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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A CIDADANIA, O LOBBY, A CORRUPÇÃO E A SOLIDARIEDADE

“Lobby e corrupção
Lobista, palavra aportuguesada, vem de lobby, que significa antessala. Nos Estados Unidos o lobbyist, com transparência, é um profissional que exerce uma atividade legal, como a pessoa que aparece sempre nas salas de espera, aguardando autoridades, visando a promover interesses da empresa que representa. No Brasil, infelizmente, lobista virou sinônimo de corrupção, devido a tantos desmandos nos órgãos públicos. Dois atores se destacam: o corruptor e o corrupto. Quando casos de desvios vêm a público, os corruptores, mesmo tão criminosos quanto os corruptos, saem ilesos porque dispõem das melhores bancas de advocacia do país, exatamente, porque representam empresas poderosas.

Esse melindroso assunto, com a execução de grandes obras que serão necessárias para os megaeventos da Copa do Mundo, em 2014, e da Olimpíada, em 2016, está mexendo com toda a sociedade brasileira, temerosa pelos assaltos aos cofres públicos, sobretudo, diante da intenção do governo federal em tratar as concorrências com sigilo dos orçamentos. Ao escondê-los, o país está admitindo a derrota em combater a corrupção. O temor também se justifica porque o volume de dinheiro a ser gasto é astronômico, levando-se em conta um país com tantas carências em saúde, saneamento e educação. Só para a Olimpíada, serão necessários acima de R$ 30 bilhões.

A lógica de não mostrar os preços, como prevenção, parece frágil. Os cartéis surgem com combinação de quais preços os empreiteiros vão apresentar e quem é quem em determinada concorrência. Sabe-se que quando não há acordo entre eles para determinado pacote, é feito um sorteio entre os pares, ou seja, empresa A vai ganhar obra B e assim por diante. Havendo cartel, conhecer os preços básicos de determinadas concorrências, embora fundamental para a sociedade, é irrelevante para os empreiteiros, pois eles contam com informações privilegiadas em todos os escalões dos órgãos, como acabamos de ver os escândalos no Ministério dos Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Há também a confiança entre eles de que ninguém vai “furar” o acordo.

A preocupação se justifica ainda mais, por causa do nosso cotidiano. Os tribunais de conta não se cansam em apontar quadrilhas especializadas em fraudar licitações. As obras dos Jogos Pan-Americanos, realizadas no Rio de Janeiro, até hoje atormentam o Tribunal de Contas da União (TCU): superfaturamento, falta de licitação, aditivos exagerados etc. O prazo curto para a realização das obras foi apontado como principal motivo para esses desmandos. Agora, estamos diante da mesma situação: a letargia do governo parece até um estratégia para favorecimento. Os cartéis formados por grandes empreiteiras certamente já estão arquitetando todas as artimanhas para garantir seus preços, superfaturados, como sempre tem denunciado a mídia na maioria das licitações de maior vulto. A Lei Federal 8.666/93, que regula as concorrências públicas, se cumprida, preserva muito bem o interesse público. Em vez de manter o sigilo dos preços melhor seria maior rigor das leis contra malversação do dinheiro público, fiscalização e medidas eficientes para protegê-lo.”
(GILSON FONSECA, Consultor de empresas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 16 de setembro de 2011, página 9, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Dores e sofrimentos

Chama a atenção o número de milhões de pessoas, na sociedade brasileira, sofrem dores físicas crônicas que causam pesados incômodos para a vida diária. Procedimentos e remédios são indicados na busca pela superação dessas dores que afligem tanto. Há de se considerar também – embora sem possibilidades de quantificação exata – o volume massivo da dor moral que assola a sociedade contemporânea. É necessário buscar um remédio próprio. Um dor moral que talvez seja camuflada com a permissividade e o relativismo de valores e princípios inegociáveis.

Incomoda muito a dor física. Quando não sedada, desfigura o viver cotidiano, compromete a qualidade no exercício de responsabilidades e faz perder o gosto por tudo. A dor moral, sem sedativos, pode ser camuflada gerando uma sociedade permissiva com a perda perigosa das referências fundamentais sustentadoras do seu equilíbrio. Assim, explicam-se os absurdos que, no seu seio, alimentam todo tipo de superficialidade e de tratamento inadequado da vida como dom.

