(Junho
= mês 22; faltam 2 meses para a Olimpíada 2016)
“Economia
colaborativa
Não há como negar que o
modelo econômico atual, baseado em cortar, cavar e queimar, está nos seus
últimos dias. A população mundial cresce exponencialmente, enquanto os recursos
naturais são finitos. Chegamos à “era dos limites”. Consumir menos, reutilizar
sempre e compartilhar mais. Essa é a ideia central da economia colaborativa. O
tema tem ganhado espaço e evidência, impactando na mudança de comportamento das
pessoas em relação aos padrões de consumo. Uma frase interessante do economista
norte-americano Jeremy Rifkin cita que “enquanto o mercado capitalista
baseia-se no interesse próprio e é guiado pelo ganho material, os bens comuns
sociais são motivados por interesses colaborativos e guiados por um profundo
desejo de se conectar com os outros e de compartilhar”.
Um
novo modelo econômico está silenciosamente se configurando. Em um futuro
próximo, as empresas que não atuam de forma colaborativa estão fadadas a perder
grandes fatias do mercado. Somente prestar serviços ou produzir produtos de
consumo não é suficiente para atender às necessidades dos consumidores. Eles
buscam mais. O tema dentro das organizações está tornando-se tão importante que
é utilizado como recurso para melhoria da produtividade. Um grande exemplo
dessa prática é o projeto Cocriando, da Natura, que tem plataforma on-line de
colaboração e cocriação. É um espaço onde consumidores, consultores e
colaboradores podem construir, juntos, novas ideias, novos conceitos e modelos
de produtos e serviços.
Voltando
à questão inicial. Três pilares sustentam o modelo de economia colaborativa:
pessoas, tecnologia e sustentabilidade. Por isso, o sucesso de empresas que vêm
surgindo, atendendo às necessidades das pessoas, em um ambiente de limites, por
meio de serviços locados em plataformas digitais, como a Airbnb e o Uber, que
já são consideradas novos modelos de negócio. Porém, é importante relembrar que
tais movimentos disruptivos têm sido alvo de protestos e vêm enfrentando
impasses na legalização de suas operações.
Penso
que a era do capitalismo tradicional, caracterizado pelo consumo desmedido,
pela ostentação e pelo descaso com o meio ambiente saturou o modelo econômico
atual, fazendo-nos voltar à antiga era do “escambo” – porém, com respaldo da
tecnologia, que nos possibilita a troca de forma muito mais abrangente, justa e
consciente. Com mais pessoas compartilhando, trocando informações e
experiências, estamos criando a nova era da economia – a economia colaborativa
–, cada vez mais presente no mundo contemporâneo. Afinal, todos podem viver e
consumir de forma mais consciente, olhando para o bem-estar das futuras
gerações.”.
(JAIRO
MARTINS. Presidente executivo da FNQ, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 26 de maio
de 2016, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
24 de maio de 2016, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de PEDRO HENRIQUE
NEVES DE CARVALHO, professor do Centro Universitário de Belo Horizonte
(UniBH), e que merece igualmente integral transcrição:
“A
construção da cidadania global
As relações
internacionais (RIs) formam um quadro de abordagens para se conhecer e
compreender o mundo. As RIs no Brasil são construídas por um número reservado
de instituições de ensino que ampliaram a educação na área das Ciências
Humanas. O curso de relações internacionais do UniBH, há mais de uma década tem
apresentado uma forma de ensino que busca inovar. Há uma procura constante por
práticas extensionistas que unem os temas globais aos temas locais, dentro da
realidade do cidadão brasileiro. Essa união se torna possível pela razão
interdisciplinar do curso, além de criar atividades para o envolvimento do
corpo discente com questões reais que se reproduzem no quando internacional e
nacional-urbano.
O
RI-UniBH, por meio do seu projeto de extensão, o Banco de Consultores de
Relações Internacionais, tem, há seis anos, realizado atividades que aproximam
as unidades distantes: o global e o local. A nossa urbano-globalidade não tem
apenas recriado os nossos entendimentos sobre o mundo, mas também lapidado o
diálogo social. Aqueles problemas de outrora, tidos como distantes, agora nos
provocam diariamente. Assim, tem-se uma linha de questões desafiadoras que
exigem nosso posicionamento e ação: os efeitos perversos da globalização; a
defesa dos direitos humanos; a questão dos refugiados; as crises energéticas e
o consumo; entre outros temas. A despeito da localidade de alguns temas, como a
crise dos refugiados, segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), essa é
uma temática que envolve toda a sociedade mundial, dado o sentido de urgência e
de complexidade.
Qual
a importância desse diálogo entre espaços distintos (global/local) para a construção
de uma nova sociedade? E como desenvolver a identidade do cidadão global? Os
temas globais devem, em princípio, ser apropriados pelos cidadãos nacionais,
empoderados por meio da compreensão e discussão acerca dos complexos processos.
Via Observatório do Cidadão Global – OCG, o Banco de Consultores em Relações
Internacionais tem, desde 2014, criado um diálogo aberto junto às escolas de
ensino médio de Belo Horizonte e região metropolitana. Busca-se uma construção
transformadora, pois o OCG cumpre o papel da extensão universitária,
aproximando o ambiente universitário da comunidade que o cerca.
O
objetivo é formar, entre os jovens do ensino médio, um conhecimento crítico a
respeito dos processos internacionais que têm apresentado uma maior tendência e
impacto. Almeja-se compreender os problemas das relações internacionais e as
formas de ação dos grupos da sociedade civil vinculados às áreas temáticas
trabalhadas. Acerca da questão dos refugiados, em 2016, as escolas parceiras do
projeto desenvolverão discussões coordenadas pelos alunos do curso de RI.
Assim, os alunos terão a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre o tema
e desenvolver argumentos e ideias concernentes ao papel da sociedade civil com
intuito de emular soluções para os problemas trabalhados. Por essa metodologia
simples, mas envolvedora, aos poucos se lapidam as ações na nossa sociedade, a
julgar que por meio do conhecimento e do diálogo uma nova identidade cidadã
possa ser descoberta: a cidadania global.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a)
a educação
– universal e de qualidade –, desde a educação
infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em
pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas
crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –,
até a pós-graduação (especialização,
mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade
absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República
proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução
educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do
país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da
justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b)
o combate
implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e
mais devastadores inimigos que são: I – a inflação,
a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se
em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco
Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda
estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e mais ainda em
abril, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,28%, e a taxa de juros do
cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade –
“dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se
espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos
e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do
procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A
Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o
problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter
transnacional; eis, portanto, que todos
os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos,
pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina,
fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso
patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas
modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente
irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na
Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das
empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é
desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de
problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos,
quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas
de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à
corrupção e à falta de planejamento...”;
c)
a dívida
pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e
municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do
Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros,
encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão
de R$ 1,044 trilhão), a exigir
alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela cidadania e
qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos e que contemplam eventos como a
Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das
exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das
organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas
tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...