segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A CIDADANIA, A PAZ E A PRESERVAÇÃO DA CRIAÇÃO (7/53)

(Janeiro = Mês 7; Faltam 53 meses para a COPA DO MUNDO DE 2014)

“... Trata-se, em primeiro lugar, de constituir um espaço de diálogo entre as forças sociais e políticas comprometidas com a defesa de um projeto estratégico de desenvolvimento que seja socialmente justo, ambientalmente equilibrado e economicamente eficiente. Pretendemos reunir agentes sociais e políticos capazes de construir consensos e elaborar proposições factíveis, que visem ao efetivo enfrentamento das condições de pobreza, miséria e exclusão social que atingem a população brasileira.”
(FÓRUM BRASIL SÉCULO XXI – In UMA NOVA FORMAÇÃO POLÍTICA NO BRASIL. Instituto de Política, 1998, página 10).

Mais uma IMPORTANTE contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no Jornal ESTADO DE MINAS, edição de 1º de janeiro de 2010, Caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, que merece INTEGRAL transcrição:

“Preserva a criação

O papa Bento XVI, no início deste ano-novo, Dia da Fraternidade Universal, brinda a sociedade mundial com sua mensagem, com o tema “Se quiseres a paz, preserva a criação”. A paz é dom maior para garantir o equilíbrio do desenvolvimento na sociedade e na articulação dos diversificados cenários na ordem mundial. Essa paz, querida por todos, inclui, como assinala o papa, o crescimento da consciência do quanto é fundamental o respeito pela criação, que é o princípio e o fundamento de todas as obras de Deus. A salvaguarda dessa criação é essencial para a convivência pacífica da humanidade.

Não se pode desconsiderar que entre os inúmeros perigos que ameaçam a paz e o autêntico desenvolvimento humano integral encontra-se a triste depredação e desrespeito à natureza. Ora, entre as ameaças à paz, como guerras, conflitos internacionais e regionais, violações dos direitos humanos, violências e atos terroristas, estão também o desleixo e os abusos perpetrados contra a mãe Terra e os bens naturais concedidos por Deus por meio dela. Há uma aliança indispensável a ser renovada entre o ser humano e o ambiente, que é um indiscutível espelho do amor criador de Deus. Tudo vem d’Ele.

Não se pode alimentar no coração humano a pretensão do poder e da posse que fecundam o orgulho e a tirania do uso desarvorado dos bens que são dons para todos. O papa Bento XVI, em sua mensagem, recorda a carta encíclica Caritas in veritate, que “o desenvolvimento integral está intimamente ligado com os deveres que nascem a relação do homem com o ambiente natural, considerado como uma dádiva de Deus para todos. Por isso, sua utilização comporta uma responsabilidade comum para com a humanidade inteira, especialmente para com os pobres e as gerações futuras”. Essa responsabilidade não pode ser atenuada nas consciências de forma a considerar a natureza e o ser humano como meros frutos do acaso e do determinismo evolutivo. Na verdade, essa é uma hora de empenho redobrado para desenvolver a consciência da responsabilidade como coração da convivência cidadã.

É sumamente importante, assinala o papa Bento XVI, “conceber a criação como dádiva de Deus à humanidade”. Essa compreensão ajuda a perceber a real vocação e o valor do homem. A criação deve ser, antes de tudo, olhada na sua beleza para despertar a sensibilidade que faz descobrir o amor do criador nela manifestado, proporcionando uma consequente capacidade humanitária e social para presidir o tratamento adequado dessa mesma natureza. Por isso, no Dia Mundial da Paz, o papa lembra a responsabilidade que a Igreja tem, enquanto perita em humanidade, de chamar vigorosamente a atenção para a relação entre o Criador, o ser humano e a criação. Essa é uma tarefa indispensável, na qual a Igreja participa e tem um claro compromisso, para além das soluções técnicas específicas, típicas de cientistas e de governantes.

Torna-se, pois, de grande importância, iluminar os caminhos para a superação da grave crise ecológica que vivemos neste momento da história com a explicitação das questões relacionadas com o conceito de desenvolvimento e a visão do homem e de suas relações com a criação e com os seus semelhantes. Os governantes estão permanentemente desafiados a buscar uma profunda e clarividente revisão do modelo de desenvolvimento. Particularmente, essa revisão toca o núcleo central da economia, implicando rever seus objetivos e corrigir suas disfunções e deturpações.

O papa Bento XVI observa que não é difícil constatar como a degradação ambiental é, muitas vezes, “o resultado da falta de projetos políticos clarividentes ou da persecução de míopes interesses econômicos”. A ausência de governos responsáveis torna ainda mais notória a situação de risco vivida por grande número de pessoas, países e regiões, que experimentam realidades incompatíveis com a dignidade humana e que ameaçam, inclusive, a sua própria sobrevivência. Mas a responsabilidade governamental não se resume a um pensamento orgânico e técnico em torno das questões econômicas específicas. É inteligente o governo que orienta sua ação como busca expressa de meios, procedimentos e práticas que garantam a superação da crise ecológica que está comprometendo o presente e a vida das gerações futuras. A paz é fruto da preservação da criação!”

E, assim, quando vislumbramos com o ano-novo os BILIONÁRIOS INVESTIMENTOS para a realização, em nosso PAÍS, da COPA DO MUNDO DE 2014, da OLIMPÍADA DE 2016 e dos preparativos para a operação das reservas do PRÉ-SAL, mais do que nunca, URGE a CONGREGAÇÃO de TODAS as FORÇAS VIVAS da SOCIEDADE para a CONSOLIDAÇÃO de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, LIVRE, ÉTICA, SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que acima de tudo PRESERVE a CRIAÇÃO e PARTILHE os FRUTOS de TODAS as EXTRAORDINÁRIAS RIQUEZAS com TODOS os BRASILEIROS e com TODAS as BRASILEIRAS, visando ao “efetivo enfrentamento das condições de POBREZA, MISÉRIA e EXCLUSÃO SOCIAL que atingem a população brasileira” (o grifo é meu).

É o nosso SONHO, a nossa FÉ e a nossa ESPERANÇA...

O BRASIL TEM JEITO!...

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem interessante este artigo, que vem de encontro a violência comq ue a natureza tem respondido as agressões sofridas e o descaso dos homens e em especial das autoridades com o ambiente. Vejam o Rio, São Paulo, o sul do Brasil e também podemos colocar Minas. A violencia das aguas tem destruido e mostrado que o homem destruiu, ocupou lugares indevidamente e agora o preço é alto. Além do prejuizo material, vidas são levadas pelas aguas. E todo ano as cenas se repetem e todo ano é a mesma coisa: comoção nacional na hora da tragéida e depois ninguém fala mais nisso e autoridades aproveitam o silencio do povo para ignorar os problemas urbanos. Tá mai do que na hora de deixarmos de ser meros expectadores para sermos agentes de mudanças e que cada um assuma o seu compromisso com o ambiente e que todos cobrem dos políticos ações mais sérias e concretas para que nas próximas chuvas não tenhamos que ouvir um governador dizer que o Brasil precisa urgente de regularizar as ocupações em encostas e áres de risco geológico ..e olhe que ele não é politico da "nova guarda", mas já tem anos de mandatos...e como se ele não fosse parte integrante do Brasil....