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segunda-feira, 7 de maio de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A RESTAURAÇÃO DA ÉTICA CORPORATIVA E A LUZ NO CUIDADO E FRUIÇÃO DOS SANTUÁRIOS DE MINAS NA SUSTENTABILIDADE


“Fraude corporativa: além do e-mail e do WhatsApp
        Há 13 anos, a Justiça alemã constatou que a Siemens, gigante de tecnologia, era parte de uma rede internacional de distribuição de subornos que incluía também o Brasil. Calcula-se que o caso acabou custando a uma das empresas de maior prestígio na Alemanha cerca de 2,5 bilhões de euros, ou seja, mais de R$ 8 bilhões.
         De 2005 até os dias de hoje, com o escândalo mais recente que envolveu a Odebrecht, o maior grupo da construção da América Latina, as formas de combate ao crime vêm se sofisticando e o fraudador vem tomando maiores cuidados com o passar do tempo e a partir do uso constante da tecnologia. Nesse sentido, podemos considerar que investigações e fraudes corporativas figuram quatro momentos diferentes.
         Tendo como marco importante a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/13), que passou a valer a partir de 2013 e que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, a primeira fase ocorreu antes dessa legislação entrar em vigor. Na época em que não havia uma norma jurídica que desse conta das fraudes, as ações de combate eram apenas reativas, e não preventivas, e realizadas por escritórios não especializados em investigação.
         Com a entrada em vigor da lei no ordenamento jurídico brasileiro, as firmas de investigação começaram a se consolidar no mercado. Nesse período, começa-se a pensar em prevenção de fraudes e surgem os primeiros programas de compliance nas companhias estrangeiras sediadas no Brasil. Contraditoriamente, as empresas brasileiras ainda estavam resistentes à aplicação da Lei 12.846/13.
         Num terceiro momento, entre 2014 e os dias atuais, temos como referência o início da Operação Lava-Jato – que investiga um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobras, empreiteiras e políticos –, ainda com ações fortemente reativas, mas com o objetivo de estabelecer padrões de prevenção com equilíbrio entre investigações internas e externas. Na realidade atual, vimos finalmente programas de compliance ganhando corpo e entrando finalmente em fase de maturidade no Brasil.
         Diante desse cenário, podemos vislumbrar que, no futuro, nas ações de combate e de resposta a incidentes de fraudes, haverá um equilíbrio entre prevenção e reação e o fortalecimento ainda maior da maturidade de compliance com as empresas aptas a responder às demandas que surgirem. Podemos apostar que o tema fraude corporativa irá fazer parte permanente da agenda da auditoria externa e da pauta dos comitês de administração e de auditorias das empresas. Sendo assim, a revisão de documentos dará lugar ao apoio das ferramentas de tecnologia da informação, sendo implementadas de forma combinada e cruzada com o conhecimento contábil, o que terá papel importante e será um diferencial desse processo. Surge aqui a importância do uso de dados e análises e da inteligência artificial como parceiros na identificação de transações suspeitas, relação de conflito de interesses, entre outros.
         Frente a um ambiente corporativo cada vez mais complexo e de fraudadores ainda mais especializados, com práticas sofisticadas que vão além da troca de mensagens por e-mail e pelo WathsApp, as investigações terão que aprender a navegar nesse universo para trazes as respostas, que se espera, num futuro bem próximo.”.

(MARCELO ALCIDES C. GOMES. Sócio da área de Strategic & Compliance Risk da KPMG, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 20 de abril de 2018, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Os santuários de Minas
        Minas Gerais é uma terra de santuários. É urgente enxergar e compreender a realidade desse estado que hospeda importantes lugares sagrados, merecedores de respeito e adequado tratamento, exigindo nova mentalidade e o repúdio a interesses pouco altruístas. Há uma luz que precisa brilhar para se enxergar essa realidade. Essa luz é a consciência cidadã, fundamental para que todos os segmentos da sociedade mineira saibam cuidar bem do tesouro tricentenário forma pela cultura e o patrimônio sociopolítico de Minas. Um tesouro tão maltratado pela corrupção e pela mediocridade de líderes que deveriam representar o povo. Eis aqui o urgente desafio: a sociedade mineira precisa cultivar a ampla visão capaz de priorizar o desenvolvimento integral do estado, com qualificado tratamento de toda essa imensurável riqueza.
