sexta-feira, 22 de junho de 2012

A CIDADANIA, A SUSTENTABILIDADE E O SENTIDO DA VIDA

“Energia renovável e sustentabilidade

Estamos vivendo num mundo em transformação. Tão importante quanto a descoberta de tecnologias, que modificam e influenciam nossos hábitos e consumos, estamos no processo de modificação de comportamento. Mídias sociais transformam, criam conceitos do que seja privacidade e geração de conteúdo e redefinem os limites da liberdade de expressão. Dessa mesma forma surge o conceito de sustentabilidade, como o direito a uma existência digna para as futuras gerações. Com impacto em todos os ramos do conhecimento humano, é importante que conheçamos seu alcance. Em contrapartida a essas mudanças há uma tendência a uma classificação polarizada entre o certo e o errado. No setor de energia não é diferente.

O primeiro perigo é considerar que todas as energias renováveis são necessariamente “o certo” e a energia extraída dos combustíveis fósseis “o errado”. A evolução da humanidade segue um ritmo natural e pouco linear. Se, de um lado, a migração de uma energia ambientalmente danosa para uma amigável ao meio ambiente caminhará independente da existência da continuidade dos combustíveis fósseis.

Aqui vale notar como a classificação rotulatória pode ser danosa. Exemplificamos: O etanol, seja gerado de cana-de-açúcar ou de milho, tem efeitos extremamente danosos para atmosfera no que diz respeito à emissão de CO2, muito mais do que a queima de gás natural, que, em que pese ser uma fonte de energia não renovável, é ambientalmente mais amigável em relação às emissões de CO2 .

Tão ou mais importe do que ser renovável ou não renovável é que haja a adoção sustentável e, por via de consequência, racional, quer das fontes de energia, quer das políticas públicas que vão atuar em torno da indústria da energia.

Vivemos uma falta de coerência por essa confusão de conceitos. Uma das que vimos acontecer recentemente foi o caso da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Mesmo sendo uma das fontes mais limpas e renováveis, houve uma campanha para a não construção de Belo Monte pelo impacto ambiental que ela traria. É de se questionar ou ao menos comparar qual seria o impacto para gerar a mesma quantidade de energia por meio de usinas termelétricas. A equação e solução não são simples e devem ser analisadas com prudência.

A sustentabilidade, em um conceito bem mais amplo, vem nos trazer o norte. Não basta acabarmos com os empregos das atividades extrativistas, temos que dar condições para que os trabalhadores rurais possam migrar para outras fontes laborais que sejam mais produtivas e adequadas ao tipo de país que queremos.

Encontraremos então uma solução sustentável. Assim também devem ser analisados o petróleo e o gás natural. O gás nem é mais visto como um vilão, pois, como já dito, em que pese ser uma fonte não renovável, seu impacto no meio ambiente é mínimo. Todavia devemos olhar o petróleo e o gás não como fonte de energia, mas sim como a matéria-prima para inúmeros produtos utilizados no dia a dia, do polímero ao adubo, que tem profunda relação com a utilização do solo com menor desgaste, o que é ambientalmente desejável.

A sustentabilidade é uma qualidade da escolha que faremos para migrarmos mais rápida ou mais vagarosamente para um futuro que preveja e proteja as próximas gerações.”
(CLÁUDIO A. PINHO, Advogado, professor de direito constitucional, coordenador do curso de pós-graduação em direito de energia da universidade UNA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de junho de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de junho de 2012, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de FREI BETTO, Escritor, autor de A obra do artista – uma visão holística do universo, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A Grécia de Sócrates

Ao revisitar o Parthenon, na segunda semana de junho, encontrei próximo do Teatro de Dionísio, pensativo, meu amigo Sócrates.

- Como vão as coisas aqui na Grécia?

- Perdemos a sabedoria, meu caro. Urge reencontrar a lâmpada de Diógenes para enxergar luz no fim do túnel. Por sorte, nas eleições de 17 de junho, os partidos xenófobos não alcançaram maioria. E a esquerda ficou em segundo lugar, com boa representação no Parlamento.

- Turista acidental, vi que muitos gregos temiam pelo pior – comentei. Na semana precedente às eleições havia filas para retirar dinheiro dos bancos e muitas famílias estocaram alimentos.

