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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A UNIVERSALIDADE DOS REINOS DA NATUREZA E O EMPREENDEDORISMO NA SUSTENTABILIDADE

“Os reinos da natureza como campos 
de evolução da vida universal
        No decorrer da escala evolutiva, os seres transferem-se de um reino para outro. Em cada um deles, desenvolvem qualidades e passam por aprendizagens específicas. Cada reino tem funções e metas precisas e inter-relaciona-se com os demais, complementando-os.
         O reino humano desempenha uma função determinada na corrente evolutiva: por ter intelecto, corresponde ao nível consciente do planeta. À medida que a percepção interna dos membros do reino humano intensifica-se, seu relacionamento com os outros reinos torna-se mais criativo e pauta-se mais fielmente pela lei da harmonia, permitindo saber, então, que existe uma só meta, geral e não fragmentada, para todos os seres.
         Os integrantes do reino mineral exercem ação invisível e profundamente dinâmica ao selecionar os átomos e moléculas com os quais interagem. Essa forma de atuação reflete-se na beleza de pedras preciosas, de lagos cristalinos e de atmosferas límpidas, sendo impulsionada de modo predominante pela energia da síntese e da ordem.
         Preparamo-nos para um bom convívio como esse reino se percebemos que em cada partícula mineral está presente, materializada, a força do espírito.
         Os seres vivos do reino vegetal aprimoram sua doação e irradiação de amor em nível sensorial, porém, de forma pura e imaculada: nutrem, sustentam e curam os membros de outros reinos, exalam aromas harmonizadores, buscam incessantemente a luz e expressam elevados padrões de beleza.
         Atualmente, a expressão do reino vegetal é uma das mais puras encontradas na superfície da terra. É o reino que mais cumpre o propósito de sua existência neste planeta e só não chegou a maior plenitude por causa da densidade do psiquismo terrestre. Todavia, algumas espécies se afastaram da meta evolutiva, tais como o tabaco e a papoula, entre outras, que propiciam a corrupção de seres do reino humano.
         O bom relacionamento entre os homens e as plantas expande os dons tanto do reino humano quanto do vegetal.
         O reino animal é um estágio intermediário entre o reino vegetal e o reino humano. Os animais, em geral, desenvolvem a energia da vontade e são sensíveis aos estímulos à atividade. Sobre eles age também a energia da devoção, expressa como domesticidade e estima a seus benfeitores.
         Deveríamos ser para eles os intermediários das emanações do reino espiritual. De certo modo, representamos para os animais o que Deus representa para nós. Portanto, maus-tratos e indiferença de nossa parte frustram a natural devoção que esse reino está pronto para dedicar-nos, o que retarda o seu progresso.
         Ajudamos a evolução de um animal ao fortalecer suas condutas mais próximas à humana. Quando uma chispa em seu interior torna-se sensível às características humanas, ela começa a destacar-se da consciência grupal e, assim, surge uma alma individualizada. A alma começa a ser formada com estímulos nos níveis internos da consciência animal e com o despertar dos seres humanos para o nível espiritual.
         Os membros do reino humano têm a função de elo entre a vida espiritual e a material. O reino humano proporciona a transição de um estado de consciência regido por leis naturais para outro, regido por leis supranaturais.”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 6 de novembro de 2016, caderno OPINIÃO, página 14).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 8 de novembro de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de JOÃO KEPLER, especialista em e-commerce, marketing, empreendedorismo e vendas, e que merece igualmente integral transcrição:

“Educação empreendedora faz bem
        Existem várias formas de educar filhos de forma autoritária, de forma liberal, de forma rígida, com autonomia ou, simplesmente, criar obedecedores de ordens. Eu e minha esposa, Cristiana, optamos por uma educação de autonomia, de maneira que nossos três filhos, Théo, Davi e Maria são instruídos de como as coisas funcionam no mundo real. Participam de alguma forma das discussões e projetos familiares, desde a programação de uma simples viagem de férias até o rumo de nossos negócios, independentemente se estamos ganhando ou perdendo. Isso fez com que eles crescessem entendendo com funciona a roda gigante da vida, cheia de altos e baixos, erros e acertos.
         Filhos crescem e se tornarão capazes de pensar e tomar suas decisões sozinhos. Tratá-los como eternas crianças pode provocar uma sucessão de erros, tais como: primeiro, você acostumará seu filho a receber tudo de mão beijada, ele não participou de nada, apenas fez o que você disse para fazer. Segundo, ele não saberá lidar com problemas futuros, porque não irá compreender que lá atrás foi preciso alguém resolver ou tomar decisões (e nem sempre você estará do lado e disponível para resolver tudo). Terceiro, além de se tornar um adulto psicologicamente dependente dos pais, no mundo real, longe do conforto do seu quarto ou da segurança da sua casa, o “superprotegido” poderá ficar mais suscetível a depressões e outras doenças, isso porque, nas primeiras decepções que ele tiver, irá se sentir impotente, fraco e despreparado para lidar com as situações que acontecem no dia a dia.
         Quando decidi editar um livro sobre isso, o fiz com único objetivo de repassar aos pais um pouco da minha experiência como empreendedor, que está conseguindo, de forma prática, fazer com que seus filhos adotem, também, o empreendedorismo como estilo de vida. Não sou educador, professor ou psicólogo, mas, apesar de não ser um especialista da área, o que tenho a oferecer no livro são relatos e exemplos de quem tem acompanhado de perto a evolução, a felicidade e o sucesso de seus filhos, na vida e nos negócios.
         Acredito que, em breve, a própria formação escolar tradicional passará por profundas transformações estruturais, para atender às novas demandas e necessidade das crianças, que já estão buscando informações e formação complementar à grade curricular tradicional. Tudo que diz respeito à formação dos meus filhos me interessa. Por isso, sempre busquei me atualizar para dar embasamento às minhas decisões e, independentemente de concordar ou não com a metodologia de ensino tradicional, acredito que seja função dos pais estimular a busca pelo conhecimento complementar, além da sala de aula.
         Infelizmente, não precisa ser nenhum especialista para saber que o cenário do ensino médio no Brasil é triste. Os resultados nas avaliações nacionais e internacionais são fracos, os índices de reprovação e evasão são altos, há no número de matrículas e falta professores qualificados. A discussão, portanto, precisa se centrar no currículo, em aprendizagens que garantam ao cidadão, ao sair da escola, o preparo para continuar os estudos e evoluir como pessoa e profissionalmente. Assim, ele estará apto para desenvolver habilidades que qualquer tipo de trabalho demanda na escrita, na fala, na construção do raciocínio lógico e no domínio de uma língua estrangeira. O fato é: os pais precisam estar atentos às transformações que não param de acontecer na educação.
         Adotei na minha casa a política do estímulo à curiosidade, da criatividade e da experimentação. Acredito que quando as crianças desenvolvem a segurança de confiar em seus pais para compartilhar suas dúvidas, erros e aflições, a relação pai e filho se fortalece e ultrapassa os portões de casa, como tem que ser. Quando existem barreiras nas primeiras experiências na rua, a tendência é que os filhos escondam o que fizeram e, mais tarde, quando estiverem mais velhos, a situação provavelmente só irá piorar.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de 480,28% para um período de doze meses; e também em setembro, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 324,90%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 
 



