“Importância
da logística reversa
Você sabe para onde vai
o produto que você consome, no final da vida dele?
Todos
os dias, estamos em contato com centenas de embalagens e produtos que
utilizamos: a caixinha de leite, o saquinho do pão, a pasta de dente, o
desodorante etc.
O que
você faz com todos esses produtos e embalagens? “Limpo, separo e depois coloco
em um saco e levo em um ponto de coleta de reciclagem ou o caminhão específico
passa aqui”. Tomara que essa seja a sua resposta, pois esta é uma parte da
logística reversa.
Segundo
a lei, logística reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e
social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados
a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.
Mas o
Brasil está indo bem nesse tema?
Em
alguns tipos de embalagens sim, mas, no geral, ainda não estamos nem sequer
engatinhando. Por exemplo: segundo a Abralatas (Associação Brasileira dos
Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade), aproximadamente 98,4% das latas
de alumínio para bebidas estão sendo recicladas. Esse índice, em 1997, era de
64%. Em garrafas tipo PET, em 1997, era de 16% e, em 2012, o número atingiu
59%.
Conforme
esses dados, o nosso país é campeão em reciclagem de latas de alumínio. Mas
sempre questionamos a forma que estas latas chegam para a reciclagem, muitas
vezes por meio de pessoas que as estão catando na rua, sem proteção, sujeitas a
riscos de uma maneira não muito inclusiva.
Alguns
produtos e embalagens precisam ter uma logística reversa obrigatória, segundo a
lei, e de forma independente da limpeza urbana, como as pilhas e baterias;
agrotóxicos (embalagens e produtos); pneus; óleos lubrificantes, seus resíduos
e embalagens; lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz
mista; e produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
Empresas
específicas de logística reversa e reciclagem acabaram sendo formadas ou
cresceram mais com este movimento. E diversas associações de empresas começaram
a se mobilizar para conseguir cumprir as metas e os planos que a lei prevê.
Uma
delas é o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), uma associação sem
fins lucrativos, formada por empresas de diversos segmentos, que trabalha com
promoção da reciclagem dentro do conceito de gerenciamento integrado do lixo,
isso desde 1992, antes da legislação.
Ainda
estamos no início deste processo de implementação da lei e de mudanças de
paradigma. Precisamos de muita educação para que todos os elos da cadeia se
responsabilizem por todo o processo da logística reversa.
Portanto,
se você é empresário, pense como está sendo o fim do seu produto e como
melhorar isso; se você é empreendedor, veja que linda oportunidade para criar
soluções inovadoras dentro desse processo; se você é comerciante, veja como
ajudar e criar um relacionamento melhor com o seu cliente por meio do
recolhimento de embalagens; e se você é consumidor (todos nós somos!), separe o
seu lixo, eduque outras pessoas e seja um agente de transformação!”.
(MARCUS
NAKAGAWA. Sócio-diretor da iSetor, professor da graduação e MBA da ESPM,
idealizador e diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de
Sustentabilidade e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e
estilo de vida, em artigo publicado no jornal ESTADO DE MINAS, edição de 9 de março de 2017, caderno OPINIÃO, página 7).
Mais uma importante e oportuna contribuição para o
nosso trabalho de Mobilização para a
Excelência Educacional vem de artigo publicado no mesmo veículo, edição de
21 de março de 2017, mesmo caderno e página, de autoria de RONALDO SCUCATO, presidente do Sistema Ocemg, e que merece
igualmente integral transcrição:
“Enxergar
oportunidades
Experimentamos hoje a
era da velocidade. O fluxo das informações, transformações de mercado e quebra
de paradigmas ocorre num piscar de olhos. Mudanças que antes demoravam décadas
para se concretizar, agora acontecem em meses. Esse cenário é desafiador para
os gestores que precisam estar constantemente dispostos a conhecer novas
estratégias de gerenciamento de negócios e pessoas.
Em um
curto espaço de tempo, assistimos a empresas que surgiram pequenas e criadas
com recursos relativamente pequenos, como WhatsApp, Netflix e YouTube,
tornarem-se referência em seus segmentos, enfrentando gigantes de igual para
igual. Vivemos na batalha de Davi contra Golias, porque o pequeno consegue
competir com o grande e vencê-lo, caso surpreenda o mercado com algo criativo e
novo.
A
informação ou conhecimento não é mais por si só garantia de sucesso. É preciso
cooperar e aplicar o saber, transformando-o em soluções que facilitem o dia a
dia das pessoas. Novas ideias precisam de um ambiente plural para florescer e
muitas empresas se restringem a quadros monocromáticos de funcionários. É
necessário ouvir outras vozes. E nesse quesito as cooperativas podem ser um
excelente referencial.
Diante
de um cenário tão rico de possibilidades e altamente mutável, a visão
estratégica é um elemento que se faz ainda mais necessário. Os
líderes-gestores, como assim prefiro denominar os profissionais que reúnem essas
duas qualidades, precisam conciliar a situação presente de seus negócios com o
futuro desejado. Não se pode traçar metas observando somente os feitos já
alcançados, pois isso como dirigir um carro olhando somente pelo retrovisor.