         Esse tesouro está nos territórios de Minas, que ao serem reconhecidos como santuários, conseguem vencer as “bitolas estreitas”, impedindo, assim, que o estado mineiro fomente as mudanças tão necessárias ao país. Por isso é preciso que se faça, antes, justiça ao seu riquíssimo e diversificado patrimônio de tradições imateriais, incluindo as diferentes culturas que, singularmente, compõem as muitas Minas. Destacam-se ainda os santuários ambientais, de inestimável valor, que exigem adequados discernimentos em cada uma de suas microrregiões. Os muitos e diferentes biomas reunidos em todo estado não podem ser devastados pela insanidade da ganância e do lucro. Um risco sempre presente em razão de miopias. Há urgência de se estabelecerem marcos regulatórios diferentes dos tendenciosos e que não ofereçam respaldo legal a atitudes fora dos parâmetros de uma ecologia integral.
         O adequado tratamento dos santuários de Minas é ponto de parte para a constituição de novas práticas, capazes de incidir nas ações políticas, nas relações sociais e nas iniciativas religiosas. Um tempo diferente que possa acabar com as dispersões do povo mineiro, que o fragilizam, incapacitando-o para perceber o próprio valor. Sem a consideração da importância de seus santuários, os mineiros se habituarão, cada vez mais, a valorizar o que “é de fora”, de outros lugares. Mas o patrimônio de Minas Gerais é tão valioso que, mesmo diante de tantas atitudes absurdas que levaram – e ainda levam – a graves perdas, continua a reunir riquezas inestimáveis. Percebe-se, pois, que são muito importantes novos parâmetros éticos e regulatórios, para evitar tragédias a exemplo da que ocorreu em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, até hoje sem medidas suficientes para minimizar o sofrimento da população, os danos à natureza e ao patrimônio histórico-cultural.
         Pelo bem do povo mineiro, além do cumprimento das regulamentações vigentes, são imprescindíveis legislações capazes de proteger o território do estado. Sem essas medidas necessárias e urgentes, Minas continuará a conviver com a possibilidade de novas tragédias provocadas pelo insaciável apego ao lucro, que alguns fazem questão de cultivar. E o povo mineiro permanecerá convivendo com cenários de exclusão e pobreza, uma imposição amarga às pessoas que vivem sobre um chão tão rico. Minas são muitas e cada uma é um santuário ecológico, sociopolítico e cultural, com suas singularidades, que precisam estar integradas e preservadas para que seja alcançado o desenvolvimento integral.
         A valorização desse patrimônio mineiro – de norte a sul, de leste a oeste, incluindo a região central do estado – significa, entre outros aspectos, parar de negociar frações do território de Minas como se fossem pedaços de lugares sem importância. Os santuários de Minas são inesgotáveis minas de valores que sustentam a cultura do estado, tão importante para o contexto nacional. Por isso, cada região deve ser tratada adequadamente, com o devido reconhecimento de suas necessidades – nos campos da infraestrutura, da educação, entre tantos outros. Merecem atenção especial a cultura e a religiosidade do estado, que detêm a força para alavancar o desenvolvimento integral e superar a violência.
         Todo cidadão mineiro precisa compreender: cada um dos territórios de Minas, assim como as famílias que os habitam, constituem santuários. Lugares de vivências e dinâmicas que geram a união e a partilha de responsabilidades. São, pois, força educativa existencial exemplar. Minas é ainda um conjunto de santuários da religiosidade, com enraizamentos profundos, verdadeiros tesouros que demandam dedicação e qualificação dos que professam a fé cristã católica. Nos santuários mineiros da religiosidade está o maior acervo sacro e barroco nacional, que nutre um patrimônio imaterial alicerçado nas tradições, instrumento indispensável para edificar uma sociedade mais solidária e fraterna.
         Muitos são os santuários de Minas e todos, igualmente, requerem responsabilidades e competências no seu tratamento. É necessário conhecê-los para fomentar o sentido de autoestima e pertencimento de seu povo, vetores que qualificam a cidadania. Nesse rico conjunto, merece especial atenção e acompanhamento o Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade, padroeira do estado de Minas Gerais. Há 250 anos, o santuário recebe peregrinos e há quase 60 é considerado o coração de Minas, com o reconhecimento oficial de que Nossa Senhora da Piedade é a padroeira do estado. O fluxo crescente de peregrinações comprova sua importância. E entre as singularidades do santuário da padroeira de Minas, destacam-se seus bens culturais, históricos e arquitetônicos.