           

segunda-feira, 13 de junho de 2016

A CIDADANIA, A LUZ DA ENERGIA SUPERIOR E AS EXIGÊNCIAS DA SUSTENTABILIDADE NAS INSTITUIÇÕES

“O gradual despertar da humanidade 
rumo ao caminho do espírito
        O aspirante ao caminho espiritual, ao despertar para a realidade interna e reconhecer a verdadeira situação na qual a vida planetária se encontra, pode deixar-se envolver por ilusões e, assim, tentar solucionar problemas que somente podem ser resolvidos por intervenção de uma energia superior. Antes que a paz se instale no interior de um ser, ele pouco pode contribuir para a paz do mundo que o cerca. Antes que ele supere o egoísmo, não pode auxiliar na manifestação do amor e da união entre os homens. Antes que possa penetrar os segredos da criação não pode refletir fielmente o Propósito Divino.
         Dois mil anos atrás havia três cruzes no Calvário: numa estava um Ser que corporificava a energia espiritual e divina, na segunda, um malfeitor que nesse Ser reconhecia a Luz, a Verdade e a Vida; e na terceira, outro malfeitor, que repudiava esse Ser.
         Do mesmo modo no homem atual existem três níveis de consciência que expressam estados bem definidos: o espírito, que em essência é puro e que espelha a origem divina do homem; a alma, que chega a reconhecer a verdade imanente do espírito, mas, por estar se manifestando no nível da mente, ainda não se encontra totalmente livre de enganos, do assédio de energias não positivas e dos envolvidos com elas. E o ego, que exprime certas manifestações ainda inerentes à matéria terrestre.
         O repúdio lançado ao indivíduo pelo mundo é uma das provas pelos quais os que buscam a Luz devem passar. Nada pode alterar sua disposição para entregar-se à vida interior. A esses Jesus dirigiu as palavras: “Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a Mim antes de vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia.” (João, 15:18) “O mundo odeia-me por que eu testemunho contra ele que as suas obras são más.” (João, 7:7)
         Atualmente, quando conjunturas internas propiciam o reaparecimento do Cristo no interior de cada ser, novamente essa sublime energia de Amor encontra pouco acolhimento no coração dos homens. Quantos, diante dos esforços que o ser interno, a alma, realiza para coloca-los no caminho da Verdade, escolhem manter-se distantes desse caminho? Quantos, mesmo sabendo que o que nutre a vida interior está claramente expresso na afirmação de Cristo: “Meu mandamento é fazer a vontade d’Aquele que me enviou e cumprir a sua obra.” (João, 4:34), querem penetrar nessa vida levando todavia consigo os prazeres do mundo?
         Atualmente, vive-se tempos em que a essência interna de muitos indivíduos clama por entregar-se a realidades mais profundas: “Saí do Pai e vim ao mundo. Agora, deixo o mundo e volto ao Pai.” (João, 16:28) No entanto, a maior parte da humanidade mantém-se afastada da luz da sabedoria, agravando assim, as disparidades externas e contribuindo para que a vida material se degrade e exprima padrões de conduta primitivos.
         Aqueles que verdadeiramente podem compreender o que hoje ocorre no mundo recolhem-se e dedicam-se a um trabalho silencioso de reequilíbrio da vida planetária.
         Os puros e os inocentes, os que souberam manter acesa a sua luz, não temem a aproximação da noite: mesmo em meio às trevas podem encontrar o Caminho. São aqueles que compreenderam e seguiram a indicação de Cristo: “O que beber da água que Eu lhe der, jamais terá sede; a água que Eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna”. (João, 4:14)”.

