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segunda-feira, 24 de abril de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, AS LUZES E OS CLAMORES DA MÃE TERRA E AS RIQUEZAS DA PRESERVAÇÃO NA SUSTENTABILIDADE

 “Dia da Terra, temos o que comemorar consumindo mais?
        Parabéns, mãe Terra! Felicidade e milênios de vida!
         Vamos comemorar com um presente? Que tal um bolo? Que tal uma festa com balões, muita comida e bebida? Ou um daqueles produtos eletrônicos e bonitos, cheio de botões, embrulhado naquele papel celofane brilhante e com um plástico transparente? É assim que pensamos numa festa, certo?
         Pois é, amanhã, 22 de abril, é o dia Internacional da Mãe Terra, reconhecido pela Organização das Nações Unidas em 2009. Porém, foi criado em 1970 pelo senador norte-americano Gaylord Nelson para criar consciência sobre as questões de poluição, conservação da biodiversidade, desenvolvimento sustentável e cada dia mais pensarmos no impacto do consumo para o meio ambiente e para as questões sociais.
         Sem pensarmos nesta mãe Terra como um organismo vivo, como muitos chamam de Gaia, temos que entender que cada vez mais existe um organismo que está se multiplicando rápido demais em cima da sua “pele” e extraindo os seus minerais, usando sua água, aquecendo seu clima, derretendo os seus “pontos gelados” e tirando sua cobertura vegetal.
         Este organismo chamado ser humano possui 7,3 bilhões de representantes (em 2015) e pode chegar a 10 bilhões em 2050. O problema é exatamente o crescimento exagerado. Há 2 mil anos éramos 300 milhões, em 1800 chegamos ao primeiro bilhão, dois bilhões em 1927, três bilhões em 1959 e quatro em 1974, só para ter uma ideia de como estamos povoando rápido demais. O problema não é estarmos aqui e sim o que precisamos para estarmos aqui.
         Diziam antigamente que precisávamos de ar para respirar, água, alimento, moradia e vestimenta, segundo as necessidades fisiológicas da pirâmide de Maslow. Mas fomos subindo nesta pirâmide das necessidades, “evoluindo” segundo alguns pensadores, buscando segurança, questões sociais e psicológicas, e agora cada dia mais autorrealização. Óbvio, se pensarmos em todos os habitantes do planeta, a maioria ainda está buscando as necessidades básicas. Isso mostra o primeiro ponto de repensarmos neste dia da mãe Terra, que seus filhos estão sofrendo e sendo tratados desigualmente em suas necessidades. Acho que nenhuma mãe gosta disso!
         Outro ponto é que, para aqueles que já passaram dos pontos básicos da pirâmide de Maslow, estão buscando satisfazer a sua necessidade de autorrealização, comprando produtos e serviços que muitas vezes não precisam ou nem queriam. Pois é, estranho, não? Compram ou consomem para poder mostrar status e poder. O problema disso é que para esse produto ou serviço ser feito, utilizará “pedaços” da mãe Terra. Segundo o Global Footprint Network (GFN), uma organização de pesquisa que mede a pegada ecológica das atividades humanas do mundo, os “organismos pensantes” utilizam os recursos existentes da nossa mãe Terra que seriam para o ano inteiro em apenas 8 meses, os outros meses já seriam o “cheque especial” dos recursos. Ou seja, em função do atual ritmo de consumo, a demanda por recursos naturais excede a capacidade de reposição da mãe Terra. Sendo assim, dependendo do seu estilo de vida, precisaremos de 1,5 a 3 planetas para sustentá-los. Lembrando: temos só UM planeta!
         Ufa! Que comemoração mais triste!
         Não, a ideia é conscientizar que precisamos repensar o nosso consumo, o nosso jeito de produzir energia, de valorizar o que vale a pena para a nossa autorrealização. Entender que o consumo é necessário, porém, com menos impacto social e ambiental. Necessitamos explicar para nossas queridas marcas, produtos e serviços que a mãe Terra não vai suportar este modelo atual de captação de recursos naturais e descarte no ar e no mar. Entender que para a sobrevivência e perenidade destas empresas, os processos e mentalidade precisam mudar, e que com isso os acionistas poderão ter seus retornos mais sustentáveis do ponto de vista financeiro, ambiental e social.
         Vida longa à nossa mãe Terra que sempre nos suportou e nos ajudou a evoluir! E que agora consigamos, com esta evolução, devolver o “cheque especial” que estamos emprestando dela e harmonicamente consumir para as nossas necessidades, sejam elas quais forem.”.