         De modo especial, o Santuário da Piedade é um patrimônio ambiental singular, nos seus mais de 1,2 milhão de metros quadrados, com fauna e flora dos biomas mata atlântica, cerrado e campos rupestres. É, assim, um jardim botânico e, ao mesmo tempo, um museu ambiental a céu aberto, dom de Deus na magnificência de sua criação. Merece, pois, a atenção de todos os mineiros, especialmente de quem mora em suas proximidades, para acompanhar as movimentações de mineradoras e combater interesses meramente financeiros, com certos respaldos legais que precisam ser repensados. Pensando nesse santuário mineiro, que é herança de cada pessoa, a Arquidiocese de Belo Horizonte instituiu a Associação para o Desenvolvimento Regional Integral (Aderi), que, entre suas finalidades, assume a tarefa de contribuir com projetos de caráter ambiental, promovendo a defesa de direitos sociais relacionados ao meio ambiente.
         Há uma verdadeira “guerra surda” em curso. O povo, os devotos, religiosos e igrejas, segmentos todos que reconhecem a importância dos santuários mineiros, são convocados: aproximem-se do Santuário da Piedade, criando uma rede de proteção que se transforme em paradigmas de um tempo novo marcado pela defesa dos muitos santuários de Minas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro a ainda estratosférica marca de 333,9% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 324,1%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em março, chegou a 2,68%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, OS GRAVES DESAFIOS DA HUMANIDADE E OS CAMINHOS DA FÉ NA SUSTENTABILIDADE

“O perigo sempre morou ao lado
        A tragédia arde em chamas em nosso cotidiano. Mais uma. Outras virão, piores, a ponto de um dia esquecermos dessa. Pois somos uma sucessão histórica de tragédias.
         Nero queimou Roma, e Hitler carbonizou judeus. Russos e sírios bombardearam crianças. Americanos, traumatizados pela derrota para destemidos vietnamitas, sempre destroem nações periféricas.
         Tragédias nos humanizam. Overdose de multimeios expurgam toda dó, toda pena, todo horror. Esse estranho vício por manchetes angustiantes e inevitáveis interpretações e profecias de fim do mundo.
         Doações, contas para familiares, fraudes, e perguntem aos familiares dos jogadores da Chapecoense como estão agora, que os holofotes mudaram para novas desgraças? Ou como estão os pobres das Bahamas, arruinados por furacões furiosos?
         E o Haiti, onde parece haver um ponto de singularidade? Pois ditadura, guerra civil, terremoto, furacões, corrupção e degradação marcaram encontro num ponto do planeta.
         Dito isso, é com certa tristeza que percebo não só o quanto a natureza humana é ainda embrionária. Constato o enorme caminho que temos de seguir nessa trajetória evolutiva que propõe passar de um estado animalesco para um ser divino.
         E nosso microuniverso, seja nos lares, seja no ambiente de trabalho ou ainda no social, reflete nossa pequenez. Ofendemos, odiamos, conflitamos, nos estranhamos, nos magoamos, agredimos, fingimos, mentimos, traímos, pecamos.
         Dia a dia, enquanto nós nos horrorizamos com a creche queimada pelo monstro, os anjinhos, pois assim os percebo, poderiam ser um filho, um neto de qualquer um de nós.
         Mas como estão nossas relações com nossos rebentos? Como anda seu casamento? E o respeito e a cooperação no ambiente de trabalho? Como é sua comunidade? E seu vizinho?
Testemunhas
O perigo está embaixo de nosso nariz, dorme a nosso lado, frequenta os mesmos lugares. Pois onde faltam humanismo, fraternidade, amor ao próximo, perdão, respeito às diferenças, empatia, seremos testemunhas passivas de tragédias ou vítimas inocentes delas.
Entender nossa imperfeição, encarar nossa incompletude, assumir-nos transitórios, pecadores, aprendizes da vida são algo libertador, um primeiro passo.
A paz, a felicidade, a serenidade são um trabalho pesado, cotidiano, eterno, íntimo e pessoal. Só então – se é que – compreenderemos essa época difícil, de mudanças profundas por que passa a nossa civilização.
Sempre fomos brutais. O que mudou é a visibilidade. A delicadeza, a lapidação de mentes e almas é um trabalho de formiguinha. Imperceptível, silente, constante. E creia, não dá Ibope.”.