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 5 de junho de 2016, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 10 de junho de 2016, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Grito nas instituições
        As instituições nos diferentes segmentos gritam por líderes com estatura para suprir suas necessidades. E essas demandas são muitas. Relacionam-se a metas, funcionamentos e procedimentos. À enorme lista de exigências, acrescentam-se ainda certas características das instituições: o custo, o peso e a incidência sobre a realidade. Todas essas variáveis indicam, de um modo geral, que é complexo o desafio de mudar as instituições. Elas são, como define o dito popular, “um pesado piano” que, por vezes, é empurrado com grande força, mas não sai do lugar. Consequentemente, experimenta-se um sentimento de frustração, desgaste e desânimo que empurra na direção da desistência ou do habituar-se à mediocridade. Uma situação que leva a sucateamentos e promove a perda de oportunidades que poderiam gerar importantes transformações.
         Diante das dificuldades, urgente e desafiador é verificar processos para aperfeiçoar a utilização de recursos, particularmente investir na gestão de pessoas. Torna-se fundamental também acabar com certas “cargas pesadas” que estão fora do território da identidade do povo, da cultura e que apenas estreitam horizontes, atrapalham funcionamentos e mantêm loteamentos. Esses pesos ajudam a configurar um pensar pequeno que serve apenas para confirmar hegemonias do passado, com narrativas sobre fatos, momentos da história e reverências a líderes autoritários, responsáveis inclusive pelos atrasos. Pessoas que, um dia, favoreceram alguém somente para manter sob seu domínio os favorecidos.
         É fácil detectar essa realidade quando se observa aqueles que não evoluem, apegam-se ao passado e não são capazes de perceber que se vive outro tempo. Até as conversas e a linguagem, além das posturas e a manutenção de afazeres que já são ultrapassados, revelam a mediocridade que impede o surgimento de novos líderes. As instituições pesadas hibernam com pessoas que não evoluem e, gradativamente, morrem por não conseguir se renovar. Esse peso torna-se ainda mais grave no contexto da dinâmica cultural contemporânea, marcada pela multiplicidade, velocidade e exigência de leveza. E a mudança das instituições depende, fundamentalmente, de seus líderes. Formá-los é exigência prioritária.
         Para isso, deve-se cultivar a competência para o diálogo, pré-requisito primordial para ser bom gestor. Não lidera quem não dialoga. Em vez disso, arruína o que dirige e não consegue encontrar soluções. Dialogar como exercício primordial dos líderes não é artimanha espúria para negociatas. Trata-se de sabedoria que ampara a competência de discernir, de se fazer presente e próximo das muitas discussões que definem a agenda global da sociedade. É ser capaz de agregar, com paciência, muitas pessoas, inclusive as com opiniões divergentes para gerar consensos e, assim, oxigenar instituições. Desse modo, o líder estimula a inclusão participativa, a adesão a projetos que promovem melhorias no âmbito institucional e na sociedade.
         Dialogar com pessoas próximas e com diferentes segmentos é competência indispensável, ainda mais para quem busca exercer liderança. Além disso, importa muito a realização de diagnósticos que considerem a complexidade social, a intuição inteligente na criação de iniciativas indispensáveis para alcançar os objetivos próprios das instituições, que são desafiadas a colaborar e a cumprir suas responsabilidades sociais, culturais ou religiosas. Assim é possível contribuir para melhorar a realidade. O grito das instituições é sintoma da falta de líderes, evidencia a presença de pessoas que ocupam cargos sem a competência necessária, seja técnica, humana ou espiritual. Indica também a necessidade de se tornar novas direções para promover mudanças e alcançar respostas capazes de evitar colapsos. Para suprir a carência social de bons líderes, é preciso também romper com a forte cultural do loteamento. Isso se conquista a partir do cultivo, particularmente no ambiente familiar e educativo, do gosto pela transparência, da coragem audaciosa no enfrentamento dos problemas, da habilidade para adotar um discurso direto e para agir nos parâmetros do altruísmo.
         Os líderes e as instituições estão desafiados a considerar o contexto do mundo contemporâneo para romper com a ideia de que ainda há espaço para permanecerem estáticos. Tudo hoje funciona com outra velocidade. O que antes era menos complexo, mais controlável, lento e previsível, hoje é rápido, instável, imprevisível, altamente complexo e, com frequência, fora de controle. Por isso, deve-se respeitar e cultivar valores que alimentam discernimentos necessários para escolhas adequadas. A proximidade das situações, das pessoas e dos problemas, sem medo e sem pretensão de manipular, é caminho que gera a oportunidade para o intercâmbio na chamada sociedade do conhecimento. Um exercício importante, que promove mais adesão, participação e, consequentemente, contribuições significativas. Essa proximidade alimenta sistemas e processos com informações e inventividades, respeito a autonomias e interdependências que enriquecem ações transformadoras. É tempo de investir para se encontrar novas formas de liderar, substituindo posturas arcaicas pelas que, verdadeiramente, ajudem a construir novo momento. Isso começa a partir de diálogo sincero e direto, considerando a interpelação que vem do grito das instituições.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em abril a ainda estratosférica marca de 435,6% para um período de doze meses; e mais ainda em abril, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 9,28%, e a taxa de juros do cheque especial em históricos 308,7%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a   Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Cidadania e Qualidade...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  