(MARCUS NAKAGAWA. Professor da ESPM; sócio-diretor da iSetor; idealizador e diretor da Abraps; e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 21 de abril de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição, caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Piedade, a serra nobre
        Minas Gerais são muitas. Um axioma incontestável que registra as marcas culturais que desenham o território mineiro com singularidades, tradições, riquezas e valores diversificados do Norte ao Sul, do Leste ao Oeste. Singularidades que responsabilizam a cidadania mineira na tarefa de bem administrar essas riquezas todas. Em quando se tem pouco, administrar é mais simples, mas se os bens são muitos, a exemplo do que ocorre nas diferentes culturas que tecem as muitas Minas, esse empreendimento é complexo. Exige qualificado exercício da cidadania, atenção amorosa redobrada e a competência inventiva para intervenções de maior alcance. Desconsiderar essas necessidades alimenta um risco abominável: o de negociar, a qualquer preço, as identidades culturais de Minas que podem impulsionar projetos com potencial para beneficiar toda a nação.
         Assim, deve crescer a consciência entre os mineiros a respeito do inestimável valor das muitas culturas que integram o estado. O começo de tudo é acabar com antipáticas chacotas a respeito da própria identidade. É preciso valorizar a mineiridade e entender a sua riqueza – tão importante quanto a terra e a natureza de Minas Gerais. Uma cultura sustentada pela história tricentenária deste estado, fecundada pela religiosidade e pela nobreza da fé cristã. Eivada, sobretudo, pelos personagens de destaque nos mais diferentes âmbitos – cultura, artes, educação e política. O magnífico patrimônio de Minas exige mais, muito mais, de todos. E o primeiro passo é o respeito reverente à própria memória, que integra a religiosidade, a cultua e a história.
         Por isso, a tarefa primeira de cada mineiro é enraizar-se mais no próprio chão contribuir no seu desenvolvimento integral, promovendo, assim, avanços e conquistas para todos. Esse é o único caminho que as autoridades também devem percorrer para exercer, de modo nobre, a representatividade do cidadão nas instituições todas. Olhar para si, reconhecer-se como povo que partilha rica história e cultura, reconhecer valores, é desafio dos mineiros. Oportunidade para o crescimento da consciência cidadã de pertencer a Minas Gerais e cultivar o orgulho de ser gente dessa terra. Assim, cresce a força e o destemor para defender Minas, trabalhar por seu desenvolvimento e buscar o seu progresso, com ações efetivas nos campos da infraestrutura, da educação e da preservação do seu rico patrimônio material e imaterial.
         A consciência de pertencer a Minas deve ser testemunhada por todos para gerar uma união que faça justiça ao protagonismo do estado no cenário nacional. Nesse sentido, são indispensáveis a correção de rumos, a ampliação de horizontes e o diálogo para desenvolver projetos inovadores, audaciosos. Tarefas que exigem superar a subestimação do patrimônio do povo mineiro. E no cenário rico de pluralidades culturais de riquezas naturais de Minas, há um tesouro que merece atenção redobrada: a Serra da Piedade.
         Entre as serras e as montanhas do estado, muitas danificadas pela mineração – um alerta para a necessidade de novos marcos regulatórios –, altaneira e nobre está a Serra da Piedade. Minas, “Estado Diamante”, tem muitas cadeias de montanhas que oferecem inúmeras belezas naturais, a aragem e o silêncio, características únicas que edificam identidades, moldam um jeito cativante de ser. E a Serra da Piedade abriga uma singularidade entre tantas outras: lá está o Santuário da Padroeira de Minas, um complexo paisagístico e ambiental que agrega biomas importantes – a mata atlântica, o cerrado e os campos rupestres. Guarda o tesouro de uma história – 250 anos do povo peregrinando na fé.
         Uma serra, herança mineira que todos devem sempre preservar e defender, para livrá-la das iniciativas movidas pelo lucro que cega e produz situações terríveis: as feridas no seu entorno.
         Preservar a Serra da Piedade é tarefa de cada cidadão, com o qualificado discernimento das instâncias judiciárias, a garra do Ministério Público e a inteligência de todo o mundo político. A intocabilidade da Serra da Piedade e dos seu entorno deve ser compromisso legal, bandeira e símbolo de uma cidadania mineira lúcida, capaz de respeitar o patrimônio que é de todos, sob a missão guardiã da Arquidiocese de Belo Horizonte. Eleger e selar no coração a Piedade, o que ela é, a serra nobre, eis uma questão de honra para Minas e para os mineiros.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em fevereiro/2017 a ainda estratosférica marca de 481,46% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 326,96%; e já o IPCA em março, no acumulado dos últimos doze meses, chegou a 4,57%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Destarte, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
        