A corrupção moral, no seu volume crescente, tem a ver com a incapacidade contemporânea de enfrentamento da dor moral, que assumida, embora dolorosamente, tem a propriedade peculiar de reorientar razões, refazer sentimentos na sua nobreza própria e despertar, permanentemente, para o sentido da solidariedade. O mundo do sofrimento humano, portanto, é um fenômeno vasto sob as mais diversas formas. O conjunto das dores físicas, morais e espirituais povoa a existência humana. São as enfermidades, a morte, solidão, tédio, medo, falta de sentido da vida, insucessos, aborrecimentos, violência e isolamento, guerra, fome, opressão, injustiças, amizades traídas, injúrias e enganos, o pecado, a culpa. Tudo isso é fonte de dores e sofrimento.

O volume da dor é tão grande que quase se pode considerá-la uma segunda natureza. Remete ao interior da pessoa sofredora. Lá, no mais recôndito, está a pergunta: por quê? A interrogação toca a causa, a razão e o sentido da dor que configura o sofrimento humano. Nesse horizonte largo, há um longo caminho. Uma referência ao padecimento daqueles que estão bem próximos ou distantes, na mesma sociedade ou alhures, em sociedades que são só cenários de dramas humanos, em que os horrores da guerra e da fome, da corrupção e da ganância gritam por um remédio. É o remédio da solidariedade, entendida e praticada não simplesmente como definia o direito romano, como obrigação moral, mas enquanto aponta a pessoa como indivíduo aberto às relações com os outros.

A compreensão adequada da pessoa humana não prescinde do significado de solidariedade. Ora, a genuidade do indivíduo se configura, se define e se revela por sua dimensão relacional. A liberdade de cada um se consolida na força de sua capacidade desenvolvida e exercitada na comunhão e no diálogo. Essa compreensão revela, pois, o fundamento que define a pessoa como aquela intimamente ligada aos outros seres humanos, despertando permanentemente para o chamado de construir com eles um mundo mais fraterno e solidário. Supõe atenção sensibilizada às dores e sofrimentos humanos, uma necessidade e uma premente exigência no cultivo da consciência solidária como remédio para uma humanidade dilacerada pela desconfiguração moral responsável por desmandos e abusos que atrasam metas indispensáveis para a paz e a justiça no seio da sociedade.

É preciso voltar a atenção, neste momento, não apenas para os mecanismos e dinâmicas do funcionamento lucrativo, até perverso, da economia. Não considerada essa condição, se perpetuará ou se arrastará a incompetência gritante, apesar da inteligência luminosa pós-moderna, na solução de problemas como a fome, a miséria e a exclusão que vão multiplicando os bolsões desumanos de miséria e marginalização.

As dores e sofrimentos que afligem todos, em proporções e modalidades diversas, precisam ser enfrentados com o remédio da solidariedade. Esse remédio não se compra aqui e acolá. É produzido para o consumo diário no bojo da conduta cidadã, fecundada pelo conjunto dos valores evangélicos, com sua iluminação própria, indispensável e insubstituível, incidindo permanentemente sobre a conduta individual em fidelidade ao princípio da igualdade, dignidade e direitos, em vista de uma unidade a ser consolidada e mantida.

A condição humana, assolada pelas dores e sofrimentos, precisa da solidariedade como princípio social e como virtude moral, configurando, enquanto exercício, o tecido ético-social que a sociedade contemporânea necessita para deixar de hospedar cenários abomináveis de discriminação e indiferenças. A solidariedade como virtude moral é o exercício do compromisso cidadão pelo bem-comum – remédio a cada pessoa e na sociedade para suas dores e sofrimentos.”

Eis, pois, mais páginas contendo RICAS, IMPORTANTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para as COMPLEXIDADES da sociedade contemporânea, a exigir TRANSFORMAÇÕES que CLAMAM por CORAGEM, DETERMINAÇÃO e DISCERNIMENTO que, em nosso PAÍS, podemos apontar para a PROBLEMATIZAÇÃO de QUESTÕES CRUCIAIS como:

a) a adoção INADIÁVEL e URGENTE da EDUCAÇÃO – e de QUALIDADE, como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;
b) a INFLAÇÃO, e sua necessidade de PERMANTE e DIUTURNA VIGILÂNCIA, competente, ágil e abrangente;
c) a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER, se espalhando por todo o tecido da SOCIEDADE;
d) o DESPERDÍCIO, em todas suas MODALIDADES;
e) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, atingindo cifras superiores a R$ 2 TRILHÕES e encargos num CRESCENDO deveras INSUPORTÁVEL.