(Eduardo Aquino. Psiquiatra e neurocientista, em artigo publicado no jornal SUPER NOTÍCIA, edição de 8 de outubro de 2017, caderno GERAL, coluna Bem-vindo à Vida, página 11).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 29 de setembro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“250 anos peregrinando na fé
        Esta sábado, 30 de setembro de 2017, não será um simples dia. É marco na celebração de acontecimento histórico: há exatos 250 anos, a Cúria da Diocese de Mariana concede a autorização para que o português Antônio da Silva Barcarena comece, oficialmente, o culto à Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora da Piedade, no alto da serra que se chamava Sabarabuçu, hoje Serra da Piedade. Após ouvir a história da aparição de Nossa Senhora a uma menina surda e muda naquele território sagrado, Barcarena se converteu e decidiu viver no alto da serra, como eremita. Lá, esse português que trabalhou na construção da Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Caeté, edificou a ermida da padroeira, coração-alma do conjunto arquitetônico e paisagístico do Santuário Nossa Senhora da Piedade, que recebe peregrinos desde o século 18.
         Celebrar os dois séculos e meio do povo peregrinando ao suntuário da padroeira de Minas é reconhecer que a fé transcende o tempo, escreve a história, entrelaça vidas. Assim, constrói herança rica e um patrimônio de magnífica relevância. Por isso, valorizar este dia 30 de setembro de 2017 é oportunidade para fecundar novos caminhos, contemplando passado: as muitas gerações que caminharam rumo ao ponto mais alto da serra deixaram importantes legados a todos os mineiros, especialmente para os peregrinos que hoje buscam o Santuário Nossa Senhora da Piedade. Hoje, temos também muitos desafios que requerem novas respostas e as responsabilidades cidadãs, que são de todos, na defesa e preservação desse território sagrado.
         O Santuário Nossa Senhora da Piedade contribui para cultivar a fé, fonte da força capaz de iluminar a cidadania e conduzir a sociedade na direção de novos tempos. Percebe-se, pois, que 30 de setembro é data magna em Minas Gerais. E a magnitude desta marca no tempo remete ao mais profundo sentido da fé, que se inscreve na dinâmica das peregrinações. Uma dinâmica com força educativa. Contribui, entre outros aspectos, para fortalecer na consciência de cada pessoa o entendimento de que tudo passa e o tempo é o bem precioso. Afasta, assim, o risco nefasto de querer se perpetuar no tempo pelas ilusórias mazelas dos apegos, do acúmulo mesquinho de bens.
         Peregrinar é antídoto para não cair no domínio da ambição desmedida, que induz à corrupção e suas consequências avassaladoras: devasta vidas, arruína a sociedade e atrasa avanços. Barcarena, com a sua história de conversão mostra que há razões maiores e mais profundas do que o exclusivo objetivo de ganhar dinheiro. Ele, que veio para o Brasil em busca de riquezas, tocado pela fé, tornou-se promotor da devoção a Nossa Senhora da Piedade, no alto da serra. Em Barcarena e nos muitos fiéis que fazem parte desses 250 anos de história das peregrinações ao santuário está a comprovação de insubstituível necessidade: ter razões transcendentes, buscar a dimensão divina que faz o ser humano alcançar sua plenitude.
         A fé que move montanhas fez do maciço de Sabarabuçu – para além de suas riquezas minerais, ecológicas e do seu relevante aquífero – patrimônio imaterial. E a devoção a Nossa Senhora da Piedade nesse território sagrado tem origem oficial no documento da cúria de Mariana, de 30 de setembro de 1767. Um marco inaugural na história do santuário que é coração-síntese de Minas Gerais, pois reúne dons da natureza e da fé que definem o estado. A religiosidade está, pois, nas raízes da cultura mineira, nas tradições do povo. A vivência da fé cultiva valores que humanizam, sensibilizam e por isso mesmo podem orientar rumos e vidas. A fé contribui para resgatar o necessário sentido humanístico que pode debelar cenários degradantes, substituindo-os por dinâmicas alicerçadas na solidariedade e no respeito.
         Por tudo isso, 30 de setembro há de se tornar em Minas Gerais dia especial de lembrança e comemoração: marco relevante na história tricentenária do estado. Uma data que tem força diferente em relação {as celebrações da Inconfidência Mineira, mas guarda a mesma importância, pois também impulsionar a transformação de ideais a partir de personagens diversos com importância em diferentes campos – política, arte, cultura e religiosidade. Entre essas ilustres pessoas, encanta pensar, por exemplo, que a força da fé, em Barcarena – o ermitão convertido – amalgamou-se com a arte admirável de Aleijadinho, referência do barroco mineiro. Dessa união nasce a imagem veneranda da Virgem da Piedade e o retábulo da ermida da padroeira.
