“Um
líder de sucesso
Vários tipos de
formação para o desenvolvimento de liderança estão ganhando espaço, somados a
novos comportamentos e adequando-se à realidade de constantes mudanças de
culturas e condutas das novas gerações. Porém, o que percebemos é que mesmo com
todas as inovações nos programas, os ensinamentos e comportamentos básicos não
estão sendo devidamente transmitidos.
Acredito
fortemente que o autoconhecimento promove metade do caminho a ser percorrido
para uma carreira de liderança. E para esse processo realmente caminhar para o
sucesso é preciso não apenas conhecer características como valores, crenças,
limitações e talentos, mas também gerenciá-los e negociar, quando necessário.
Se a
questão do autoconhecimento representa uma boa parte do caminho para um líder,
os demais encontram-se efetivamente em comportamentos comuns, respeitando o
estilo de liderança natural de cada um. Selecionei cinco comportamentos básicos
de um líder de sucesso, os quais pesquisei e acompanhei durante a minha
trajetória.
Cuide-se:
se você não consegue equilibrar suas atividades de trabalho e vida pessoal,
como será um exemplo a ser seguido? Todos nós temos desafios e o grande erro do
líder é pensar que ele deve ser um super-herói, que jamais deve demonstrar suas
fraquezas. Se você começar cuidando de sua mente e de seu corpo sentirá uma
diferença significativa em sua rotina e disposição.
Tenha
foco: antes de se focar efetivamente em algo, é necessário estabelecer algumas
etapas, definir objetivos claros e um plano de ação considerando as
prioridades, riscos e prazos. Afinal, como ensina o princípio de Pareto, 80%
dos nossos resultados são consequência de apenas 20% dos esforços empregados.
Administre
seu tempo: seja eficaz realizando as tarefas certas que irão levar você ao seu
objetivo da forma mais eficiente possível, considerando menor uso de recursos e
tempo.
Comunique-se
bem: em alguns casos, a informação precisa ser repetida de formas diferentes,
não porque o outro não entendeu, mas por ser impossível assimilarmos 100% de
toda a comunicação que recebemos.
Ofereça
e solicite feedback sempre: não somente o feedback corporativo, pois nos mostra
onde corrigir o percurso, mas também os feedbacks de amigos e familiares,
pessoas que convivem conosco fora do ambiente de trabalho e nos trazem
verdadeiras descobertas e contribuições a respeito de nosso comportamento.
Perceba
que os comportamentos são interligados e complementam-se. Quanto mais
equilíbrio na vida pessoal e profissional, mais próximo você fica de alcançar
suas metas com equilíbrio. Se você já é um líder, experimente estes
comportamentos e alavanque os seus resultados.”.
(PRISCILLA
BELLETATE. Personal & profissional coach, em artigo publicado no jornal
ESTADO DE MINAS, edição de 14 de
agosto de 2016, caderno OPINIÃO,
página 9).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
26 de agosto de 2014, mesmo caderno, página 7, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO,
arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral
transcrição:
“Atravancos
na cultura
Parece unânime a
convicção de que os Jogos Olímpicos, recentemente encerrados, deixaram legados
importantes para o conjunto da sociedade. Avanços que contam até mais que a
infraestrutura conquistada pelo alto investimento, pois esses benefícios são
restritos a uma pequena parte da população. Quando se considera a realidade do
Brasil, de maneira ampliada, os legados mais importantes se inscrevem nas
lições que, de agora em diante, precisam ser aprendidas e praticadas para
ancorar o conjunto desta sociedade numa envergadura à altura do que o povo
precisa e merece. Das muitas experiências, conquistas e festas celebradas, vem
a consciência de imperiosas necessidades: enfrentar as barreiras na cultura que
impedem avanços em direções inventivas e audaciosas, eivadas de sentido do bem
comum; derrubar bloqueios que enfraquecem o senso de pertencimento e dificultam
a operacionalização de funcionamentos que conduzam, com velocidade maior, a
sociedade brasileira rumo ao desenvolvimento integral.
