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quarta-feira, 27 de julho de 2016

A CIDADANIA, A FORÇA DA CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS E OS GRAVES DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE

“Em defesa do programa 
Ciência sem Fronteiras
        Anísio Teixeira (1900-1971) foi um dos mais importantes educadores que o Brasil já teve. Foi também responsável pela criação de inúmeras instituições voltadas à qualificação da educação pública brasileira e, principalmente, para a democratização do acesso aos bens educacionais, que, segundo ele, são direitos e não devem permanecer como privilégios de poucos.
         Em 1956, na companhia de Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira tomou as providências necessárias para que o país contasse com um centro de altos estudos educacionais, do que resultou, com o apoio da Unesco, a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, seguramente a mais densa iniciativa nesse campo antes da “era da pós-graduação”, iniciada na década de 70.
         Naquele contexto, Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro defendiam incessantemente que as políticas educacionais deveriam ser consideradas políticas de Estado, não ações de governo, suscetíveis às guerras ideológicas e a desmanches de tempos em tempos.
         E como não somente eram grandes acadêmicos, mas também homens de ação política, eles sonhavam com uma situação na qual uma política de Estado pudesse, além de garantir a ampliação do acesso à universidade, oferecer oportunidade para a internacionalização da experiência universitária.
         Com se percebe, as ideias que mais tarde resultariam na criação do programa Ciência sem Fronteiras são maiores que um governo e têm raízes nos capítulos mais luminosos da história da educação brasileira, uma trajetória repleta de interrupções e danos aos projetos que se mostraram vocacionados a assumir o perfil de política de Estado, como foi o caso do Exame Nacional do Ensino (Enem), por exemplo.
         Com expressiva preocupação, assistimos ao desmonte do programa Ciência sem Fronteiras. Presenciamos, mais uma vez, uma ação de governo – e, desta vez, de um governo interino – agredindo uma política de Estado amplamente legitimada e reconhecida junto à comunidade acadêmica do país e do exterior.
         O programa Ciência sem Fronteiras está sendo abatido quando ainda dá os primeiros passos e nem sequer conheceu a primeira ação de ajustes, que sempre são necessários.
         Na metade do século XX, dois intelectuais brilhantes, atores políticos profundamente marcados pelo horror do golpe civil-militar de 1964, tiveram a clarividência de defender projetos de internacionalização da experiência universitária, mesmo num contexto em que os números do ensino superior eram muito mais modestos que os atuais.
         Estivessem hoje conosco, provavelmente comentariam que os que desmanchando o programa Ciência sem Fronteiras não sabem o que é política de Estado, arruinando, assim, o lugar da educação e da ciência no âmbito da esfera pública.”.

(Gilberto Alvarez Giusepone Jr. Especialista em educação, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 20 de julho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 17).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de julho de 2016, caderno OPINIÃO, página7, de autoria de LUIZ CARLOS BORGES DA SILVEIRA, empresário, médico, professor, ex-ministro da Saúde e deputado federal, e que merece igualmente integral transcrição:

“O Congresso diante da crise
        A situação do país é crítica, com crises na política e na economia, com fortes reflexos negativos na sociedade. Não é apenas uma crise, são várias ao mesmo tempo, inclusive moral e ética, tornando preocupante o cenário. Arrecadação fiscal estagnada, produção em queda, atividades comerciais e de serviços em declínio, desequilíbrio cambial, balança comercial com números desanimadores, desemprego com altos percentuais, inflação crescente, recessão geral.
         Ao governo compete adotar medidas necessárias à recuperação. É preciso reorganizar as contas públicas, enxugar a máquina administrativa, reduzir gastos e, sobretudo, implantar as reformas prioritárias, entre elas a da Previdência Social, sendo urgente a revisão geral do sistema, incluindo a ampliação da idade para a aposentadoria e desvinculação do salário mínimo como parâmetro de cálculo de benefícios. Trata-se de medida severa, mas não justifica a oposição das centrais sindicais, que não estão vendo, ou não querem ver, a realidade do problema. Se a Previdência Social não for recuperada, chegará o dia em que nem Previdência haverá. O sistema está em vias de falência e se não houver profunda e séria reforma, inexoravelmente quebrará.
         Além das reformas previdenciária e trabalhista, já em discussão, há outras medidas tomadas, como a questão da dívida dos estados. Foi adotada uma saída emergencial, temporária, de certa forma apenas adiando o problema, que, todavia, tem de ser solucionado. É evidente que o endividamento dos governos estaduais decorre de falhas de gestão, porém, a situação não pode continuar com alguns entes federativos sem condições de pagar seus funcionários. O governo federal, ao dar essa trégua determinou, com acerto, que estados e municípios adotem diretrizes para limitar os gastos, como a própria União está se impondo. É preciso fortalecer o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que contém determinações claras que não vêm sendo cumpridas, como o gasto com funcionalismo ultrapassando o teto estabelecido. Despesas acima da arrecadação causam desajuste das contas públicas.
         O governo encaminhou ao Congresso proposta de emenda constitucional limitando os gastos da União, estados e municípios aos índices inflacionários; é ótima iniciativa que, também, depende de passar no Parlamento.
         Outra acertada decisão do governo federal determina que a nomeação de diretores de estatais obedeça a critérios de competência técnica e não mais de indicação política, que limita e restringe a autonomia dos gestores, que acabam manietados, tendo que primeiro atender aos interesses de seus indicadores, ou “padrinhos”. Essa submissão política é a causa não só de má administração como de corrupção nas estatais, como estamos assistindo.
         Todas essas propostas e projetos de reorganização do Estado brasileiro dependem de discussão e algumas até de aprovação do Legislativo, daí a importância de os membros do Congresso terem uma visão altruística de sua atuação. O foco do Congresso Nacional deve ser a responsabilidade para atuar em favor do país. Não é por ser um ano de eleições que se deixe de discutir e aprovar as propostas as propostas que podem não agradar ao eleitorado e, por causa disso, congressistas eximirem-se dessa responsabilidade temendo desagradar a grupos políticos aliados nos estados e municípios. Acima de tudo está a obrigação de reequilibrar o país. Se houver omissão, a população vai cobrar da classe política, que já está com a credibilidade afetada e acabará mais desprestigiada.
         Entendo que nesse contexto todo é que sobressai o papel do Congresso Nacional, especialmente da Câmara Federal, porque reformas e medidas duras enfrentam natural resistência popular, cabendo aos deputados, representantes do povo, atuar no esclarecimento da população, no convencimento geral para que o próprio Congresso tenha apoio da sociedade para aprovar as mudanças exigidas, a fim de que o país se recupere e retome o rumo do crescimento, estabilidade e governabilidade. Deve o Congresso estar ciente da gravidade do momento e entender que defender interesses pessoais e eleitorais é ir totalmente contra interesses maiores do Brasil e dos brasileiros, que protestam exigindo coerência e espírito público.
         Oposição ao governo é normal na democracia, oposição ao país é falta de patriotismo, de visão política e de cidadania.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em maio a ainda estratosférica marca de 471,3% para um período de doze meses; e, em junho, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,84%, e a taxa de juros do cheque especial em maio registrou históricos 311,3%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


    

          

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A CIDADANIA, A NAÇÃO E O COMBATE AO ANALFABETISMO

“Que falta faz uma Nação

Uma Nação é uma entidade com alma cívica e um sentimento generalizado de amor pela terra, pelos costumes, pelas facetas e pela crença de seu povo. Uma Nação possui uma identidade, algo parecido com a coluna vertebral que sustenta o corpo. O povo de uma Nação se orgulha de pertencer a ela e nunca se envergonha de sua condição. Vibra, luta, chora, ri e até pega em armas para defender a Pátria. As Nações, mesmo aquelas com territórios diminutos, se fazem respeitar por sua História e pelo caráter de seu povo.

Que dizer do Brasil, como Nação? Que dizer de um País que passa longos tempos afogado na boataria, transformando fatos mesquinhos em acontecimentos principais, dando vazão a uma cultura de inutilidades, abrindo oportunidades para a desfaçatez, as denúncias ocas, as invasões de privacidade, as acusações inconsistentes, o substantivo pesado e adjetivação maldosa? Temos de fato uma Nação? Quais os valores que defendemos, quais as causas que pregamos, qual o sentimento maior que une nosso povo, o que nos caracteriza como gente, quais os eixos de nossa identidade? Difícil responder, pois a politicalha, as maquinações e emboscadas, o individualismo egocêntrico, a desconfiança e a baixaria geral acabam apagando as coisas boas de nossos costumes.

