“O
sucesso depende da equipe
O bom desempenho de uma
organização depende de diversos fatores: liderança, estratégias, planos,
processos, pessoas, conhecimento e informação. Tudo harmonizado por meio de um
sistema de gestão que busque continuamente a excelência. Alguns empreendedores
ainda acreditam que o sucesso nos negócios é decorrente apenas do faturamento e
dos resultados financeiros imediatos. Esse pensamento pode ser fatal, já que a
empresa depende do alinhamento de diversos outros elementos até atingir o seu
objetivo primordial, que se sustente no longo prazo.
Para
ser competitiva no mercado, é preciso uma equipe de alta performance e, para isso,
é de suma importância uma boa relação dos colaboradores com a organização, já
que bons resultados são decorrentes de processos bem executados por pessoas
capacitadas. Pensando assim, o núcleo de gestão de pessoas tem um grande
desafio, pois a motivação, o engajamento e a valorização do potencial das
equipes são diferenciais do negócio.
Pesquisa
realizada pela Endeavor, no ano passado, com mil empresários, constatou que
gestão de pessoas é um dos maiores desafios dos empreendedores. Entretanto, é
importante ressaltar que, sendo esse um processo gerencial contínuo, investir
em seus colaboradores é essencial para qualquer empreendimento. De acordo com o
Modelo de Excelência da Gestão (MEG), da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ),
deve-se pensar a gestão de pessoas sob três aspectos.
Sistema
de trabalho: a maneira como o trabalho é ordenado e como os colaboradores são
organizados, selecionados e avaliados, de acordo com as metas da organização.
Capacitação
e desenvolvimento: esses dois itens fazem parte do aprimoramento das
competências, sejam técnicas, comportamentais ou operacionais, focando na
produtividade da organização.
Qualidade
de vida: um dos fatores primordiais para a retenção dos grandes talentos da
empresa. Proporcioná-la significa um trabalho em um local tranquilo, agradável
e, ao mesmo tempo, desafiador.
Os
três pilares são o diferencial de uma gestão, mas para conseguir coloca-los em
prática, com excelência, é necessário um bom gestor na execução. Como será
desempenhado seu papel é fundamental no engajamento, retenção e prospecção de
talentos. A liderança precisa ficar atenta à equipe, pois sua percepção é
fundamental no processo. Assim, precisamos, em primeiro lugar, envolver todos
neste trabalho para um melhor desempenho.
Estabelecer
um sistema sólido e embasado facilita a percepção do que está sendo executado
de maneira correta e do que pode ser aperfeiçoado. Investir em capacitação
aumenta dos resultados e engaja os colaboradores para um propósito comum. A
garantia de uma boa qualidade de vida retém os talentos já presentes e atrai os
que estão no mercado. Para alcançar a excelência, estabeleça uma boa gestão de
pessoas, pois sem ela o sucesso fica cada vez mais distante.”.
(JAIRO
MARTINS. Presidente-executivo da Fundação Nacional da Qualidade, em artigo
publicado no jornal ESTADO DE MINAS,
edição de 26 de novembro de 2016, caderno OPINIÃO,
página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição,
caderno e página, de autoria de RONALDO
MOTA, reitor da Universidade Estácio de Sá, e que merece igualmente
integral transcrição:
“Reforma
do ensino médio
A convite do Congresso
Nacional, participei da audiência pública promovida pela comissão mista que
acolhe a medida provisória (MP) de iniciativa do Executivo federal modificando
o ensino médio. Como educador, reafirmo minha tendência de valorizar as etapas
de esclarecimentos e convencimentos, imprescindíveis ao sucesso educacional. Tais
procedimentos conflitam com a figura da MP. Mesmo assim, há que se ressaltar
que, no caso, os elementos formais MP, urgência e emergencial, são atendidos.
O
indicador de qualidade mais adotado, o Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb), evidencia que, entre os níveis da educação básica, o ensino
médio é aquele que está em pior situação. A realidade atual de 13 disciplinas
obrigatórias em si contribui para limitar, ou mesmo impedir, que melhores e
mais adequadas estratégias no processo ensino-aprendizagem sejam debatidas ou
implementadas. Os argumentos para manter como obrigatórios tanto o ensino das
artes como o de educação física são plausíveis e respeitáveis. Tanto quanto
para filosofia, sociologia, história e geografia. Da mesma forma, como físico,
teria pouca dificuldade em apontar os prejuízos e deficiências de um formando
do ensino médio que não tivesse tido acesso a um mínimo de física e uma
introdução ao raciocínio embasado no método científico. A mesma lógica vale
para biologia e química. Enfim, tal caminho argumentativo, definitivamente, não
funciona e melhor tratarmos mais de conteúdos e interdisciplinaridades e menos
de disciplinas isoladas.
Além
disso, Anísio Teixeira apontava, desde a década de 1950, que a educação
secundária era excessivamente propedêutica. Priorizava a visão de etapa
preparatória a estudos mais aprofundados de nível superior, subestimando o
relevante papel de preparação técnica profissional dos jovens para o mundo do
trabalho. Nos países mais competitivos e bem-sucedidos, a maioria dos jovens
que fazem o ensino médio regular o fazem juntamente com a educação
profissional. No Brasil, somente 11% adotam tala estratégia. Como está
estruturado hoje, a concepção subjacente é de o ensino médio, quase
exclusivamente, prepara ao ensino superior. Porém, contraditoriamente, menos de
um quinto dos jovens vão para as faculdades e menos de 12% da população adulta
tem diploma universitário.
O
processo ensino-aprendizagem no ensino médio depende de muitos fatores, mas
cabe especial destaque às condições de trabalho dos professores que atuam neste
nível educacional. Em geral, eles são mal remunerados e os cursos de formação,
quando ofertados, não conseguem capacitá-los adequadamente à adoção de
metodologias inovadoras e contemporâneas, especialmente quanto ao uso de novas
tecnologias no ambiente educacional.
Má
qualidade do ensino médio tem também como consequência um parque universitário
extremamente limitado na sua capacidade de gerar ciência e inovação que sejam
mundialmente competitivas. Seremos reduzidos, cada vez mais, a meros
consumidores de tecnologias desenhadas no exterior e adquiridas via commodities
com preços aviltantes, num ambiente de baixa produtividade e de altas taxas de
desemprego.
Na
palestra, abordei o tema das tecnologias digitais, que permitem explorar um
novo cenário educacional em que todos aprendem (não sabíamos disso, pensávamos
que somente alguns aprendiam), o tempo todo (antigamente, a aprendizagem estava
circunscrita ao ambiente escolar, delimitando espaços e tempos que, hoje,
extrapolam os muros e os tempos da escola) e, por fim, o mais relevante,
descobrimos que cada educando aprende de maneira única e personalizada (uma
espécie de DNA educacional que caracteriza cada um de nós). Apoiados pela analítica
da aprendizagem e por plataformas de aprendizagem, os educadores poderão
conhecer muito mais sobre seus educandos, bem como estes sobre si mesmos,
propiciando desenvolver trilhas educacionais personalizadas que atendam às
características, circunstâncias e peculiaridades de cada aluno
individualmente.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto
das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em outubro a ainda estratosférica marca
de 475,8% nos últimos doze meses, e a
taxa de juros do cheque especial
registrou históricos 328,9%; e também no mesmo período, o IPCA
acumulado chegou a 7,87%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte,
torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência,
eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com
menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...