São GIGANTESCOS DESAFIOS que mais ainda nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA e QUALIDADE visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JAN EIRO em 2013, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013, a COPA DO MUNDO de 2014, a COPA AMÉRICA em 2015, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A CIDADANIA, O REALENGO, AS CRISES E UMA SOCIEDADE ENFERMA

“Isolamento humano

O computador, vedete tecnológica, já se inova com menos de um ano. Nosso espírito, que nos torna humanos, para modificar-se leva anos, décadas e muitos nem chegam a crescer espiritualmente.O distanciamento entre as pessoas chega a assustar-nos. Perdemos o senso de solidariedade e a tecnologia é uma das vilãs, pois, queira ou não, está a serviço do capital. O capitalismo, na essência, visa ao ganho, ao lucro e aí somos induzidos, demasiadamente, às recompensas financeiras e em valorizar todas as vantagens tecnológicas. A cooperação, o entendimento e a fraternidade ficam para segundo plano. Mesmo os países que se aproximam de um socialismo mais verdadeiro, como Suécia, Dinamarca, Noruega e outros, não se livram do ranço capitalista com ações empresariais e governamentais, em que o dinheiro é arrogante e até cruel.

O antropólogo e humanista Desmond Norris, em A fauna humana, explica muito a origem desse distanciamento, entre os humanos, que hoje vivenciamos. Diz ele que, no início histórico, os povos viviam em pequenas comunidades, sem tecnologia, é claro, interdependentes e fortemente ligados por afeto. À medida que as comunidades foram crescendo e, quando um passou a não conhecer o outro, esses laços afetivos foram se desfazendo, ao ponto de hoje não conhecermos nossos vizinhos, mesmo morando no mesmo lugar por muitos anos. A cada dia aumenta a atração pela tecnologia e dinheiro, com reais perdas de valores. A indústria bélica, que não está a serviço do bem-estar coletivo, tem crescimento e sofisticação galopantes. Nossa relação com a natureza é alarmante: já consumimos, indiscriminadamente, 30% de bens não renováveis do planeta, enquanto os índios norte-americanos, sem influência dos brancos, cultivavam o uso dos recursos naturais, avaliando o impacto nas sete gerações futuras.

Penso que as religiões e escolas podem ajudar muito na mudança de pensamento. Para tanto, é preciso, mais do que nunca, outra direção. O chamado bullying, ataque moral e físico nas escolas, que ocorre Brasil afora, é o maior sintoma de perda de valores entre crianças e adolescentes. As normalistas de outrora, verdadeiras mestras, diferentes das professoras de hoje, além de instruir não se descuidavam em formar cidadãos. O Brasil se viu em estado de choque com o massacre de escolares em Realengo, mas fecha os olhos para determinadas sociopatias. Hoje, os cursos, sobretudo, de graduação, sem filosofia nos currículos, pecam na formação humana, ficando longe de suprir valores transcendentes aos futuros profissionais. A maioria dos executivos industriais é composta por engenheiros e grande parte tem boa qualificação técnica, mas pouco conhecimento humanístico. Comandar máquinas é muito diferente de pessoas. Quem comanda precisa entender de gente. Josh MacDowell, em Evidência que merece um veredito, diz: “O coração não pode ter prazer naquilo que a mente rejeita”. O homem contemporâneo pensa muito, mas com pouco sentimento. O robô também “pensa”, mas isto só não basta, precisamos nos reciclar para encurtar a distância do coração para a cabeça.”
(GILSON FONSECA, Consultor de empresas, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de16 de abril de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11).