Simon Bolivar, do alto de sua visão libertária, construiu um pensamento que continua atual para traduzir o que se passa entre nós. Na América Latina, dizia Bolivar, os tratados são papéis, as constituições não passam de livros, as eleições são batalhas, a liberdade é anarquia e a vida um tormento. A única coisa que se pode fazer na América é emigrar. O retrato do Brasil, nesses últimos tempos, cabe muito bem na moldura. Depois de escapar de 30 anos de pressão e arbítrio, descobrimos a linguagem desabrida e passamos a usá-la como escudo de comportamentos estróinos e atitudes irresponsáveis, que se originam nas elites e descem até as bases da sociedade. O Brasil está imerso em um inferno astral, há bastante tempo, e as elites parecem não se dar conta disso.

A ausência de instituições fortes reposiciona os valores da sociedade, implodindo normas e princípios, alterando comportamentos e distorcendo prioridades. Sinais das distorções aparecem nas extravagâncias da mídia, interessada em montar pautas exclusivamente declaratórias, em detrimento dos fatos. Uma greve de fontes jornalísticas deixaria a mídia em polvorosa por falta de assunto. Trocam-se acusações públicas e fica tudo por isso mesmo. As responsabilidades acabam correndo pelo ralo do esquecimento. O Congresso Nacional transforma-se em grande delegacia de apurações, onde a vontade de aparecer de um parlamentar se sobrepõe à missão precípua das duas Casas.

Os governos estaduais, em ano de eleições, se insurgem contra a decisão de fechar os cofres e jogam seu poder sobre o Governo Federal. Presidenciáveis colocam lenha no fogo para acender a fogueira e sair ganhando com as luzes sobre si próprios. A moralidade de alguns é apenas cosmética, de enfeite, enquanto outros procuram fazer arranjos, fóruns e programas artificiais, com um tom de seriedade administrativa, para atender a uma engenharia de burilação de embalagem. Pouca coisa tem profundidade e quase nada é muito sério. O País vai rolando sua desorganização, ao sabor de uma cultura de improvisação. As ilhas de excelência, os homens renomados, as figuras ilustres e os profissionais de respeito acabam engolidos pela esteira da galhofa, do desrespeito pelas pessoas e pelo impudor.

As massas aboletam-se nas arquibancadas periféricas, comendo o pão que o diabo amassou, ampliando os cordões de violência e seus espaços de amargura. Daqui a pouco, serão gentilmente convidadas a votar em candidatos bonitos, sérios, honestos, preparados e inteligentes. E, graças a um engenhoso mecanismo de pressão, elas acabam mesmo votando. E perpetuando a corrente da mesmice.

Mudar os costumes de um País para que ele se aproxime de uma Nação não é, convenhamos, tarefa para poucos dias. O diabo é que a luzinhas de fim do túnel que a gente vê acabam se apagando pelas intempéries, comuns em um País tropical, ainda meio selvagem.”
(GAUDÊNCIO TORQUATO, jornalista, é professor titular da USP e analista político, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 23 de maio de 1992, Caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma IMPORTANTE, PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e caderno, edição de 16 de novembro de 2011, página 9, de autoria de FREI BETTO, Escritor, autor de Alfabeto – autobiografia escolar (Ática), entre outros livros, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“Alunos analfabetos

No primeiro semestre, aplicou-se a Prova ABC (Avaliação Brasileira de Final do Ciclo de Alfabetização) em turmas de alunos que concluíram o 3º ano do ensino fundamental, em todas as capitais do país. Uma iniciativa do movimento Todos pela Educação, com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

O resultado é alarmante. Constatou-se que 43,9% dos alunos são deficientes em leitura e 46,6% em escrita. Ou seja, são semialfabetizados. Não captam o significado do que leem e redigem uma simples carta com graves erros gramaticais. Quanto à leitura, quase metade (48,6%) dos alunos da rede pública correspondeu ao resultado esperado. Na rede de escolas particulares, o desempenho foi bem melhor: 79%. No item escrita tiveram bom resultado apenas 43,9% dos alunos da rede pública. Na rede particular, 86,2% dos alunos se saíram bem em redação.

