“Uma
sintonia com a espiritualidade abre caminho para a saúde
Na época atual, milhões
de pessoas necessitam de cura.
Quando
buscamos compreender o que é a doença, percebemos que ela é independente de
nós. Embora seja parte do planeta em que vivemos, surge no nosso corpo físico,
no mental e no emocional, mas não naquela parte que habita dentro de nós, a
alma, que não é de natureza material.
Uma
das tarefas da humanidade é diminuir a tendência à doença, que impregna tudo o
que é material, e a forma de transcender os níveis de consciência em que as
enfermidades se manifestam é enfocarmos níveis mais elevados, espirituais do
nosso ser, que são imunes a elas.
A
atenção da maioria está concentrada no corpo físico e nos próprios sentimentos
e ideias. E é nesses níveis de consciência que as doenças se instalam. Mas há
outros, não infectados, a que podemos ter acesso. Os níveis intuitivo e
espiritual, por exemplo, ficam além da mente e abrem caminho para a saúde, pois
estão em sintonia com energias solares e extraplanetárias, e constituem uma
espécie de esfera de proteção não só para os seres humanos, mas também para
tudo o que os cercam.
A
focalização da mente no nível intuitivo e o espiritual exige reeducação. Por
épocas inteiras fomos habituados a só pensar em doenças, a considera-las
opositoras e a nos prevenir contra elas.
Se
durante a vida permanecemos com a atenção só no corpo físico, nas emoções e nos
pensamentos, não nos libertamos das enfermidades. O sentido real da vida é
reconhecido quando nos tornamos cientes de que temos um núcleo espiritual
portador de energias universais e curativas. Como o próprio fato de saber disso
nos conecta com esse centro interno de poder, resta-nos retirar a atenção dos
níveis doentios e coloca-la nele.
Ao
procurarmos contato com o mundo intuitivo e com o espiritual, onde está
guardadas as ideias divinas que deram origem à Terra e a nós, estaremos a
caminho da cura. Poderemos, então, usar os tratamentos disponíveis na medicina
e na psicologia, se necessário, mas saberemos que são recursos acessórios e que
a cura vem de regiões profundas do nosso ser.
Nosso
núcleo espiritual conhece a ideia divina que nos deu origem, e sua vontade é
realiza-la plenamente. A vontade humana, contudo, atuante no nível físico, no
emocional e no mental, é na maioria das vezes oposta a ela. Esse distanciamento
entre a vontade espiritual e a vontade humana é outra causa de desequilíbrio,
que nos predispõe às enfermidades naturalmente já presentes no planeta.
Mesmo
dentro de conjuntura terrestre podemos estar menos predispostos a enfermidades,
a depender da nossa sintonia com a vontade espiritual.
Se
contatamos os níveis superiores da consciência, níveis que estão além da mente,
facilitamos a harmonização da vontade humana com a vontade espiritual. Para
isso, um dos passos é perguntar para nós mesmos: “Qual é a vontade superior
para mim?”. “Qual é a minha verdadeira vida?”;
Mas,
ao fazermos essas perguntas, nosso lado humano tenta dissuadir-nos e diz: “Não
mexa com isso?”, ou “Cuidado com essas perguntas, você pode perder algo, é
melhor não arriscar”. Essas vozes vêm do velho homem que está em nós.
As
condições da existência material tornam-se cada vez mais difíceis, e isso nos impulsiona
ainda mais a procurar o verdadeiro caminho e a realização da vontade
espiritual. Temos um trabalho evolutivo a fazer, aguarda-nos um amplo serviço
ao próximo e ao planeta que habitamos.”
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 27 de julho de 2014, caderno O.PINIÃO, página 20).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 2 de maio de
2015, caderno PENSAR, página 3, de
autoria de INEZ LEMOS, psicanalista,
e que merece igualmente integral transcrição:
“Excluir
E
PUNIR
O
filme Casa Grande, de Fellipe
Barbosa, coloca em cena o debate das cotas raciais, personagem central do combate
ao racismo no Brasil – enquanto o negro for excluído da sociedade, dificilmente
será respeitado e acolhido. E para que a inclusão ocorra, ele deve participar
das oportunidades que o país oferece. Sem educação de qualidade, sem a inserção
no mercado de trabalho e, portanto, na sociedade de consumo, sempre será visto
como marginal. A tríade negro, pobre e bandido ainda provoca ressonância nos
remanescentes da Casa Grande, cujo
imaginário confunde favela com senzala, negro com escravo e pobre com bandido. As
cotas são um dos projetos polêmicos que acirram diversas formas de leituras do
tecido político, social e cultural que vivemos.