Mais uma IMPORTANTE e PEDAGÓGICA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, Caderno PENSAR, página 6, de autoria de INEZ LEMOS, que é psicanalista, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

TRAGÉDIA DE REALENGO ESPELHA O QUE DE PIOR A SOCIEDADE OFERECE AOS JOVENS: BULLYING, COMPETITIVIDADE, VIOLÊNCIA E IMAGINÁRIO SOCIAL MARCADO SOBRETUDO PELO PRECONCEITO


“CRÔNICA DO
DESESPERO ANUNCIADO

Bullying, fanatismo, misoginia, psicose. Como debater a tragédia de Realengo em meio aos significantes usados para explicar o que motivou Wellington Menezes de Oliveira a invadir a escola, matar 12 crianças e se suicidar? Um psicótico desarmado não representa tanto perigo. O perigo se dá quando um indivíduo revoltado e angustiado sai pela rua armando tentando sanar a dor – ferida narcísica que sangra e faz sofrer. Ao tecer nosso fel moralista e de horror diante de barbáries, devemos questionar se essa não é outra tragédia anunciada. A sociedade brasileira votou em plebiscito contra o desarmamento. A maioria escolheu o direito de comprar armas para se defender. Infelizmente, Wellington usou a mesma estratégia para vingar dos que representavam, em seu delírio, o mau – escola, colegas. O psicótico delira com o imaginário social em que está inserido, não fabrica devaneios do nada.

Episódios assim expõem os valores em que os jovens são educados. Onde estão se espelhando? Quem são seus mestres? A maioria segue, madrugada adentro, os gurus cibernéticos. A internet vetoriza, instrui e comanda obsessões e delírios. O psicótico opera em busca de algo que supre a referência paterna – religão, seitas, mestres. Wellington, ao demonstrar preferência pelos animais, reprova o ser humano. O que o levou a se identificar com os bichos? Ao sofrer bullying, sentiu-se um vira-lata? Ex-alunos da escola, colegas de Wellington, lembraram que a turma, principalmente as meninas, “zoavam” dele por ser feio e esquisito. E reforçaram: ninguém gostava do rapaz.

Bullying significa ameaçar, oprimir, arreliar. A prática de agredir o outro, desrespeitando-o e fazendo chacota de seus pontos fracos, revela arrogância e violência. Traços da sociedade desigual que não suporta a convivência com o diferente. O indivíduo feio, velho, negro, pobre e homossexual será sempre merecedor de desdém do branco, loiro, rico e bonito. Contudo, não caberia perguntar como nós, adultos, estamos agindo diante das crianças? Como surge a ideia de “zoar” o outro? Sem perceber, acabamos alimentando tais comportamentos. A tragédia de Realengo também deve ser vista como exemplo da violência escolar, uma vez que o ódio foi gestado dentro da escola, quando colegas o flechavam no coração, com descaso e preconceito. “Dizíamos: ‘Sai daí, seu feio’, quando alguém sentar no lugar que ele estivesse ocupando”, lembra um ex-colega. Wellington escolheu o alvo, buscou em cada rosto bonito a vingança adiada. Em cada tiro depositou a esperança da redenção, alívio do ressentimento guardado há anos. O psicótico armado representa perigo, assim como um coração magoado, ferido em sua mínima dignidade, pode se transformar em arsenal de revolta.

NARCISO Sabe-se que uma das garotas que mais molestavam Wellington se sentia excluída entre as bonitas por ser gordinha. Agredir o colega era uma forma de adesão ao grupo dos bem-nascidos. Como canta Caetano: “Narciso acha feio o que lhe é espelho”. A escola e a família espelham a sociedade e dividem o mesmo tecido social. Portanto, são agenciadoras de violência. Bullying é instrumento de desforra, demonstração de poder utilizado, muitas vezes, para destilar o fel acumulado em ambientes competititivos, sórdidos e desrespeitosos. A instituição escolar, com suas mazelas humanas, provocou em Wellington o desejo de acabar com seu inferno – fogo que dilacera almas desamparadas e solitárias. Wellington delirou o momento de notoriedade – por bem ou por mal, vão me reconhecer e admitir minha existência. Há muito os jovens estão anestesiando a solidão na internet, instrumento de sobrevivência das sociedades de massa.

A imprensa se mobiliza em busca de saídas – todos anseiam por receitas na tentativa de se evitar outras tragédias. Vítimas de abandono e bullying, alunos feridos em sua dignidade e molestados na alma merecem escuta cuidadosa. Como dar ouvidos às diferentes formas de clamor por carinho e atenção? Como evitar que o colega escancare ainda mais a dor do diferente? Não é hora de a instituição escolar abrir espaço em sua agenda e debater com a comunidade escolar em que sociedade gostariam viver? Ao incluir em seus conteúdos os sintomas que rondam a vida de seus alunos, a escola dá provas de educa para a vida, de que seu compromisso é com a ética do bem viver. E não apenas com os resultados apregoados pelo mercado – garantia de futuro financeiro promissor.

