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sexta-feira, 11 de maio de 2012

A CIDADANIA, O CONHECIMENTO DEMOCRÁTICO E O VALOR DO EDUCADOR

“Conhecimento democrático

Brasília – Uma das maiores fontes de pesquisa sobre trabalhos científicos na América Latina e uma das principais referências para estudos brasileiros, o portal SciELO (Scientific Eletronic Library Online) está aumentando sua oferta de conteúdo com a disponibilização de livros científicos e técnicos para download gratuito. Assim, além de pesquisas e periódicos científicos, a comunidade acadêmica e outros interessados poderão ter acesso imediato a obras editadas por diferentes instituições de ensino do país.

O projeto SciELO Livros começa com a oferta de aproximadamente 300 títulos. “A iniciativa veio de uma vontade de aplicar a metodologia do SciELO, de divulgar periódicos e revistas científicas, aos livros”, destaca Adriana Luccisana, supervisora do projeto e integrante da equipe de coordenação e organização. Ela considera que a nova iniciativa pretende fazer com que os leitores conheçam novos autores: “Queremos dar maior visibilidade aos escritores que produzem conteúdos importantes e, na maioria, não têm espaço para divulgar o trabalho.”

Os primeiros títulos ofertados são, majoritariamente, indicados pelas editoras Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), UFBA (Universidade Federal da Bahia) e Unesp (Universidade Estadual Paulista), que lideram o projeto com o portal. “Uma porcentagem significativa de citações que os periódicos SciELO fazem, principalmente na área de humanas, está em livros. E, como um dos objetivos da coleção é interligar as citações entre periódicos, a ideia é também fazer isso com livros”, afirma Abel Packer, membro da coordenação do programa.

Para a seleção das obras, um comitê científico se baseou em padrões de controle de qualidade aplicados aos textos, que estão formatados de acordo com padrões internacionais nos formatos ePUB (adequado para tablets) e PDF. “O objetivo é contribuir para desenvolver infraestrutura e capacidade nacional na produção de livros em formato digital e on-line”, diz Packer. A meta é que, até o fim deste ano, o portal já tenha publicado aproximadamente 500 obras. Posteriormente, o programa abrirá espaço para que outras editoras acadêmicas se integrem à coleção on-line. Os livros estão disponibilizados no site http://books.scielo.org/.

COMERCIALIZAÇÃO      Adriana Luccisana revela que o portal terá também uma área para que o usuário compre livros das editoras integrantes do projeto: “Pretendemos fazer uma integração entre a disponibilização gratuita e a comercialização das obras. A venda deverá ser uma das fontes de recursos financeiros previstos na operação autossustentável do portal. Isso representa uma novidade para o SciELO, que tem acesso totalmente aberto para os seus periódicos. Entretanto, o número de livros em acesso aberto deverá predominar”, diz Abel Packer.

Para Flávia Rosa, responsável pela editora da UFBA e presidente da Associação Brasileira de Editoras Universitárias (Abeu), um projeto como esse no Brasil ajuda a aumentar a visibilidade da produção científica e acadêmica brasileira: “A editora visa, com a parceria com o SciELO, ampliar o acesso à produção da universidade e ultrapassar os limites da instituição para que o conhecimento e a pesquisa sejam democratizados”.

Ela conta quem, desde o fim de 2007, a UFBA já estava refletindo sobre a disponibilização das publicações. “Simultaneamente, começamos a pensar na implantação do repositório institucional da universidade, que é um portal do conhecimento que tem como objetivo divulgar conteúdos produzidos por pesquisadores em acesso aberto”, considera Flávia. O endereço é: www.repositorio.ufba.br.

No momento, a editora da UFBA não faz uma divisão entre as obras comercializadas e as outras disponibilizadas gratuitamente: “Já avaliamos que determinados títulos, mesmo em acesso aberto, continuam vendendo bem ou até mais. Essa dinâmica amplia a divulgação e o acesso. Quem, de fato, precisa do livro opta com comprá-lo em suporte papel. O benefício é que, agora, os interessados terão a possibilidade de tê-lo no formato e-book”, destaca Flávia Rosa. “Muitos autores que as editoras estão publicando são desconhecidos, outros já têm livros publicados, mas não fazemos esta separação. O importante é o conteúdo”, completa.