       

segunda-feira, 18 de março de 2013

A CIDADANIA, O PAPEL DOS LÍDERES E A SUSTENTABILIDADE


“As crises revelam os líderes

RIO – É no tempo das grandes crises econômicas e políticas que se afirmam os líderes da democracia, como é nas batalhas que os generais conquistam os seus lucros ou se abatem pela derrota. George Washington, tão discutido no curso da sua ação militar e política, acabou sendo o primeiro na paz, o primeiro na guerra e o primeiro no coração dos seus concidadãos, exatamente porque, com a tenacidade às vezes teimosa, que foi a principal característica do seu gênio, venceu a guerra da Independência, em condições que, muitas vezes, pareceram impossíveis de ser superadas. Outras das figuras mais ilustres da história norte-americana, como Abraão Lincoln, Theodore Roosevelt e Woodrow Wilson e, mais recentemente, Franklin Delano Roosevelt e o próprio Harry Truman, cuja figura histórica está sendo reabilitada, marcam a sua presença no seu país e no mundo, pela extraordinária capacidade de sobrepujar as crises sucessivas que a grande nação atravessou no século passado como neste. Os analistas e historiógrafos americanos consignam a circunstância de que, no caso de Washington, a escolha do seu nome para conduzir a luta fora deliberada, mas o mesmo não aconteceu com Lincoln, o primeiro e Wilson, cujas altas qualidades de liderança se revelaram no exercício do poder.
Não é que esses grandes homens, ao pleitearem a eleição presidencial, não pudessem apresentar credenciais condignas. Lincoln oferecia aos seus eleitores um passado de fidelidade à democracia, que o colocava entre as figuras mais representativas do seu tempo. Roosevelt fora governador de Nova Iorque, depois de uma longa atividade política. Seus biógrafos costumam apresentá-lo por duas faces características. A primeira era a devoção aos princípios progressistas e a segunda um talento particular para inspirar confiança a quantos o ouviam. Mas foi como presidente, em horas das mais graves para o equilíbrio econômico e político dos Estados Unidos e a sua própria segurança, que nele se manifestou o carisma, o poder de comando que o levaram, por quatro vezes, em quatriênios sucessivos, às mais altas responsabilidades da Casa Branca.
O homem de Estado que sacrifica a visão do futuro à popularidade efêmera, volúvel e incongruente, não preserva o seu nome nos julgamentos serenos e implacáveis da posteridade. Há que aceitar o ônus das críticas injustas, dos ressentimentos pessoais e das contestações ideológicas. Na capacidade de sobrepujar os ataques, recebendo-os serenamente como uma contingência do próprio exercício do poder, é que se confere o estofo do homem de Estado, e não pelo comprometimento pessoal na polêmica ou pelo revide e pela represália. Essas reflexões têm a sua atualidade nesta fase que estamos atravessando. Estou certo de que o haveremos de fazer com pleno êxito. É uma fase reveladora dos verdadeiros líderes. Como no passado já o tivemos, não é ilusório acreditar que de novo se apresentem como líderes autênticos, do estilo daqueles que conduziram o Império e iluminaram as horas caliginosas da República, e que hoje tanto nos desvanecem.”
(AUSTREGESILO DE ATHAYDE, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 22 de agosto de 1993, caderno OPINIÃO, página 6).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem  de AL GORE,  em A Terra em Balanço: Ecologia e o Espírito Humano ,parte 3, páginas 235 a 239 (2. ed. – São Paulo: Gaia, 2008):