Podemos confundir prioridades ao dar relevância a ações que fogem ao , papel de uma escola. Sabemos que, hoje, estudar é festa. A garotada, geralmente, vai munida de gadgets para exibir aos colegas, enquanto pais desfilam carrões na porta e disputam, de forma arrogante, a fila dupla. Melhor não seria a escola debater o consumo e suas vicissitudes, investigando as implicações para o adolescente de valorizar tanto os objetos? Estaríamos gostando mais de coisas que de gente?

HIPOCRISIA Podemos ajudar a minimizar a violência entre os jovens, basta sermos mais atenciosos e delicados com o diferente, o outro, que, sutilmente, excluímos de nosso convívio. Poucos perdem tempo com rebotalhos, os olhos da maioria se voltam para os jovens, bonitos e saudáveis. Chega de hipocrisia. A violência diminuirá quando gentileza, respeito e tolerância ocuparem o lugar da arrogância e da maledicência. Quando tivermos olhos dignos para os gordos, velhos, feios e pobres. Basta priorizarmo mais as pessoas, promovendo-as a gente.

A beleza da vida está na forma espontânea e natural com que crianças são educadas. Bartolomeu Campos Queirós, em Por parte de pai lembra-nos da infância e da vida escolar no interior de Minas. Uma ode aos bons sentimentos, reverenciando a emoção que brotava da terra bruta, nos quintais e fogões à lenha. Do convívio com os avós, das relações de amizades e confiança. Bem diferente do convívio com disputas, competições e estratégias de poder. “Filhos de muitos ofícios – pedreiros, lavadeiras, professores, médicos, motoristas, órfãos – e sem inquietações pelas diferenças, nós nos gostávamos em silêncio, vencendo o destino sonhado, um a um. E o recreio era o lugar das trocas: bolo por araticum, maçã por manga, goibada por chocolate, banana por doce cristalizado. E assim experimentávamos o gosto da vida do outro, sem reservas. A nossa diferença era a nossa alegria.”

Acredito que Bartolomeu, em seu belo livro, toca na ferida que, provavelmente, motivou o ex-aluno a voltar ao local do crime, uma vez que ele saiu da escola com a alma machucada, violentada, destroçada. Vivemos numa sociedade que ensina às crianças, desde cedo, não trocar, não perder. Nosso filho deve ser o melhor da classe, o mais bem vestido e preparado para ganhar o futuro. A infância, no espirito da colaboração (e não da competição) estimula o bem e o belo, como foi a de Bartolomeu. Desde menino, era provocado pelo avô, que cultuava as palavras. E as conservava nas paredes de casa, tal como conservamos joias. “Todo acontecimento da cidade, da casa, da casa do vizinho, meu avô escrevia nas paredes... As paredes eram o caderno do meu avô. Cada quarto, cada sala, cada cômodo, uma página.” Do reino das palavras nasce o escritor – alguém que rompe a solidão com pensamentos, transforma a vida simples em personagem de várias histórias. Somos movidos por aquilo que nos toca fundo. Bartolomeu foi cutucado pelo amor do avô, e com ele fez ouro.

FAROESTE Na cultura do “bateu-levou” todos querem ganhar a parada, niguém aceita perder. Se um indivíduo esbarra no carro ou olha para a namorada do outro, corre o risco de levar bala na testa. O clima de faroeste já se instalou. Não é de hoje que julgamos normal a violência – homofobia, eugenia, misoginia. Enquanto procurarmos fora de nós os responsáveis pelas tragédias que nos envolvem, dificilmente iniciaremos o processo de mudança.

Wellington é fruto da cultura da beleza. Narcísica e consumista, celebra a boa aparência e desmoraliza a fealdade e a velhice. Enquanto ensinarmos os filhos a passar a perna no outro, furar a fila, não assumir compromissos, a não respeitar serviçais e esquisitos, corremos o risco de cinicamente e estarrecidos em poltronas, assistir a massacres e chacinas. A banalidade da vida é consequência do desprezo pela alteridade. Não seria melhor repensar escolhas, revendo opções, conceitos e posturas?

