“O
silêncio como condição
básica para ações evolutivas
Em etapas um pouco mais
avançadas da busca espiritual, o ser inicia seu caminho de “apostolado”, pois
até esse momento o Serviço em sua vida estava misturado com suas tendências
pessoais e não era ainda uma necessidade vital para ele. No processo de
transmissão do conhecimento adquirido até então, o ser encontra desinteresse e
inclusive rejeição de pessoas ainda adormecidas, as quais se irritam ao ouvir
falar sobre renúncia e entrega total, porque em seu sono de ilusão não podem
ver muito além de algumas frestas.
O fato
é que o indivíduo que se encontra um pouco mais a frente no caminho espiritual
se inflama do Amor de Deus e pensa que todos estão sentindo o mesmo, ou que o
ensinamento que para ele abre as portas do céu fará o mesmo com qualquer outra
pessoa.
Para
expandir o conhecimento, o indivíduo primeiro deve aprender o que ainda não
sabe sobre o silêncio, ou seja, quando deve falar, quando se expressar e quando
calar no silêncio interior, aguardando a melhor oportunidade. O ensinamento é
vivo e pulsa em todo o ser, contudo, o indivíduo precisa de indicação interna
todo o tempo para saber quando, onde, o que, e para quem transmiti-lo.
No
mundo de inovações tecnológicas o silêncio foi sendo cada vez mais suprimido da
vida de todos os seres humanos. Os aparelhos de comunicação que se alastraram
como bens de primeira necessidade no mundo da ilusão são os primeiros a não
permitir a pausa nem o silêncio; e todos os aparelhos e inovações que levam ao
embotamento e à perversão da vida escondem dos seres a chave sagrada de acesso
aos mistérios da Criação e do Desconhecido.
Aos
que despertam sempre se alertou sobre as “modernidades”, não para que se
parasse no tempo, mas para que houvesse discernimento no uso preciso de tais
aparelhos – pois um dos motivos de sua criação foi o aprisionamento em massa em
níveis astrais inferiores, levando muitos seres a viver situações infernais
ainda encarnados, ignorantes de quem em suas próprias casas abrem portas a
essas realidades e depois têm que lidar com as consequências, sem ter
instrumentos adequados por encontrarem-se ainda presos. Muitas vezes culpam a
Deus por seus dramas, pois com a visão limitada não percebem suas próprias
concessões e submissão a esse conjunto de circunstâncias.
É por
isso que o ser já amadurecido começa a aprender que, ao entrar em contato com o
mundo no qual vivia antes de iniciar o caminho de ascensão, deverá ter o
silêncio como regra básica e insuperável; e contará com instrumentos poderosos
como a oração, para entrar sem ser notado e levar Deus a habitar em cada novo
coração que se abra.
Aprende
com isso que em cada coração onde Deus faz sua Morada, um de despertar
inicia-se e as grades da prisão pessoal de cada um que desperta começam a
abrir-se, podendo ingressar pouco a pouco o Ensinamento Superior.
O
indivíduo deve sempre ter em mente alguns pontos, tais como: o silêncio é mãe e
pai de toda ação, pois nenhum ação realmente evolutiva é gerada se não for
precedida pelo silêncio; saber que por Lei não se dá o que não foi pedido e não
se responde o que não foi perguntado; e que o Amor não afoga, o Amor redime, e
que no serviço ao próximo é preciso não somente seguir a Deus, mas conviver com
Ele no próprio Templo Interior.”.
(TRIGUEIRINHO.
Escritor, em artigo publicado no jornal O
TEMPO Belo Horizonte, edição de 23 de outubro de 2016, caderno O.PINIÃO, página 16).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 19 de
outubro de 2016, caderno OPINIÃO,
página 7, de autoria de ARISTIDES JOSÉ
VIEIRA CARVALHO, médico e professor, mestre em medicina, e que merece
igualmente integral transcrição:
“A
medicina e a saúde
A comemoração do Dia do
Médico, ontem, permite-nos tecer algumas considerações sobre a medicina e a sua
relação com a saúde no contexto atual brasileiro.
O
primeiro ponto que nos chama a atenção é o das condições de trabalho. É
fundamental investir em gerenciamento, estrutura física, materiais,
equipamentos e em número adequado de profissionais nos serviços de saúde, para
que a atenção prestada às pessoas seja de boa qualidade. Se isso não ocorrer, o
médico terá dificuldade – e muitas vezes será impossibilitado, assim como
outros profissionais – de realizar, de forma satisfatória, as suas ações.
Associados a esses itens, devemos considerar a impor da estabilidade no emprego
e a garantia da autonomia profissional. Causa-nos preocupação a previsão de
poucos investimentos e recursos para a área da saúde.