- Nós nos metemos numa enrascada – observou o velho filósofo. Somos uma nação de 11 milhões de habitantes. Segundo Pitágoras, que entende de números, a Grécia não deveria ter abandonado o dracma e adotado o euro. O Reino Unido e a República Tcheca preservaram suas moedas e estão menos vulneráveis à crise. Agora é tarde. Estamos irremediavelmente reféns dos bancos. Tanto que empréstimo agora é chamado de resgate.

- A que atribui essa crise estrutural que assola a Europa?

- À obsessão neoliberal pelo consumismo. Nos últimos vinte anos desfrutamos de um padrão de vida ecologicamente nocivo e eticamente ofensivo ao resto do mundo.

- Acredita que a crise reforça o neonazismo representado pelo partido Aurora Dourada?

- As pessoas preferem segurança à liberdade – lamentou Sócrates. A xenofobia se alastra. Temos hoje 1 milhão e 400 mil imigrantes, mais de 10% de nossa população. Gente em busca dos empregos que nos faltam.

Hipócrates me disse que os neonazistas ameaçam expulsar os imigrantes dos hospitais.

- Veja a que ponto chegamos – exclamou o filósofo. Nosso sistema de saúde faliu. Faltam médicos, aparelhos cirúrgicos, medicamentos. O problema não são os imigrantes, que agora só andam em bandos, com medo de agressões. A causa da crise é mais profunda. Se não houver mudança de paradigma de desenvolvimento, a Europa e o mundo não terão futuro.

- A seu ver, qual a saída?

- Falei ontem com Platão. Sabe como é, os idealistas se cobrem com otimismo. Ele acredita que graças aos empréstimos garantidos pela Alemanha haveremos de sair do buraco.

- E Aristóteles, concorda?

- Ari é mais pragmático. Sublinhou que o problema não é só grego. É global. Espanha, Itália, Portugal, Irlanda também caminham para o buraco. Os Estados Unidos estão em recessão. E a bóia de salvação lançada pelo neoliberalismo é a mais furada possível: apertar o cinto. Até parece que as medidas de austeridade foram ditadas por Antístenes. Na verdade, querem salvar os bancos, não as pessoas.

- Haveria que seguir o exemplo da Islândia – opinei – afetada duramente pela crise de 2008. Ela apertou o cinto sem estender o pires aos bancos e conseguiu, sem se endividar, superar as dificuldades.

- Ou do Brasil – frisou Sócrates. Vocês romperam com o FMI e estimularam o consumo interno, aumentando o salário mínimo, facilitando o crédito e combatendo a inflação.

- É verdade. Porém, como ainda somos uma economia periférica, a espada de Dâmocles da crise nos ameaça. Ainda não promovemos reformas estruturais e mantemos uma economia muito dependente das exportações.

- Hoje o mundo depende das finanças. Não há mais filosofia – comentou Sócrates. As pessoas já não querem um sentido para a vida, mas apenas lucros. Aqui na Grécia trocamos o Areópago pelo Banco Central Europeu. A política é, hoje, refém da economia. E não há quem controle a economia, exceto o interesse egoísta de acumulação privada da riqueza. Estou a ponto de tomar cicuta de novo.

- Preparei-me para deixar o Areópago, enquanto Sócrates contemplava o Parthenon. Vi-o tão pensativo que decidi retornar.

- O que tanto o preocupa, mestre?

- Contemplo esta maravilha, o Parthenon. Algo, porém, me incomoda. As pinturas que decoravam este monumento de valor universal se encontram, hoje, no Museu Britânico. E o marido de Elizabeth II, o príncipe Phillipe, é grego, nascido na ilha de Corfu. Bem que ele poderia nos devolver o que a nós pertence.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que apontam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVALMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) – e, imperativo da modernidade,a decisão de MATRICULARMOS na 1ª série do ENSINO FUNDAMENTAL, as nossas crianças de 6 anos, independentemente do mês de NASCIMENTO –, até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, irremediavelmente IRREPARÁVEIS...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, o que aumenta o abismo das DESIGUALDADES sociais e regionais e nos afasta num crescendo dos SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDOS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS e abundantes RIQUEZAS, OPORTUNIDADE e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) de 13 a 22 próximos; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...

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