Confinamos os jovens diante das máquinas, oferecendo-lhes uma vida fria, empobrecida de gente, de trocas e amizades. A pior solidão é não ter densidade interior para se envolver – ser incapaz de povoar a vida com a própria mente. A carta do assassino, o monstro solitário, revela o desespero de quem vive isolado e sonha
em ser lembrado, reconhecido.”

Eis, pois, mas RICAS e PROFUNDAS abordagens e REFLEXÕES que nos acenam para os GIGANTESCOS DESAFIOS a serem SUPERADOS e a URGENTÍSSIMA e INADIÁVEL necessida de ELEGERMOS, em DEFINITIVO, a EDUCAÇÃO como PRIORIDADE ABSOLUTA do PAÍS... de QUALIDADE e HUMANA...

Mas, NADA, NADA mesmo, ARREFECE o nosso ÂNIMO e o nosso ENTUSIASMO e, mais ainda, nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as obras do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

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O BRASIL TEM JEITO!...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A CIDADANIA O PESO DA IDADE E AS VANTAGENS COMPETITIVAS

“3. A vantagem competitiva só é mantida pela melhoria constante

São poucas as vantagens competitivas que não podem ser imitadas. As empresas coreanas reproduziram a capacidade das companhias japonesas de produzir em massa aparelhos de televisão em cores e videocassetes, padronizados. Empresas brasileiras têm tecnologia e modelos comparáveis à Itália em sapatos de couro informais.

As empresas (e indústrias nacionais) que permanecem estacionárias acabam sendo ultrapassadas pelas rivais. Posições competitivas firmes podem, por vezes, ser mantidas durante anos ou décadas depois de paralisadas as melhorias, tendo por base as vantagens dos que começaram primeiro, como relações estabelecidas com clientes, economias de escala nas tecnologias existentes e fidelidade dos canais de distribuição. Mas, rivais mais dinâmicos acabam encontrando meios de contornar essas vantagens, descobrindo formas mais baratas (ou melhores) de fazer as coisas. Empresas britânicas e americanas perderam posições quase seculares em máquinas-ferramentas no espaço de uma década, por exemplo, quando rivais estrangeiros aproveitaram-se da nova tecnologia do computador. Empresas alemãs perderam liderança em máquinas fotográficas por motivos semelhantes, quando os japoneses agiram, mais agressivamente, no desenvolvimento da tecnologia de lente de reflexão única e na adoção eletrônica. Na construção naval, foram as empresas japonesas que abriram mão de uma parcela substancial quando a melhoria se tornou mais lenta e os coreanos repetiram as estratégias japonesas, usando mão-de-obra mais barata.

Uma vez obtida, a vantagem só se mantém pela constante busca de maneiras diferentes e melhores de fazer as coisas e continuadas modificações no comportamento da empresa, dentro de um contexto estratégico geral. A empresa que compete com estratégia de diferenciação, por exemplo, tem de encontrar muitas maneiras novas de aumentar a diferenciação ou, ao menos, melhorar a eficiência pela diferenciação ao estilo antigo. Não obstante, a necessidade de inovação continuada contraria as normas organizacionais da maioria das companhias. As empresas preferem não mudar. Particularmente numa empresa bem-sucedida, forças poderosas atuam contra a modificação da estratégia. Abordagens passadas institucionalizam-se em procedimentos e controle administrativos. Criam-se instalações especializadas. O pessoal é treinado em determinado tipo de comportamento. A auto-seleção atrai novos empregados que acreditam nas maneiras existentes de fazer as coisas e são particularmente adequados à implementação. A estratégia transforma-se, praticamente, numa religião e questionar qualquer dos seus aspectos é considerado quase uma heresia. As informações que poderiam questionar as atuais abordagens são filtradas ou rejeitadas. Os que desafiam a sabedoria estabelecida são afastados ou isolados. Quando uma organização amadurece, a necessidade de estabilidade e segurança para aumentar.

São necessárias fortes pressões para neutralizar essas forças. Muito raramente vêm apenas de dentro da organização. As companhias não costumam mudar espontaneamente: é o ambiente que as impulsiona (ou as força) à mudança. Uma empresa deve estar sujeita a pressões e estímulos externos que motivem e guiem a necessidade de agir. Deve criar o ímpeto da mudança. A maneira pela qual se posiciona dentro da base nacional (e em outros lugares) é instrumento importante para isso.