“14 . UM NOVO OBJETIVO COMUM

(...) A maior promessa da ideia democrática é a de que, tendo o direito de se governar, homens e mulheres livres provarão ser os melhores administradores do próprio destino. É uma promessa que tem sido cumprida apesar do desafio de todas as outras que se opõem a ela. A afirmação de que podemos ser meio escravos e meio livres, de que só os homens devem votar e de que a força de decisão de nações livres poderia curvar-se à vontade do totalitarismo – todas essas ideias foram derrubadas enquanto as nossas perduram. Mas, agora, um novo desafio – a ameaça ao meio ambiente – pode arrancar-nos o controle de nosso destino. A resposta a esse desafio deve tornar-se nosso novo princípio organizador.
Sua utilização é totalmente compatível com a democracia e o livre mercado. Mas assim como a abolição da escravatura exigiu uma compreensão mais ampla da essência da democracia e da propriedade privada – bem como da relação entre ambas – essa nova luta implicará uma concepção ainda mais ampla de como a democracia e os livres mercados aperfeiçoam-se mutuamente. Da mesma forma que a concessão de direitos civis às mulheres e aos afro-americanos exigiu um discernimento mais profundo do significado do governo democrático e uma definição mais ampla daquilo que todos os seres humanos têm em comum, o desafio global exigirá uma compreensão mais completa de nossa atual ligação com todos os povos e de nossas obrigações com as gerações futuras.
Que não haja dúvidas: se não crescermos através dessa compreensão, perderemos a capacidade de resgatar as promessas da liberdade.
Enriquecidos por essa nova forma de pensar, conseguiremos, sem dúvida, lograr êxito no esforço total de salvar o meio ambiente. Mas esse esforço exigirá, dos governos, respeito ainda mais profundo pela liberdade econômica e política dos indivíduos. Também implicará medidas drásticas, a fim de assegurar que disponham de todas as informações necessárias para compreender a enormidade do desafio, e de suficiente poderio econômico e político para que sejam os verdadeiros guardiães dos lugares onde vivem e trabalham. Sozinhos, indivíduos bastante motivados não podem ter esperanças de vencer a luta, mas, tão logo haja consenso suficiente para fazer dela o princípio organizador central, a vitória estará a nosso alcance e poderemos começar a fazer rápidos progressos.
Mas, nos países que já se consideram livres, há ainda outra condição política. A ênfase nos direitos individuais deve ser associada a uma compreensão mais profunda das responsabilidades para com a comunidade, a serem aceitas por todos os seus membros, se ela vier, de fato, a ter qualquer princípio organizador.
Essa ideia representa, por si mesma, uma questão ecológica, na medida em que implica um equilíbrio entre direitos e responsabilidades. Na verdade, muitos sentem que ocorreu profunda crise filosófica no Ocidente, em parte porque esse equilíbrio foi rompido: temos nos aproximado tanto dos direitos individuais e nos afastado tanto de qualquer senso de dever, que já se tornou difícil recrutar a defesa necessária para quaisquer direitos legitimamente adquiridos por toda a humanidade e pela posteridade. Hoje, praticamente a única forma de mobilizar a opinião pública o suficiente para acabar com a violação daqueles que se podem chamar direitos ecológicos consiste em dar publicidade aos indivíduos prejudicados por qualquer prática ambiental incorreta. O dano causado a uma comunidade, ao mundo em geral, ou às gerações futuras, passa a ser encarado como secundário em relação ao dano causado a esses indivíduos; têm eles direitos bastante semelhantes a nossos direitos individuais para desejarmos defendê-los – pois, afinal, poderíamos, com isso, obter proteção conveniente para nós próprios.
Essa dissociação da comunidade relaciona-se claramente à premissa de que somos dissociados da Terra. Ela tem não só a mesma causa filosófica – a fé esmagadora no poder intelectual do indivíduo – como também a mesma solução: uma forma de pensar mais equilibrada sobre nossa relação com o mundo – inclusive com nossas comunidades. A reafirmação de nossa ligação com os outros pressupõe uma obrigação de nos unirmos aos outros para defender e proteger devidamente aqueles nossos direitos – como o de respirar ar puro e beber água limpa – que se inserem naturalmente entre os direitos individuais, tanto de outros como nossos, e que são adquiridos pela comunidade, país ou mundo – como um todo.
Outra ameaça ao novo princípio organizador é a corrupção que campeia, tanto no mundo desenvolvido como no subdesenvolvido. A corrupção também é, em certo sentido, um problema ecológico. Ela contamina os saudáveis padrões de responsabilidade dos quais dependem o governo democrático – e nossa capacidade de dividir a administração do meio ambiente. De fato, em quase todos os casos de devastação ambiental, a corrupção muito contribuiu para minimizar a capacidade do sistema político de reagir mesmo aos primeiros sinais de degradação de que toma conhecimento.
Mas, como a corrupção afeta o sistema, muitos se sentem suficientemente distanciados para compactuar com a inércia e letargia generalizadas, que permitem a ela continuar a campear. A fim de estabelecer efetivamente o novo princípio organizador central, porém, é preciso enfrentar a poluição da corrupção política como mal que é, em essência, semelhante àquele que se manifesta na poluição física do ar e da água.
De modo análogo, a tolerância contínua à disseminação da injustiça social tem como consequência minar nossa capacidade de cogitar em iniciativas conjuntas, enérgicas e sustentadas. A promoção da justiça e a proteção do meio ambiente devem caminhar juntas em todas as sociedades, seja no contexto da política interna de uma nação ou na elaboração de acordos “Norte-Sul” entre países industrializados e o Terceiro Mundo. Sem tais compromissos, o mundo não conseguirá considerar urgentemente necessário o esforço global. O diálogo entre nações ricas e pobres já foi envenenado pelo ceticismo destas quanto às intenções dos países industrializados. Mas, recentemente, foi também enriquecido com propostas com as de “dívidas em troca de natureza”, pelas quais débitos são cancelados em troca da cooperação na proteção de partes ameaçadas do meio ambiente.
O rápido desenvolvimento econômico representa uma questão de vida ou morte em todo o Terceiro Mundo. Essa esperança não será negada a seus povos, quaisquer que sejam os custos ambientais. Como resultado, tal escolha não lhes deve ser imposta, pois, de seu ponto de vista, por que deveriam eles aceitar aquilo que expressamente recusamos para nós? Quem se atreveria a afirmar que qualquer país desenvolvido está disposto a abandonar o crescimento econômico e industrial? Quem há de garantir que alguma nação rica aceitará grandes reduções em seus padrões de conforto para atingir um equilibro ambiental?
Os países industrializados precisam compreender que não é dada ao Terceiro Mundo a escolha sobre seu desenvolvimento econômico. E espera-se que o consiga segundo um padrão mais racional do que o que lhe tem sido imposto até agora. Caso contrário, pobreza, fome e doenças dizimarão populações inteiras. Muito antes disso, haverá, em sociedades inteiras, distúrbios políticos revolucionários. É até possível que se travem guerras com toscas armas nucleares, pois a proliferação nuclear continua a refletir nossa incapacidade geral de administrar criteriosamente a tecnologia. Alguns conflitos podem ter como motivo até mesmo os próprios recursos naturais, como a água doce.
Por fim, devemos adquirir uma compreensão mais profunda do que significa desenvolvimento. Muitos homens de boa vontade já reconheceram a necessidade de infundir alguma coerência aos esforços de nações ricas e pobres para criar uma civilização mundial mais justa. Aquele que veio a ser chamado desenvolvimento é agora o meio principal pelo qual países ricos – em geral as instituições multilaterais como o Banco Mundial e bancos de desenvolvimento regional – podem ajudar os subdesenvolvidos a acelerar sua transição para a modernidade. Infelizmente, os programas internacionais de desenvolvimento têm sido, com frequência, catastróficos para os países necessitados, pois muitos dos grandes projetos envolvidos têm tentado um crescimento industrial relâmpago, mesmo que acarrete riscos ao meio ambiente. Os problemas tão comuns em tais programas têm sido ecologicamente perigosos também em outro sentido: é raro existir grande equilíbrio entre os projetos financiados pelos países industrializados e as reais necessidades do Terceiro Mundo. Assim, um número demasiado grande de projetos tem-se revelado mais nocivo que benéfico, rompendo tanto o equilíbrio ecológico como a estabilidade social. Parte do preço é paga com desânimo, descrença e com a conclusão simplista de alguns, de que o próprio desenvolvimento é intrinsecamente indesejável. Um triste exemplo foi a inundação, em  1991, de grandes áreas de em Bangladesh e o enorme número de mortes por afogamento, doenças e fome. A morna reação do mundo industrializado pareceu refletir uma capitulação fatalista ante a ideia de que tal sofrimento é certamente trágico mas, em essência, inevitável. Além disso, analistas sérios argumentaram ser desaconselhável praticamente qualquer ajuda do Ocidente, pois, como facilitaria o repovoamento de áreas litorâneas  baixas, sujeitas a inundações e aumentaria a população, fornecendo alimentos a muitos, que, sem eles, morreriam, apenas lançaria as sementes de tragédias ainda piores nas próximas inundações.
A menos que o mundo industrializado aguce sua compreensão de como pode de fato ajudar e que tipo de desenvolvimento é apropriado, haverá muitas outras dessas capitulações morais e políticas ante horríveis tragédias. Nós, das nações ricas, nos iludiremos, acreditando que, como o desenvolvimento não funcionou e, o mais das vezes, agravou os problemas, o melhor a fazer é nada fazer – tornando-nos cúmplices do morticínio seletivo da espécie humana.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, severas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história  - que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
     
