quarta-feira, 5 de outubro de 2016

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORMAÇÃO DE LÍDERES E OS DESAFIOS DO ENRIQUECIMENTO CULTURAL

“Um líder de sucesso
        Vários tipos de formação para o desenvolvimento de liderança estão ganhando espaço, somados a novos comportamentos e adequando-se à realidade de constantes mudanças de culturas e condutas das novas gerações. Porém, o que percebemos é que mesmo com todas as inovações nos programas, os ensinamentos e comportamentos básicos não estão sendo devidamente transmitidos.
         Acredito fortemente que o autoconhecimento promove metade do caminho a ser percorrido para uma carreira de liderança. E para esse processo realmente caminhar para o sucesso é preciso não apenas conhecer características como valores, crenças, limitações e talentos, mas também gerenciá-los e negociar, quando necessário.
         Se a questão do autoconhecimento representa uma boa parte do caminho para um líder, os demais encontram-se efetivamente em comportamentos comuns, respeitando o estilo de liderança natural de cada um. Selecionei cinco comportamentos básicos de um líder de sucesso, os quais pesquisei e acompanhei durante a minha trajetória.
         Cuide-se: se você não consegue equilibrar suas atividades de trabalho e vida pessoal, como será um exemplo a ser seguido? Todos nós temos desafios e o grande erro do líder é pensar que ele deve ser um super-herói, que jamais deve demonstrar suas fraquezas. Se você começar cuidando de sua mente e de seu corpo sentirá uma diferença significativa em sua rotina e disposição.
         Tenha foco: antes de se focar efetivamente em algo, é necessário estabelecer algumas etapas, definir objetivos claros e um plano de ação considerando as prioridades, riscos e prazos. Afinal, como ensina o princípio de Pareto, 80% dos nossos resultados são consequência de apenas 20% dos esforços empregados.
         Administre seu tempo: seja eficaz realizando as tarefas certas que irão levar você ao seu objetivo da forma mais eficiente possível, considerando menor uso de recursos e tempo.
         Comunique-se bem: em alguns casos, a informação precisa ser repetida de formas diferentes, não porque o outro não entendeu, mas por ser impossível assimilarmos 100% de toda a comunicação que recebemos.
         Ofereça e solicite feedback sempre: não somente o feedback corporativo, pois nos mostra onde corrigir o percurso, mas também os feedbacks de amigos e familiares, pessoas que convivem conosco fora do ambiente de trabalho e nos trazem verdadeiras descobertas e contribuições a respeito de nosso comportamento.
         Perceba que os comportamentos são interligados e complementam-se. Quanto mais equilíbrio na vida pessoal e profissional, mais próximo você fica de alcançar suas metas com equilíbrio. Se você já é um líder, experimente estes comportamentos e alavanque os seus resultados.”.

