sábado, 3 de outubro de 2009

A CIDADANIA BUSCA UM MUNDO FRATERNO

“Os cidadãos e seus representantes legais, os poderes públicos, têm, mais do que nunca, uma tarefa essencial a assumir: a vigilância das externalidades ligadas à atividade das empresas, isto é, a observação de todos os efeitos colaterais da atividade econômica das empresas que têm um impacto sobre a sociedade e a região. Por vezes, essas externalidades são positivas (reinserção de pessoas em dificuldade, desenvolvimento de atividades em zonas difíceis, contribuição para a vida social do meio), mas, frequentemente, elas negativas (exclusão, poluições, degradação dos recursos naturais ou das paisagens). Os poderes públicos, guardiões do interesse geral, devem obrigar ou incitar as empresas a desenvolver suas externalidades positivas e a limitar ao máximo suas externalidades negativas. Aliás, quando socialmente responsável, a empresa adota por si mesma essa conduta.”
(HENRI ROUILLÉ D’ORFEUIL, in Economia Cidadã – Petrópolis, RJ: Vozes, 2002 – páginas 117-118).

Mais uma OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de outubro de 2009, Caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de HAROLDO VINAGRE BRASIL, Engenheiro, professor universitário, que merece INTEGRAL transcrição:

“Um mundo só

Está cada vez mais claro, apesar de sua diversidade étnica e cultural, que o mundo se vê obrigado a uma integração crescente, tendo em vista o fato de as crises permearem todas as fronteiras nacionais. Exemplos recentes desse fato foram o surgimento da gripe suína, que virou uma pandemia mundial, a crise financeira dos derivativos, derrubando o sistema financeiro internacional, e, finalmente, a constatação de uma instabilidade ecológica, tendo como principal sintoma o aquecimento global. Sem esquecer, claro, os riscos da disseminação das armas nucleares, em vias de se transformarem em uma commodity nas mãos dos terroristas de todas as lavras. Os Estados-nações estão dessa forma em xeque, num estado estanque frente às pressões internacionais para as ingerências cada vez maiores dos organismos multilaterais nos assuntos internos dos países começa a fazer água.

No entanto, as assimetrias de poder, em que as grandes potências tentam transferir para as demais o ônus das correções de rumo urgentes e necessárias, freiam a maioria das medidas que devem ser tomadas para evitar os desequilíbrios na economia e no meio ambiente. O caso mais típico está na tentativa de eliminar de vez as armas nucleares, mantendo o privilegio de algumas nações sobre outras, ao mesmo tempo em que obriga as demais a um permanente bloqueio no desenvolvimento da energia nuclear nos seus territórios. Essa falta de legitimidade no trato dessas questões, em que prevalece o “faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço”, retarda perigosamente a implantação das medidas urgentes de correção de rumo globais que se fazem necessárias implantar.

No caso do Brasil, nos próximos anos, terá de participar ativamente desse diálogo que vem se desenvolvendo entre as nações, sem no entanto cair numa postura ingênua de bom mocinho, que tudo cede e nada recebe de substancial. Há que lutar para destruir a hegemonia de uns poucos em cima dos demais, acabando os privilégios de vetos dos grandes nos organismos internacionais, como é o caso do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Grupo dos Oito (G8), além de tantas outras assimetrias que se mantêm desde a 2ª Grande Guerra.

Somos hoje uma nação sui generi (sic). Falamos a mesma língua, sua gente tem potencial humano diversificado, mas em forte processo de miscigenação; é criativa na música e nos esportes; o país é um grande reservatório de água potável, superficial e profunda, além de abrigar imensas áreas florestais, com inigualável biodiversidade. Por último, e não menos importante, o Brasil tem uma agroindústria que abastece sua população e boa parte do mundo. Entre os Brics (com a Rússia, Índia e China), o Brasil, sem falso ufanismo, tem vantagens estratégicas enormes sobre os demais integrantes. Os gravíssimos problemas estruturais que, reconhecemos, ainda não saneamos, como a questão da corrupção nos três poderes e no empresariado, o que nos leva a um tremendo desperdício de recursos, pouco a pouco, esperamos, serão reduzidos pelo uso democrático do voto, das pressões populares crescentes e da vigilância permanente da mídia. Essa é uma grande aposta que devemos fazer, agindo proativamente para que o bilhete seja sorteado.”

Esta IMPORTANTE contribuição, entre outras considerações pertinentes, REAFIRMA os PROPÓSITOS de nosso trabalho: a MOBILIZAÇÃO de TODOS para a construção de uma SOCIEDADE verdadeiramente JUSTA, LIVRE, ÉTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA.

Ao COMEMORARMOS a escolha do RIO DE JANEIRO como SEDE das OLIMPÍADAS de 2016, proclamamos com o mesmo ENTUSIASMO, a mesma FÉ e a mesma ESPERANÇA: O BRASIL TEM JEITO!...

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