Os índices demonstram que, no Brasil, a desigualdade social se alia à desigualdade educacional. Alunos da rede pública, oriundos, na maioria, de famílias de baixa renda, não trazem de berço o hábito de leitura. Seus pais possuem baixa escolaridade e o livro não é considerado um bem essencial a ser adquirido, como ocorre em famílias de renda mais elevada. De qualquer modo, é preocupante o fato de alunos, tanto da rede pública quanto da particular, não atingirem 100% de alfabetização ao concluir o 3º do ensino fundamental. O que demonstra falta de método de alfabetização, embora esta seja a nação que gerou Paulo Freire.

Uma criança que, aos 8 anos, tem dificuldade de leitura e escrita sente-se incapaz de lidar com os textos de outras disciplinas escolares, o que prejudicará seu aprendizado. Uma alfabetização incompleta constitui um incentivo ao abandono da escola ou a uma escolaridade medíocre.

É hora de se perguntar se a progressão automática, isto é, fazer o aluno passar de ano sem provar estar em condições, é uma pedagogia recomendável. Com certeza, no futuro, o adulto com insuficiente escolaridade não merecerá aprovação automática em empregos que exigem concurso e qualificação.

Priscila Cruz, do Todos pela Educação, frisa a importância da educação infantil (creches, jardim da infância etc.) para dar à criança uma boa alfabetização. Para que se desperte na criança a facilidade de síntese cognitiva é importante que ela comece a ouvir histórias ainda no ventre materno.

O Brasil é um país às avessas. A Constituição de 1988 cometeu o erro de incumbir a União do ensino superior, o estado do ensino médio, e o município do ensino fundamental. Ora, uma nação se faz com educação. E a base reside no ensino fundamental. Dele devia cuidar o MEC.

Nenhum governo implementou, ainda, a revolução educacional sonhada por Anísio Teixeira, Lauro de Oliveira Lima, Paulo Freire e tantos outros educadores. Como acreditar que apenas 4 horas de permanência na escola são suficientes para uma boa educação? Por que os alunos não permanecem de 6 a 8 horas por dia na escola, como ocorre em tantos países? No Brasil, 10% da população adulta é considerada analfabeta. No Chile, 3,4%. Na Argentina, 2,8%. No Uruguai, 2%. Em Cuba e na Bolívia, 0%.

Outros fatores que contribuem para a semialfabetização são o desinteresse dos pais pelo desempenho escolar do filho e o longo tempo que este dedica à TV e a navegar aleatoriamente na internet. Nesta era imagética, há o sério risco de se multiplicar o número de analfabetos funcionais ou de alfabetizados iletrados, aqueles que sabem ler, mas não interpretar o texto, e muito menos evitar os erros primários na escrita.

O governo deve à nação uma eficiente campanha nacional de alfabetização, inclusive entre alunos do 3º e 4º anos. Para isso, há que ter método. Há vários. Quem se interessar por um realmente eficiente, basta indagar do deputado Tiririca como ele se alfabetizou em dois meses, a tempo de obter seu diploma na Justiça Eleitoral.”

Eis, pois, mais páginas contendo SÉRIAS, PEDAGÓGICAS, CONTUNDENTES e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam para o caminho INDESVIÁVEL para a construção de uma NAÇÃO, passando pela REDUÇÃO – a níveis CIVILIZADOS – do TERRÍVEL e INACEITÁVEL mapa das DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS, ora divulgado pelo IBGE - CENSO de 2010 – : a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, contemplando essencialmente a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em CRECHES e 4 e 5 anos, em PRÉ-ESCOLAS), o ENSINO FUNDAMENTAL (de 9 anos), o ENSINO MÉDIO, a EDUCAÇÃO ESPECIAL, a EDUCAÇÃO PROFISSIONAL e o ENSINO SUPERIOR...

