segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A CIDADANIA E O PAPEL DA UNIVERSIDADE

“54. É preciso dizer que o investimento em capital humano não se restringe à educação, conquanto se refira mais diretamente ao conhecimento, ao know how e à capacidade de criá-lo e recriá-lo – o que envolve, a rigor , a saúde, a alimentação e a nutrição, a cultura e a pesquisa e vários (sic) outras áreas, como o estímulo ao empreendedorismo social e empresarial, que se voltam para a manutenção, a reprodução e o desenvolvimento do capital humano. Por motivos que já são por demais óbvios para todos, entretanto, o tema principal no Brasil de hoje é a educação”.
(FÓRUM BRASIL SÉCULO XXI – UMA NOVA FORMAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL.- Brasília: Instituto de Política, 1998, página 49).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de novembro de 2005, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de ALEXANDRE CÉSAR CUNHA LEITE, Coordenador do curso de ciências econômicas da UNA, que merece INTEGRAL transcrição:

“O papel da universidade


Observo, com certa inquietude, as declarações de alguns integrantes do governo que se dizem preocupados com o desenvolvimento brasileiro. Minha indagação inicial: o que aconteceu para que o presidente e seus subordinados reconhecessem a relevância de uma estratégia voltada para o desenvolvimento? Aqueles mais descrentes argumentariam que estamos na iminência de um ano eleitoral e que a pressão para a tentativa de um segundo mandato força o atual governo a iniciar o período de promessas e de ações emergenciais, para deixar sua marca, retirando os ranços causadores de má impressão. Inclusive, os problemas de corrupção interna, que pressuponho seja mais estrutural do que conjuntural. A história política brasileira nos prova que tal prática é comum e usada de forma descomedida. Também não posso descartar tal questão, porque a ciência econômica e a ciência política nos mostram, seja através do dilema eleitoral, seja do trade-off político, que tais ações podem obter, não sem um custo residual, sucesso. A questão do desenvolvimento está se tornando tão emergencial, que até mesmo governos comprometidos com a manutenção da estabilidade a todo custo estão sendo impelidos, a pelo menos, refletirem sobre a questão. Tal urgência vem-se fazendo notar na piora significativa demonstrada por dados relevantes quanto ao bem-estar da população. O acesso a bens públicos está indo de mal a pior, caracterizado, principalmente, pela deterioração na prestação do serviço e pela seu custo elevado.

O problema do desenvolvimento brasileiro deve ser discutido, atualmente, de uma forma conjunta, associando os organismos de Estado, a iniciativa privada e a intensa participação dos cidadãos. Acredito, sem hesitar, que a presença da universidade seja fundamental, na criação de uma consciência civil nos futuros profissionais. Mais que isso, acredito que a universidade seja o receptor das demandas da sociedade, entendendo-as e transformando-as em objeto de análise para a criação de uma agenda de discussão. Vou adiante: a universidade deve ter o papel de transformar um problema pontual em uma questão multifacetada. Assim, a formulação de propostas para solucionar tal questão nasceria da interface existente entre as diversas áreas de competências. Pois me parece claro que não há como solucionar problemas na educação, na economia e na saúde, para ser sucinto, com ações isoladas de especialistas. A proposta é trabalhar em conjunto, de forma interdisciplinar, fazendo com que as alternativas voltadas para o desenvolvimento sejam resultado da contribuição de diversas, se não todas, as áreas constituintes da ciência. A viabilidade de tal proposta passa, a meu ver, pela universidade.”

Eis, pois, de forma abrangente as responsabilidades civis no entendimento da EDUCAÇÃO como a ÂNCORA do processo de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL que nos IMPULSIONA para a construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, LIVRE, PRÓSPERA e SOLIDÁRIA, que POSSA efetivamente PARTILHAR as EXTRADORDINÁRIAS RIQUEZAS nacionais com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, principalmente em vista dos BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS previstos para a realização da COPA DO MUNDO DE 2014, da OLIMPÍADA DE 2016 e dos empreendimentos relacionados com a exploração do PRÉ-SAL, podendo, de modo VIGOROSO, eliminar as MONSTRUOSIDADES das DESIGUALDADES SOCIAIS e REGIONAIS e da EXLUSÃO SOCIAL, que tanto vem INFELICITANDO milhões de patrícios.

É o nosso SONHO, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA...

O BRASIL TEM JEITO!...

Um comentário:

Teka disse...

"Aqueles mais descrentes argumentariam que estamos na iminência de um ano eleitoral e que a pressão para a tentativa de um segundo mandato força o atual governo a iniciar o período de promessas e de ações emergenciais, para deixar sua marca, retirando os ranços causadores de má impressão. Inclusive, os problemas de corrupção interna, que pressuponho seja mais estrutural do que conjuntural. A história política brasileira nos prova que tal prática é comum e usada de forma descomedida"...SE LERMOS ESTE TEXTO SEM SABER A DATA E TROCAR SEGUNDO MANDATO POR PERMANÊNCIA DO PARTIDO NO PODER, nos veremos nos dias de hoje clara e diretamente. Um artigo de 2005 e quem em 2010 pode ser lido como atual e onde ainda podemos questionar qual o papel das universidades hoje em nossa vida política e cidadã. Parece que as universidades estão cercadas pelos seus próprios muros e dos quais os jovem não vem mais nada que acontece fora. Das grandes lideranças que saíram dos universidades na época da ditadura quando os campus eram pontos de encontros e de discussões políticas, hoje vemos universidades preocupadas com as contas bancárias e os alunos apenas em conseguir em um espaço mais curto de tempo um diploma. Onde foram parar os jovens questionadores, jovens engajados politicamente??? Lembro na década de oitenta quando fiz faculdade ímaos para a rua pelas diretas, participávamos de manifestações populares, lutávamos pelos movimentos de bairro, os professores discutiam política em sala e erámos estimulados a pensar e agir...e hoje??? onde estão os jovens? Qual o papel da universidade como agende de mudanças e agente de transformações em nosso país ( ha vamos lembrar que algumas das nossas faculdades estão nas mãos de políticos ou de suas famílias será é isto????.....)