A dificuldade de inovação significa que são os “estranhos” à empresa, à indústria, à estrutura social estabelecida ou baseados em outros países que, com freqüência, são os catalizadores da inovação. Os estranhos podem perceber mudanças que passam despercebidas ou contrariam a sabedoria convencional. Os estranhos não estão ligados às estratégias passadas nem se preocupam com a perturbação da indústria ou das normas sociais. Se uma companhia e sua direção podem comportar-se como “estranhos” é um desafio interessante. Se o papel de estranho puder ser desempenhado pelas empresas de dentro do país (e não pelas de outros países) isso terá muita influência sobre o progresso da indústria do país. [...]”
(MICHAEL E. PORTER, in A vantagem competitiva das nações, tradução Waltensir Dutra. – Rio de Janeiro: Campus, 1989, páginas 650 e 651).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de janeiro de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de GILSON FONSECA, Consultor de empresas, que merece INTEGRAL transcrição:

“O peso da idade

A preocupação com a velhice é natural e bastante comum porque, à medida que a idade avança, nossa compreensão do tempo que nos resta é maior. Mais difícil é aceitar que seremos inexoravelmente substituídos. No trabalho, envelhecer, para muitas pessoas, também é tão angustiante quanto traumático. Tudo advém de preconceitos históricos arraigados nas sociedades e nas organizações; basta lembrar-nos do provérbio latino senectus et morbus (a velhice é uma doença). O medo de perder emprego, com as inseguranças existentes no Brasil, ainda há muito que avançar, já tirou o sono de muita gente e, segundo pesquisas, é a maior preocupação dos brasileiros.

A nossa cultura ocidental valoriza muito as aparências e o vigor físico, em detrimento do conhecimento, da experiência e da sabedoria. Em muitos países do oriente, onde há maior espaço para contemplações e reflexão, parece que o trinômio nascer/envelhecer/morrer é muito mais bem compreendido. Nesses lugares, a sabedoria, seja pelo conhecimento ou, sobretudo, pela intuição dos mais velhos, é muito mais valorizada, inclusive, pelos próprios jovens, e tais conceitos estão nas gerências empresariais. No Brasil, muitos jovens ficam de olho no lugar dos mais velhos e até conspiram contra eles. A competição é inevitável e sempre vai existir. O que não se pode é recorrer à deslealdade com insinuações do tipo “fulano está ultrapassado, já passou do seu tempo”.

O Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) foi um avanço, reconhecemos. O idoso está sendo mais respeitado nas repartições públicas, nos transportes urbanos, agências bancárias, supermercados etc. Até mesmo a Justiça, por conta do estatuto, tem agilizado processos que envolvem os mais velhos. Nas empresas, entretanto, esses conceitos não estão exercitados na plenitude ou de forma humanizada, como se espera. É só vislumbrar uma crise econômica que os empresários pensam, primeiramente, em dispensas de empregados. As primeiras vítimas são os “mais velhos de casa” e, sempre com a justificativa de que estão cansados, superados profissionalmente por não se reciclarem ou, até mesmo, que estão perto de aposentar-se. Empresas que adotaram esse expediente, inclusive as de grande porte, na última crise de 2008, sentiram o erro que cometeram.

A grande reativação da economia em 2010, com carência de pessoal qualificado, em todas as áreas, fez com que elas saíssem à procura dos “velhinhos” para readmissão, visto que os novos não davam conta do trabalho. O grande castigo foi a constatação de que muitos não aceitaram voltar, porque se sentiram humilhados com a dispensa e procuraram receber valorização profissional em outras empresas, ou porque montaram seus próprios negócios. A lacuna em 2011 continua grande. Penso que o melhor não é ainda a competição nas organizações, por mais leal que seja, mas compartilhar as qualidades de cada um para suprir as deficiências do outro. O arrojo dos jovens e a sabedoria dos mais velhos não só podem, como devem, formar a parceria necessária para o sucesso empresarial.”

Eis, portanto, mais e OPORTUNAS abordagens que acenam com REFLEXÕES e PONDERAÇÕES a respeito do CAPITAL HUMANO, essência que nos MOTIVA e nos FORTALECE nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

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