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segunda-feira, 23 de julho de 2018

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A LUZ DO DESAPEGO DA HUMANIDADE E AS EXIGÊNCIAS DA QUALIFICAÇÃO DO VOTO NA SUSTENTABILIDADE


“Ao homem cabe entregar-se à 
lei suprema e desapegar-se de si
        A consciência comum do homem terrestre da superfície é circunscrita ao efeito das respostas mecânicas de seus pensamentos, sentimentos e hábitos que, em um círculo de hereditariedade biológica, a mantém presa à matéria. Somente a ação da energia interior pode fazê-la elevar-se e desprender-se dessa região obscura, que alimenta os mais primitivos pensamentos.
         A verdadeira situação desses níveis densos não pode ser percebida pelo que somente neles permanece enfocado. Para que a reconheça, é necessário elevar-se a patamares superiores e assim polarizado “estar no mundo sem ser do mundo”, conforme indicou o Cristo.
         O imenso contraste existente entre os homens, que num mesmo planeta apresentam tão distintos traços de caráter, graus de compreensão e modos de vida, não é, em si, fruto de fatores sociais, culturais ou econômicos, mas, sim, decorrente, juntamente com esses fatores, de causas anteriores, da própria origem da Terra.
         Se pudéssemos tomar conhecimento de toda a história desta humanidade e deste planeta, saberíamos reconhecer a enorme oportunidade cíclica que os homens hoje estão tendo. Encontram-se agora diante dos Portais da Liberação, mas tão grande é o apego e tão elevado o grau de ilusão que as forças dos níveis materiais lhes impingiram, que mesmo os seres mais conscientes recuam em seu caminhar, temendo perder a situação alcançada – situação que é deplorável diante da grandiosidade do que lhes está sendo oferecido pelo Universo.
         O homem ultrapassou o grau permitido de desajuste e de interferência nas leis planetárias. Nefasta foi sua atuação na Natureza, levado pela ambição, pelo orgulho e pela necessidade de satisfação de seus mais grosseiros apetites. Agora, nos dias que restam deste ciclo, antes que um holocausto ocorra liberando então o planeta para uma etapa mais luminosa e sutil, a purificação e a transmutação, em todos os reinos da Natureza, serão os processos a serem assumidos tanto na construção quanto na prática da vida.
         O despertar da Terra não depende de uma decisão humana. Seja qual for o caminho assumido pela humanidade, a liberação e a luz se implantarão neste planeta. Isso está decidido pelo Universo, e por tal razão  os Irmãos do Cosmos estão presentes. Ao homem cabe entregar-se à Lei Suprema e desapegar-se. Seu avanço é decorrência do despertar do Espírito mas pouco valem essas informações se ele não der certos passos. Poderão, eventualmente, servir como sementes, mas para germinar terão de esperar o impulso do próprio Espírito que é imortal.
         O simples fato de um indivíduo entregar-se aos planos superiores e abrir-se à purificação gera, nos níveis internos, vórtices de energia que possibilitam maiores e mais livre ação das energias de seu Espírito. A vigilância é sempre necessária para que ele não caia nos atalhos propostos pela sutil ambição espiritual. O equilíbrio e o desapego são, também aqui, os melhores conselheiros.
         A cada etapa o indivíduo recebe maior manancial de conhecimento, e quanto mais ele se acerca daqueles que são centelhas de conhecimento divino, mais a Sabedoria se integra ao seu Ser Interior. Torna-se assim imune às pressões retrógradas das forças puramente materiais. Há de avançar sempre e, nas Leis Supremas, encontrar fortaleza. A incompreensão das pessoas sobre ele, que poderá advir, significará nada mais que uma oportunidade de servir unicamente a Deus, a Criação.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 15 de julho de 2018, caderno O.PINIÃO, página 16).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de julho de 2018, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de LUIZ CARLOS BORGES DA SILVEIRA, empresário, médico e professor. Foi Ministro da Saúde e deputado federal, e que merece igualmente integral transcrição:

“Abstenção não é solução
        A situação política brasileira continua complicada e mesmo sendo ano de eleições majoritárias e proporcionais não há expectativa de melhora a curto prazo, porque não se visualiza efetivo aceno de mudança pela urna, que é o caminho da democracia.
         Os brasileiros costumam culpar os políticos pela inadequada condução do país e pelas mazelas existentes. Não deixam de estar certos, porém, se esquecem – ou não se conscientizam – de que também são responsáveis porque é o voto que define quem vai exercer o comando da política e do gerenciamento público. Se os mandatários não se revelam eficientes, é evidente que a responsabilidade é também de quem concedeu o mandato através do voto. Todavia, pior do que votar mal é a omissão, pois isso é renegar o direito de cidadania.
         É histórica a tendência de o eleitor demonstrar sua insatisfação ou descrença votando em branco, anulando o voto ou simplesmente não comparecendo para votar. Essa tendência, recorrente em épocas de crises políticas, nos últimos tempos tem sido facilitada pelo uso das redes sociais, que potencializam a disseminação dessa insatisfação. Antes, o desejo era apenas pessoal, isolado. Agora, com o compartilhamento, a ideia vai agregando pequenos movimentos que se ampliam, criando força e adesões. Circulam boatos e “correntes” na internet conclamando os eleitores a não comparecerem à votação, ou, se comparecerem, que votem em branco ou nulo. O resultado é preocupante.
         Recentemente, na eleição suplementar para governador de Tocantins, no primeiro turno, quase metade do eleitorado não optou por nenhuma das candidaturas e a abstenção, somada aos brancos e nulos, chegou a quase 50% dos votos. No segundo turno, ou seja, o percentual foi ainda maior, quase 60%, ou seja, o candidato vencedor não alcançou representatividade, não obteve apoio da maioria, foi eleito pela minoria. Outro fato semelhante ocorrido, também em eleição suplementar, foi para prefeito de Cabo Frio (RJ), onde o candidato eleito perdeu para os votos brancos e nulos.
         Até nas pesquisas eleitorais nota-se essa atitude do eleitor. Semana passada, foi divulgada consulta para o pleito presidencial e as intenções de nulos e brancos variaram entre 22% e 35%. Nessa mesma pesquisa, nota-se que, faltando pouco mais de três meses para a eleição, 59% dos eleitores não citaram intenção espontânea de votar em algum candidato.
         É reflexo do desencantamento do eleitor com a política e, por consequência, o seu desinteresse. Entretanto, isso não contribui para melhorar a situação.
         Desde que se consolidou o processo de redemocratização, após o regime militar, vem ocorrendo decréscimo no interesse participativo, que tivera ponto alto em marcantes campanhas, como a das Diretas já. Parece que o povo se acomodou, acreditando que tudo estava resolvido. Sem movimentos fortes e permanentes, a vigilância enfraqueceu e, aos poucos, cresceu a deterioração dos valores e dos princípios éticos até chegar ao ponto em que estamos.
         E não será essa situação revertida senão atitudes fortes, participação e cobrança. Ignorar o problema ou dele fugir é atitude leniente que só favorece os maus políticos. O eleitor não pode incorrer no erro de imaginar que votar branco, nulo ou se abster evitará que os maus políticos se elejam. Ao contrário, esses mesmos que estão aí se reelegerão ou virão outros de iguais propósitos, pois sabem que o povo está alheio. A resposta é votar, e votar bem, votar em candidatos com propostas sérias, que estejam comprometidos com os anseios populares e revelem responsabilidade cívica para com o país.
         Todavia, isso não acontece de repente, não se resolve em cima da hora, na véspera da eleição, quando os esquemas já estão armados. Por isso tenho pregado, há muito tempo, a necessidade de efetiva participação em busca da verdadeira renovação, promovendo-se o expurgo da política viciada, alimentada por partidos cuja ideologia são alianças espúrias, interesses pessoais de lideranças negocistas que agregam em suas bases políticos com ideal interesseiro e aético, que depois levam esses maus princípios para dentro das instituições. E deve o eleitor ficar atento às siglas que mudam de nome para apagar a imagem corrompida, porém continuam conduzidas com os mesmos questionáveis ideais.
         Defendo, também, que é necessário conscientizar e estimular a juventude, despertando-lhe o interesse em participar. Dia desses, tomei conhecimento de dados que reforçam essa necessidade. O levantamento revela queda no voto jovem, queda no número de títulos de eleitor expedidos para jovens com idade entre 16 e 18 anos e que até junho deste ano, só 40% dos jovens brasileiros nessa idade haviam tirado título de eleitor. O ingresso espontâneo no sistema eleitoral é normalmente entendido como indicador da vontade de participar politicamente dos rumos do país. A queda representa, portanto, a decisão de retardar esse direito.
         É importante transmitir à juventude seu significativo papel político, pois a verdadeira política é um exercício diário, indispensável na democracia. Acredito que a partir do voto seletivo veremos o surgimento de novas lideranças depuradas, sem vícios e sem ideias ultrapassadas.
         Portanto, a efetiva mudança política não virá pelo equivocado tipo de protesto que menoscaba o direito do voto; virá, sim, pela valorização do voto e pela decidida participação cidadã. A omissão abre caminho aos oportunistas.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 128 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da liberdade, da civilidade, da democracia, da participação, da solidariedade, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 303,62% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 311,89%; e já o IPCA, em junho, também no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,39%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade    “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis e irreversíveis prejuízos, perdas e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 518 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, à falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2018, apenas segundo o Orçamento Geral da União – Anexo II – Despesa dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social – Órgão Orçamentário, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,847 trilhão (52,4%), a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,106 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente, competente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”).