     a)     a educação – universal e de qualidade, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas;
     
     b)    o combate, implacável e sem trégua, aos três dos nossos maiores e mais avassaladores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados; II – a corrupção, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis;
     
     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2013, segundo o Orçamento Geral da União, de astronômico e intolerável desembolso de cerca de R$ 1 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 610 bilhões), a exigir igualmente uma imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tanta sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; saúde; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); assistência social; previdência social; saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados; macrodrenagem urbana; logística reversa); meio ambiente; habitação; emprego, trabalho e renda; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; agregação de valor às commodities; minas e energia; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; logística; turismo; esporte, cultura e lazer; sistema financeiro nacional; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade, criatividade, produtividade, competitividade), entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente justa, ética, educada, qualificada, civilizada, livre, soberana, democrática, desenvolvida e solidária, que possa partilhar suas extraordinárias e abundantes riquezas, oportunidade e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros, especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a 27ª Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro em julho; a Copa das Confederações em junho; a Copa do Mundo de 2014; a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do pré-sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das empresas, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!...

O BRASIL TEM JEITO!...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

A CIDADANIA, A SUSTENTABILIDADE E O SENTIDO DA VIDA

“Energia renovável e sustentabilidade

Estamos vivendo num mundo em transformação. Tão importante quanto a descoberta de tecnologias, que modificam e influenciam nossos hábitos e consumos, estamos no processo de modificação de comportamento. Mídias sociais transformam, criam conceitos do que seja privacidade e geração de conteúdo e redefinem os limites da liberdade de expressão. Dessa mesma forma surge o conceito de sustentabilidade, como o direito a uma existência digna para as futuras gerações. Com impacto em todos os ramos do conhecimento humano, é importante que conheçamos seu alcance. Em contrapartida a essas mudanças há uma tendência a uma classificação polarizada entre o certo e o errado. No setor de energia não é diferente.

O primeiro perigo é considerar que todas as energias renováveis são necessariamente “o certo” e a energia extraída dos combustíveis fósseis “o errado”. A evolução da humanidade segue um ritmo natural e pouco linear. Se, de um lado, a migração de uma energia ambientalmente danosa para uma amigável ao meio ambiente caminhará independente da existência da continuidade dos combustíveis fósseis.

Aqui vale notar como a classificação rotulatória pode ser danosa. Exemplificamos: O etanol, seja gerado de cana-de-açúcar ou de milho, tem efeitos extremamente danosos para atmosfera no que diz respeito à emissão de CO2, muito mais do que a queima de gás natural, que, em que pese ser uma fonte de energia não renovável, é ambientalmente mais amigável em relação às emissões de CO2 .

Tão ou mais importe do que ser renovável ou não renovável é que haja a adoção sustentável e, por via de consequência, racional, quer das fontes de energia, quer das políticas públicas que vão atuar em torno da indústria da energia.

Vivemos uma falta de coerência por essa confusão de conceitos. Uma das que vimos acontecer recentemente foi o caso da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Mesmo sendo uma das fontes mais limpas e renováveis, houve uma campanha para a não construção de Belo Monte pelo impacto ambiental que ela traria. É de se questionar ou ao menos comparar qual seria o impacto para gerar a mesma quantidade de energia por meio de usinas termelétricas. A equação e solução não são simples e devem ser analisadas com prudência.