Na esteira da REVOLUÇÃO EDUCACIONAL, a URGENTE e INDISSOCIÁVEL exigência de MODERNIZAÇÃO e AMPLIAÇÃO da INFRAESTRUTURA (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos...), da SAÚDE, SANEAMENTO AMBIENTAL (água TRATADA, esgotos TRATADOS, resíduos sólidos TRATADOS e MACRODRENAGEM URBANA), MEIO AMBIENTE; ASSISTÊNCIA SOCIAL, ESPORTE, CULTURA, LAZER; SEGURANÇA PÚBLICA, MOBILIDADE URBANA, HABITAÇÃO, ENERGIA; LOGÍSTICA, COMUNICAÇÃO; EMPREGO, TRABALHO e RENDA; SEGURANÇA ALIMENTAR e NUTRICIONAL, QUALIDADE (economicidade – produtividade e competitividade) ...

Sabemos, e bem, que são GIGANTESCOS DESAFIOS que, todavia, não ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES em 2013; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE NO RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE – e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A CIDADANIA GRITA: FORA, O ANALFABETISMO!

“ESCREVENDO O FUTURO

Ler, compreender, escrever. O estudante capaz de dominar esses três momentos está pronto para desenvolver com sucesso sua vida. Essa é uma das carências de nosso país, que carrega nas costas milhões de analfabetos e outros tantos que, precariamente alfabetizados, leem mas não percebem os significados, não têm condição de usar o que apreenderam mal. Chegaram à porta do conhecimento, mas não alcançam abri-la para desfrutar as maravilhas do mundo do saber e da comunicação.

Anísio Teixeira, educador perseguido por ditaduras, já dizia, em 1920, da dificuldade que tinha o Brasil de caminhar na direção do futuro se a educação não fosse prioridade nossa. Ao longo dos anos, muita gente continua batalhando para transformar a realidade dos brasileiros. Foi o que pude assistir, no último fim de semana, ao participar da Olimpíada da Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro.

Durante meses, meninos e meninas de todos os cantos do Brasil foram chamados para participar desse desafio, dessa aventura. Escreveram textos em suas escolas municipais e estaduais. Seus escritos foram discutidos e selecionados regionalmente e, a seguir, nacionalmente. Quatro são os temas abordados: reportagem, opinião, poesia e memória. Coube-me participar da fase final da turma que escolheu a memória.

Diante de mim, sozinho no palco, uma dezena de estudantes entre 11 e 15 anos viraram do avesso a minha vida, meu trabalho, minha infância, meu passado, meu presente e meu futuro. Esse é o ponto máximo do projeto: eles se informam de várias maneiras sobre a biografia do personagem a ser inquirido. Perguntam com uma precisão que não encontro em muito repórter adulto profissional. E, mais importante, ouvem com silêncio e atenção as respostas. Pois foram orientados assim, pois só dessa maneira poderiam escrever sobre esse simples escritor de canções.

Finda a agradável entrevista, assistida pelos 225 brasileirinhos que participavam do certame, minha tarefa agora era esperar pelo dia seguinte, quando, entre as duas centenas de escritos, alguns seriam eleitos e lidos para a plateia e para mim.

Sábado, no meio do dia, lá estou de novo, no palco. Pouco a pouco são revelados os textos em que eles, essa maravilhosa e bonita juventude do meu país, descrevem o que apreenderam das pesquisas, das músicas, das letras e da entrevista. Em primeiro lugar: tudo escrito com correção, clareza e sentimento. Ouvir aquelas palavras me emocionaram muito, me arrepiaram. Fiz força para não chorar. Não tive condições de lhes falar muito, era demais para meu coração. Só lhes disse do meu orgulho: diante deles e do que vira e ouvira, cada vez mais acredito no Brasil. Eles estão escrevendo o futuro.”
(FERNANDO BRANT, em artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 17 de novembro de 2010, Caderno CULTURA, página 10).

Mais uma IMPORTANTE, também PEDAGÓGICA e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 16 de novembro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 9, de autoria de VIVINA RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará, que merece INTEGRAL transcrição:

“Fora, analfabetismo!