SAIBA MAIS       PRODUÇÃO EM DESTAQUE

O programa SciELO funciona como uma espécie de biblioteca eletrônica e é considerado um modelo para publicação de periódicos na internet. Ele é resultado de uma cooperação entre a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e a Bireme, centro especializado da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Com a missão de estimular a comunicação científica nos países em desenvolvimento, especialmente na América Latina e no Caribe, a plataforma foi criada em 1997 e está implantada em sete países: Argentina, Chile, Colômbia, Cuba, Venezuela, Espanha e Portugal. O principal objetivo do programa é dar acesso adequado e atualizado à informação técnico-científica dos países em que foi implantado, o que “é essencial para o desenvolvimento econômico e social, especialmente para apoiar os processos de tomada de decisão na formulação e aplicação de políticas públicas, ou para apoiar o desenvolvimento e a prática profissional”, como destaca o site do programa. Para formar um modelo de publicação adequado, o SciELO utiliza três componentes: o primeiro permite a publicação eletrônica de edições completas de periódicos científicos e envolve, entre outras funções, a preservação de documentos e a produção de indicadores estatísticos que podem ter impacto na literatura científica; o segundo é voltado para o desenvolvimento de sites especializados em divulgar coleções de revistas eletrônicas; e, o último, é direcionado à miscigenação de conteúdos de brasileiros e estrangeiros da comunidade científica. Entre eles, há autores, editores, instituições científico-tecnológicas, agências de financiamento, universidades, bibliotecas, centros de informação de cunho científico-tecnológico, com o objetivo de disseminar, aperfeiçoar e atualizar o programa.”
(Artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de maio de 2012, Caderno CIÊNCIA, página 20).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo e edição, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e psicologia escolar no Brasil, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“O valor do educador

O Brasil é a sexta potência econômica mundial, mas ainda ocupa o 88º lugar em educação. Dados da Unesco revelam que temos 30 milhões de analfabetos funcionais e 14,1 milhões de analfabetos. Apenas um em quatro brasileiros de 15 a 64 anos é considerado plenamente alfabetizado. A situação é pior no ensino fundamental e médio, com altíssimo índice de evasão. Greves atuais de professores do ensino fundamental e médio pelo país afora revelam essa precariedade. Os professores estão insatisfeitos com salários e más condições de ensino. O Brasil investe R$ 1,9 mil por ano em cada estudante do ensino básico e R$ 13 mil no ensino superior. Dos 5,8% do PIB aplicados na educação, a maior parte fica com o ensino superior.

O programa Ciência sem Fronteiras visa expandir e internacionalizar o ensino superior. A Capes e o CNPq assinaram um pré-acordo com a Hyundai para patrocinar bolsistas privilegiando a área de tecnologia. Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, a Coreia tornou-se uma potência com investimentos na educação e na inovação tecnológica; 82% dos coreanos têm curso superior; e a elite deles torna-se professor. No Brasil, graduados não querem ser professor por que são mal pagos e desvalorizados.

A revolução pela educação no Brasil não deveria começar no ensino básico e na formação de qualidade dos professores? É extremamente preocupante ter quase 30% dos docentes na educação infantil e fundamental e 5,9% no ensino médio sem formação superior, segundo dados do Censo Escolar 2011. É necessário ensino superior e licenciatura de qualidade para todos os professores. A revolução pela educação se dará quando houver qualificação, valorização e boa remuneração para o educador. António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa e especialista em formação de docentes, afirma que superar a separação entre a universidade e o ensino básico é um dos grandes problemas do século na educação. Os cursos de licenciatura precisam ser mais bem qualificados e que professores renomados sejam os protagonistas dessa grande construção de saberes. Ocorre que ainda hoje professores iniciantes ou com pouca titulação é que ensinam nas licenciaturas – cursos que formam educadores para todas as áreas do conhecimento. É importante valorizar também nas universidades os cursos de pedagogia.