A sustentabilidade, em um conceito bem mais amplo, vem nos trazer o norte. Não basta acabarmos com os empregos das atividades extrativistas, temos que dar condições para que os trabalhadores rurais possam migrar para outras fontes laborais que sejam mais produtivas e adequadas ao tipo de país que queremos.

Encontraremos então uma solução sustentável. Assim também devem ser analisados o petróleo e o gás natural. O gás nem é mais visto como um vilão, pois, como já dito, em que pese ser uma fonte não renovável, seu impacto no meio ambiente é mínimo. Todavia devemos olhar o petróleo e o gás não como fonte de energia, mas sim como a matéria-prima para inúmeros produtos utilizados no dia a dia, do polímero ao adubo, que tem profunda relação com a utilização do solo com menor desgaste, o que é ambientalmente desejável.

A sustentabilidade é uma qualidade da escolha que faremos para migrarmos mais rápida ou mais vagarosamente para um futuro que preveja e proteja as próximas gerações.”
(CLÁUDIO A. PINHO, Advogado, professor de direito constitucional, coordenador do curso de pós-graduação em direito de energia da universidade UNA, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 12 de junho de 2012, Caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma IMPORTANTE e OPORTUNA contribuição para o nosso trabalho de MOBILIZAÇÃO PARA A CIDADANIA E QUALIDADE vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 20 de junho de 2012, caderno OPINIÃO, página 11, de autoria de FREI BETTO, Escritor, autor de A obra do artista – uma visão holística do universo, e que merece igualmente INTEGRAL transcrição:

“A Grécia de Sócrates

Ao revisitar o Parthenon, na segunda semana de junho, encontrei próximo do Teatro de Dionísio, pensativo, meu amigo Sócrates.

- Como vão as coisas aqui na Grécia?

- Perdemos a sabedoria, meu caro. Urge reencontrar a lâmpada de Diógenes para enxergar luz no fim do túnel. Por sorte, nas eleições de 17 de junho, os partidos xenófobos não alcançaram maioria. E a esquerda ficou em segundo lugar, com boa representação no Parlamento.

- Turista acidental, vi que muitos gregos temiam pelo pior – comentei. Na semana precedente às eleições havia filas para retirar dinheiro dos bancos e muitas famílias estocaram alimentos.

- Nós nos metemos numa enrascada – observou o velho filósofo. Somos uma nação de 11 milhões de habitantes. Segundo Pitágoras, que entende de números, a Grécia não deveria ter abandonado o dracma e adotado o euro. O Reino Unido e a República Tcheca preservaram suas moedas e estão menos vulneráveis à crise. Agora é tarde. Estamos irremediavelmente reféns dos bancos. Tanto que empréstimo agora é chamado de resgate.

- A que atribui essa crise estrutural que assola a Europa?

- À obsessão neoliberal pelo consumismo. Nos últimos vinte anos desfrutamos de um padrão de vida ecologicamente nocivo e eticamente ofensivo ao resto do mundo.

- Acredita que a crise reforça o neonazismo representado pelo partido Aurora Dourada?

- As pessoas preferem segurança à liberdade – lamentou Sócrates. A xenofobia se alastra. Temos hoje 1 milhão e 400 mil imigrantes, mais de 10% de nossa população. Gente em busca dos empregos que nos faltam.

Hipócrates me disse que os neonazistas ameaçam expulsar os imigrantes dos hospitais.

- Veja a que ponto chegamos – exclamou o filósofo. Nosso sistema de saúde faliu. Faltam médicos, aparelhos cirúrgicos, medicamentos. O problema não são os imigrantes, que agora só andam em bandos, com medo de agressões. A causa da crise é mais profunda. Se não houver mudança de paradigma de desenvolvimento, a Europa e o mundo não terão futuro.

- A seu ver, qual a saída?

- Falei ontem com Platão. Sabe como é, os idealistas se cobrem com otimismo. Ele acredita que graças aos empréstimos garantidos pela Alemanha haveremos de sair do buraco.

- E Aristóteles, concorda?

- Ari é mais pragmático. Sublinhou que o problema não é só grego. É global. Espanha, Itália, Portugal, Irlanda também caminham para o buraco. Os Estados Unidos estão em recessão. E a bóia de salvação lançada pelo neoliberalismo é a mais furada possível: apertar o cinto. Até parece que as medidas de austeridade foram ditadas por Antístenes. Na verdade, querem salvar os bancos, não as pessoas.

- Haveria que seguir o exemplo da Islândia – opinei – afetada duramente pela crise de 2008. Ela apertou o cinto sem estender o pires aos bancos e conseguiu, sem se endividar, superar as dificuldades.

- Ou do Brasil – frisou Sócrates. Vocês romperam com o FMI e estimularam o consumo interno, aumentando o salário mínimo, facilitando o crédito e combatendo a inflação.

- É verdade. Porém, como ainda somos uma economia periférica, a espada de Dâmocles da crise nos ameaça. Ainda não promovemos reformas estruturais e mantemos uma economia muito dependente das exportações.

- Hoje o mundo depende das finanças. Não há mais filosofia – comentou Sócrates. As pessoas já não querem um sentido para a vida, mas apenas lucros. Aqui na Grécia trocamos o Areópago pelo Banco Central Europeu. A política é, hoje, refém da economia. E não há quem controle a economia, exceto o interesse egoísta de acumulação privada da riqueza. Estou a ponto de tomar cicuta de novo.