Essas
exigências, de avanços e novas conquistas, perpassam as lições deixadas como
legados pelos Jogos Olímpicos. Conta muito a responsabilidade que advém da
expressiva visibilidade que o Brasil conquistou no cenário mundial. Os bilhões
de espectadores e os milhares de visitantes que viram a face espetacular e
admirável do nosso país enxergaram também nossas necessidades: novas respostas,
caminhos diferentes, nos mais diversos âmbitos. Certamente, esses legados
cobram as necessárias correções das muitas anomalias que incidem sobre o tecido
cultural, responsáveis pela perpetuação de dinâmicas, modos e escolhas que
atrasam progressos, alimentam privilégios, favorecem grupos com poder político
e econômico e deseducam o povo, afastando-o de posturas cidadãs.
De
modo simples e abrangente, cultura refere-se à maneira particular como o povo
constrói suas relações, elege seus parâmetros de vida e conforma sua visão de
mundo. É pela cultura que se compreende a própria vida, se configura o conjunto
de valores e a consciência político-antropológica que permitem a um povo
reconhecer o que é, valorizando o que possui. Assim, a dimensão cultural é
determinante para o desenvolvimento da sociedade. No que se refere ao contexto
brasileiro, fundamental é reconhecer a experiência histórica de uma nação com
dimensões continentais e, ao mesmo tempo, resgatar patrimônios próprios de
regionalidades, que integram uma diversidade de riquezas. Trata-se de caminho
para os avanços fundamentais. Nesse sentido, os entraves na cultura devem ser
seriamente combatidos, reconhecendo que cada pessoa nasce e se desenvolve em
determinado contexto cultural já estabelecido, mas pode contribuir para fazê-lo
avançar rumo a novos patamares.
Pode-se
compor uma enorme lista de hábitos, modos de compreender, de reagir e de pensar
a realidade que impedem novos passos na direção de conquistas fundamentais. São
impeditivos de todo tipo, a exemplo da resistência às mudanças. “Por que mudar?
Sempre foi assim!” Eis uma observação muito comum de se escutar, que
frequentemente revela resistência a novos projetos e a audaciosas propostas por
querer se manter na “zona de conforto”, muito comumente arquitetada pela
mediocridade. Preocupante também é a autoestima em baixa de um povo ou de uma
região que se autodesprestigia, com jargões que desvalorizam microrregiões. Uma
postura prejudicial à constituição de um conjunto harmonioso e rico, formado
justamente pela diversidade. Terríveis são as práticas na política que reduzem
o exercício da representatividade – na governança ou na legislatura – aos
projetos partidários e grupais, em detrimento do interesse por conquistas
maiores, que verdadeiramente objetivam o bem do povo.
Atravanco
na cultura é vesguice de, fincado os pés na própria terra, só enxergar o que
está distante e apenas valorizar outras realidades culturais. Trata-se de
problema crônico a incapacidade para reconhecer o próprio patrimônio, seu
potencial, e tratá-lo com a inventividade que permite conduzi-lo a patamares de
importância e de atenção reconhecidos por todos, dos mais diversos lugares do mundo.
Não menos grave é a preguiça, o comodismo e o incompreensível gosto pela
mediocridade, características que levam à pouca valorização do próprio
patrimônio histórico, cultural e religioso.
Terrível
é o transtorno de visão que parece reconhecer bom apenas o que está “do lado de
fora” do próprio território, comprometendo a criatividade audaciosa para
cultivar a riqueza do patrimônio legado pela história e pelas singularidades da
própria natureza. Destrutiva é a cultura da inveja e da disputa, que cria o costume
de não ter gosto por valorizar o que é do vizinho – passageiro do mesmo barco
–, criando segregações. Consequentemente, perde-se a força própria da
articulação, do corporativo. Reconhecer esses males e superá-los exige o
combate a tudo o que constitui atravancos na cultura.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em agosto a ainda estratosférica marca de
475,20% para um período de doze meses; e, em agosto, o IPCA acumulado nos doze
meses chegou a 8,97% e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 321,08%...); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade);
entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo da justiça, da liberdade, da
paz, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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