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática, solidária e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
56 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2017)

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas ...
- Por uma Nova Política Brasileira ...
- Pela excelência na Gestão Pública ...
- Pelo fortalecimento da cultura da sustentabilidade, em suas três dimensões nucleares do desenvolvimento integral: econômico; social, com promoção humana, e, ambiental, com proteção e preservação dos nossos recursos naturais ...  

Afinal, o Brasil é uma águia pequena que já ganhou asas e, para voar, precisa tão somente de visão olímpica e de coragem! ...      

E P Í L O G O

CLAMOR E SÚPLICA DO POVO BRASILEIRO

“Oh! Deus, Criador e Legislador, fonte de infinita misericórdia!
Senhor, que não fique, e não está ficando, pedra sobre pedra
Dos impérios edificados com os ganhos espúrios,
Frutos da corrupção, do saque, da rapina e da dilapidação do
Nosso patrimônio público.
Patrimônio esse construído com o
Sangue, suor e lágrima,
Trabalho, honra e dignidade do povo brasileiro!
Senhor, que seja assim! Eternamente!”.







quarta-feira, 27 de julho de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA DA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS E OS GRAVES DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE

“Em defesa do programa 
Ciência sem Fronteiras
        Anísio Teixeira (1900-1971) foi um dos mais importantes educadores que o Brasil já teve. Foi também responsável pela criação de inúmeras instituições voltadas à qualificação da educação pública brasileira e, principalmente, para a democratização do acesso aos bens educacionais, que, segundo ele, são direitos e não devem permanecer como privilégios de poucos.
         Em 1956, na companhia de Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira tomou as providências necessárias para que o país contasse com um centro de altos estudos educacionais, do que resultou, com o apoio da Unesco, a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, seguramente a mais densa iniciativa nesse campo antes da “era da pós-graduação”, iniciada na década de 70.
         Naquele contexto, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro defendiam incessantemente que as políticas educacionais deveriam ser consideradas políticas de Estado, não ações de governo, suscetíveis às guerras ideológicas e a desmanches de tempos em tempos.
         E como não somente eram grandes acadêmicos, mas também homens de ação política, eles sonhavam com uma situação na qual uma política de Estado pudesse, além de garantir a ampliação do acesso à universidade, oferecer oportunidade para a internacionalização da experiência universitária.
         Com se percebe, as ideias que mais tarde resultariam na criação do programa Ciência sem Fronteiras são maiores que um governo e têm raízes nos capítulos mais luminosos da história da educação brasileira, uma trajetória repleta de interrupções e danos aos projetos que se mostraram vocacionados a assumir o perfil de política de Estado, como foi o caso do Exame Nacional do Ensino (Enem), por exemplo.
         Com expressiva preocupação, assistimos ao desmonte do programa Ciência sem Fronteiras. Presenciamos, mais uma vez, uma ação de governo – e, desta vez, de um governo interino – agredindo uma política de Estado amplamente legitimada e reconhecida junto à comunidade acadêmica do país e do exterior.
         O programa Ciência sem Fronteiras está sendo abatido quando ainda dá os primeiros passos e nem sequer conheceu a primeira ação de ajustes, que sempre são necessários.
         Na metade do século XX, dois intelectuais brilhantes, atores políticos profundamente marcados pelo horror do golpe civil-militar de 1964, tiveram a clarividência de defender projetos de internacionalização da experiência universitária, mesmo num contexto em que os números do ensino superior eram muito mais modestos que os atuais.
         Estivessem hoje conosco, provavelmente comentariam que os que desmanchando o programa Ciência sem Fronteiras não sabem o que é política de Estado, arruinando, assim, o lugar da educação e da ciência no âmbito da esfera pública.”.