- Preparei-me para deixar o Areópago, enquanto Sócrates contemplava o Parthenon. Vi-o tão pensativo que decidi retornar.

- O que tanto o preocupa, mestre?

- Contemplo esta maravilha, o Parthenon. Algo, porém, me incomoda. As pinturas que decoravam este monumento de valor universal se encontram, hoje, no Museu Britânico. E o marido de Elizabeth II, o príncipe Phillipe, é grego, nascido na ilha de Corfu. Bem que ele poderia nos devolver o que a nós pertence.”

Eis, portanto, mais páginas contendo IMPORTANTES, ADEQUADAS e OPORTUNAS abordagens e REFLEXÕES que apontam, em meio à MAIOR crise de LIDERANÇA de nossa HISTÓRIA – que é de MORAL, de ÉTICA, de PRINCÍPIOS, de VALORES –, para a IMPERIOSA e URGENTE necessidade de PROFUNDAS TRANSFORMAÇÕES em nossas estruturas EDUCACIONAIS, GOVERNAMENTAIS, JURÍDICAS, POLÍTICAS, SOCIAIS, CULTURAIS, ECONÔMICAS, FINANCEIRAS e AMIENTAIS, de modo a promovermos a inserção do PAÍS no concerto das POTÊNCIAS mundiais LIVRES, CIVILIZADAS, SOBERANAS, DEMOCRÁTICAS e SUSTENTAVALMENTE DESENVOLVIDAS...

Assim, URGE ainda a efetiva PROBLEMATIZAÇÃO de questões deveras CRUCIAIS como:

a) a EDUCAÇÃO – UNIVERSAL e de QUALIDADE, desde a EDUCAÇÃO INFANTIL (0 a 3 anos, em creches; 4 e 5 anos, em pré-escolas) – e, imperativo da modernidade,a decisão de MATRICULARMOS na 1ª série do ENSINO FUNDAMENTAL, as nossas crianças de 6 anos, independentemente do mês de NASCIMENTO –, até a PÓS-GRADUAÇÃO (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como PRIORIDADE ABSOLUTA de nossas POLÍTICAS PÚBLICAS;

b) o COMBATE, severo e sem TRÉGUA, aos três dos nossos MAIORES e mais AVASSALADORES inimigos que são: I – a INFLAÇÃO, a exigir PERMANENTE e DIUTURNA vigilância, de forma a manter-se em patamares CIVILIZADOS; II – a CORRUPÇÃO, como um CÂNCER a se espalhar por TODAS as esferas da vida NACIONAL, gerando INCALCULÁVEIS e INTOLERÁVEIS prejuízos e comprometimentos de variada ordem; III – o DESPERDÍCIO, em TODAS as suas MODALIDADES, também a ocasionar INESTIMÁVEIS perdas e danos, irremediavelmente IRREPARÁVEIS...

Isto posto, torna-se absolutamente INÚTIL lamentarmos a FALTA de RECURSOS diante de tanta SANGRIA, que DILAPIDA o nosso já escasso DINHEIRO PÚBLICO, MINA a nossa capacidade de INVESTIMENTO e de POUPANÇA e, mais GRAVE ainda, AFETA a confiança em nossas INSTITUIÇÕES, negligenciando a JUSTIÇA, a VERDADE, a HONESTIDADE e o AMOR da PÁTRIA, o que aumenta o abismo das DESIGUALDADES sociais e regionais e nos afasta num crescendo dos SUSTENTAVELMENTE DESENVOLVIDOS...

São, e bem o sabemos, GIGANTESCOS DESAFIOS mas que, de maneira alguma, ABATEM o nosso ÂNIMO nem ARREFECEM o nosso ENTUSIASMO e OTIMISMO nesta grande CRUZADA NACIONAL pela CIDADANIA E QUALIDADE, visando à construção de uma NAÇÃO verdadeiramente JUSTA, ÉTICA, EDUCADA, CIVILIZADA, QUALIFICADA, LIVRE, SOBERANA, DEMOCRÁTICA, DESENVOLVIDA e SOLIDÁRIA, que permita a PARTILHA de suas EXTRAORDINÁRIAS e abundantes RIQUEZAS, OPORTUNIDADE e POTENCIALIDADES com TODAS as BRASILEIRAS e com TODOS os BRASILEIROS, especialmente no horizonte de INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS previstos e que contemplam EVENTOS como a CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS (RIO+20) de 13 a 22 próximos; a 27ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no RIO DE JANEIRO em 2013; a COPA DAS CONFEDERAÇÕES de 2013; a COPA DO MUNDO de 2014; a OLIMPÍADA de 2016; as OBRAS do PAC e os projetos do PRÉ-SAL, segundo as exigências do SÉCULO 21, da era da GLOBALIZAÇÃO, da INTERNACIONALIZAÇÃO das EMPRESAS, da INFORMAÇÃO, do CONHECIMENTO, da INOVAÇÃO, das NOVAS TECNOLOGIAS, da SUSTENTABILIDADE e de um POSSÍVEL e NOVO mundo da JUSTIÇA, da LIBERDADE, da PAZ, da IGUALDADE – e com EQUIDADE –, e da FRATERNIDADE UNIVERSAL...

Este é o nosso SONHO, o nosso AMOR, a nossa LUTA, a nossa FÉ, a nossa ESPERANÇA... e PERSEVERANÇA!...

O BRASIL TEM JEITO!...