Destacamos
também o que prevê a redução da maioridade pena de 18 anos para 16. Interessa
analisar o que subjaz ao projeto, quando esse defende interesses de segmentos
sociais economicamente dominantes. Como entender famílias que se julgam do bem,
honradas, concordar em encarcerar adolescentes que têm a rua como único recurso
de sobrevivência, quando muitos são filhos de famílias abandônicas e
desestruturadas? E, em função da falta de apoio e oportunidades, se lançam
entre os desamparados e, com eles, ingressam no mundo do crime?
O
argumento de que ao expulsar os adolescentes da rua por meio da repressão e
punição iremos reduzir a violência é risível e despropositado. Sabemos que se
repressão fosse a saída, a reincidência entre os encarcerados seria quase nula.
Na defesa da exclusão da garotada que perambula pelas cidades, sem rumo e
programas sociais eficazes, oculta o anseio pela sensação de proteção –
fantasia de segurança. Excluir é mais fácil que educar, cuidar e prevenir.
Cuidar
de uma sociedade exige estender o olhar do início ao fim – do momento em que o
indivíduo nasce, cresce e morre. Cuidar é mais promissor que abandonar – é mais
barato educar bem uma criança, acompanhar sua trajetória e lhe garantir um
futuro de oportunidades do que desampará-la e, depois de inserida em atos
ilícitos, tentar recuperá-la. Diferente do que muitos afirmam, a maioria dos
garotos de 16 anos não escolheram o crime como opção de vida – foi a vida que,
ao não lhes garantir melhores oportunidades, os jogou na contravenção. Muitos
nem sequer foram alçados a seres humanos e conscientes de seus atos. Agem como
animais, movidos por instintos e alheios aos códigos civilizatórios. Excluídos
da função paterna, operam fora da culpa. Apenas seguem os ditames do
capitalismo cruel: matar para exibir o tênis de marca ou o último lançamento em
smartphone.
Na
cultura da ostentação reina o narcisismo individualista e imediatista, que
espetaculariza a aparência e despreza a essência. Contudo, somos responsáveis
pela demanda dos garotos por objetos de consumo – estilo playboy. Quando os
exemplos entre os adultos não coadunam com os discursos moralistas cristãos, respaldados
na ideia do livre-arbítrio, justiça e honra, fica visível o desejo incansável
em punir por punir, sem se preocupar em oferecer ao garoto chances de se
recuperar. O apelo por justiça oculta vingança, maldade, preconceito e racismo.
A eugenia é um projeto de limpeza, de higienização – excluir da praça os que
incomodam.
Para
que o princípio de realidade se sobreponha ao princípio do prazer, a criança
deve ser interditada em suas pulsões perversas – limitada e contrariada em seu
corpo pulsional, que berra, chora e exige o que lhe convém. Como bem nos
lembrou o psicanalista Hélio Pellegrino: “O pacto edípico que garante o pacto
social”. Exigir de um adolescente renúncia pulsional, sem antes lhe oferecer um
outro destino às suas pulsões, seria acreditar em autoformação, autogestão.
Partindo
do pressuposto de que ninguém se autoeduca, e que essa é função dos pais, talvez o melhor fosse criar
leis que cobrem responsabilidade destes, e, em caso de descumprimento, recair
sobre eles a punição devida. Quando um menor comete um crime, a Promotoria da
Infância e da Juventude deve convocar os pais ou responsável e cobrar deles uma
atuação mais fecunda junto ao delinquente. Para tanto, o Brasil deve intensificar
as políticas públicas de planejamento familiar que assegurem à criança um lar
estruturado. Gravidez na adolescência, a metáfora da banalização da vida.
A
lógica do imediatismo não trata de ações preventivas, apenas paliativos que
mais machucam, punem e pouco recuperam. Muitas vezes, o garoto parte para o
crime como uma forma de reivindicar carinho e atenção. Sabemos que, ao ser
privado de uma família que o acolhesse, muitos agem por revolta e vingança –
cobram do mundo o que a vida lhes negou. Não devemos castigar e punir quem já é
punido e castigado por sociedades excludentes, desiguais e injustas. Há de se
descobrirem formas mais eficientes, justas e humanas de inserir o delinquente
nos limites da lei. Não há impunidade para a criança que sofre privações
afetivas e materiais, viver é a punição.
