quarta-feira, 13 de maio de 2015

A CIDADANIA, A ENERGIA DO AMOR E OS DESAFIOS DA GESTÃO PÚBLICA

“O relógio dos ciclos prenuncia uma nova vida
        A energia do Amor – tão pouco conhecida e tão misteriosa em sua expressão mais profunda – se manifestada com pureza por uma pessoa, pode permitir que uma outra se aproxime ou contate seu próprio núcleo interior, sua alma.
         Principalmente nesta época, essa energia do Amor encaminha rapidamente os indivíduos ao encontro desse núcleo interno, o que poderá se realizar por meio de situações agradáveis ou não para a consciência. O trabalho da energia do Amor não é alimentar as emoções, mas transfigurar efetivamente o que por ela é tocado. Assim, o que está limitado amplia-se, dissolvendo-se no que é superior e que se encontra em sua própria essência.
         Essa energia impessoal trabalha ampliando e alargando aquilo que é restrito e limitado. Ela é como uma torrente poderosa que chega e inunda tudo, e a tudo mergulha em sua vastidão.
         Até que o Amor seja compreendido e plenamente manifestado na vida aqui deste planeta, há ainda um longo percurso que deve ser cumprido. É o caminho que o próprio planeta deve percorrer para, finalmente, vir a expressar uma imagem que seja a face do Cristo. Tal qual o Sol, que manifesta profundamente a energia crística e desperta em cada um a gratidão e a reverência pela energia trazida em seus raios, também a Terra tem um padrão energético de Amor cósmico para expressar. Esse Amor, tão distante e oposto do que é a realidade da vida humana neste planeta, vive latente na aura de cada partícula que o constitui.
         A manifestação externa da energia crística por intermédio de um ser humano veio estabelecê-la definitivamente nos planos espirituais e físicos. O sangue de Cristo Jesus, derramado para redenção de todo o planeta, simboliza a penetração dessa energia nos planos da vida física e a consolidação, na Terra, da luz e da chama do Amor cósmico, bem como da plena existência superior.
         Para que o homem possa romper as cadeias da ilusão material em que vive é preciso que transcenda a predisposição mental de ter o mundo físico-material, como referência; é também essencial não fundamentar em fenômenos o caminho espiritual que precisa percorrer. Uma místico cristão do século XVI, são João da Cruz, dizia: “... para chegares a possuir tudo, não queiras possuir coisa alguma; para chegares a ser tudo, não queiras ser coisa alguma; para chegares a saber tudo, não queiras saber coisa alguma; para chegares ao que não sabes, hás de ir por onde não sabes...”.
         Todo o Universo percebido pelo homem é como a folha de um livro infinitamente volumoso; basta virá-la e surge outra folha, com outra configuração energética. Mas todo o livro é ainda uma criação de quem o escreveu, que não é visto nem percebido, que não é contido pelo livro, mas que o contém.
         A areia desliza velozmente no relógio dos ciclos, indicando que os tempos se aproximam. Tempos de júbilo e de revelação; tempos de glória e esplendor para os que puderam permanecer fiéis ao legado que do Cosmos receberam. Mas serão também tempos de lutas e tribulações para os que se deixaram iludir pelo apego e pela identificação com a vida material e os seus bens.
         Para se chegar ao real, deve-se abrir mão do que é transitório. O eterno contém o temporal, mas este deve ser transcendido para que a plenitude divina se revele totalmente.”

(TRIGUEIRINHO. Escritor, em artigo publicado no jornal O TEMPO Belo Horizonte, edição de 10 de maio de 2015, caderno O.PINIÃO, página 18).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Cidadania e Qualidade vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 11 de maio de 2015, caderno OPINIÃO, página 7, de autoria de CARLOS ALBERTO DI FRANCO, jornalista, e que merece igualmente integral transcrição:

“Serviços públicos à deriva
        Dengue bate recorde em São Paulo: 400 mil casos. Equipe da TV Tribuna assaltada ao vivo, no Guarujá. Obras paralisadas, ou em ritmo de Quarto Mundo, infernizam o cotidiano de quem vive na maior cidade do país. São informações selecionadas num rol infindável de mais notícias patrocinadas pelos governos. Os serviços públicos estão à deriva. Não são suposições. São constatações.
         Autoridades de saúde não conhecem, ou fingem desconhecer, as causas do avanço da dengue. Não tratam o assunto como problema de saúde pública. Terceirizam responsabilidades. A culpa é nossa. O foco está no descuido dos moradores. Fantástico! E os terrenos públicos abandonados? E o lixo acumulado nas ruas das cidades? E o fumacê, alguém viu? O eficiente procedimento e combate ao mosquito da dengue desapareceu. Razões? Falta dinheiro? Falta planejamento? Sei lá. Trata-se, agora, de esperar a chegada do frio. Com menos chuvas e temperaturas mais baixas, as condições de proliferação do mosquito devem minguar. O inverno, e não as ações do governo, pode minimizar a epidemia.
         E a segurança pública? Basta uma notícia, amigo leitor. Uma equipe de reportagem da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo na Baixada Santista, foi assaltada enquanto fazia uma entrevista ao vivo sobre dengue na frente da Prefeitura do Guarujá, no litoral paulista. A repórter entrevistava o diretor de Vigilância em Saúde da cidade quando a equipe e o entrevistado foram abordados por um ladrão armado. Toda a cena foi transmitida ao vivo no jornal local do meio-dia. Enquanto sociólogos e comunicadores esgrimam argumentos a favor e contra a diminuição da maioridade pela, a bandidagem faz a festa.
         O Brasil, um país continental, sem conflitos externos, com um povo bom e trabalhador, está na banguela. A competitividade global reclama crescentemente gente bem formada. Quando comparamos a revolução educacional sul-coreana com a desqualificação da nossa educação, dá vontade de chorar. A assustadora falta de mão de obra com formação mínima é um gritante atestado do descalabro da Pátria Educadora. Governos sempre exibem números chamativos. E daí? Educação não é prédio. Muito menos galpão. É muito mais. É projeto pedagógico. É exigência. É liberdade. É humanismo. É aposta na formação do cidadão com sensibilidade e senso crítico.
         O custo humano e social da incompetência e da corrupção brasileira é assustador. O dinheiro que desaparece no ralo da delinquência é uma tremenda injustiça, uma bofetada na cidadania, um câncer que, aos poucos e insidiosamente, vai minando a República. As instituições perdem credibilidade numa velocidade assustadora. Os protestos que tomam conta das cidades precisam ser interpretados à luz da corrupção epidêmica, da impunidade cínica e da incompetência absoluta da gestão pública. Há uma clara percepção de que o Estado está na contramão da sociedade.
         Políticos e governantes estão de costas para a sociedade. Nós, jornalistas, temos um papel importante. Devemos dar a notícia com toda a clareza. Precisamos fugir do jornalismo declaratório. Nossa missão é confrontar a declaração do governante com a realidade dos fatos. Campanhas milionárias, promessas surrealistas e imagens produzidas fazem parte do marketing de alguns políticos e governantes. Assiste-se, diariamente, a um show de efeitos especiais capazes de seduzir o grande público, mas, no fundo, vazio de conteúdo e carente de seriedade. Nós jornalistas somos (ou deveríamos ser) o contraponto a essa tendência. Cabe-nos a missão de rasgar a embalagem e desnudar os políticos. Precisamos fugir do espetáculo e fazer a opção pela informação.
         Transparência nos negócios públicos, ética, boa gestão e competência são as principais demandas da sociedade. Memória e voto consciente compõem a melhor receita para satisfazê-las. Devemos bater forte na pornopolítica. Ela está na raiz da espiral de violência que sequestra a esperança dos jovens e ameaça nossa democracia.”

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:

     a)     a educação – universal e de qualidade –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);

     b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (assim sendo, já é crítica a superação da marca de 8% no acumulado de doze meses...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a simples divulgação do balanço auditado da Petrobras, que, em síntese, apresenta no exercício de 2014 perdas pela corrupção de R$ 6,2 bilhões e prejuízos de R$ 21,6 bilhões, não pode de forma alguma significar página virada – eis que são valores simbólicos –, pois em nossos 515 anos já se formou um verdadeiro oceano de desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (haja vista as muitas faces mostrando a gravidade das crônicas paralisações de obras e serviços públicos...   );

     c)     a dívida pública brasileira, com projeção para 2015, segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,356 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (apenas com esta rubrica, previsão de R$ 868 bilhões), a exigir imediata, abrangente, qualificada e eficaz auditoria...

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela cidadania e qualidade, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos e que contemplam eventos como a Olimpíada de 2016; as obras do PAC e os projetos do Pré-Sal, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

O BRASIL TEM JEITO!...

            

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