 

           


          

quarta-feira, 22 de março de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A FORÇA DA LOGÍSTICA REVERSA E A VISÃO ESTRATÉGICA NA SUSTENTABILIDADE

“Importância da logística reversa
       Você sabe para onde vai o produto que você consome, no final da vida dele?
          Todos os dias, estamos em contato com centenas de embalagens e produtos que utilizamos: a caixinha de leite, o saquinho do pão, a pasta de dente, o desodorante etc.
          O que você faz com todos esses produtos e embalagens? “Limpo, separo e depois coloco em um saco e levo em um ponto de coleta de reciclagem ou o caminhão específico passa aqui”. Tomara que essa seja a sua resposta, pois esta é uma parte da logística reversa.
          Segundo a lei, logística reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.
          Mas o Brasil está indo bem nesse tema?
          Em alguns tipos de embalagens sim, mas, no geral, ainda não estamos nem sequer engatinhando. Por exemplo: segundo a Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade), aproximadamente 98,4% das latas de alumínio para bebidas estão sendo recicladas. Esse índice, em 1997, era de 64%. Em garrafas tipo PET, em 1997, era de 16% e, em 2012, o número atingiu 59%.
          Conforme esses dados, o nosso país é campeão em reciclagem de latas de alumínio. Mas sempre questionamos a forma que estas latas chegam para a reciclagem, muitas vezes por meio de pessoas que as estão catando na rua, sem proteção, sujeitas a riscos de uma maneira não muito inclusiva.
          Alguns produtos e embalagens precisam ter uma logística reversa obrigatória, segundo a lei, e de forma independente da limpeza urbana, como as pilhas e baterias; agrotóxicos (embalagens e produtos); pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
          Empresas específicas de logística reversa e reciclagem acabaram sendo formadas ou cresceram mais com este movimento. E diversas associações de empresas começaram a se mobilizar para conseguir cumprir as metas e os planos que a lei prevê.
          Uma delas é o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), uma associação sem fins lucrativos, formada por empresas de diversos segmentos, que trabalha com promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo, isso desde 1992, antes da legislação.
          Ainda estamos no início deste processo de implementação da lei e de mudanças de paradigma. Precisamos de muita educação para que todos os elos da cadeia se responsabilizem por todo o processo da logística reversa.
          Portanto, se você é empresário, pense como está sendo o fim do seu produto e como melhorar isso; se você é empreendedor, veja que linda oportunidade para criar soluções inovadoras dentro desse processo; se você é comerciante, veja como ajudar e criar um relacionamento melhor com o seu cliente por meio do recolhimento de embalagens; e se você é consumidor (todos nós somos!), separe o seu lixo, eduque outras pessoas e seja um agente de transformação!”.

(MARCUS NAKAGAWA. Sócio-diretor da iSetor, professor da graduação e MBA da ESPM, idealizador e diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 21 de março de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de RONALDO SCUCATO, presidente do Sistema Ocemg, e que merece igualmente integral transcrição:

“Enxergar oportunidades
       Experimentamos hoje a era da velocidade. O fluxo das informações, transformações de mercado e quebra de paradigmas ocorre num piscar de olhos. Mudanças que antes demoravam décadas para se concretizar, agora acontecem em meses. Esse cenário é desafiador para os gestores que precisam estar constantemente dispostos a conhecer novas estratégias de gerenciamento de negócios e pessoas.
          Em um curto espaço de tempo, assistimos a empresas que surgiram pequenas e criadas com recursos relativamente pequenos, como WhatsApp, Netflix e YouTube, tornarem-se referência em seus segmentos, enfrentando gigantes de igual para igual. Vivemos na batalha de Davi contra Golias, porque o pequeno consegue competir com o grande e vencê-lo, caso surpreenda o mercado com algo criativo e novo.
          A informação ou conhecimento não é mais por si só garantia de sucesso. É preciso cooperar e aplicar o saber, transformando-o em soluções que facilitem o dia a dia das pessoas. Novas ideias precisam de um ambiente plural para florescer e muitas empresas se restringem a quadros monocromáticos de funcionários. É necessário ouvir outras vozes. E nesse quesito as cooperativas podem ser um excelente referencial.
          Diante de um cenário tão rico de possibilidades e altamente mutável, a visão estratégica é um elemento que se faz ainda mais necessário. Os líderes-gestores, como assim prefiro denominar os profissionais que reúnem essas duas qualidades, precisam conciliar a situação presente de seus negócios com o futuro desejado. Não se pode traçar metas observando somente os feitos já alcançados, pois isso como dirigir um carro olhando somente pelo retrovisor. Uma outra dificuldade enfrentada pelos profissionais é a autoavaliação da situação presente da instituição, apontando todos os erros e soluções possíveis.
          O mapa em direção aos objetivos estipulados não se torna menos importante, mesmo que seja preciso recalcular a rota algumas vezes durante o percurso. No livro Alice no país das maravilhas, escrito por Lewis Carroll, Alice pergunta ao gato qual caminho deveria tomar e o felino responde que que para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho é o certo, e desaparece, deixando no ar somente um sorriso sarcástico. E é exatamente isso que o mercado faz com quem não sabe o que quer. Se não há planejamento, o gestor tem que se contentar com os resultados que surgem.
          Pensar estrategicamente no futuro é preocupar-se com o legado que será deixado para uma próxima gestão. Uma dinâmica própria que já faz parte do dia a dia das cooperativas: reconhecer os que vieram antes e deixaram uma herança para assim estar apto para fazer o mesmo. Para alcançar as metas estipuladas e criar um legado, além de possuir um objetivo claro, o gestor precisa saber a viabilidade do negócio que comanda. A preocupação com o planeta é tão importante quanto o lucro desejado e eles não devem ser dissociados. Uma empresa sustentável é aquela que produz e consome pautada na economia dos recursos que serão necessários para as próximas gerações. E as cooperativas são um bom exemplo de empresas vocacionadas para isso.
          Para se tornar sustentáveis, as instituições precisam, em primeiro lugar, que seus líderes pensem em resultados e valores. Além disso, eles devem estar atentos a cinco pontos: educação das partes interessadas; comunicação eficiente de valores e ações; inserção de valores na estratégia do negócio; visão de oportunidade e não de risco; um líder que acredite apaixonadamente na sustentabilidade.
          Para viver em um mundo que se reconfigura a todo instante é preciso desaprender para dar espaço para um novo aprendizado. Não existem fórmulas mágicas. A estratégia que funcionou até hoje para o seu negócio pode não fazer mais sentido em curto espaço de tempo. É preciso cooperar, investir na gestão e buscar novas soluções, sempre de olho na sustentabilidade. E o Sistema Ocemg está ao lado das cooperativas  mineiras, colaborando para a transformação da realidade e o alcance do sucesso.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)    a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica marca de 486,75% nos últimos  doze meses, e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)    a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

- 55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...  
         
 
 
    

           

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A EXCELÊNCIA EDUCACIONAL, A QUALIFICAÇÃO DAS CIDADES E OS DESAFIOS DA GESTÃO NA SUSTENTABILIDADE