É fundamental que o professor seja qualificado, tenha orgulho do seu trabalho e do salário que recebe. É necessário implantar políticas de incentivo ao compromisso e criatividade dos professores, premiar bons e talentosos professores, que investem na educação de qualidade. Inacreditavelmente os professores ainda lutam pela aplicação do atual piso nacional do educador aprovado em 2008, no valor de R$ 1.451. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, cerca de cinco estados ainda não pagam integralmente esse valor. As disparidades salariais no Brasil são gritantes e merecem urgentes políticas de igualdade de salário para o mesmo nível de graduação.

Nas universidades públicas, os salários são um pouco melhores, apesar da alta qualificação exigida. Um professor, dependendo da titulação, começa ganhando de R$ 1.993,04 a R$ 7.333,67. Mas enquanto isso, alguns profissionais privilegiados, apenas graduados, começam ganhando R$ 14.970,60. Funcionário de ensino médio pode receber até R$ 3 mil. A folha de pagamento do tribunal estadual mais caro do país vai custar R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos este ano. Por que um professor vale tão pouco no Brasil?

Educação para o crescimento econômico e tecnológico, sim, mas é fundamental que a educação seja também para a melhoria da vida dos cidadãos. Uma educação de qualidade que tenha impacto na redução de violências. O indivíduo alfabetizado é um cidadão sábio, crítico, e se posiciona de forma positiva nas relações sociais aumentando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da nação, com menos criminalidade e maior qualidade da vida. É essa importante cadeia qualitativa que diferencia também uma grande nação. Piero Massimo Forni, especialista em civilidade pela Universidade Johns Hopkins, afirma que a falta de civilidade nos EUA custa US$ 30 bilhões por ano. Quanto custa no Brasil essa falta de civilidade? Com certeza, uma educação de qualidade para todos e em todos os níveis da escolarização é garantia de um bom Índice de Desenvolvimento Humano e de civilidade.”

Eis, pois, mais páginas contendo IMPORTANTES, PEDAGÓGICAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que acenam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS MUDANÇAS em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMBIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, EDUCADAS, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVELMENTE DESENVOLDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, implacável e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, inquestionavelmente IRREPARÁVEIS;

c) a DÍVIDA PÚBLICA BRASILEIRA, com projeção para 2012, segundo o ORÇAMENTO GERAL DA UNIÃO, de ASTRONÔMICO e INSUPORTÁVEL desembolso da ordem de R$ 1 TRILHÃO, a título de JUROS, ENCARGOS, AMORTIZAÇÃO e REFINANCIAMENTOS, a exigir igualmente uma IMEDIATA, ABRANGENTE, QUALIFICADA e eficaz AUDITORIA...

Destarte, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa ECONOMIA e a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais CONTUNDENTE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, ao lado de extremas e sempre crescentes DEMANDAS, NECESSIDADES, CARÊNCIAS e DEFICIÊNCIAS, o que infelicita o nosso POVO, aprofundando o abismo das desigualdades SOCIAIS e REGIONAIS e nos afasta cada vez mais do seleto grupo das nações DESENVOLVIDAS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, CIVILIZADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS e abundantes RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) em junho; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA DE 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...



quarta-feira, 20 de julho de 2011

A CIDADANIA, A EDUCAÇÃO E O INVERNO DO NOSSO DESALENTO

“O inverno do nosso desalento

Não há como não ver, escutar, comentar: a ponta do iceberg, a ponta do novelo da realidade que finalmente começa a se desvendar, a imprensa divulga, os brasileiros comuns, como eu, encaram assustados – pois ela comanda nosso presente e futuro, o bolso, a esperança. Nos bastidores da vida pública, um fervilhante mercado persa de cargos, dinheiros e favores do qual não temos ideia.

Pois nesse teatro ou circo todos correm a se proteger, a preservar as últimas ilusões da platéia, e a defender seus feudos não muito limpos. Havia muito eu andava perplexa: agora, começo a sentir aquele profundo desalento do qual falou um político honrado, antes de se recolher à vida particular, para pouco depois subitamente morrer. O coração não agüentou, imagino. Deve ser grande, dolorosa, a solidão dos honestos no meio público. Os honrados existem, mas hão de nadar penosamente com um correnteza poluída - objeto de preconceito dos seus pares, olhados como ameaça: o que eles pensam? Achando-se melhores que nós? E se forem dedurar?