Apesar de todos os esforços, o Brasil ainda apresenta um quadro vergonhoso de analfabetismo. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009 (Pnad), 14,1 milhões de brasileiros são analfabetos funcionais. Tiveram educação sem qualidade. Os dados são alarmantes. Infelizmente, investir em educação não tem sido prioridade. Somente 5,8% do Produto Interno Bruto (PIB) é aplicado na educação, enquanto os países desenvolvidos investem 15% do seu PIB. O Brasil gasta mais na educação do que países como Chile, Espanha ou Argentina, mas gasta muito mais dinheiro com alunos do ensino superior do que com os do ensino fundamental. Outro dado preocupante: no seu oitavo ano, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA) gastou R$ 2 bilhões e matriculou milhões de alunos, mas o índice de analfabetismo caiu apenas 0,3 ponto percentual. O que está errado? Sabemos que a educação básica é o maior fator de inclusão social e uma das mais importantes conquistas de um país democrático e desenvolvido. Falta uma política efetiva de qualificação e de valorização do ensino e dos professores, principalmente da educação básica. Formar educador com qualidade deve ser prioridade.

Nas universidades, importante é priorizar os cursos que formam educadores – pedagogia e licenciaturas. Empregar bons mestres e doutores nessa área estratégica das licenciaturas e não professores menos qualificados. Esses cursos ainda têm pouco prestígio dentro das universidades, mas formar professores deve ser priorizado. O prestígio virá também com a valorização real da categoria, com a implantação do piso nacional salarial do educador no Brasil e com a convicção de que a educação transforma a realidade. A alfabetização é o fator que mais proporciona cidadania e inclusão social. Nossos índices educacionais têm melhorado bastante, mas sabemos que os desafios educacionais no Brasil ainda são enormes. Existem vários programas na área da educação no Brasil, como Índice de Desenvolvimento da Educação Básica; Prova Brasil e Sistema de Avaliação da Educação Básica; Exame Nacional do Ensino Médio; Exame de Desempenho dos Estudantes do Ensino Superior; Programa Universidade para Todos, entre outros. O Ministério da Educação (MEC) realiza, desde 2003, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. O programa é uma porta de acesso à cidadania e o despertar do interesse pela elevação da escolaridade.

Porém, há que se repensar nesse governo uma nova gestão educacional brasileira priorizando a erradicação do analfabetismo. Cidadania pela educação – cidadão letrado e consciente dos seus direitos e deveres na sociedade. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 anos ainda estão fora das escolas, ficando à mercê do envolvimento com drogas, bebidas e criminalidade. É certo que muitos deles buscam o mercado de trabalho, sendo possível conjugar as duas atividades com compromisso. Pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou um aumento de 82% para 84,1% da demanda nas escolas de ensino médio. O Ministério da Educação estuda a possibilidade de tornar o ensino obrigatório dos 4 aos 17 anos no Brasil e que de fato todos estejam estudando. Outro dado preocupante é que cerca de 30% das crianças na faixa de 4 a 6 anos também não estão matriculadas em escolas. Crianças e adolescentes fora das escolas, como mostram os dados, cria um espaço perigoso para o surgimento de graves problemas sociais como: ociosidade, desestruturação familiar, envolvimento com drogas, bebidas, pequenos delitos, prostituição e pedofilia, entre outros. A omissão do Estado cria esses outros graves problemas sociais. Além de implantar políticas públicas eficazes, é importante cooptar todos os estudantes para os grandes projetos científicos e humanitários, promovendo uma revolucionária inclusão social pela educação de qualidade em todos os níveis de ensino, em um mutirão nacional para eliminar o analfabetismo de adultos e inserir todas as crianças no ensino. Temos de buscar a formação do cidadão ficha limpa pela educação de qualidade para todos, com a inclusão de conteúdos obrigatórios na área dos direitos humanos e da cidadania. Isso transformará o nosso país.”

Estamos, pois, diante de mais PRECIOSAS e OPORTUNAS indicações e REFLEXÕES que nos escancaram a PRIORIDADE ABSOLUTA do país – a EDUCAÇÃO – que nos MOTIVAM e nos FORTALECEM nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a COPA DO MUNDO de 2014, a OLIMPÍADA de 2016 e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO XXI, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um mundo da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...