(PRISCILLA BELLETATE. Personal & profissional coach, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 14 de agosto de 2016, caderno OPINIÃO, página 9).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 26 de agosto de 2014, mesmo caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Atravancos na cultura
        Parece unânime a convicção de que os Jogos Olímpicos, recentemente encerrados, deixaram legados importantes para o conjunto da sociedade. Avanços que contam até mais que a infraestrutura conquistada pelo alto investimento, pois esses benefícios são restritos a uma pequena parte da população. Quando se considera a realidade do Brasil, de maneira ampliada, os legados mais importantes se inscrevem nas lições que, de agora em diante, precisam ser aprendidas e praticadas para ancorar o conjunto desta sociedade numa envergadura à altura do que o povo precisa e merece. Das muitas experiências, conquistas e festas celebradas, vem a consciência de imperiosas necessidades: enfrentar as barreiras na cultura que impedem avanços em direções inventivas e audaciosas, eivadas de sentido do bem comum; derrubar bloqueios que enfraquecem o senso de pertencimento e dificultam a operacionalização de funcionamentos que conduzam, com velocidade maior, a sociedade brasileira rumo ao desenvolvimento integral.
         Essas exigências, de avanços e novas conquistas, perpassam as lições deixadas como legados pelos Jogos Olímpicos. Conta muito a responsabilidade que advém da expressiva visibilidade que o Brasil conquistou no cenário mundial. Os bilhões de espectadores e os milhares de visitantes que viram a face espetacular e admirável do nosso país enxergaram também nossas necessidades: novas respostas, caminhos diferentes, nos mais diversos âmbitos. Certamente, esses legados cobram as necessárias correções das muitas anomalias que incidem sobre o tecido cultural, responsáveis pela perpetuação de dinâmicas, modos e escolhas que atrasam progressos, alimentam privilégios, favorecem grupos com poder político e econômico e deseducam o povo, afastando-o de posturas cidadãs.
         De modo simples e abrangente, cultura refere-se à maneira particular como o povo constrói suas relações, elege seus parâmetros de vida e conforma sua visão de mundo. É pela cultura que se compreende a própria vida, se configura o conjunto de valores e a consciência político-antropológica que permitem a um povo reconhecer o que é, valorizando o que possui. Assim, a dimensão cultural é determinante para o desenvolvimento da sociedade. No que se refere ao contexto brasileiro, fundamental é reconhecer a experiência histórica de uma nação com dimensões continentais e, ao mesmo tempo, resgatar patrimônios próprios de regionalidades, que integram uma diversidade de riquezas. Trata-se de caminho para os avanços fundamentais. Nesse sentido, os entraves na cultura devem ser seriamente combatidos, reconhecendo que cada pessoa nasce e se desenvolve em determinado contexto cultural já estabelecido, mas pode contribuir para fazê-lo avançar rumo a novos patamares.
         Pode-se compor uma enorme lista de hábitos, modos de compreender, de reagir e de pensar a realidade que impedem novos passos na direção de conquistas fundamentais. São impeditivos de todo tipo, a exemplo da resistência às mudanças. “Por que mudar? Sempre foi assim!” Eis uma observação muito comum de se escutar, que frequentemente revela resistência a novos projetos e a audaciosas propostas por querer se manter na “zona de conforto”, muito comumente arquitetada pela mediocridade. Preocupante também é a autoestima em baixa de um povo ou de uma região que se autodesprestigia, com jargões que desvalorizam microrregiões. Uma postura prejudicial à constituição de um conjunto harmonioso e rico, formado justamente pela diversidade. Terríveis são as práticas na política que reduzem o exercício da representatividade – na governança ou na legislatura – aos projetos partidários e grupais, em detrimento do interesse por conquistas maiores, que verdadeiramente objetivam o bem do povo.
         Atravanco na cultura é vesguice de, fincado os pés na própria terra, só enxergar o que está distante e apenas valorizar outras realidades culturais. Trata-se de problema crônico a incapacidade para reconhecer o próprio patrimônio, seu potencial, e tratá-lo com a inventividade que permite conduzi-lo a patamares de importância e de atenção reconhecidos por todos, dos mais diversos lugares do mundo. Não menos grave é a preguiça, o comodismo e o incompreensível gosto pela mediocridade, características que levam à pouca valorização do próprio patrimônio histórico, cultural e religioso.
         Terrível é o transtorno de visão que parece reconhecer bom apenas o que está “do lado de fora” do próprio território, comprometendo a criatividade audaciosa para cultivar a riqueza do patrimônio legado pela história e pelas singularidades da própria natureza. Destrutiva é a cultura da inveja e da disputa, que cria o costume de não ter gosto por valorizar o que é do vizinho – passageiro do mesmo barco –, criando segregações. Consequentemente, perde-se a força própria da articulação, do corporativo. Reconhecer esses males e superá-los exige o combate a tudo o que constitui atravancos na cultura.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de 475,20% para um período de doze meses; e, em agosto, o IPCA acumulado nos doze meses chegou a 8,97% e a taxa de juros do cheque especial  registrou históricos 321,08%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para 2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        


        
        


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