“As cidades sustentáveis
        Você sabia que pode transformar a sua cidade em mais sustentável?
         Sim, é possível. Existem vários movimentos para tornar as cidades mais inclusivas, amigáveis, agradáveis, transitáveis, menos impactantes ao meio ambiente, com menos lixo na rua, enfim, um sonho que muitos desejam.
         Interessante que, todas as vezes em que trocamos ou viajamos para outras cidades, seja no Brasil ou fora dele, conseguimos enxergar coisas boas que não conseguimos ver no nosso dia a dia. Dizem que a grama do vizinho é sempre mais verde, talvez porque cada dia estamos vendo o que está do lado de lá, do lado de cá. Mais as fotos dos outros nas mídias sociais do que dentro da sua casa.
         Na reunião do nosso “condomínio” chamado planeta Terra, em setembro de 2015, os 193 países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotaram, formalmente, os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) com 169 metas para 2030, sendo um desses objetivos referente a Cidades e Comunidades Sustentáveis. Segundo a ONU, seria tornar as cidades e assentamentos humanos inclusivos, resilientes e sustentáveis.
         Mas o que seriam estas cidades sustentáveis? Uma parceria da Arcadis com o Centre for Economic and Business Research (Cebr) lançou, em setembro, a versão 2016 do Índice de Cidades Sustentáveis. Por meio de 32 indicadores, os pesquisadores elencaram as 100 cidades globais nas três dimensões da sustentabilidade: planeta, pessoas e prosperidade financeira.
         A cidade da Suíça Zurich ficou no topo da lista, com ações bem avançadas, como a meta de ter dois mil watts de energia per capita, com investimentos em energias renováveis, prédios com certificações de sustentabilidade, além de a mobilidade ser um exemplo para o resto do mundo, com todos os tipos de transportes públicos. No topo das 15 mais sustentáveis estão 13 cidades do Velho Continente, a Europa.
         As cidades asiáticas Cingapura (2ª do ranking) e Hong Kong (16ª) se destacam, principalmente, pelos índices de prosperidade financeira. São Paulo aparece em 79º, seguido de Buenos Aires, e o Rio de Janeiro como 81º, com bons índices ligados ao planeta.
         Se pegarmos somente um desses indicadores, como os resíduos, existe um movimento que é o Zero Waste, que busca com que as pessoas, empresas e cidades não enviem nenhum lixo para aterros, que aproveitem o máximo, reciclando ou ainda fazendo compostagem.
         No Brasil, o movimento Lixo Zero é referência pela mobilização e engajamento de alguns grupos empresariais e cidades. Existe uma lista  com todas as Zero Waste Municipalities que estão no plano de zerar os seus resíduos, e um bom exemplo é a cidade de Venlo, no Sul da Holanda. Desde 2006, tem adotado estes princípios de técnicas do “berço ao berço”, ou seja reutilizar tudo o que é gerado.
         Precisamos ficar atentos não só à grama do vizinho, mas como ele deixa a grama verde. Buscar soluções com nossos governantes, e às vezes não ficar só ficar esperando, se juntar aos vizinhos, às ONGs, associações comunitárias e colocar a mão na massa, ou melhor, na Terra.”.

(MARCUS NAKAGAWA, sócio-diretor do iSetor, professor da graduação e MBA da ESPM, idealizador e diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 25 de janeiro de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).

Mais uma importante e oportuna contribuição para o nosso trabalho de Mobilização para a Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de 30 de setembro de 2016, mesmo caderno e página, de autoria de DOM WALMOR OLIVEIRA DE AZEVEDO, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, e que merece igualmente integral transcrição:

“Gestão e política em compasso
        Gerir processos e funcionamentos é complexo desafio principalmente quando são consideradas as exigências, necessidades e prioridades. Ao gestor requerem-se resultados e não é permitido um planejamento que busque apenas a manutenção burocrática do que já se conquistou. Mas, lamentavelmente, existem certos hábitos culturais que impõem atrasos e inviabilizam o caminhar na direção das inovações. Esses costumes também alimentam a baixa autoestima da população e precisam ser superados para se alcançar o êxito.
         Há de se considerar que toda cultura guarda, nos hábitos e práticas, idiossincrasias que devem ser corrigidas para não se tornar furos por onde as energias escapam. E muitos são os procedimentos que podem eliminar tudo o que impede a limpidez, a velocidade e a objetividade nos processos capazes de vencer descompassos.
         Para que esses mecanismos se efetivem, sempre será necessário o exercício cidadão das avaliações e análises. Uma permanente disponibilidade para derrubar os obstáculos que impedem avanços e progressos. São muitas as barreiras, de todo tipo, e várias delas são desconsideradas. Assim, não recebem os tratamentos adequados e continuam a minar forças. Acabam alimentando comodismos com a justificativa de que “sempre foi assim”.
         Entre esses graves hábitos culturais que precisam ser superados, há um que merece atenção especial: o descaso com o qual é tratado o patrimônio histórico, cultural e religioso de um povo. A desconsideração é generalizada, indicando a necessidade de se promover, inclusive a partir de processos educativos, o desabrochar da consciência sobre a grandeza desse patrimônio. É grave quando uma ambiência cultural não contribui para a difusão do conhecimento e a valorização dos próprios bens históricos, culturais e religiosos. Principalmente, quando se costuma valorizar somente o que pertence aos outros, em lugares distantes.
         A consequência dessa visão distorcida é o inadequado tratamentos nos campos da preservação e promoção, por parte dos cidadãos e governantes. É lastimável o desconhecimento da riqueza da própria história. Parece que tudo começou hoje. Perde-se, no esquecimento, a herança dos antepassados, com prejuízos para identidades e sua preservação. Nesse horizonte, é deplorável a incapacidade para lidar, usufruir e valorizar as diferentes culturas que compõem o tecido de uma sociedade.
         É condenável a tendência jocosa de “rifar” a própria riqueza cultural, enfraquecendo o amálgama consistente que pode advir desse patrimônio. Sem esses bens, a contribuição cidadã fica sempre muito comprometida, pois se perde componente determinante para a promoção da autoestima. Perde-se a capacidade para a inovação e a audácia. Habitua-se ao que é mediano e contenta-se em admirar o que é extraordinário, mas pertencente a outros lugares e pessoas.
         Nessa direção, convive-se com prejuízos – na economia, no turismo e na infraestrutura. Potencialidades são desperdiçadas. Esses comprometimentos, com uma lista de tantos outros, precisam ser considerados, pois não é possível admitir as perdas acirradas pelas irresponsabilidades ou incompetências das instâncias administrativas e governamentais. É preciso que se contemple os patrimônios de outras culturas, não para simples contemplação, mas como gesto capaz de mexer com os próprios brios e, assim, suscitar um espírito de luta – força para ações que busquem valorizar o que se tem e o que se é. Os que governam necessitam de uma sabedoria que lhes permita incursões no domínio da cultura para promover e fortalecer valores com a insubstituível consciência da prioridade que merecem os mais pobres. O desenvolvimento de uma sociedade, para ser duradouro, tem que ser sustentável e integral.
          A gestão, pois, para além de resultados econômicos, deve se pautar na relação entre princípios e valores, alicerçados nos parâmetros da justiça, liberdade e da verdade. Esse modo de pensar processos gerenciais é conflitante com o que se percebe na dimensão da política partidária. Os representantes do povo, no Executivo e no Legislativo, gastam tempo demais na arquitetura de conchavos, coligações, discussões, muitas delas de caráter apenas partidário, motivadas por interesses pessoais ou de pequenos grupos. Sobra pouco tempo para assuntos verdadeiramente urgentes, de interesse da população, que requerem sabedoria, agilidade, priorização. Prevalecem a pouca assertividade, a velocidade similar a passos de tartaruga, a busca por soluções a partir de velhas respostas, sem inventividade. Vangloria-se sobre o que já foi feito, quase sempre aquém das necessidades e das potencialidades.
         Gasta-se tempo demais com disputas por cargos e para a satisfação de interesses partidários. Certamente, esses são alguns hábitos que inviabilizam o desabrochar de autênticos líderes. No complexo âmbito de gestão e política, há urgências que exigem ousadia, correções de elementares posturas. De modo mais amplo, torna-se urgente corrigir dinâmicas que atrasam processos, promovem a mediocridade, demolindo patrimônios culturais, históricos e religiosos em razão de vícios e descompassos na relação entre a gestão e a política.”.

Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança de nossa história – que é de ética, de moral, de princípios, de valores –, para a imperiosa e urgente necessidade de profundas mudanças em nossas estruturas educacionais, governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas, financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e sustentavelmente desenvolvidas...

Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras cruciais como:
a)     a excelência educacional – pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde a educação infantil (0 a 3 anos de idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira série do ensino fundamental, independentemente do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação (especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas públicas, gerando o pleno desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional (enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria; a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da participação, da sustentabilidade...);
b)    o combate implacável, sem eufemismos e sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são: I – a inflação, a exigir permanente, competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, em dezembro e no acumulado dos últimos doze meses, a taxa de juros do cartão de crédito atingiu a estratosférica marca de 484,6%; a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,6%; e, finalmente, o IPCA chegou a 6,29%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa promiscuidade  –  “dinheiro público versus interesses privados” –, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e que vem mostrando também o seu caráter transnacional;  eis, portanto, que todos os valores que vão sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516 anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios, malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo, segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a “... Desconfiança das empresas e das famílias é grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de planejamento...”;
c)     a dívida pública brasileira - (interna e externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para 2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão, a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com esta rubrica, previsão de R$ 946,4 bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar, sim, até o último centavo;
- rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
- realizar uma IMEDIATA, abrangente, qualificada, independente e eficaz auditoria... (ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda a propósito, no artigo Melancolia, Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);

Isto posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos a falta de recursos diante de tão descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, aeroportos); a educação; a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana (trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas; polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência, tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações; qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –, transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...

São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira alguma, abatem o nosso ânimo e nem arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta grande cruzada nacional pela excelência educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada, civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e potencialidades com todas as brasileiras e com todos os brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, do diálogo, da liberdade, da paz, da solidariedade, da igualdade – e com equidade –, e da fraternidade universal...

Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a nossa esperança... e perseverança!

“VI, OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”

55 anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016)...

- Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional...
- ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por uma Nova Política Brasileira...