         Jubileu da devoção a Nossa Senhora da Piedade, padroeira do estado de Minas Gerais, 30 de setembro é convite para todos mineiros contemplarem sua maior preciosidade: o lugar que é conjunto histórico, cultural, paisagístico, ambiental e religioso, santuário da padroeira de Minas Gerais. Todos possam peregrinar ao santuário, deixando que esse território sagrado inspire dinâmicas cidadãs e religiosidades. Eis um exercício importante para desbravar novos caminhos e adotar práticas audaciosas, coerentes com a importância de Minas Gerais, estado diamante. Que cada pessoa possa vivenciar este jubileu – 250 anos de história do povo peregrinando na fé ao Santuário Nossa Senhora da Piedade.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto/2017 a ainda estratosférica marca de 397,44% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 317,31%; e já o IPCA, também no acumulado dos últimos doze meses, em setembro, chegou a 2,54%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

 


              

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO ATRAVÉS DOS JOGOS DE EMPRESAS E OS DESAFIOS DA ACOLHIDA AOS MORADORES DE RUA

“Jogos de empresas para motivar alunos
        Os jogos de empresas, uma atividade secular, têm sido explorados como uma nova alternativa de ensino nas escolas, não apenas como um modismo, mas uma tendência que se expande exatamente por motivar o exercício da tomada de decisão em ambientes complexos e de alta competitividade. Os jogos de empresas proporcionam ao aluno, em cenários que retratam a realidade das empresas, o exercício de papéis similares aos ali existentes, privilegiando o aprender fazendo em um ambiente simulado.
         Acompanhando essa tendência, vários pesquisadores e associações internacionais ligadas ao tema têm discutido a eficácia da utilização desses instrumentos como alternativa de ensino, e os resultados têm demonstrado elevada aceitação, tanto para alunos, quanto professores. Há desafios, sim, principalmente aqueles ligados à motivação dos alunos que, apesar dos jogos simularem uma situação real, nada se compara à emoção e angústia associadas às consequências positivas ou negativas que, no ambiente real, são decorrentes de decisões, via de regra, ancoradas em expectativas futuras.
         Os jogos de empresas, evidentemente, são baseadas em modelos de situações reais e, em razão disso, simplificam a realidade, recortando-a de acordo com as percepções e fins desejados, o que não impede que possam oferecer vivência, apreciação, experimento e reflexão quanto a uma situação real. De alguma forma, o uso de jogos de empresas incorpora à metodologia de ensino uma série de vantagens, tais como: aprendizagem participativa, maior significado pessoal, desenvolvimento de habilidades gerenciais, além de permitir observar atitudes empreendedoras em coordenadores, professores e alunos.
         Em termos de habilidades, a mais significativa é o desenvolvimento de uma postura gerencial integrada, tão necessária no processo de tomada de decisão. Há de se considerar, também, a importância da abordagem sistêmica, importante na gestão empresarial. Outro aspecto relevante refere-se ao tempo e espaço reservados às experiências. Ainda com esses atributos reduzidos, é possível analisar as possíveis consequências de decisões agora tomadas, em termos de resultados e impactos no todo e até em partes da organização. Pode-se praticar aqui, o que já defendia Paulo Freire: “A educação verdadeira é a problematizadora, isto é, aquela que busca o desenvolvimento da capacidade de crítica e de reflexão”.
Há, no entanto, deficiências e limitações, principalmente aquelas relacionadas à motivação e às expectativas dos alunos. Devido à impossibilidade de se inserir a emoção e o risco iminente, alguns alunos consideram essa prática ainda irrelevante. Alerta-se, portanto, para a importância da atuação do professor como mediador da atividade que, por sua natureza dinâmica, necessita de intervenção ocasional com novas ações que possam reavivar a motivação dos alunos. Conclui-se, portanto, que o professor acaba por exercer a função de coordenador da simulação e, por essa razão, deve manter uma postura de facilitador do processo, de forma que os objetivos previamente estabelecidos pelas equipes, sejam continuamente revistos e analisados, de forma racional, até que, possivelmente, sejam atingidos.
Conclui-se, portanto, dentro da linha andragógica onde se encaixam os jogos de empresas como instrumento de aprendizagem, citando aqui um pensamento do filósofo Confúcio, que reforça o objetivo central desse instrumento, que, apesar de secular, tem sido uma inovação na arte de ensinar: “Ouço e esqueço; vejo e recordo; faço e compreendo”.”.