Um
segundo aspecto é a exigência, cada vez maior, de qualificação dos
profissionais para o atendimento às pessoas. Essa qualificação não é apenas
técnica. É também humana e ética. As faculdades de medicina, assim como os
serviços de saúde da rede pública e privada, precisam investir na formação de
profissionais para que sejam para que sejam capazes de perceber e abordar o ser
humano como um todo, evitando a sua fragmentação, ou apenas a valorização dos
seus aspectos biológicos. Aqui, cabe destacar a preocupação com a abertura
indiscriminada de faculdades de medicina em nosso país, com o currículo e a
formação oferecida pelas faculdades e com o prejuízo com a educação permanente
e/ou continuada dos profissionais, que poderá ocorrer com o baixo investimento
na saúde e na educação.
O
terceiro aspecto é a atuação integrada dos médicos com outras categorias
profissionais e outras práticas alternativas (hoje chamadas em nosso meio de
prática integrativas e complementares). Com o objetivo da atenção à saúde deve
ser prevenir as doenças, é fundamental a inclusão de outros profissionais e
práticas nos serviços. Em Belo Horizonte, por exemplo, são conhecidas as
práticas de lian gong (uma prática chinesa) nas unidades de saúde e praças, com
bons resultados, assim como os trabalhos feitos pela homeopatia, antroposofia e
acupuntura. O destaque aqui vai para a necessidade de investir na contratação
de profissionais de outras categorias e práticas para que a atenção integral às
pessoas seja contemplada.
É
importante dizer que a beleza da medicina não está em si mesma, mas em servir e
cuidar das pessoas. O primeiro princípio fundamental do Código de Ética Médica
deixa bem claro: “A medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e
da coletividade e será exercida sem discriminação de nenhuma natureza”. Ao
médico, cabe o desafio de procurar prestar a melhor assistência possível às
pessoas. Esse desafio deve colocá-lo em uma busca interminável por
conhecimentos, habilidades e atitudes que possam resultar em mais saúde e/ou
qualidade de vida para as pessoas.
Hipócrates
(460-377 a.C., pai da medicina ocidental, deixou registrado, em seu juramento –
lido nas formaturas dos alunos de medicina –, o compromisso dos novos médicos
que ingressam na profissão de se manterem fiéis aos “preceitos da honestidade,
caridade e ciência”, atuando de forma respeitosa e responsável. Depois de
Hipócrates vieram muitos. Impossível citá-los todos. O médico Moisés
Maimônides(1138-1204), por exemplo, em um de seus textos, conhecido como Oração
do Médico, dizia: “Deus, Tu me designaste para cuidar da vida e da morte de Tua
criatura, aqui estou, pronto para minha vocação”. Maimônides falava em vocação
(do latim vocare: chamado). Recentemente, os avanços da bioética, a partir dos
estudos do médico oncologista Potter, trouxeram mais contribuições ao debate da
saúde, ampliaram a atuação médica e fortaleceram o compromisso do médico com a
defesa da dignidade das pessoas.
Os
desafios atuais para o exercício da medicina são vários. A previsão de poucos
investimentos na área da saúde, a onda de corrupção e os possíveis prejuízos no
gerenciamento dos serviços de saúde com certeza trarão impactos na atuação
médica e, sobretudo, na saúde da população. Nesse sentido, cabe dizer que a
defesa da medicina (formação médica, integração entre profissionais e condições
dignas de trabalho) caminha junto com a defesa de uma saúde de qualidade para a
população.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno desenvolvimento
da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos
depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de
uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças
vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da
ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da
sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em setembro a ainda estratosférica marca de
480,28% para um período de doze meses; e também em setembro, o IPCA acumulado nos doze
meses chegou a 8,48% e a taxa de juros do cheque especial registrou ainda em agosto históricos
324,90%...); II – a corrupção, há
séculos, na mais perversa promiscuidade
– “dinheiro público versus
interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da
vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária
ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da
Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor,
de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é
cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses
recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com projeção para
2016, apenas segundo a proposta do Orçamento Geral da União, de exorbitante e
insuportável desembolso de cerca de R$
1,348 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos
(ao menos com esta rubrica, previsão de R$
1,044 trilhão), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente
degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das
contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta
de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já
combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de
poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições,
negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à
pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas
e sempre crescentes necessidades de ampliação
e modernização de setores como: a gestão
pública; a infraestrutura (rodovias,
ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada,
esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística
reversa); meio ambiente; habitação;
mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda;
agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência
social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança
pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e
desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer;
turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e
operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade
– “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade,
competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os brasileiros.
Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em
inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos
do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da
era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do
conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um
possível e novo mundo da justiça, da
liberdade, da paz, da igualdade – e com
equidade –, e da fraternidade universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...
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