Para
que o garoto respeite os códigos de convivência social e absolva as regras do
bem viver, é preciso que, desde bebê, internalize as restrições e frustrações.
A interdição no corpo pulsional provoca mal-estar, efeito da economia
pulsional. Ao demandar uma sociedade menos violenta, devemos exigir propostas
que visem cuidar e amparar o cidadão, oferecendo-lhe oportunidades, apontando
direitos e cobrando deveres. Sem isso, ficamos apenas na retórica do dever
cumprido, justificado pelo pagamento de impostos.
No
século 19, Freud, ao intensificar seus estudos sobre a histeria, observa que
onde havia um corpo urrando de dor havia um desejo reprimido – efeito da
repressão sexual da época sobre o corpo feminino. É quando a literatura começa
a se abrir para o desejo sufocado, proibido e tão bem retratado em Madame Bovary, de Gustav Flaubert. Nos
romances, as heroínas vivenciavam relações sexuais extraconjugais, despertando
o desejo entre as mulheres que, embora casadas, muitas não haviam experimentado
o prazer sexual. Hoje, o sintoma social resulta do excesso de permissividade –
ausência de repressão. Adolescentes que não são interditados em suas pulsões,
quando deparam com a lei não a reconhecem. A sociedade de consumo explora a
permissividade por ela ser rentável – vende de tablets a sapato de salto para
meninas.
O
declínio da metáfora paterna, quando os pais impõem limites ao filho, culmina
em jovens estúpidos. O show de violência, agressividade e desrespeito não se
restringe às classes sociais. A roda que gira na senzala gira também na Casa Grande. Um dia, as crianças de hoje
serão os adultos desrespeitosos, machistas, corruptos e criminosos de amanhã.
Sem consciência social, o Brasil da permissividade é um convite à ilegalidade e
à corrupção. Criminalidade e função paterna – relação que inviabiliza
responsabilizar apenas os garotos pela violência que aflige o país. A
criminalidade não é apenas dos adolescentes, mas de toda a sociedade. Talvez o
segmento social que mais esteja interessado na redução da maioridade penal seja
dos que sempre lutaram por privilégios, e não por direitos. Punir e excluir a
garotada das oportunidades e dos recursos públicos fere o conceito de res publica – coisa pública.
O
cidadão atual é um panicado, estressado. E anseia que algo aconteça e lhe
devolva a tranquilidade de outrora. Sai do trabalho e, em casa, é bombardeado
pela mídia sangrenta que, por sua vez, é alimentada pela cultura do estupor,
disseminando terror e pânico. É de se esperar que se anseie em retornar ao
paraíso, lugar sem violência, assaltos, crimes. Longe dos conflitos sociais e
das penúrias impostas pela desigualdade social, educação frágil e paternidade e
maternidade irresponsável. Contudo, a sociedade atual quer abolir a violência sem
enfrentar as raízes do conflito, apenas pela supressão do problema – punindo e
excluindo os negativos sociais. Não há dúvida de que, certamente, é sobre eles
que a guilhotina recairá.
A
subjetividade atual se caracteriza pela suspensão do pensamento, é quando o
cidadão idealiza soluções do campo da reflexão, e, sem se implicar nas
questões, se coloca passivo e alheio a tudo o que o incomoda. É como se as
agruras que o atingem fossem algo estranho a ele mesmo – não lhe cabe se ocupar
ou tentar entender o mal que lhe acomete. Na inexistência do questionamento, o
registro do pensamento fica suspenso. No jogo de omissões, implantamos o
genocídio dos jovens e adolescentes, principalmente entre pobres e negros.”
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes,
incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise
de liderança de nossa história – que é de ética,
de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas
educacionais, governamentais, jurídicas,
políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de
modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais
livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de
questões deveras cruciais como:
a) a
educação – universal e de qualidade –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o
combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (assim sendo, já é crítica a superação
da marca de 8% no acumulado de doze meses...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta
no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$
21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que valores simbólicos –, pois em nossos 515
anos já se formou um verdadeiro oceano de desvios, malversação, saque, rapina e
dilapidação do nosso patrimônio...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as
muitas faces mostrando a gravidade da dupla crise de falta – de água e de
energia elétrica...);
c) a
dívida pública brasileira, com
projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de
exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e
refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e
eficaz auditoria...
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre
outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que,
de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e
nem arrefecem o nosso entusiasmo e
otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação
verdadeiramente participativa, justa,
ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e
desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas
riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos
os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos
bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as
obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a
nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!
O
BRASIL TEM JEITO!...
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