(ANDRÉ LUIZ PIRES DE MIRANDA. Professor da Universidade Fumec, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 16 de agosto de 2015, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 11 de setembro de 2015, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Da rua ao acolhimento
        O Santuário Nossa Senhora da Piedade recebeu uma visita especial nesta semana preparatória para a festa da padroeira de Minas Gerais, celebrada no segundo domingo de setembro, dia 13. Muitos que vivem na rua acolheram o convite e, acompanhados pela Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte, peregrinaram ao Santuário. A expressão de um dos peregrinos, ao dizer que por si só        seria impossível chegar ao alto daquela montanha, toca o conjunto dos desafios da vida de todos os enfraquecidos e vítimas da exclusão social.
         São muitas as causas da situação excludente que marca a realidade dessas pessoas – que são cidadãs. Cada um tem sua história, mas no coração de todos há um sonho: a conquista de uma vida minimamente digna, a começar pela superação dos sofrimentos que são consequência da discriminação. A peregrinação desses excluídos da sociedade coloca em evidência a necessidade de posturas mais comprometidas, a exigência da participação de todos os cidadãos, para transformar essa realidade. Comprometimentos que possam estar além de políticas públicas compensatórias e pouco emancipatórias. Iniciativas que, lamentavelmente, surgem mais como argumento eleitoreiro, ou justificativa de opção partidária, ajudando a compor cenários de uma sociedade que não sabe cuidar de seus pobres.
         Os moradores de rua, consideradas as suas condições, são a comprovação de que a alegria falsamente vivida em outros setores da sociedade está ruindo. E, no “salve-se-quem-puder”, acredita-se que o amparo e o bem-estar possam ser alcançados a partir da idolatria ao dinheiro. Porém, como bem sublinha o papa Francisco, na base da crise econômica, está uma séria crise antropológica, a desconsideração da primazia do ser humano. A situação dos moradores de rua, entre tantas outras, é o retrato do desrespeito a essa primazia. Trata-se de fruto da tirania do lucro, lógica que conduz o cidadão à insensatez de, desenfreadamente, procurar ganhar e ajuntar mais, riscando de sua agenda o compromisso da partilha. Trilha-se caminho na contramão da solidariedade, que é remédio para corrigir os descompassos nos funcionamentos da sociedade.
         No centro da situação vergonhosa de exclusão social, torna-se oportuno lembrar o que disse São Vicente de Paulo. Cada pessoa deveria sentir vergonha de si ao encontrar um pobre e miserável. Assim, todos se empenhariam mais no apoio a projetos sociais, trabalhariam para mudanças mais rápidas nos cenários de exclusão que exigem atitudes efetivas de instâncias governamentais, instituições religiosas, academias e das famílias que estão na outra ponta, distantes dos pobres, no esbanjamento. O papa Francisco, com gestos concretos, diante do tratamento inadequado recebido pelos migrantes no contexto europeu, pede a atitude cidadã de se estender a própria mão. Apresentar ofertas que efetivamente produzam diferenças nesses quadros que compõem a crise humanitária, mais grave do que a econômica.
         A peregrinação dos moradores de rua ao Santuário Nossa Senhora da Piedade e a acolhida a eles oferecida constituem profética e interpelativa cena, formada pela magnífica arquitetura divina e a presença dos esquecidos, os mais pobres. Um cenário que mostra a urgência de se promover a inclusão, com inventividade e coragem. Pode-se começar, justamente, pela escuta dos corações de quem é excluído. Eles guardam sabedorias que, retomadas e assimiladas, podem apontar o caminho de saída dessa grave crise humanitária e antropológica.
         Oportuno é deixar-se envolver pela presença abandonada dos moradores de rua. Convidá-los para estarem nas salas das escolas e universidades, dos escritórios, nas cortes, nas igrejas, nas mesas das famílias e nos recintos de festa. Assim, se investe na criação de uma nova sensibilidade que fortalecerá a cultura humanística. Chovia e fazia frio no dia da peregrinação dos moradores de rua ao santuário da Padroeira de Minas Gerais. Um disse que não se importava, pois ali era o céu. O céu pelo acolhimento dado, por ter experimentado o gosto gostoso de saber-se igual e digno na casa da Mãe da Piedade, a casa de clemência. A sociedade precisa viver um novo tempo: de acolher, ouvir, partilhar, renunciar e oferecer, a partir de gestos corajosos e proféticos, simples, singulares ou sistêmicos. É hora de clemências!”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a estratosférica marca de 395,3% ao ano... e mais, em julho, o IPCA acumulado nos últimos doze meses chegou a 9,56%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;

     c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2015, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”