Uma outra dificuldade enfrentada pelos profissionais é a autoavaliação da
situação presente da instituição, apontando todos os erros e soluções
possíveis.
O
mapa em direção aos objetivos estipulados não se torna menos importante, mesmo
que seja preciso recalcular a rota algumas vezes durante o percurso. No livro Alice no país das maravilhas, escrito
por Lewis Carroll, Alice pergunta ao gato qual caminho deveria tomar e o felino
responde que que para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho é o certo, e
desaparece, deixando no ar somente um sorriso sarcástico. E é exatamente isso
que o mercado faz com quem não sabe o que quer. Se não há planejamento, o
gestor tem que se contentar com os resultados que surgem.
Pensar
estrategicamente no futuro é preocupar-se com o legado que será deixado para
uma próxima gestão. Uma dinâmica própria que já faz parte do dia a dia das
cooperativas: reconhecer os que vieram antes e deixaram uma herança para assim
estar apto para fazer o mesmo. Para alcançar as metas estipuladas e criar um
legado, além de possuir um objetivo claro, o gestor precisa saber a viabilidade
do negócio que comanda. A preocupação com o planeta é tão importante quanto o
lucro desejado e eles não devem ser dissociados. Uma empresa sustentável é
aquela que produz e consome pautada na economia dos recursos que serão
necessários para as próximas gerações. E as cooperativas são um bom exemplo de
empresas vocacionadas para isso.
Para
se tornar sustentáveis, as instituições precisam, em primeiro lugar, que seus
líderes pensem em resultados e valores. Além disso, eles devem estar atentos a
cinco pontos: educação das partes interessadas; comunicação eficiente de
valores e ações; inserção de valores na estratégia do negócio; visão de
oportunidade e não de risco; um líder que acredite apaixonadamente na
sustentabilidade.
Para
viver em um mundo que se reconfigura a todo instante é preciso desaprender para
dar espaço para um novo aprendizado. Não existem fórmulas mágicas. A estratégia
que funcionou até hoje para o seu negócio pode não fazer mais sentido em curto
espaço de tempo. É preciso cooperar, investir na gestão e buscar novas
soluções, sempre de olho na sustentabilidade. E o Sistema Ocemg está ao lado
das cooperativas mineiras, colaborando
para a transformação da realidade e o alcance do sucesso.”.
Eis, portanto, mais páginas contendo importantes, incisivas e
oportunas abordagens e reflexões que acenam, em meio à maior crise de liderança
de nossa história – que é de ética, de
moral, de princípios, de valores –, para
a imperiosa e urgente necessidade de profundas
mudanças em nossas estruturas educacionais,
governamentais, jurídicas, políticas, sociais, culturais, econômicas,
financeiras e ambientais, de modo a promovermos a inserção do País no
concerto das potências mundiais livres, civilizadas, soberanas, democráticas e
sustentavelmente desenvolvidas...
Assim, urge ainda a efetiva problematização de questões deveras
cruciais como:
a) a excelência educacional – pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional –, desde
a educação infantil (0 a 3 anos de
idade, em creches; 4 e 5 anos de idade, em pré-escolas) – e mais o imperativo
da modernidade de matricularmos nossas crianças de 6 anos de idade na primeira
série do ensino fundamental, independentemente
do mês de seu nascimento –, até a pós-graduação
(especialização, mestrado, doutorado e pós-doutorado), como prioridade absoluta de nossas políticas
públicas, gerando o pleno
desenvolvimento da pessoa, da cidadania e da qualificação profissional
(enfim, 125 anos depois, a República proclama o que esperamos seja
verdadeiramente o início de uma revolução educacional, mobilizando de maneira
incondicional todas as forças vivas do país, para a realização da nova pátria;
a pátria da educação, da ética, da justiça, da civilidade, da democracia, da
participação, da sustentabilidade...);
b) o combate implacável, sem eufemismos e
sem tréguas, aos três dos nossos maiores e mais devastadores inimigos que são:
I – a inflação, a exigir permanente,
competente e diuturna vigilância, de forma a manter-se em patamares
civilizados, ou seja, próximos de zero (segundo dados do Banco Central, a taxa
de juros do cartão de crédito atingiu em janeiro/2017 a ainda estratosférica
marca de 486,75% nos últimos doze meses,
e a taxa de juros do cheque especial registrou históricos 328,30%; e já o IPCA
também acumulado nos últimos doze meses, chegou a 5,35%); II – a corrupção, há séculos, na mais perversa
promiscuidade – “dinheiro público versus interesses privados”
–, como um câncer a se espalhar por todas as esferas da vida nacional, gerando
incalculáveis prejuízos e comprometimentos de vária ordem (a propósito, a
lúcida observação do procurador chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato,