(Gilberto Alvarez Giusepone Jr. Especialista em educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de julho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página7, de autoria de LUIZ CARLOS BORGES DA SILVEIRA, empresário, médico, professor, ex-ministro da Saúde e deputado federal, e que merece igualmente integral transcrição:

“O Congresso diante da crise
        A situação do país é crítica, com crises na política e na economia, com fortes reflexos negativos na sociedade. Não é apenas uma crise, são várias ao mesmo tempo, inclusive moral e ética, tornando preocupante o cenário. Arrecadação fiscal estagnada, produção em queda, atividades comerciais e de serviços em declínio, desequilíbrio cambial, balança comercial com números desanimadores, desemprego com altos percentuais, inflação crescente, recessão geral.
         Ao governo compete adotar medidas necessárias à recuperação. É preciso reorganizar as contas públicas, enxugar a máquina administrativa, reduzir gastos e, sobretudo, implantar as reformas prioritárias, entre elas a da Previdência Social, sendo urgente a revisão geral do sistema, incluindo a ampliação da idade para a aposentadoria e desvinculação do salário mínimo como parâmetro de cálculo de benefícios. Trata-se de medida severa, mas não justifica a oposição das centrais sindicais, que não estão vendo, ou não querem ver, a realidade do problema. Se a Previdência Social não for recuperada, chegará o dia em que nem Previdência haverá. O sistema está em vias de falência e se não houver profunda e séria reforma, inexoravelmente quebrará.
         Além das reformas previdenciária e trabalhista, já em discussão, há outras medidas tomadas, como a questão da dívida dos estados. Foi adotada uma saída emergencial, temporária, de certa forma apenas adiando o problema, que, todavia, tem de ser solucionado. É evidente que o endividamento dos governos estaduais decorre de falhas de gestão, porém, a situação não pode continuar com alguns entes federativos sem condições de pagar seus funcionários. O governo federal, ao dar essa trégua determinou, com acerto, que estados e municípios adotem diretrizes para limitar os gastos, como a própria União está se impondo. É preciso fortalecer o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que contém determinações claras que não vêm sendo cumpridas, como o gasto com funcionalismo ultrapassando o teto estabelecido. Despesas acima da arrecadação causam desajuste das contas públicas.
         O governo encaminhou ao Congresso proposta de emenda constitucional limitando os gastos da União, estados e municípios aos índices inflacionários; é ótima iniciativa que, também, depende de passar no Parlamento.
         Outra acertada decisão do governo federal determina que a nomeação de diretores de estatais obedeça a critérios de competência técnica e não mais de indicação política, que limita e restringe a autonomia dos gestores, que acabam manietados, tendo que primeiro atender aos interesses de seus indicadores, ou “padrinhos”. Essa submissão política é a causa não só de má administração como de corrupção nas estatais, como estamos assistindo.
         Todas essas propostas e projetos de reorganização do Estado brasileiro dependem de discussão e algumas até de aprovação do Legislativo, daí a importância de os membros do Congresso terem uma visão altruística de sua atuação. O foco do Congresso Nacional deve ser a responsabilidade para atuar em favor do país. Não é por ser um ano de eleições que se deixe de discutir e aprovar as propostas as propostas que podem não agradar ao eleitorado e, por causa disso, congressistas eximirem-se dessa responsabilidade temendo desagradar a grupos políticos aliados nos estados e municípios. Acima de tudo está a obrigação de reequilibrar o país. Se houver omissão, a população vai cobrar da classe política, que já está com a credibilidade afetada e acabará mais desprestigiada.
         Entendo que nesse contexto todo é que sobressai o papel do Congresso Nacional, especialmente da Câmara Federal, porque reformas e medidas duras enfrentam natural resistência popular, cabendo aos deputados, representantes do povo, atuar no esclarecimento da população, no convencimento geral para que o próprio Congresso tenha apoio da sociedade para aprovar as mudanças exigidas, a fim de que o país se recupere e retome o rumo do crescimento, estabilidade e governabilidade. Deve o Congresso estar ciente da gravidade do momento e entender que defender interesses pessoais e eleitorais é ir totalmente contra interesses maiores do Brasil e dos brasileiros, que protestam exigindo coerência e espírito público.
         Oposição ao governo é normal na democracia, oposição ao país é falta de patriotismo, de visão política e de cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

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- Por uma Nova Política Brasileira...