PROFUNDAS abordagens e REFLEXÕES que nos acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS a serem SUPERADOS e a URGENTÍSSIMA e INADIÁVEL necessida de ELEGERMOS, em DEFINITIVO, a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA do PAÍS... de QUALIDADE e HUMANA...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO e, mais ainda, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as obras do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...