Deltan Dallagnol: “A Lava Jato ela trata hoje de um tumor, de um caso
específico de corrupção, mas o problema é que o sistema é cancerígeno...” – e
que vem mostrando também o seu caráter transnacional; eis, portanto, que todos os valores que vão
sendo apresentados aos borbotões, são apenas simbólicos, pois em nossos 516
anos já se formou um verdadeiro oceano de suborno, propina, fraudes, desvios,
malversação, saque, rapina e dilapidação do nosso patrimônio... Então, a
corrupção mata, e, assim, é crime...); III – o desperdício, em todas as suas modalidades, também a ocasionar
inestimáveis perdas e danos, indubitavelmente irreparáveis (por exemplo,
segundo Lucas Massari, no artigo ‘O Desperdício na Logística Brasileira’, a
“... Desconfiança das empresas e das famílias é
grande. Todos os anos, cerca de R$ 1 trilhão, é desperdiçado no Brasil. Quase
nada está imune à perda. Uma lista sem fim de problemas tem levado esses recursos
e muito mais. De cada R$ 100 produzidos, quase R$ 25 somem em meio à
ineficiência do Estado e do setor privado, a falhas de logística e de
infraestrutura, ao excesso de burocracia, ao descaso, à corrupção e à falta de
planejamento...”;
c) a dívida pública brasileira - (interna e
externa; federal, estadual, distrital e municipal) –, com previsão para
2017, apenas segundo o Orçamento Geral da União, de exorbitante e insuportável
desembolso de cerca de R$ 1,722 trilhão,
a título de juros, encargos, amortização e refinanciamentos (ao menos com
esta rubrica, previsão de R$ 946,4
bilhões), a exigir alguns fundamentos da sabedoria grega:
- pagar,
sim, até o último centavo;
-
rigorosamente, não pagar com o pão do povo;
-
realizar uma IMEDIATA, abrangente,
qualificada, independente e eficaz auditoria...
(ver também www.auditoriacidada.org.br)
(e ainda
a propósito, no artigo Melancolia,
Vinicius Torres Freire, diz: “... Não será possível conter a presente degradação
econômica sem pelo menos, mínimo do mínimo, controle da ruína das contas do
governo: o aumento sem limite da dívida pública...”);
Isto
posto, torna-se absolutamente inútil lamentarmos
a falta de recursos diante de tão
descomunal sangria que dilapida o nosso já combalido dinheiro público, mina a
nossa capacidade de investimento e de poupança e, mais grave ainda, afeta a
credibilidade de nossas instituições, negligenciando a justiça, a verdade, a honestidade e o amor à pátria, ao lado de abissais desigualdades sociais e
regionais e de extremas e sempre crescentes necessidades de ampliação e modernização de setores
como: a gestão pública; a infraestrutura (rodovias, ferrovias,
hidrovias, portos, aeroportos); a educação;
a saúde; o saneamento ambiental (água tratada, esgoto tratado, resíduos
sólidos tratados, macrodrenagem urbana, logística reversa); meio ambiente; habitação; mobilidade urbana
(trânsito, transporte, acessibilidade); minas e energia; emprego, trabalho e renda; agregação de valor às
commodities; sistema financeiro nacional; assistência social; previdência
social; segurança alimentar e nutricional; segurança pública; forças armadas;
polícia federal; defesa civil; logística; pesquisa e desenvolvimento; ciência,
tecnologia e inovação; cultura, esporte e lazer; turismo; comunicações;
qualidade (planejamento – estratégico, tático e operacional –,
transparência, eficiência, eficácia, efetividade, economicidade – “fazer mais e
melhor, com menos” –, criatividade, produtividade, competitividade); entre outros...
São, e bem o sabemos, gigantescos desafios mas que, de maneira
alguma, abatem o nosso ânimo e nem
arrefecem o nosso entusiasmo e otimismo nesta
grande cruzada nacional pela excelência
educacional, visando à construção de uma Nação verdadeiramente participativa, justa, ética, educada,
civilizada, qualificada, livre, soberana, democrática e desenvolvida, que
possa partilhar suas extraordinárias e generosas riquezas, oportunidades e
potencialidades com todas as
brasileiras e com todos os
brasileiros. Ainda mais especialmente no horizonte de investimentos bilionários
previstos em inadiáveis e fundamentais empreendimentos de infraestrutura, além
de projetos do Pré-Sal e de novas fontes energéticas, à luz das exigências do
século 21, da era da globalização, da internacionalização das organizações, da
informação, do conhecimento, da inovação, das novas tecnologias, da
sustentabilidade e de um possível e novo mundo do direito, da justiça, da verdade, do diálogo, da liberdade, da
paz, da solidariedade, da igualdade
– e com equidade –, e da fraternidade
universal...
Este é o nosso sonho, o nosso amor, a nossa luta, a nossa fé, a
nossa esperança... e perseverança!
“VI,
OUVI E VIVI: O BRASIL TEM JEITO!”
- 55
anos de testemunho de um servidor público (1961 – 2016) ...
-
Estamos nos descobrindo através da Excelência Educacional ...
-
ANTICORRUPÇÃO: Prevenir e vencer, usando nossas defesas democráticas...
- Por
uma Nova Política Brasileira...