E nós, do lado de fora, que pagamos a conta, que armamos o circo, carregamos a lona e as gambiarras, enfrentamos as feras, levamos nas costas até o elefante: e nós? Quem nos perguntou, quem nos pediu licença para organizar esse melancólico espetáculo, que transcorre em meio silêncio e meia-luz? Que circo, que teatro é esse, causando desorientação nossa, falta de idealismo nos jovens, e que devia ser escondido das crianças como pornografia?

Aqui onde vivo faz frio neste inverno. Geada cobre gramados e campos, queima as colheitas, diverte os turistas, nos faz recear a rua onde de manhã frequentemente temos sensação térmica negativa. Nestes dias, parece que esse sentimento gélido é reforçado pelo clima dentro de nós, que contemplamos e ouvimos os atores desse espetáculo que nós sustentamos, sem entender direito – por alienados e fúteis –, no circo dos nossos pesadelos, no teatro das nossas desilusões. Quem lhes dá força, quem os protege? Algum será devidamente punido – ou vai fingidamente se recolher para reaparecer em outro cargo igualmente poderoso, igualmente facilitador de ganhos escusos? Enquanto nós, crédulos ou omissos, acreditamos em ganhar a vida e sustentar a família com o suor do nosso rosto, o desgaste do nosso corpo, a perda da nossa vida, o esforço da nossa inteligência.

Sim, nestes dias eu sinto, mais que o frio do clima, o gelo do desalento. De não acreditar que vá ocorrer uma grande faxina, uma real limpeza, alguma solução ou verdadeira melhora, um grande avanço em direção à honestidade. Pois “transparência” se tornou uma palavra banalizada e vazia, sem valor, quando tudo é obscurecido para favorecer as ações na sombra. Talvez, para ser algo real, essencial e radical, fosse preciso mudar tudo. Quase tudo. A cena, os atores, as falas, até a plateia. As coxias, os bastidores, teriam de ser varridos e abertos ao público. O público teria de prestar atenção, reagir, aplaudir ou renegar. Nunca relevar. Demitir muita gente do quadro de seu respeito e confiança. E tamanha mudança causa medo e insegurança.

Uma grande transformação seria possível com informação, para começar, que vem de uma educação eficiente, e leva tempo. Assim se fazem mudanças com ordem, calma, Inteligência, vontade. Mas eu, neste frio que me assola, receio que o espetáculo apenas continue: trocados os atores e nomes ou máscaras, o tom e algumas falas, recolocadas as luzes, o indevido oculto atrás de papelão pintado, e toca em frente, o teatro, o circo. E nós, omissa ou submissa plateia, continuaremos aplaudindo mesmo sem entender direito, ofuscados pela luz que vem do alto, ainda levando em nossas doloridas costas os paus, as lonas, até o elefante.

A solução poderia ser um desalento criativo, produtivo, ativo, que agisse para limpar o que está sujo e nos humilha, expor o que é duvidoso e nos envergonha, mudando, sabe Deus como, o que nos rouba a dignidade enquanto explora a indecisão de quem não quer ver, para não ter de crer.”
(LYA LUFT, é escritora, em artigo publicado na Revista VEJA, edição 2226 – ano 44 – nº 29, de 20 de julho de 2011, página 24).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de julho de 2011, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de VIVINA DO C. RIOS BALBINO, Psicóloga, mestre em educação, professora da Universidade Federal do Ceará e autora do livro Psicologia e Psicologia Escolar do Brasil, que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“30 milhões de analfabetos funcionais

Na recente 63ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a educação permeou vários debates e propostas. Mas, apesar do esforço do governo e pesquisadores, dados recentes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostram o Brasil como o oitavo pior país no ranking de analfabetismo no mundo. São 14 milhões de adultos brasileiros analfabetos. No mundo são 67 milhões. Ocupamos a 7ª posição entre as potências econômicas, mas segundo a Unesco, ocupamos o 88º lugar em educação. Temos cerca de 30 milhões de analfabetos funcionais. Só um em cada quatro brasileiros de 15 a 64 anos pode ser considerado plenamente alfabetizado. A proporção de pessoas que não sabem ler ou escrever no Brasil é maior que a média na América Latina e no Caribe. Segundo o Ipea, 98% das crianças brasileiras de 7 a 14 anos hoje estão nas escolas. Isso é fantástico, mas conter a evasão e oferecer ensino de qualidade é o desafio.

O Brasil investe R$ 1.900 por ano em cada estudante do ensino básico e R$ 13 mil em cada estudante do ensino superior. Em sete anos, o número de matrículas na educação superior aumentou de 3,5 milhões para 5,9 milhões. Grande investimento, mas quais são os grandes impactos de pesquisas e grandes projetos socialmente importantes das universidades? Temos uma rede pública de ensino superior excepcional e é fundamental que ocorram grandes retornos sociais para a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Apesar dos grandes investimentos, infelizmente no último censo Times Higher Education, nenhuma universidade brasileira foi incluída nas 100 melhores do mundo.

Com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), o governo promete R$ 1 bi e criar mais 200 escolas técnicas até 2014. Desse total, R$ 700 milhões vão para bolsas de estudo e R$ 300 milhões para financiamento estudantil. Com isso, o governo espera reduzir um problema crônico para o crescimento dos serviços e da indústria nacional: a falta de mão de obra qualificada. Projeto ambicioso que contribuirá para o emprego e inclusão de milhões de brasileiros, mas que precisa ter excelente gestão do gasto público.

Educadores do Brasil, Índia, Coreia do Sul, Estados Unidos e Argentina se reuniram recentemente em Brasília e debateram o papel da educação na promoção do desenvolvimento e no combate às desigualdades sociais. É de fundamental importância que a educação seja efetivamente vista como inclusão social e qualidade de vida do povo. Uma recente pesquisa da Associação dos Magistrados do Brasil, Justiça em números – novos ângulos, de Maria Tereza Sadek, revela a relação direta entre nível de escolaridade e busca dos direitos na Justiça. A autora comenta que a alfabetização implica maior conhecimento dos direitos e as pessoas procuram mais a Justiça. Nos estados mais pobres, com maior número de analfabetos, há menor procura pela Justiça. Segundo o presidente da ABM, as pessoas mais esclarecidas reivindicam mais os seus direitos e têm noção de cidadania. Um bom projeto nacional de educação necessariamente tem que incluir conhecimentos de direitos humanos e cidadania. Piero Massimo Forni, especialista em civilidade pela Universidade Johns Hopkins, afirma que a falta de civilidade nos EUA custa 30 bilhões de dólares por ano. Quanto custa no Brasil a falta de civilidade e cidadania? E o que isso tem a ver com educação de qualidade? Além do desenvolvimento, crescimento econômico, melhora da vida dos cidadãos, uma educação de qualidade terá grande impacto também na redução de violências e na criação de atitudes cidadãs. O indivíduo bem alfabetizado é um cidadão sábio, crítico e se posiciona de forma positiva nas relações sociais aumentando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da nação – menos criminalidade e maior qualidade de vida. É essa importante cadeia qualitativa da educação, que diferencia uma grande nação. Educação de qualidade para todos em todos os níveis de escolarização é preciso!”

São estas, pois, mais SÉRIAS e GRAVES abordagens e REFLEXÕES que acenam para grandes, URGENTES e inadiáveis TRANSFORMAÇÕES de nossa SOCIEDADE, e do mesmo modo, apontam para a PRIORIDADE ABSOLUTA das nossas POLÍTICAS PÚBLICAS, e de maneira POSITIVA e IMPOSITIVA: “EDUCAÇÃO de QUALIDADE para TODOS em TODOS os NÍVEIS de escolarização é PRECISO! (o grifo é meu).

São, e sabemos, DESAFIOS GIGANTESCOS que, de outro lado, não nos ABATEM e nem ARREFECEM nosso ÂNIMO e ENTUSIASMO nesta grande CRUZADA NACIONAL, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, QUALIFICADA, LIVRE, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA que possa PARTILHAR suas EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS, OPORTUNIDADES e POTENCIALIDADES com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos para eventos como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL e MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO + 20) em 2012, a COPA DAS CONFEDERAÇÕES DE 2013, a COPA DO MUNDO DE 2014, a OLIMPÍADA DE 2016, as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um NOVO mundo, da PAZ e FRATERNIDADE UNIVERSAL!...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...